As alegrias da maternidade

As alegrias da maternidade Buchi Emecheta
Buchi Emecheta




Resenhas - As Alegrias da Maternidade


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Cilmara Lopes 27/02/2023

A solidão da maternidade
Com extrema sagacidade Buchi Emecheta nos apresenta a vida de Ngu Ego, desde acontecimentos que antecedem seu nascimento até o final dos seus dias.
Ngu Ego nasceu em Ibuza e aos vinte e poucos anos se mudou para Lagos, atual capital da Nigéria.
O ponto central da narrativa é esmiuçar o processo de busca pela maternidade, o quanto é dolorido viver em uma cultura na qual você só tem valor, enquanto mulher, se for mãe de meninos. Sua virtude é fundamentada na maternidade.
Ngu Ego é totalmente absorvida por este sentimento, facilmente nos sentimos envolvidos pelos seus anseios e temores.
É uma trajetória extenuante, porque a pressão para ser mãe é somente um dos resultados de uma sociedade patriarcal e que preza por atitudes obsoletas como forma de refúgio para a ignorância.
Perceber o sofrimento de Ngu Ego me causou uma série de sentimentos conflitantes entre si, por mais que o livro seja da década de 70, ainda vejo muito dele aqui no nosso cotidiano.
Até hoje, poucos livros me trouxeram essa visão de semelhança tão forte com a nossa realidade. Isso ocorre principalmente por fatores sócio-culturais tão similares, que são bem identificáveis durante a leitura.
Notei em vários momentos que eu estava fazendo uma espécie de exercício ao analisar pontos da cultura nigeriana através do olhar de Ngu Ego.
A ironia do título é tão bem destrinchada que eu estou realmente admirada, expectativas foram superadas nas primeiras páginas!

Acho que não preciso falar que recomendo?
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Ina 26/02/2023

A leitura é meio parada mas a historia é fascinante.
A força dela encanta e facista assim da para descobrir como ela conseguiu sustentar a familia toda e ainda ter desejos de conquista e superação
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MLuíza 22/02/2023

As alegrias da maternidade
Esse livro se mostrou muito naturalmente no meu caminho, estava lendo algumas sinopses e a desse parecia prometer uma leitura diferente, daquelas que passam uma mensagem e não decepcionou.

No começo não estava fluindo tão bem porque não é mesmo uma leitura a qual estou habituada, mas depois simplesmente naveguei nas páginas e na parte sobre a autora simplesmente não tem como sair dela sem sentir certo entorpecimento e admiração porque a história de Buchi é inspiradora, saber o que fez ela escrever esse livro com um nome tão irônico torna fácil saber porque foi o que mais repercutiu e recebeu uma recepção positiva.

A história de Nnu Ego é a história de tantas mães que abdicaram de si para seus filhos, que os priorizaram, que tiveram sua alegria baseada nisso, mas não é uma alegria real, é irônica. As alegrias da maternidade explora as facetas de julgamento, impossibilidade de cansaço e em certos trechos essa ironia cai sobre o leitor de uma forma brusca, é nu e cru e o lugar do homem como superior é muito destacado porque é essa a realidade, a mulher só é completa se for mãe, é responsabilidade dela e fracasso dela se não conseguir, enquanto para o homem basta escolher outra esposa e elas aceitam isso porque é cultural e esse é só um dos exemplos que trazem essa diferença escancarada.

Para além do foco na maternidade, tem um na cultura e a transformação dela ao se ter o choque com os brancos, uma das principais é a mudança religiosa do povo que é empurrada para eles se quiserem emprego. Além de menção a guerra e a ignorância acerca dela por eles, exceto quando alguns homens são pegos para as fileiras do exército britânico.

É um livro que envolve muita coisa, mas o principal é como Nnu Ego passa por essas mudanças com seus filhos e a autora não se perde disso, então recomendo muito essa leitura para quem quer algo fora da caixinha habitual, com alguma lição vai acabar saindo dela.
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Degugelmin 10/02/2023

Fiquei bastante aflita lendo este livro. A história é bem envolvente e traz muitas críticas, ficam evidentes os problemas decorrentes da diferença no tratamento entre homens e mulheres, estas ficando com o ônus; do colonialismo e das condições da classe trabalhadora na Nigéria colonial. Super recomendo!
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Priscila292 07/02/2023

Pelas avaliações lidas, esperei mais
O livro aborda a maternidade sob uma perspectiva real, nada romantizada, ao retratar a vida de uma nigeriana tentando criar seus filhos imersa em uma cultura que super valoriza o papel masculino e coloca a mulher, e as filhas mulheres, como meras provedoras de condições adequadas para os homens da família. Apesar de ser um tema profundo e de incontestável relevância, na minha perspectiva, há muitas passagens que se prolongam e deixam a leitura morosa; há outras que se passam com extrema rapidez e sem detalhes; além daqueles trechos que parecem repetições de mesmos pontos da histórias, porém em momentos cronológicos diferentes. Não fluiu e o livro não ficou entre aqueles que me agradam.
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Bruna.Toledo 30/01/2023

As alegrias da maternidade é daqueles livros que te pega pelo braço e é como se a leitura fosse uma ação involuntária. A história é fluida, dinâmica e fácil de acompanhar... o que não quer dizer que seja uma história feliz.

Na verdade, é exatamente o oposto. Nnu Ego, a protagonista foi forjada desde cedo no conceito de resignação. Como mulher, lhe cabe o direito de aceitar de bom grado o que a família, o marido, os filhos, os deuses lhe ofereceram. É cruel. E mais cruel ainda por ser real.

A minha maior frustração foi não ter conhecido Buchi Emecheta antes.
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Stefhania 27/01/2023

As alegrias da maternidade
Um título irônico. Nnu Ego sempre desejou ser mãe. Ao ter seus filhos, descobre os desafios da maternidade. Uma história de luta.
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Laryssa48 25/01/2023

Que escrita incrível. Que história dolorosa. Nossa eu sofri junto com Nnu Ego a cada acontecimento do livro. E imaginar que a história dela se assemelha a tantas outras mulheres é doído. Quem nunca conheceu uma mãe que sozinha criou tantos filhos?

Lamentei tanto por ela não ter tido um final feliz.

Ainda estou tentando digerir essa história, mas nunca sofri tanto, como sofri lendo esse livro.
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Susan.Kelle 22/01/2023

Que livro maravilhoso. Até agora, ao menos pelo que me lembro, eu tinha lido apenas livros que apresentavam a cultura dos iorubás e não havia sido apresentada ainda aos igbos. Claro que a subserviência das mulheres se destacou sobretudo no julgamento, já que mesmo sem intenção Nnu Ego acaba comprovando a todos a falta de esforço de Nnaife em prol da familia. Nnu Ego se apresenta refém da própria cultura, aceitando de bom grado tudo que a vida lhe apresenta somente se desesperando quando não consegue cumprir o papel cultural que lhe é imposto.
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Gigi 19/01/2023

Um soco no estômago
"Se tiver uma vida feliz, sua cabeça não se manifestará. Mas, se for infeliz, a cabeça a atormentará tanto física como emocionalmente.
Não se esqueça de que, por mais que ame nossa filha Nnu Ego, deve permitir que ela tenha vida própria, um marido, se desejar. Permita que ela seja mulher?.
Era verdade o que diziam, ela pensou, que se você não tem filhos, o desejo de tê-los acaba com você, e se tem, as preocupações acabam com você."
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Nic 17/01/2023

"[...] só por ser mãe de três filhos, era obrigada a ser feliz em sua pobreza, em sua agonia que a levava a roer as unhas, em seu estômago convulsionando, em seus farrapos, em seu quarto atulhado [...] Quando começou a sentir pontadas de fome comprimindo as laterais do estômago, mudou levemente de posição, na esperança de, assim, amenizar a necessidade de comer um cavalo inteiro."

"as alegrias da maternidade" é um livro duro, nos mostra uma sociedade com tradições enraizadas no patriarcado, na submissão feminina e no trabalho pesado. abusos dos mais terríveis são tolerados no ambiente doméstico e qualquer pessoa que "transgrida" os costumes é vista com maus olhos. é interessante a maneira com que a autora descreve as engrenagens dessa sociedade, nos mostrando exatamente os comportamentos que fazem com que ciclos prejudiciais continuem existindo. felizmente, do meio para o final, notamos que mudanças sutis vão transformando a vida dos personagens aos poucos com o sopro de apenas uma geração.

"Deus, quando você irá criar uma mulher que se sinta satisfeita com sua própria pessoa, um ser humano pleno, não o apêndice de alguém?"

conhecendo tais engrenagens, chegamos à conclusão de que nnu ego não só carrega o peso de ser mãe e esposa, a personagem carrega o peso árduo das correntes da tradição de seu povo - comunidade rural pequena e de hábitos coletivistas - em uma cidade grande e hostil. como ela mesma percebe depois de uma vida exaustiva de pura doação à família, morremos solitários no mundo e sua morte seria mil vezes mais solitária. nnu ego suportou um estômago vazio de fome, a responsabilidade de ser provedora de um lar de sete filhos e, antes de tudo, a solidão de uma mulher preta pobre e analfabeta.

"Era verdade o que diziam, ela pensou, que se você não tem filhos, o desejo de tê-los acaba com você, e se tem, as preocupações acabam com você."

é dolorido ver sua juventude roubada pela maternidade, seus desejos enterrados pelas obrigações, vê-la espremer a própria alma pra conseguir reunir forças para não ver os filhos morrerem de fome e terem oportunidades diferentes das dela. nnu ego é como uma terra rica em vida, que depois de tempos de abundância, vê-se seca por dentro, incapaz de trazer frutos à vida.
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a característica que sempre admirei dos livros é a maneira com que alguém, de qualquer lugar do mundo, tem a oportunidade de contar histórias a outras pessoas sem nunca ter cruzado com elas na vida. para imergir melhor na história nigeriana, pesquisei e assisti vários vídeos sobre o país em que ela se passa, que se revelou um lugar cheio de pessoas incríveis e carregado de inúmeras culturas.

quanto à estrutura do livro, sinto que a história pode ser acompanhada por uma curva crescente no início, que dá estagnadas no meio e desenrola-se rapidamente para o fim. este fim em específico foi narrado de maneira muito superficial, enquanto o "desenrolar" teve muitas nuances. tirando o sentimento de estranheza, relacionada à narração, que me tomou no final, o livro foi uma experiência valiosa.
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Leticia Borges 16/01/2023

Título irônico e cenário colonial do século XX
Como é de esperar, o título do livro é extremamente irônico, trazendo um retrato da maternidade dentro do contexto da cultura igbo, mas que vale também para a cultura ocidental do século XXI. Quantos sacrifícios são feitos em nome da maternidade? Qual é o papel da mãe na sociedade?
Notável também o recorte histórico da obra, que mostra a Nigéria do século XX, revelando um cenário não muito retratado na literatura: a situação dos países colonizados pelos imperialistas europeus na Conferência de Berlim durante a Segunda Guerra Mundial.
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Aliffer.Pereira 15/01/2023

Estou devastado..
Nnu Ego.. não consigo expressar a sua força e persistência nesse livro!
Uma mulher com tantas adversidades na vida, em um tempo onde ser mulher era tão mais tão difícil, onde culturas eram dominantes de uma cidade para outra.
Mais um livro que deveria ser leitura obrigatória para quem procura entender sobre outras culturas, ou tempos passados de determinada cultura.
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Eduarda.Ramires 11/01/2023

??????????
Foi um livro muito impactando e muito bom, e escrita da autora e bem fluida. Só que é um livro mas desso porque os assuntos abordados e bem difícil mas recomendo pra todo mundo, o assunto aborda e o dia dia de uma mãe, ele mostra como não devemos romantizar a maternidade. Mostrou que ser mãe é muito difícil. Mas o que mais goste foi saber um pouco de como é outrs cultura. Foi um livro que me fez ter todas as emoções, fiquei com muita raiva não da protagonista mas das situações que ela passa. Me mostrou que nunca está tarde se mudar e temos que fazer o que emelhor pra nós e não devemos nos importar com o que os outro vão falar, que tatuou vem mudar de opinião.
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Renata.Grasiele 10/01/2023

Emocionante!
Esse livro me surpreendeu. Fui atraída a ele devido a temática maternidade, que no geral me agrada muito, mas no começo achei a leitura difícil (a gramática, as expressões bem diferentes do meu cotidiano) e achei que não conseguiria embarcar. Depois que superei as dificuldades dos nomes dos personagens, comecei a compreendê-los melhor e, enfim, entrar em suas histórias. É um livro espetacular: Fala de cultura, fala de história, fala das hierarquias dentro da instituição família, fala sobre maternidade (e não só a romantização do sofrimento que é ser mãe em alguns momentos). De uns 20% a cima eu não conseguia mais largar e cada etapa da vida de Nnu Ego em seu amadurecimento como mulher, filha, esposa e mãe, me fez ainda mais interessada em saber. Recomendo muito, não só por instigar leitura de culturas das quais não estamos acostumados, mas por nos gerar reflexões sobre nossos próprios pensamentos.
"Os homens nos fazem acreditar que precisamos desejar filhos ou morrer. Foi por isso que quando perdi meu primeiro filho eu quis a morte, porque não fora capaz de corresponder ao modelo esperado por mim pelos homens da minha vida, meu pai e meu marido e agora tenho que incluir também os meus filhos. Mas quem foi que escreveu a lei que nos proibe de investir nossas esperanças em nossas filhas? Nós, mulheres, corroboramos essa lei mais que ninguém. Enquanto não mudarmos isso, este mundo continuará sendo um mundo de homens, mundo esse que as mulheres sempre ajudarão a construir."
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