Pipoca Nerd 07/10/2019
Resenha do livro, Ordem Vermelha de Felipe Castilho
Você destruiria seu mundo em nome da verdade?
A última região habitada do mundo, Untherak, é povoada por humanos, anões e gigantes, sinfos, kaorshs e gnolls. Nela, a deusa Una reina soberana, lembrando a todos a missão maior de suas vidas: servir a Ela sem questionamentos. No entanto, um pequeno grupo de rebeldes, liderado por uma figura misteriosa, está disposto a tudo para tirá-la do trono.
Com essa fagulha de esperança, mais indivíduos se unem à causa e mostram a Una que seus dias talvez estejam contados. Um grupo instável e heterogêneo que precisará resolver suas diferenças a fim não só de desvendar os segredos de Untherak, mas também enfrentar seu mais terrível guardião, o General Proghon, e preparar-se para a possibilidade de um futuro totalmente desconhecido. Se uma deusa cai, o que vem depois?
“O tempo tem a capacidade de transformar tudo, exceto a si mesmo.”
Num primeiro momento, você pega esse livro e pensa: brazuca querendo escrever fantasia? Será? Eu to bem acostumada com as nossas referências de Rowling, King, Tolkien… esse lance de pensar que um livro nacional como Ordem Vermelha, conseguiria chegar ao nível de mestres, me deixou ressabiada.
Mas como a gente ta aqui pra conhecer e se surpreender, como poderia não me jogar nessa Maravilha?
Começando por essa capa incrível que finalmente mostrou que nossos capistas manjam do paranauê.
Felipe Castilho teve seu livro Ordem Vermelha lançado com toda pompa na CCPX e foi feito um marketing pesado nele. Pudera, o livro vale a pena.
Ao invés de encontrar personagens sem graça e pouco detalhados, temos uma riqueza de informações impressionante. Cada um tem sua personalidade e cada raça presente no livro tem exatamente sua característica. Não houve pobreza nem miséria para descrever. Foi trabalho de mestre. Ordem Vermelha: Filhos da degradação tem uma riqueza de detalhes absurda. Algumas vezes me perguntei como o autor conseguiu falar sobre tanta coisa com tanto detalhe em tão pouco espaço de página.
Temos no livro uma sociedade castigada por sua deusa Una, que personifica seis deuses antigos que, enfraquecidos pela rebeldia de suas criações, decidiram unir forças e criar uma espécie de ditadura. A cidade Untherak é habitada por Humanos, Anões, Kaorshs, Gnolls, Gigantes e Sinfos. Todos seres criados pelos deuses mas igualmente castigados por suas ações. Acontece que essas raças não se contentavam por não terem os poderes infinitos e decidiram entrar em guerra. Esse trabalho em cima da ambição e castigo me mostrou claramente o jeito brazuca do autor. É um vislumbrede sociedade que entendemos bem.
Um grupo de rebeldes é liderado por um forasteiro com o intuito de derrubar a deusa Una e tomar o controle da sociedade. Mas existe mais que isso. Existe o medo do depois, existe a incerteza do que poderá acontecer e também existe muita tortura. Afinal, acabar com a única maneira de governo que você conhece e tentar praticar algo que você nem sabe direito como é, não é simples.
O livro é cru e direto. Se você procura romance, corre. Aqui é guerra, tortura, opressão e escravidão. É sobre a escória e sobre querer evoluir. Maravilhoso.
Também temos reviravoltas e uma trama que te surpreende do início ao fim. Felipe foi uma surpresa maravilhosa e não vejo a hora do desfecho ser lançado. Essa duologia entrou pro meu hall da fama e tenho certeza de que na próxima vez que for listar autores de fantasia inacreditáveis, o nome dele estará lá.
Mais uma vez pensei fora da caixinha e sai da minha zona de conforto ao me dedicar a um livro que fugia da minha natureza… e posso dizer: ainda bem.
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