Ordem Vermelha: Filhos da Degradação

Ordem Vermelha: Filhos da Degradação Felipe Castilho




Resenhas - Ordem Vermelha: Filhos da Degradação


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Alana N. 29/03/2018

"O povo comprava a ideia que lhe era vendida porque era a única ideia vendida."
“Filhos da degradação” foi o primeiro livro, do que acredito que será uma trilogia, que começou com o pé direito.
Aqui somos levados para Untherak, último lugar habitável do mundo, onde várias espécies de seres coexistem em relativa paz. Todos sob o comando da temível deusa Una, que os mantem unidos não apenas pelo medo, como também pela opressão. E nesse cenário, quatro heróis completamente diferentes se unem com o propósito de lutar pela liberdade e pela verdade.
Tenho que destacar que gostei muito da forma como o autor desenvolveu a história, sem se estender demais (ou de menos) em explicações e mesmo assim fazendo com que o leitor se sentisse confortável nesse universo tão diferente. (E aquele mapa?! Como não amar livros com mapas?). Sem falar que os personagens são bem desenvolvidos e possuem personalidades e motivações genuínas, sem ficar caricato ou exagerado. Nada fica jogado na trama e os acontecimentos são muito bem costurados, fazendo o leitor amadurecer ao mesmo ritmo que os personagens na história.
Talvez algumas pessoas se incomodem um pouco com a narrativa que, principalmente em cenas de luta, tem todo o ritmo de uma coreografia de vídeo game. Coisa que, para mim, foi um ponto forte, já que são partes ágeis, dinâmicas, fluidas e bem escritas. Deixando o leitor entretido e, algumas vezes, até um pouco tenso.
No geral foi uma leitura muito gostosa, que me surpreendeu muito. Não por haver uma grande virada de mesa, mesmo havendo muitas reviravoltas, mas sim pela riqueza de elementos tanto do local, quanto dos personagens, que são muito bem desenvolvidos e palpáveis.
Durante toda leitura fiquei completamente presa, querendo saber qual seria o próximo acontecimento e onde tudo iria acabar. E tudo que posso dizer para você é: QUE FINAL, MEU AMIGO! QUE FINAL...
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Eric Silva - Blog Conhecer Tudo 16/03/2018

Quase saído de um RPG
Resenhista: Eric Silva, do blog Conhecer Tudo

Lançado em parceria com a Comic Con Experience (CCPX), Ordem Vermelha é obra do escritor paulista Felipe Castilho e o primeiro livro da duologia Filhos da Degradação. O conceito do livro, porém, nasceu de um trabalho conjunto de Felipe com os escultores digitais Victor Hugo Sousa e Rodrigo Bastos Didier, ambos responsáveis pela elaboração da arte visual dos personagens principais da trama.

Logo que se começa a leitura somos apresentados à história do surgimento das várias raças que compõem o universo de Untherak. Também ficamos sabendo como estes entraram em conflito e como acabaram encarando uma sina miserável. Nesse momento é muito difícil não se pensar em uma referência a obra de J. R. R. Tolkien, autor da saga do Hobbit e d’O Senhor dos Anéis, igualmente povoadas por diferentes raças que coexistem (raramente de forma pacífica). Em Ordem Vermelha temos também um mundo multirracial, entretanto bem menos complexo e não menos original.

Mas se esse é um livro de forte inspiração medieval que nos faz lembrar do universo tolkieniano, por outro lado ele é também um livro que tem um pé na modernidade. Castilho escreve uma trama que parece ter saído de um jogo de RPG. A construção dos personagens é fabulosa e se harmoniza completamente com os princípios do Role-playing game. Felipe dá um destaque todo especial a descrição e composição de cada raça e também dos personagens que figuram o elenco principal. Aparência, estilo de luta, personalidade, raízes culturais e crenças, conhecimentos e habilidades, filosofia de mundo e de vida, tudo é primorosamente destacado e descrito sem cometer excessos ou valer-se de textos longuíssimos, dando uma naturalidade incrível à narração. Além disso a narrativa é dinâmica e cheia de movimento e lutas, o que reforça a ideia de estar lendo um jogo de videogame.
Mas uma das características que mais me chamaram a atenção na obra foi o seu sutil caráter multitemático.

Alternando entre “matizes cruas” e leves, Castilho trata em sua obra de diversos temas marcantes (religião, escravidão, selvageria, multiplicidade racial, corrupção, opressão, questões de gênero e cultura), contudo, a temática central é, sem dúvida, a opressão imposta pelo governo teocrático, ditatorial e escravocrata de Una, que não só eliminava a liberdade e ceifava vidas, mas que tentava também suprimir e destruir parte da identidade de cada povo escravizado. É desse último ponto que emergem os outros temas que orbitam entorno da temática central: a questão da religião nascida do mito e das narrativas incessantemente reproduzidas; a abundância de culturas e visões de mundo nascidas da multirracialidade e a imposição de uma crença sobre os costumes, tradições e filosofias de outros grupos na tentativa de suprimi-las e eliminá-las, mantendo um controle social maior sobre diferentes grupos étnicos, o chamado etnocídio.

O resultado final é um livro de fantasia que vai além dos elementos mágicos e sobrenaturais que caracterizam o gênero. Um livro que busca de forma sutil, mas visível, integrar temas que constroem uma narrativa para além da fantasia pura (de mundos meramente mágicos), ou da ação pura (de guerras sem muito sentido), para falar de lutas que unem raças na busca pela liberdade e pela verdade. Uma luta que não é só formada de baixas, mas que busca igualmente derrubar símbolos de opressão.

Por fim, como é de se esperar de uma duologia, temos um desfecho em aberto, mas trata-se de um desfecho épico, cinematográfico e instigante que revela um breve deslumbre dos desdobramentos da narrativa e do que acontecerá no livro seguinte. Um desfecho que atiça a curiosidade do leitor e deixa-o ansioso pela continuação.

Resenha completa no link: http://conhecertudoemais.blogspot.com.br/2018/03/ordem-vermelha-filhos-da-degradacao.html

site: http://conhecertudoemais.blogspot.com.br/2018/03/ordem-vermelha-filhos-da-degradacao.html
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Raquel.Euphrasio 14/03/2018

Uma história sobre ilusão e esperança; Mas não se enganem nessas páginas vocês encontraram muitas verdades e realidade. Uma fantasia complexa, mas muito bem construída, com uma narrativa repleta de ação, mistérios e muitas emoções. Estou enlouquecida para conhecer o final dessa história.

site: https://wordpress.com/post/pipocaazul.wordpress.com/1397
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Musashi 26/02/2018

Imperdível.
Todo o hype em torno deste livro se mostrou ao seu final extremamente justificado. Um novo patamar na literatura fantástica nacional foi atingido. Ao término do livro fica aquele gostinho de quero mais, de retornar a Untherak ou principalmente conhecer as terras da degradação. Personagens extremamente bem construídos, em uma trama envolvente e principalmente cheio de reviravoltas.
Beatryz Duarte 02/03/2018minha estante
Ele tem continuação? Ou é um livro único?




Gramatura Alta 23/02/2018

http://gramaturaalta.com.br/2022/07/18/ordem-vermelha-filhos-da-degradacao/
Você destruiria seu mundo em nome da verdade? A última região habitada do mundo, Untherak, é povoada por humanos, anões e gigantes, sinfos, kaorshs e gnolls. Nela, a deusa Una reina soberana, lembrando a todos a missão maior de suas vidas: servir a Ela sem questionamentos. No entanto, um pequeno grupo de rebeldes, liderado por uma figura misteriosa, está disposto a tudo para tirá-la do trono. Com essa fagulha de esperança, mais indivíduos se unem à causa e mostram a Una que seus dias talvez estejam contados. Um grupo instável e heterogêneo que precisará resolver suas diferenças a fim não só de desvendar os segredos de Untherak, mas também enfrentar seu mais terrível guardião, o General Proghon, e preparar-se para a possibilidade de um futuro totalmente desconhecido. Se uma deusa cai, o que vem depois?


Como quase toda a fantasia publicada nas últimas décadas, ORDEM VERMELHA utiliza de muitos elementos de O SENHOR DOS ANÉIS, alterando de leve alguns conceitos, criando pequenos detalhes diferentes e dando uma roupagem que mistura os personagens tradicionais (anões, elfos, humanos, orcs, ogros, etc.) com personagens de anime e suas armas gigantescas, mágicas e poderosas. Tudo isso, quando bem aplicado, mesmo não sendo original, não é ruim, pelo contrário. E o autor consegue aplicar de forma competente e segura cada uma dessas características. Mas apenas em algumas partes.

A história de ORDEM VERMELHA é cheia de altos e baixos. Existem momentos muito bons, emocionantes, com lutas bem descritas, perseguições que causam ansiedade, confrontos surpreendentes que criam um interesse gigante na continuação da leitura. Mas também existem outros momentos que são muito ruins, com falhas, furos, excesso de descrições, personagens rasos, diálogos sem sentido e atitudes desmedidas e ilógicas. Ou seja, há partes que eu li em minutos, e há partes que eu pensei seriamente em abandonar a leitura.

Todas as páginas em preto e letra branca que precedem as divisões em partes da história e mostram o avanço de um guerreiro portador de uma espada imensa, exatamente como sua habilidade na luta, são muito boas. Principalmente a última, quando é desvendado quem é esse guerreiro.

A história de Raazi e Yanisha, duas kaorsh, uma raça camaleônica, também conquista e conversa com nossos dias atuais por ser uma relação homoafetiva. As duas guerreiras se completam, demonstram e convencem o leitor do amor que uma sente pela outra e causam uma dor de estômago quando temos que acompanhar a luta das duas em uma arena mortal.

Aelian, o jovem falcoeiro que é o personagem principal, consegue conversar com o leitor, consegue criar uma empatia e uma torcida, mesmo ele fazendo coisas absurdamente estúpidas durante a aventura. Inclusive, seu falcão é bem utilizado, aparece nas partes que precisa, sem parecer gratuito, e ocupa o papel de animal de estimação por quem todos torcem para que não seja sacrificado em algum momento.

Temos também o general vilão, Proghon, braço direito de Una, a deusa poderosa e imortal desse mundo. A forma como ele é apresentado e os seus poderes, conseguem passar todo o temor necessário para o leitor ficar na dúvida sobre o destino final dos heróis. Mas, da mesma forma que Aelian, o general tem atitudes inexplicáveis.

Todos os outros personagens possuem seus problemas de construção, por aparecerem de forma rápida demais e permanecerem por pouco tempo na trama, sem dar chance do leitor criar um vínculo; ou por não ter uma presença que realmente importe; ou por, simplesmente, não servir para nada, a não ser morrer mais para a frente.

E é nesse ponto que começam os problemas, nessa tentativa do autor de transformar os personagens e a trama em algo grande, quando, na verdade, não passa de uma história de heróis contra vilões, sem muitas reviravoltas ou surpresas.

Aparição é um guerreiro que enfrenta o regime tirânico da deusa Una e de seu general. Ele causa diversos problemas, como ataques aleatórios em locais militares, ou ajuda pessoas que são perseguidas por soldados, independentemente do motivo. Ele tem um pacto com o general Proghon de um não combater o outro. Acontece que esse pacto não tem a menor lógica, já que Proghon é muito mais forte que Aparição, pode matá-lo a qualquer momento e não é apresentado um único motivo para que ele não faça isso. Simplesmente é dito que é assim e pronto, dando aquela sensação de que o autor mirou nos pontos em que os dois conversam, mas como não encontrou forma de fazê-lo de forma natural, criou esse subterfúgio do pacto.

Inclusive, a única arma capaz de matar Proghon fica em sua sala particular, onde ele fica meditando, de onde só se pode sair por uma porta. E o que Aparição faz? Invade essa sala acompanhado por um outro personagem sem qualquer capacidade de se defender e sem um plano de fuga, apenas para criar o momento em que o pacto será quebrado e a batalha acontecerá. Batalha essa que não tem motivo nenhum para já não ter acontecido antes.

Um outro personagem, Ziggy, um garoto dono de um monstro de estimação, aparece na trama de uma forma até convincente, mas depois disso, ele não é usado para nada, a não ser no final, em um destino construído apenas para emocionar.

Venoma, uma garota que faz a vez de assassina que se infiltra em qualquer lugar, é a relação afetuosa de Aelian. Mas ela aparece em um capítulo, no outro os dois já estão apaixonados, embora ela o trate igual lixo, e no outro já fizeram sexo e já estão lutando. Não existe uma construção da relação, fica algo superficial, apressado, embora sejam gastas páginas e páginas para descrever uma festa e diálogos sem qualquer função dentro da trama, como se o autor estivesse presente nessa ocasião, aproveitando a bebida, a música e as danças, enquanto o leitor é obrigado a assistir de fora, algo bastante chato.

O mesmo acontece com Harun, o anão da história, que em um momento é um vilão, no outro é mostrado como herói e no outro se torna vilão de novo, mas de forma que não convence em nenhum dos momentos. Inclusive, sua história é aquela que mais se aproxima da história de Gimli, de O SENHOR DOS ANÉIS. Em uma trecho, quando Aelian e Harun estão dentro de um corredor subterrâneo, achei que estava lendo uma cópia do livro de Tolkien.

Mas, apesar desses problemas, durante a leitura, como disse lá em cima, você encontrará partes muito boas que balancearão a qualidade da obra. Preciso acrescentar que a escrita do autor me surpreendeu e é boa o suficiente para conseguir deixar o leitor à vontade em um mundo estranho. Apesar do excesso de momentos e diálogos desnecessários, o autor sabe como escrever de forma a convencer o leitor a não desistir, e sabe como criar uma ação dentro de um ambiente que não se torne confusa ou difícil de imaginar. Isso é algo que muitos leitores famosos e mais experientes não conseguem fazer, ou seja, é algo para se elogiar e aplaudir.

E tem o fato de ser uma obra nacional que, como tantas outras, demonstra a capacidade de muitos de nossos autores atuais em igualar suas obras, ou mesmo superar, em termos de criatividade e qualidade com os autores de outros países, que são, muitas vezes, mais valorizados que os nossos.

site: http://gramaturaalta.com.br/2022/07/18/ordem-vermelha-filhos-da-degradacao/
Beatryz Duarte 02/03/2018minha estante
Muito boa sua resenha. Ele tem continuação ou é livro único?


Gramatura Alta 02/03/2018minha estante
Beatrys, tem continuação. É uma trilogia.


Gramatura Alta 02/03/2018minha estante
Beatryz, tem continuação. É uma trilogia.


Julie 11/07/2019minha estante
Qual o título das continuações GETTUB? Porque eu procurei e não achei, acho q ainda n foram publicadas...


Gramatura Alta 13/07/2019minha estante
Ele ainda nem escreveu...




Camille.Pezzino 06/02/2018

O SILÊNCIO RUBRO CONTRA O PODER NEGRO
Entre os cânones da literatura, encontramos diversos autores que, a partir de suas obras, observam como o governo é inserido na sociedade e, dessa forma, criticam-no, relativizam-no e - principalmente - questionam-no. Vivemos em um tempo em que o governo brasileiro é um caos e nós estamos perdidos entre a liberdade de sermos quem somos e as opressões passadas que continuam marcadas a fogo e ferro nas crenças populares.

Dizer que o livro escrito por Felipe Castilho e elaborado por companheiros seus é um produto do meio em que vivemos, pareceu-me muito óbvio enquanto eu lia cada palavra dessa obra que, em muitas formas, consegue me lembrar os livros de alta fantasia que são aclamados pelo público e também os cânones que constantemente desafiam os governos.

Um dos meus livros contemporâneos de fantasia preferidos é The Name of The Wind (em português, O Nome do Vento), sendo, entre tantas as escolhas que podemos fazer para herdeiros das narrativas tolkianas, a que eu sublinho e indico como uma das principais. Ordem Vermelha me passou a exata sensação que uma das minhas obras preferidas me passou.

Não somente porque é extremamente bem estruturado, mas por elementos narrativos que são muito parecidos, inclusive, a chama azul. Contudo, o que mais me lembrou a história de Patrick Rothfuss foi a forma com que o Felipe Castilho resolveu organizar a sua história.

A narrativa começa - após apresentar a mitologia daquele universo - em um futuro que, aos poucos, vai explorando o passado. Rothfuss faz exatamente isso, trazendo muitas expectativas para o leitor sobre como tudo vai acontecer e como tudo vai chegar àquele ponto já apresentado previamente. Embora no início da trama isso não prenda tanto o leitor - porque ele ainda não foi cativado pelos personagens em questão -, no final, torna-se uma jogada de mestre.

Nós terminamos o livro ansiosos e ansiando por mais e, definitivamente, é uma das grandes - e eu também diria arriscadas - jogadas desse projeto literário. Entretanto, existem muitas jogadas excepcionais que ele abarca, como, por exemplo, a forma com que o mundo se organiza e a forma como o governo se forma e explora o povo.

Quando eu comecei essa resenha atribuindo Ordem Vermelha à coletânea de livros de alta fantasia, eu também o acrescentei a outra ordem: os livros canônicos que debatem política. Inegavelmente, a estrutura elaborada por Felipe Castilho se assemelha - e muito -, à infraestrutura que já encontramos no passado, no presente e até possivelmente no futuro brasileiro. Seja por pretensão dos envolvidos ou não, eu não consegui deixar de pensar em nossa ditadura; em épocas mais longínquas, na qual havia servidão e escravos; e até mesmo na contemporaneidade que miscigena política e religião.

PARA CONTINUAR LENDO, ACESSE: https://gctinteiro.com.br/resenha-22-o-silencio-rubro-contra-o-poder-negro/

site: https://gctinteiro.com.br/resenha-22-o-silencio-rubro-contra-o-poder-negro/
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Gisele @abducaoliteraria 01/02/2018

"Chegamos até aqui porque não temos medo de rastejar. (…) É isso o que acontece quando se é forçado contra o chão por tanto tempo. Aprendemos a não temê-lo".
E se eu te disser que Ordem Vermelha: Filhos da Degradação é mesmo tudo isso que estão dizendo? E mais, esse livro representa tudo aquilo o que eu espero de um livro de fantasia escrito nos dias atuais.

Minha história com Ordem Vermelha começou na CCXP, com a minha surpresa diante de uma divulgação pesada e grandiosa; me senti nos arredores de Untherak diante da estátua da soberana, sob o seu olhar, porque para onde quer que eu fosse, Una estava lá, me observando.

A premissa despertou o meu interesse logo de cara, porque apresenta um mote que aprecio bastante. No início, existiam seis deuses que criaram todo o mundo e várias raças para usufruir e habitá-lo em total harmonia. Uma raça em especial, os humanos, começaram a prejudicar essa paz através de cobiça e inveja entre as espécies, desencadeando numa guerra sangrenta.

Decepcionados, os deuses resolveram revidar através de pragas e tragédias, destruindo aos poucos sua criação. O mundo se restringiu a uma única fração de terra habitável, cercada por um deserto denominado Degradação. Quando a guerra chegou ao estopim para os deuses, eles decidiram se unir como uma só figura divina e dar uma última chance às suas criaturas.

Com isso, Untherak é conhecida como a última região habitável do mundo, governada há mil anos pela deusa Una. Diante de um regime milenar tirano, opressivo e recheado de desigualdade, um grupo improvável começa a se formar afim de se rebelar e desbancar a soberana.

"Untherak era um corpo doente, como a maioria de seus moradores".

A apresentação do mundo se inicia de forma linear, com uma narrativa que exibe o mundo de forma precisa e empolga bastante. Até um terço do livro, apesar de estar gostando da apresentação do universo, eu estava um pouco preocupada. Todos que me acompanham sabe que um livro me conquista de verdade quando apresenta uma boa construção de personagens. E a princípio, eu senti falta disso.

Porém, no decorrer das páginas compreendi o que Felipe estava fazendo. Ele começou a nos apresentar a sua história com bastante calma. Primeiro, destacou a construção de mundo nos fazendo acompanha-la através do ponto de vista dos personagens centrais, que serviram como plano de fundo, nossos olhos para enxergar e entender como as coisas funcionavam. Por causa disso, os primeiros capítulos podem parecer um pouco densos e complexos, mas isso vai mudando conforme a história avança.

"O medo nos diz coisas que não ouviríamos em dias de coragem".

A variedade das raças foi algo que me agradou muito dentro deste universo. Aqui, você verá humanos, anões, sinfos, gigantes, kaorshs e gnolls, cada raça muito bem apresentada, com costumes e filosofia de vida. Os kaorshs em especial, foi a raça que mais me cativou. Bastante parecidos com os humanos, os kaorshs apresentam uma fisionomia esguia, mais alta e possuem a incrível habilidade de camuflagem.

Depois dessa introdução, comecei a me aproximar aos poucos dos personagens. E como vocês devem imaginar, já que deixei bem claro que adorei o livro, o envolvimento com eles aconteceu no tempo certo. A princípio nós acompanhamos a história através de dois pontos de vista diferentes. Aelian é um humano que trabalha no poleiro, local responsável por distribuir correspondências. Com o espírito aventureiro, ele cumpre com suas responsabilidades, mas dá seus pulos para escapulir de vez em quando para desfrutar de um pouco de liberdade. Já através do ponto de vista de Raazi, uma kaorsh, visualizamos os primeiros passos de um plano ousado e arriscado para derrubar Una.

Todos os personagens fundamentais tiveram uma boa exibição e desenvolvimento, apresentando facetas intricadas e reais. Alguns personagens foram melhor trabalhados do que outros, mas acredito que o autor ainda terá tempo e espaço para desenvolvê-los melhor. O mais interessante foi assistir à união de personagens tão diferentes um do outro, com diferentes graus de experiência e maturidade.

"De certa forma, a miséria acabou nos transformando em iguais, de uma maneira que Una jamais conseguiu".

Um dos meus personagens favoritos foi Ziggy, um sinfo de estatura pequena. Um personagem que exala inocência e fragilidade, mas que surpreende nos momentos mais precisos. Ele apareceu de forma despretensiosa, mas foi ganhando destaque e importância no decorrer da história.

Quando a história começa a se desenrolar, ela atinge um ritmo frenético, de tirar o fôlego. Se você é do tipo de leitor que gosta de testar o coração, se prepare para essa leitura. A história possui inúmeras reviravoltas, que chocam e fazem você enlouquecer. As cenas de luta e ação foram absurdamente bem descritas.

Acham que ainda dá para melhorar? Talvez um dos toques que mais me surpreendeu, foi encontrar a presença natural de diversidade e representatividade dentro da história. Um elemento que foi inserido com naturalidade e fez o livro dar um salto nas minhas considerações. Sem contar a presença de tantas personagens femininas guerreiras, fortes e inspiradoras.

"O tempo tem a capacidade de mudar tudo, exceto a si mesmo".

Quando finalizei a leitura, tive uma sensação incomum, como se tivesse lido um calhamaço - considerando a construção de mundo muito bem-feita, o desenvolvimento de personagens e os inúmeros acontecimentos que quase fizeram o meu coração parar. Mas não, o livro tem pouco mais do que 400 páginas, o que prova que Felipe Castilho soube preencher muito bem cada página.

Filhos da Degradação também oferece à nós, brasileiros, uma leitura especial. Várias críticas sociais estão inseridas de forma sutil e natural, que atingem em cheio, nos fazem refletir e comparar com a realidade em que vivemos.

E algo que não posso deixar de comentar, a edição está maravilhosa. Você nota que tudo foi feito com muito empenho e carinho, desde as ilustrações, da capa e do mapa - que estão lindíssimos - até a diagramação.

"Alguns infernos duram mil anos; outros, um dia. Mas nenhum é melhor que outro".

É com muita felicidade que posso admitir que Filhos da Degradação é sim tudo o que dizem, e muito mais. Conseguiu superar as minhas expectativas - principalmente através das particularidades. E sabe o que é ainda melhor? É nacional, de extrema qualidade e que mereceu toda a atenção que teve.

Então, se você for fã de fantasia, faça um favor a si mesmo. Leia. E por favor, depois venha conversar comigo. (PRECISAMOS FALAR SOBRE AQUELE EPÍLOGO). Felipe, quando sai o próximo?

site: http://abducaoliteraria.com.br/
Jefferson Alberto Ferreira 05/02/2018minha estante
Ahhhhhh. Não atice mais!! Tá na fila de leituras!!




Acervo do Leitor 31/01/2018

Ordem Vermelha – Filhos da Degradação – Vol. 1 | Resenha
Este é um livro sobre mentiras que se escondem sob o véu que recobre a verdade. Sobre mudanças que permeiam as circunstâncias. Sobre coragem determinação, perseverança, esperança e vingança. Este livro é como um pequeno diamante sob um teto de vidro, frágil como um cristal e perverso como a escuridão. Este livro é sobre batalhas que não deveriam deixar de serem travadas, sobre mentiras e ilusão. Este livro é sobre diversidade de culturas, sobre a iniquidade da vaidade e sobre os limites da arrogância. Ordem Vermelha é um sombrio poema sobre o passado, sobre o hoje e o futuro. Ordem Vermelha é uma das melhores leituras que você terá no ano, uma verdadeira obra-prima.

“Nós somos as fagulhas que darão início à fogueira. Talvez o vento nos sopre para longe, talvez possamos iniciar um incêndio. – Ela Segurou o rosto da esposa nas mãos. O Calor entre as duas era muito mais poderoso que aquele que obliterava seu antigo lar. – Como fagulhas, o que fazemos de melhor é brilhar. Queimar.”

Untherak é tido como o último e único reduto da civilização de todo o mundo conhecido. A única cidade que ainda respira em meio às intempéries de um árido deserto aos pés do Monte Ahtul. Humanos, anões, kaorshs, sinfos e outras figuras fantásticas vivem e se aglomeram sob os olhares vigilantes e punitivos da deusa Una, a misteriosa Centípede, o poderoso general Proghon e seus lacaios. Toda a sociedade vive sob o julgo de seus pecados, a ponto de serem punidos das maneiras mais severas através de um poço encharcado de Mácula. Una é a divindade que herdou os poderes dos antigos seis deuses, que intoleráveis aos erros dos mortais, providenciaram uma verdadeira dança do caos. Una é implacável, e cerceia toda e qualquer fagulha de rebeldia. Por mil anos os mortais vivem com medo e resignados à sua deusa. Por mil anos a esperança é levada cada vez mais longe pelo terreno da Degradação. Mas eis, que no limiar da escuridão surgem duas kaorshs que estão dispostas a derrubar este império, e prover liberdade ou no mínimo, uma visão iluminada de toda a gélida e inócua trevas que rodeiam Untherak. E em meio a esta missão suicida, um pequeno grupo de bravos guerreiros irão rasgar o comodismo e se aventurar por caminhos tortuosos e mortais.

“Untherak inteira é uma cela, meu bem – disse a cortesão. – E talvez seja melhor assim. Vai saber o que existe à solta nos pântanos e na Degradação? As barras das celas e as muralhas nos prendem e nos protegem. É o preço das coisas. E tudo tem um preço.”

Ordem Vermelha chegou com a difícil missão de quebrar paradigmas em um país que ainda vê seus autores como uma classe inferior frente a estrangeira. Lançado com pompas na última CCXP em São Paulo, o livro encheu corredores do evento com banners e um marketing agressivo e muito bem elaborado. Todo o estande da editora Intrínseca estava vestido com as cores de sua bandeira, e o autor juntamente com seu editor, passou anos debruçados sobre àquele que merece TODO reconhecimento. Ordem Vermelha é simplesmente o melhor livro de Fantasia nacional já lançado (ao meu ver, obviamente), com um roteiro digno das mais diversas reviravoltas e mensagens subliminares. O autor Felipe Castilho trabalhou sobre diversas camadas em um mundo devastado, seco e ainda assim lindo. A diversidade de suas criaturas, a frieza e crueldade de suas ações e a esperança que rega suas almas formam um mosaico encantador.

O livro, que é o primeiro de uma duologia, tem diversos personagens que ficarão marcados em nossa memória e coração por um tempo infindável. Mentiras, vaidade e ilusão se juntam em um vendaval que corrói durante mil anos, a luta pela liberdade. O autor possui uma escrita clara e fluída, não há como pausar a leitura, pois a cada instante ficamos vislumbrados com acontecimentos verossímeis e muitas das vezes improváveis. Ordem Vermelha é a melhor criação fantástica brasileira dos últimos tempos, e merece e MUITO ser apreciada. Entre na sua livraria favorita e compre não somente um, mas vários exemplares para presentear àqueles que assim como nós adoram desbravar uma verdadeira obra-prima.

site: http://acervodoleitor.com.br/ordem-vermelha-resenha/
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Vai Lendo 29/01/2018

Um nacional que dá até orgulhinho
Quando eu soube do lançamento de uma fantasia nacional pela editora Intrínseca, meio que dancei em cima da mesa. Nunca, desde que me assumi como viciada em leitura de livros e passei a tentar entender um pouquinho mais sobre como funciona a edição e publicação de livros e o mercado editorial, nunca vi a Intrínseca publicar uma fantasia nacional. Então, acho que a minha euforia ao saber de "Ordem Vermelha – Filhos da Degradação", escrito por Felipe Castilho, é bem compreensível.

Assim que a sinopse do livro foi liberada, eu passei a roer as unhas para o lançamento.

Felizmente, as minhas unhas roídas foram recompensadas, porque eu adorei a história.

Vamos a um resuminho!

"Ordem Vermelha – Filhos da Degradação" nos leva para Untherak, a última região habitada do mundo — pelo menos, até onde se sabe —, onde vivem humanos, anões, kaorshs — você deve estar se perguntando que raio de bicho é esse, mas calma que eu também não sabia até ler o livro, então vai lá —, sinfos, gnolls e bichinhos fofos e simpáticos como betouros — o “fofos e simpáticos” foi sarcástico, ok?

O povo é comandado pela deusa Una, que é o cão chupando manga. O objetivo dela é fazer a galera sofrer e ser louvada como soberana divina e absoluta.

Entretanto, quando surge uma figura misteriosa, que passa a ser conhecida como Aparição, e começa a bagunçar a coisa toda, a ditadura de Uma começa a se abalar. Tudo vira uma grande festa quando Aparição junta um grupinho rebelde, que resolve ajudá-la a tacar fogo no circo de Una.

E é isso aí…

Nem sei por onde começar a falar. Acho que vou iniciar com os personagens principais, que estão muito bem montados. Cada um deles tem uma personalidade marcante e muito pessoal, mas o que me chamou a atenção é que eles são contraditórios e isso funciona muito bem. A kaorsh Raazi, por exemplo, é incrivelmente forte, mas é também muito apaixonada; o humano Aelian consegue ser altruísta e até fofo, embora se comporte como um moleque de vez em quando; o anão Harun é muito rabugento e implicante, mas também é como um paizão que protege todo mundo; o sinfo Ziggy é o cara mais legal e desencanado da história inteira, mas ele também consegue ser bem perigoso quando quer; e tem outros personagens importantes que eu não posso comentar aqui, porque poderia estragar alguma surpresa. Essa construção dos personagens se mantém até o final e é um dos elementos que dá concretude à obra.

O universo criado para a história de "Ordem Vermelha" me parece totalmente fictício e saído da cabeça do autor, mas é bem feito e sem pontas soltas — eu, pelo menos, não encontrei nenhuma.

Tem muitas reviravoltas, muitas surpresas, muitos mistérios, sangue e lágrimas. Sem falar que a mensagem que o livro passa é bem interessante.

Se você quer saber que mensagem é essa, sugiro fortemente que leia o livro.

O final é deixado totalmente em aberto e com muitas expectativas para a continuação — que eu espero que venha logo, tipo… amanhã.

Tem muitas, muitas coisas que eu gostaria de abordar aqui sobre a estrutura e a história de "Ordem Vermelha", mas acho que, se eu fizesse isso, terminaria no meu linchamento, porque eu teria que dar alguns spoilers e estragar algumas surpresas.

Então, acho melhor eu ficar quieta e apenas dizer – novamente -para que leia o livro.

No entanto, acho que é seguro afirmar que o que, sem sombra de dúvidas, me chamou mais a atenção e foi o grande motivo para eu ter gostado tanto desse livro foi a escrita do autor. A impressão que me deu foi que ele realmente sabe o que está fazendo, conhece a língua portuguesa e sabe como usá-la muito bem.

Essa, a meu ver, é a maior arma que o escritor pode ter. Sabendo usar o seu principal instrumento de trabalho — porque a língua é a principal ferramenta do escritor, né —, não importa se o escritor narra uma história que já teve mil versões, se ele souber fazer bom uso da língua e souber como montar um texto, não tem como não ser interessante.

E eu senti essa habilidade na escrita do autor de "Ordem Vermelha".

Quanto ao trabalho da editora, está excelente. Normalmente, a Intrínseca apresenta livros sempre muito bonitos e bem feitos e, mais uma vez, não deixou a desejar. A arte da capa está ótima — dá para ver que foi feita justamente para esse livro, o que conta muitos pontos a favor — e o trabalho interior do material está muito, muito bom também — adorei que tenham colocado um mapa com folha tripla bem no meio do livro. A editora está de parabéns!

Eu admito que, julgando pelas matérias, entrevistas e vídeos que vi pelas redes sociais, esperava encontrar artes ligadas à história ao longo do livro, mas não tem nenhuma — além do mapa sensacional. Então, estou meio que ansiosa para ver essas artes e onde elas se encaixam.

Eu tinha grandes expectativas para "Ordem Vermelha" e, felizmente, essas expectativas foram até superadas. Acho que os fãs de fantasia vão gostar muito desse livro. E eu não sei se eu tenho o direito de me sentir assim, mas ver um livro nacional tão bem feito me deixou um pouco orgulhosa.

Recomendo muito.

site: http://www.vailendo.com.br/2018/01/29/ordem-vermelha-filhos-da-degradacao-de-felipe-castilho-resenha/
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Juniorlima 27/01/2018

Ordem vermelha Filhos da degradação
Felipe Castilho
Editora Intrínseca
Definir esse livro é uma tarefa difícil. Quando um livro é tão bom e abrangente como esse, sempre me lembro das palavras que ouvi de alguém que me incentivou a ler: "um bom autor faz o leitor sonhar os sonhos dele e te faz co-autor da história."
Essa é minha sensação ao terminar esse petardo. Um livro que é um gancho de esquerda no queixo após uma surra nas cordas. Fui à lona.
A edição é um absurdo de qualidade. Arte de capa e no interior do livro é magnífica e enriquece a história aqui contada. E que história. O enredo gira em torno de uma deusa que controla e oprime toda uma sociedade e suas diversas raças.
A grande virtude do livro para mim foi me transportar para um mundo de fantasia sem sair da minha realidade nacional. Sim, os problemas sociais do país estão representados nessa obra como nunca vi em outro livro. E aqui é que o livro me acertou. Os Assentamentos, o Carvão(um entorpecente do mundo), seu tráfico, a corrupção dos agentes ligados à deusa Una, uma figura religiosa como instrumento de opressão, um estrutura de poder que escraviza e humilha, chacinas, genocídios, revolta e terrorismo. Mais atual? Mais realista? Impossível. E ainda assim uma fantasia esplêndida!
A capacidade do autor de abordar cada um desses temas sensíveis sem que o livro se torne um panfleto ideológico ou um discurso político "engajado" é notável. ???
A violência e crueldade também são retratadas sem que termos grosseiros sejam utilizados.
A rebeldia que nasce da opressão, a violência como força de expressão e a esperança de mudança são narrados sem idealismos românticos.
O grupo de personagens é heterogêneo e cada um me cativou de alguma forma.
Leio fantasia há bastante tempo mas esse livro é uma surpresa. Surpreendeu. Cativou. Comoveu. Revoltou. Me fez questionar.
A literatura nacional não deve nada aos gringos. E aqui está uma prova crua, afiada e contundente.
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Nerdvino 25/01/2018

Excelente
Sempre esperei para ver surgir um livro de fantasia nacional, que fizesse frente aos blockbusters estrangeiros, esse dia chegou através desse livro!
Esse livro faz parte de um projeto conjunto da editora Intrínseca e CCXP, através da figura do Erico Borgo.


Um livro muito bem escrito, dono de uma trama cheia de reviravoltas, personagens incríveis e mulheres na ação e no comando.
Uma construção de mundo criativa e diferente dos clichês, que vemos muitas obras padecerem desse problema no gênero de fantasia.
O ritmo da obra é frenético e o autor conduz muito bem os eventos, tornando difícil a tarefa de largar o livro de lado e parar de ler.
Recomendo que todos leiam, que gosta de fantasia vai se apaixonar, quem não gosta passará a gostar!
Ruas 05/06/2018minha estante
Já esta na minha lista!




zoni 23/01/2018

Atordoado por essa história fantástica
Filhos da Degradação é o primeiro livro da série Ordem Vermelha de Felipe Castilho, e foi lançado pela editora intrínseca na CCXP.

Eu adoro a série “o legado folclórico” do autor, então minhas expectativas para essa história estavam lá em cima. Eu não via a hora de ler a história que me parecia ser incrivelmente espetacular. E não me decepcionei de maneira alguma, é uma ótima fantasia e vai abrir portas para quebrar o preconceito de que fantasias brasileiras, não podem ser tão boas quanto fantasias estrangeiras que enchem as prateleiras das livrarias e vendem aos montes

Vamos conversar um pouco sobre a história, Felipe, mais uma vez nos dá uma história envolvente, com um ritmo rápido e um entendimento fácil, a história é criada através da inveja e da busca do ser humano pelo poder, as coisas parecem não mudar nunca, e em como toda história de busca pelo poder e tirania, temos personagens que buscam ir contra a todo aquele sistema, e aqui não é diferente, mas o que mais chama atenção são as motivações desses personagens, eles não estão ali apenas para encaixarem os vazios da trama e ser o clichê de todo “quebrador de regra do sistema ficcional”, todos esses personagens estão ali por um motivo importante e suas motivações são reais. A mitologia e o mundo criado pelo autor unidos aos personagens cativantes transaformam a narração tão gostosa que não da vontade de parar de ler.

O livro nunca para, nunca nos dá um alívio, está sempre acontecendo algo com os personagens, há sempre alguém bolando um plano, ou uma cena de ação, e por falar nessas cenas, só posso dizer, obrigado, Castilho. A forma como você descreve as lutas nos faz imaginar que estamos ali lutando junto aos personagens. O mundo apresentado na história é cruel, árido e muito palpável, me lembrou bastante o barril, criado por Leigh Bardugo em Six of Crows. Mas Felipe, transforma isso em algo ainda mais cruel já que em sua cidade não existe liberdade, nenhum dos seus personagens são livres, nem mesmo os que ele nos faz acreditar que sejam.

A diversidade está presente em todo o livro, e isso é a coisa que mais me deixou feliz, o autor lembrou de colocar personages negros e LGBTQ, com grandes destaques na trama, as personagens mulheres são sempre fortes, determinadas, corajosas e poderosas, tudo o que nós esperamos de grandes heroínas, ficamos a cada página torcendo para que essas mulheres apareçam em uma cena de ação quebrando o pau.

Até agora só dei elogios, mas como em toda história a coisas que deixam a desejar, o ritmo que Felipe coloca em sua história e que eu já elogiei ali em cima nos faz odiar. O final é rápido demais e me deixou ligeiramente confuso, precisei reler para entender, o epílogo também me deixou confuso, mas super ansioso para ler a continuação, preciso continuar, preciso entender muito da história, esse primeiro volume me deixou ávido por respostas.

É um ótimo livro que com certeza indico de olhos fechados, se você é fã de fantasia provavelmente vai amar o livro tanto quanto eu.
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Vanessinha 17/01/2018

Sensacional!
Tudo na medida certa! Emoção, aventura, raiva. Narrativa excelente, história bem contada, personagens encantadores. Super recomendo!
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Queria Estar Lendo 16/01/2018

Resenha: Filhos da Degradação
Filhos da Degradação é o primeiro volume da série Ordem Vermelha, do autor Felipe Castilho. Lançado pela Editora Intrínseca lá na CCXP. É uma história de fantasia poderosa, cheia de mensagens relevantes e personagens extremamente representativos. Em suma, é perfeito.

Unthreak se curvou à vontade de uma deusa furiosa. Una espalhou terror sobre seu povo, e anos se passaram sob a sombra da sua tirania. Na história, acompanhamos pequenas faíscas rebeldes, personagens que caem de paraquedas no meio de uma possível revolução, traidores e figuras desmascaradas. O mundo como todos ali conhecem pode estar com os dias contados, mas qual o preço de enfrentar uma entidade imortal?

"- Alguns infernos duram mil anos; outros, um dia. Mas nenhum é melhor que outro."

Diversos núcleos margeiam a história principal. Primeiro temos Aelian, o falcoeiro de Untherak, a última fronteira entre a civilização e a degradação, o grande deserto traiçoeiro além dos muros da cidade. Aelian é o típico protagonista "eu estava de boas e de repente tô no meio de uma guerra" - o meu tipo favorito.

Ele é um garoto assustado que se contenta com um pouco de rebeldia em seus dias; escalar prédios e passear por terraços, se embebedar em seus horários de folga. Tá de bom tamanho para ele. Aelian perdeu seus pais anos atrás, durante o Festival da Morte (uma competição na arena da cidade no estilo Coliseu e gladiadores) e aprendeu a se virar sozinho. Quando o acaso coloca uma informação e a chance de fazer dela uma mensagem útil a duas guerreiras prestes a enfrentar a mesma arena, tudo que Aelian tinha trilhado até então se dissolve em incerteza.

"Raazi gostava de ter duas vistas tão diferentes na mesma casa. Aquilo fazia com que ela lembrasse da dualidade das coisas, de como, dentro daquele Unificado embrutecido, era possível encontrar algo que desse significado para sua existência no mundo."

Raazi é uma kaorsh - uma das novas raças apresentadas na história, detentora de agilidade e alguns poderes muito interessantes -, e está determinada a participar do próximo Festival da Morte. Ela e sua companheira, Yanisha, são faíscas para o incêndio de rebeldia que pode renascer caso seu plano funcione.

Elas vivem juntas há muito tempo, pertencem uma a outra. E eu preciso de um momento para falar como eu chorei de felicidade ao ler um relacionamento sáfico tão bem escrito e real e tão maravilhosamente bem trabalhado na história. Elas fizeram essa promessa de guerrear para tentar destronar a poderosa Una.

Todo o mistério e a misticidade que cercam a deusa de muitas faces foram detalhes fascinantes do livro. Una é imortal, indestrutível, um rosto que vigia tudo e todos. Ela também é uma máscara e muitas lendas. É o medo de cada morador de Untherak.

A questão das raças mágicas e da construção do mundo são fascinantes. Tem referências a lendas bastante familiares aqui pra gente, coisas mínimas muito bem pensadas e encaixadas para dar veracidade ao mundo que a obra apresenta. É aquele tipo de universo fantástico que logo no começo já pega seu coração, e dali pra frente você só quer conhecer mais e mais sobre cada pedaço dele.

Conforme a história avança e você conhece mais dos personagens, mais rostos em meio ao cenário opressivo, mais cresce sua curiosidade para entender tudo que envolve o nascimento da deusa e sua tirania. É um arco poderoso, muito além de uma simples revolução. Fala sobre o medo e as histórias e o poder que os dois unidos podem ter sobre todo um povo.

"- O medo nos diz coisas que não ouviríamos em dias de coragem."

Outro personagem que ganha destaque e entrega as melhores cenas é o anão, Harun. Ele é um dos oficiais do governo, chamado Autoridade. Carrega a voz da deusa e seus anseios, mas também tem voz própria. Ele não é um simples soldado. Não vou falar muito para não estragar os melhores momentos dele, mas espere muitas surpresas no arco desse personagem em questão. É meu favorito.

Nomes como Ziggy, Anna e Venoma enriquecem a trama principal. O mistério de Aparição, um justiceiro mascarado que vem causando problemas para os Autoridades, a incerteza quanto ao que é preciso para destronar o regime cruel, tudo é muito bem desenhado na narrativa.

"- Nós somos as fagulhas que darão início à fogueira. Talvez o vento nos sopre para longe, talvez possamos iniciar um incêndio. Como fagulhas, o que fazemos melhor é brilhar. Queimar."

As interações entre esses personagens em específico foram ótimas. Tem humor na medida certa e aquele embate de personalidades distintas. Aelian e sua cautela e sarcasmo contra a racionalidade de Raazi; a brusquidão de Harun contra a serenidade de Ziggy; são mentes distintas que formam o tipo de grupo pelo qual é fácil torcer. É bem aquele clichê de 'juntos somos mais fortes' que dá tão certo em tramas do tipo.

A leitura é rápida, com diálogos ricos e cenas de ação de encher os olhos. É quase como assistir um filme ou série bem produzido. Tem tudo de mais agradável nos momentos mais precisos. É um bate e volta durante as lutas, perseguições cheias de adrenalina.

Não dá pra começar a ler e parar, você precisa chegar no final. Os plot twists conseguiram me deixar bem chocada. Estala na sua cara em cenas específicas e tudo o que dá pra fazer é ressoar um O QUÊ?

O trabalho da Editora Intrínseca foi primoroso. É de uma beleza completa, desde as artes até a diagramação impecável e a história poderosa que é contada. O livro foi construído entre várias pessoas e todas as responsáveis por ele - desde o Felipe até os co-criadores Rodrigo Bastos Didier e Victor Hugo Sousa -, estão de parabéns.

"Mesmo quando se vive preso, nem todos os sonhos são de liberdade."

Filhos da Degradação entrega tudo o que os leitores de fantasia procuram. O mundo é fascinante, as dinâmicas são ótimas e os personagens muito bem desenvolvidos. É completo do início ao fim. E você vai terminar pedindo por mais.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2018/01/resenha-filhos-da-degradacao.html
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