Taisa 10/12/20172,5Se você tem uma idade próxima dos 30 anos e teve sua infância influenciada pela Xuxa deve se lembrar de uma brincadeira que ela fazia no programa dela. Era o seguinte: a pessoa tinha que ir inventando uma história de acordo com objetos que ela ia tirando do baú, cada coisa maluca que saía ia sendo acrescentada a trama, deixando as histórias mais insanas e divertidas.
Esse livro foi tipo isso.....kkkkkkkkkk.... a diferença é que não foi muito divertido.
Parece que alguém foi tirando do baú para Collen: “família”, “mistério”, “troféu”,“cachorro”, “Igreja”, “Porão”,"Jesus", “Irmã gêmea”, “madrasta”,"curiosidades", “boy do além”, “Segredos”,” Bāssel al-Assad”, “torradeira”,”ilustrações bizarras", (não necessariamente nessa ordem nem exatamente essas palavras) e ela foi indo, foi fazendo, foi acumulando informações, acumulando, acumulando e só depois começou a pensar como fechar aquilo tudo. Parece que estava trancafiada em um mundo onde só tivesse que ir com essa história para frente e não desse para voltar e dar uma editada no que já tinha escrito. Foi muito estranho.
Não me senti cativada por nenhum personagem, a história não desenvolve, achei os links fracos e as respostas aos segredos mais ainda, e por fim o casal não teve muita química.
Dai você me diz que este não é um livro de romance. Ok. Vamos ao drama então.
Há muito drama: é dela, do pai, da mãe, da madrasta, da irmã, do vizinho, do cachorro, do piolho do papagaio. Não posso me aprofundar demais mas só queria dizer que foi frustrante.
Ela propõe o debate de dois assuntos bacanas, uma é a perspectiva e a outra é “lição” do livro que logicamente também vou me abster por conta dos spoilers. Foram temas bem legais e importantes a serem debatidos, mas o modo como ela retratou foi tão superficial e esquisitão. As diferentes perspectivas mesmo.....misericórdia.....foi osso.....só ficava pensando......CoHo querida que viaaaagem na batata....
Fica muito evidente como seu trabalho de assiste social influencia na suas obras, sempre temos referências vivas de famílias desestruturadas, sua narrativa também prória, descrevendo algumas cenas de forma perfeita, ela consegue congelar certos momentos e esmigalhar em diversas faces.
O meu problema mesmo foi com o conteúdo em si. Muito surreal, não consegui dar as 3 estrelas porque não consegui achar um livro bom e sim regular. Ela fecha as pontas mas para mim não colou, não houve envolvimento da minha parte, ela não conseguiu me tocar e me senti apática em grande parte dos problemas apresentados.
Me lembro que quando eu li 1Q85, Murakami cita um autor Russo (que foge o nome agora) e diz que: em todo livro, um adereço não deve ser posto em cena se não fizer falta, se aparecer uma arma ela terá de ser disparada (não que o próprio Murakami só descreva objetos uteis a trama principal.....kkkkkkk), mas enfim. Isso foi uma coisa que grudou nos meus dois neurônios e comecei a notar o quanto somos bombardeados de informações despropositadas. (Diferente de despistar e manipular.)
Aqui para mim ela não tentou nenhuma coisa nem outra. Foi criando problemas para depois jogar a solução e sair correndo....hahhahahahhahahhaha.
Bom é isso, talvez a estranha seja eu, eu sou estranha mesmo.....kkkkkkkkkk. Como foi citado por uma colega na minha avaliação, este livro ganhou o prêmio de Romance do Ano de 2017 no GoodReads e mesmo não indicando sempre sou do time de que cada um leia e tire suas conclusões.
Apesar do meu 'troféu abacaxi" sou fã da CoHo e mesmo decepcionada com este livro vou continuar lendo o que ela escreve.
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