spoiler visualizarnsie 17/03/2024
Seria ótimo se houvesse alguém que pudesse segurá-lo.
Estou em dúvida sobre considerar esse ou o anterior o meu volume preferido de MDZS. Apesar dos extras terem me feito pender um pouquinho para o livro três.
Todo o conjunto que compõe essa história me comove e me encanta grandemente. Eu amo o que rodeia Wei Wuxian e a forma como suas vidas trágicas e graciosas foram apresentadas.
Com uma escrita aconchegante e descontraída, mxtx embala o leitor em um universo repleto de injustiças. Nos apresenta personificações reais da falha, egoísmo, medo e carência, presente em qualquer ser humano. Nos entrega "vilões" com passados que nos fazem questionar suas atitudes, ponderar seus erros e acertos, pesando-os em uma balança invisível de consciência.
Discordo da opinião da grande maioria sobre como o volume recolheu todas as pontas soltas, fechando o arco com perfeição. Apesar de admitir e admirar o desfecho quase inimaginável. Ainda carrego dúvidas, seja sobre como Wei Wuxian sobreviveu à queda ao Monte Sepultura, ou à relação da espada de energia ressentida com o amuleto, se é que há alguma. Um questionamento talvez derivado de adaptações que decidiram brincar com esses momentos.
Não consigo evitar me sentir triste e chocada que de fato, Wei Wuxian apenas perdeu o controle. Os acontecimentos desastrosos que o perseguiram foram causados por pequenas interferências, pessoas ruins, suas atitudes e acima de tudo, realmente, pelo seu próprio cultivo. Me senti iludida ao esperar Jin Guangyao assumir o envolvimento nas mais importantes mortes ligadas a Wuxian, mas sua parcela de culpa foi em apenas empurrar Jin Zixuan para o local errado, não houveram notas de uma segunda flauta. Wei Wuxian apenas perdeu o controle.
Não poderia deixar de mencionar, também, como mxtx teria uma narrativa perfeita, do início ao fim, se não fosse (na minha opinião) a terrível abordagem constante nas cenas de sexo. Insistindo em trazer a sensação de não total consentimento. Aproveitando a personalidade descontraída e inconsequente de Wei Ying para brincar com a palavra "estupro". Usando os sonhos como desculpa para desfrutar de fetiches que poderiam satisfazer os leitores, mas me deixaram desconfortável - talvez eu seja um tanto moralista?
Por fim, fecho esse livro com apreço e pesar. Apegada demais para me despedir, ansiosa demais por algumas cenas extras.
"Quanto mais ele traçava, mais difícil era deixá-lo ir."
A+