A Elite do Atraso

A Elite do Atraso Jessé Souza




Resenhas -


158 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


xaxaneto 15/03/2023

Uma nova perspectiva
O autor vai falar principalmente da formação da sociedade brasileira e suas divisões desde o período escravista. Sempre trazendo para a discussão a visão de outros autores brasileiros.

A leitura me fez adquirir uma nova forma de observar nossa sociedade e, principalmente, o quão aprofundado foi o impacto a escravidão nas nossas vidas.

Não sou muito próximo da sociologia, então acredito que isso dificultou leitura em alguns momentos.
comentários(0)comente



Beto 14/03/2023

Abra os olhos
Excelente livro. Construído a partir de análises originais e bem fundamentadas. Se você está acostumado e aceita a explicação da sociedade brasileira a partir dos conceitos de patrimonialismo, do homem cordial, do jeitinho brasileiro, do você sabe com quem está falando, etc... será ótimo ler esse livro. Você terá oportunidade de rever, aprofundar e aprimorar sua visão sobre nossa sociedade.
comentários(0)comente



Márcia 12/03/2023

Quer entender um pouco a sociedade brasileira? Eis uma obra.
Pensa num livro difícil! Esse. Eu queria ler alguma coisa sobre a sociedade brasileira. Trata-se de uma temática angustiante e eu sabia a podridão que iria encontrar. Mas vamos lá, né, naquela tentativa de explicar o que é inexplicável. Deu nojo e asco em vários momentos, ao ver desvendadas as heranças que foram tornadas invisíveis e nunca conscientizadas para manter intocada a classe reduzida ao corpo de que a elite do atraso precisa para trabalhar pra ela. Bom, estou lendo/estudando sobre as duas guerras mundiais, sobre a Alemanha, sobre a Rússia, sobre a Inglaterra, e adiando a leitura dessa nação de rapina chamada Brasil.
Peguei justamente Jessé Souza, sem saber que era um sociólogo, pesquisador, além de ter formação em Direito, Psicanálise (vou colocar etc), em universidades alemãs. Não é leitura pra qualquer um, precisa de alto grau de letramento, senão não entende NADA. Precisei de dicionário várias vezes, para entender conceitos como patrimonialismo, oligopólio, gerontocracia, plutocracia, espada de Dâmocles, etc.
Bom, com a leitura fiz uma incursão por obras e pensamento de sociólogos que formaram a visão de povo brasileiro, como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Raymundo Faoro, Florestan Fernandes, Max Weber. Este último, revelado pelo Jessé como ?o autor que estudei mais tempo e mais apaixonadamente que qualquer outro?. Na hora, anotei ao lado: ?eu, com Bakhtin?.
Teses:
? A construção de uma elite toda-poderosa que habitaria o Estado só existe, na realidade, para que não vejamos a elite real, que está fora do Estado.
? A nossa ?ralé? atual, de todas as cores de pele, é formada pelo inadaptado à competição social que herdou todo o ódio e desprezo que se devotava antes ao negro.
? Ttraçando um paralelo com nosso passado escravista, a classe média é o capataz da elite do dinheiro, cuja tarefa é subjugar o restante da sociedade como um todo.
E por aí segue... Ufa!
comentários(0)comente



Samila.Braga 06/03/2023

Importantíssimo pro entendimento da conjuntura atual
O Jessé é extremamente debochado e isso deixa a obra mais leve. Porque soma as suas análises. Não é um livro simples, é denso. Digo isso, porque não é tão palatável quanto outros best sellers. Traz conceitos nos quais muitas vezes a gente pode se perder se não tiver as referências necessárias. Traz também questionamentos bem pertinentes sobre as ideias de identidade nacional e toda a contextualização histórica. Obra necessária para compreender os caminhos que trouxeram o Brasil ao caos que foi o desgoverno Bolsonaro.
comentários(0)comente



Eleonardo 19/02/2023

Quem é a elite do atraso?
Talvez uma das perguntas mais difíceis de responder. Essa elite é invisível e precisa ser invisível pra continuar a saquear o Brasil.

A parte interessante do livro é justamente todo o processo histórico desde o tempo do Brasil colônia e sua formação e manipulação da população nos tempos atuais.

Vale bastante a leitura.
comentários(0)comente



Iago.Messias 13/02/2023

A herança escravocrata brasileira
O livro nos fornece uma análise consistente sobre os esforços de uma classe dominante rentista em manter seu privilégio mesquinho, através da destruição continuada de qualquer perspectiva de soberania nacional, ou mesmo de qualquer atenuação da desigualdade acachapante que acomete todo o território nacional.
O processo pelo qual essa dominação de classe se torna possível se dá através de 'espantalhos' criados por intelectuais, alçados ao posto de cânone do pensamento brasileiro, e propagados à exaustão pela mídia hegemônica e mesmo no meio intelectual. Uma vez estabelecidos esses pressupostos, que pela repetição se tornam presumidos como verdadeiros, tem-se uma arma para usar sempre que for necessário pela mídia, capaz de arregimentar como massa de manobra grande porção da classe média e voltá-la contra as classes populares e contra qualquer medida, mesmo que minimamente, destinada à mitigar sua situação de penúria.
Os principais desses pressupostos que encontram-se enraizados até no senso comum são a noção de patrimonialismo, basicamente de que a única corrupção - e motivo do subdesenvolvimento brasileiro - vêm do Estado, o que torna invisível os processos maiores e exteriores à essa instância pelos quais a verdadeira corrupção toma forma. Outra noção que pavimenta esta forma de pensamento é a do populismo, utilizado para demonizar qualquer tentativa de mitigação das profundas desigualdades brasileiras.
Em vários sentidos a organização social brasileira mantém uma estrutura similar à do período escravocrata, que se mostra patente pelo desprezo generalizado que a sociedade como um todo expressa para com as classes mais baixas.
Apesar da excelente análise da conjuntura brasileira, percebo dois problemas pontuais na argumentação do livro. O primeiro deles é o fato de o autor não considerar a posição do Brasil em meio à divisão internacional do trabalho e, consequentemente, a pressão/intervenção internacional continuada dos países do norte global e seus interesses em nossa política e econômia como fator relevante. O que até certo ponto é compreensível dado o enfoque da análise principal, porém essa interação traz consequências palpáveis para a dinâmica interna da forma interna em que o poder é reproduzido. O segundo é a tendência à supervalorização do aspecto psicológico em detrimento dos aspectos econômicos e das estratégias de poder na constituição das classes e de sua propagação, relegando ao segundo plano as estruturas de dominação materiais.
comentários(0)comente



Jorisdana 26/01/2023

?????+??
Eu estou tão sem palavras que nem consigo Fazer uma uma resenha. Mas tenho algo a dizer: LEIA ESSE LIVRO. Estou encantada! Que utilidade pública é esse livro.
Gii.assis 27/01/2023minha estante
kakakakakkaka ficou deslumbrada a menina




Luiz.Bouzan 21/01/2023

Compreendendo as mazelas...
A "Elite do Atraso" de Jesse Souza nos ajuda a compreender melhor o Brasil comtemporâneo através de críticas feitas a teorias que são consideradas base da sociologia brasileira.

Apesar de, ao meu ver, o livro não "inventar a roda" (não trazer nenhuma ideia essencialmente nova), o autor faz ligações e associações que não são tão óbvias assim, tornando o entendimento sobre os problemas do país muito mais claro.

Minhas maiores críticas a essa obra são o uso de termos e expressões um tanto quanto rebuscadas, que dificultam a compreensão em alguns parágrafos, e o fato do livro soar um pouco repetitivo de vez em quando. A questão da repetição eu imagino que seja para fixar suas ideias na mente do leitor, mas o uso de termos mais complexos me incomoda mais pois, para mim, um livro feito para criticar a elite tem como público alvo as classes mais baixas (e uma classe média mais crítica) e, ao utilizar essas expressões de difícil compreensão, pode fazer com que alguns grupos tenham certa dificuldade para entender (eu tive em certas partes).

Dito isso, creio que "A Elite do Atraso" é um ótimo livro para interessados em sociologia ou para quem gostaria de compreender melhor como se dão as relações de poder em nosso país.
comentários(0)comente



Biadebianca 18/01/2023

A ilusão da classe média
Excelente livro para entender as diferentes classes que existem no Brasil; mais precisamente, as subdivisões da classe média. Contextualizando desde o período escravocrata até o bater de panelas da atualidade, o autor traz uma perspectiva histórica, social, econômica e política da corrupção no Brasil. Recomendo a leitura para quem deseja refinar, num panorama embasado, a visão crítica sobre a situação política brasileira e suscitar discussões.
comentários(0)comente



Vitória Marcone 16/01/2023

Ótima análise de nossa realidade.
Com o resgate histórico desde o início da formação de nosso país até a contemporaneidade, traz conceitos e reflexões extremamente importantes e com linguagem acessível. Gostei muito da leitura.
Everton Vidal 04/06/2023minha estante
Quero ler também!


Vitória Marcone 04/06/2023minha estante
Vale muito a leitura, vc vai gostar




Ing 10/01/2023

Escolhi dar 4 estrelas para este livro porque ele traz uma tese excelente, com uma análise majoritariamente muito bem feita e contundente, ao mesmo tempo em que peca em alguns momentos com explicações superficiais de alguns pontos que, a meu ver, precisavam ser um pouco mais claros para um leitor mais leigo.

A tese de que a escravidão é o cerne da sociedade brasileira é fundamental e concordo com o autor que falar mais disso é uma necessidade urgente. A continuidade que ele traça entre o poder humilhante e sádico exercido pelos senhores de escravizados e pelas elites e classe média modernas em relação aos pobres (que em grande parte são pessoas negras, ou seja, mais uma cruel continuidade) é a discussão mais importante do livro, demonstrando as particularidades próprias da nossa desigualdade.

No entanto, o autor é um tanto arrogante em sua afirmação de que é o primeiro a sugerir isso. Talvez em sua sociologia específica, mas não na historiografia, certamente, em que o paradigma de Sérgio Buarque de Hollanda tão criticado por Jessé Souza é amplamente analisado de um ponto de vista crítico e visto como reducionista. Anos antes do livro de Jessé ser lançado, tivemos essas discussões em sala de aula, quando estava na graduação. Ainda assim, acho válido ele apontar como o discurso do patrimonialismo está presente em todos os espectros políticos brasileiros.

Outro ponto bastante interessante do livro é a desconstrução das ideias de patrimonialismo e populismo. São dois debates a meu ver fundamentais, e a forma como Jessé a faz é muito clara e interessante. No caso do patrimonialismo, o reducionismo de dizer que a corrupção existe somente entre os políticos, ignorando de onde vem essa corrupção – do controle das elites financeiras e ruralistas que manipulam o poder público, a legislação e a mídia para a manutenção dos privilégios, do lucro e da dívida pública – é uma leitura que de fato Jessé traz de forma única e escancarada, ao menos entre autores que conseguiram a ampla recepção que ele atingiu. A meu ver, se não tivermos essa discussão, não é possível realizar mudanças estruturais e entender, também, os funcionamentos da real politik brasileira.

Já a crítica da ideia de populismo como um elitismo acadêmico é também muito interessante. Trazer qualquer liderança política que traz demandas populares para essa visão pejorativa de populismo, que equipara pessoas tão diferentes (tanto em ideias quanto moralmente) como Lula e Bolsonaro, é uma desculpa e uma leitura superficial dos movimentos populares reduzindo sua autonomia a mera manipulação política, gerando assim argumentos para a manutenção do poder das elites previamente mencionadas.

O que me incomodou em alguns momentos foi a superficialidade de algumas explicações – como das três frações da classe média, em um capítulo curto que poderia muito bem explicar com mais detalhes ao público não-especializado o que é protofascismo e por que existe uma fração protofascista da classe média (já que ele já se deu ao trabalho de uma longa explicação de várias páginas dos conceitos de Max Weber). Outro assunto tratado com superficialidade são as jornadas de 2013, que aparecem como vilãs, sendo que quem pesquisa o fenômeno seriamente identifica complexidades e participações muito mais amplas do que a culpa pelos desencadeamentos nefastos seguintes. Também me incomoda como ele se repete várias vezes usando as mesmas palavras – como a comparação tosca com o tráfico de drogas, que a meu ver também é superficial. Também me incomoda como o autor se coloca em uma posição de original e pioneira para todo conteúdo do livro. Ainda que sua autenticidade em relação a certas posições ácidas seja um ponto positivo para a transparência de seu posicionamento, essa soberba em pouco contribui.

De qualquer modo, esta é uma obra que acredito que vale muito a pena ser lida, pois para o leitor atento é fácil de aproveitar a boa análise que Jessé Souza realiza sem se deixar afetar acriticamente pelos pontos que considerei negativos. Seus apontamentos são muito importantes para a análise de nossa sociedade e é um excelente aliado a outras leituras sobre nosso país.
comentários(0)comente



Amanda Guelso 31/12/2022

Leitura essencial para compreender o Brasil contemporâneo
Os mecanismos orações da dominação financeira, sejam os de mercado, como os juros escorchantes embutidos em tudo que compramos, sejam as formas estatais de apropriação do orçamento público como dívida pública fraudulenta e nunca auditada, precisam ser conhecidos e debates amplamente. Essa grande corrupção legalizada precisa ser tornada conhecida. Se isso não acontecer, o velho espantalho da corrupção política irá inevitavelmente ocupar o seu lugar. O erro da esquerda, que condicionou sua derrota eleitoral, foi precisamente este.
comentários(0)comente



mpettrus 27/12/2022

O Atual Capataz da Elite é a Classe Média
??A Elite do Atraso? foi outra obra de não-ficção que fez parte das minhas releituras em 2022, assim como ?Os Jacobinos Negros?, também já resenhado aqui. Essa obra foi pensada, elaborada e escrita pelas mãos de Jessé Souza, respeitado sociólogo e pesquisador, graduado em Direito e mestre em Sociologia pela UnB, e também doutor em Sociologia pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha, com pós-doutorado em Psicanálise e Filosofia na The New School for Social Research, em Nova York.

Souza é um pensador polêmico e corajoso, se situando do lado esquerdo do espectro político, trazendo nessa obra explicações autênticas e muito diferentes do que a ?grande mídia? costuma noticiar para a população, principalmente, nesse momento turbulento por qual ainda estamos passando, pós eleições do 2º turno para Presidente da República, e ao que tudo indica estar muito longe de acabar.

? O ponto mais interessante para mim abordado pelo autor nesse livro é o seu interesse em mostrar como o pensamento sociológico culturalista racista de Gilberto Freyre e a sociologia do brasileiro ?vira-lata?, cujo ícone é a categoria do ?homem cordial? de Sérgio Buarque de Holanda, uniu-se ao patrimonialismo de Raymundo Faoro e contaminou toda a esfera pública.

A partir dessas percepções, e em resposta aos grandes problemas nacionais de hoje, Souza formula uma releitura crítica e de caráter estrutural sobre certos elementos considerados formadores do Brasil em seus múltiplos aspectos, social, econômico, político ou culturalmente. O ponto de partida é a escravidão. Para o autor a escravidão no Brasil nunca foi efetivamente compreendida nem criticada. Usando como base de pesquisa a obra ?Raízes do Brasil? de Sérgio Buarque de Holanda, o autor demonstra porque o conceito de ?patrimonialismo? é apontado como uma ideia para legitimar interesses econômicos de uma elite que, além de dominar o mercado, é a real fonte do poder e da corrupção no país, provocando assim entre as classes, extrema desigualdade social.

? De maneira muito didática e elucidativa, o autor desconstrói todo o conceito de ?patrimonialismo? forjado por esses sociólogos brasileiros do século XX, demonstrando como esse conceito forjado se encaixou na visão de ?vira-lata? atribuindo toda a corrupção ao Estado porque foi a nossa maldita herança portuguesa, ignorando completamente a particularidade da gênese da sociedade brasileira: a escravidão, que não existia em Portugal.

E a partir desse entendimento, a sociedade hoje compreende que o mercado tornou-se a casa de toda a ilibação. Para o autor, esse conceito forjado nos anos 30 do século XX foi prejudicial para compreendermos as dinâmicas sócio-político atuais que colocou como fator principal da corrupção brasileira: o Estado. Quando na verdade, o mercado, esse tão exaltado pela elite e, pasmem, pela Classe Média, manipuladíssima pela Burguesia, também está no cerne da corrupção brasileira.

Para o autor, é preciso transcender e extirpar essa lógica de pensamentos, é preciso reconhecer que o espólio intelectual brasileiro é fortemente marcado pelo racismo, que reduz nós brasileiros a párias e continuadores de uma trajetória da qual não conseguiremos nos livrar tão cedo. O nosso principal problema hoje predica na escravidão e nas suas formas atuais, que se revelam, entre outros, pelo ódio que a classe média tem em relação ao pobre.

Também pude notar o quanto a leitura dessa obra me trouxe constantemente uma reflexão crítica sobre os fatores que possibilitaram a realização do golpe de 2016. Publicada em 2017, logo após a concretização do golpe contra a democracia, Souza busca explicar os fatores que contribuíram para que o golpe perpetrado contra uma presidente democraticamente eleita se tornasse possível após anos de crescimento econômico e inclusão social.

A construção de uma narrativa de luta contra a corrupção de um partido político, no caso, o PT, capitaneada pela mídia, a criação de um pacto classista que contou com o apoio de amplos setores da sociedade brasileira e, a ação seletiva e persecutória dos procuradores Da ?Operação Lava-Jato? buscando refrear a ascensão social da ralé, foram motivos cruciais para que se concretizasse na história política do nosso país o golpe contra a Presidente da República Dilma Vana Rousseff.

? De maneira geral, após duas releituras dessa obra no decorrer do ano, e na minha visão, enquanto ser intelectual, considero um excelente livro de estudos para compreendermos politicamente nossa sociedade. Livros de não-ficção sempre me parecem muitos perigosos se o leitor não tem um conhecimento prévio do assunto do qual irá ter contato, sobretudo, se for pela primeira vez.


?Desse modo, Souza ataca posturas sociológicas baseadas no senso comum, na construção de ?mitos fundadores?, no pensamento de que maximizar relações pessoais em detrimento da impessoalidade para aferir vantagens é uma exclusividade do Brasil, bem como as análises que restringem pensamentos críticos unicamente a partir da renda ou da posição do trabalhador dentro do sistema produtivo.

Para o bem ou para o mal, é preciso, conselho meu, que se busque ter noções primárias de alguns tópicos do que irá ler, para não ficar muito à mercê da visão totalizante do autor. A narrativa do autor tem uma linguagem acessível, trabalhando no decorrer do livro uma tese não tão simples, porque é criteriosa e abrangente a respeito da construção do conceito patrimonialista e suas raízes nefastas na nossa sociedade racista.

? Encontrei sim muitos pontos dos quais discordo, porém, compreendo o posicionamento do autor, afinal, ele é um grande pensador de esquerda. Entendo que ele tenha tentado ser maximamente objetivo no debate de suas ideias, mas me pareceu uma obra propagandista do ?lulopetismo?, haja vista, que o autor deliberadamente omitiu quaisquer equívocos do ?Partido dos Trabalhadores?, bem como, seu tratamento as obras de Sérgio Buarque de Holanda e Raymundo Faoro.

Na faculdade de Direito, li obras desses sociólogos, considero sim que se tornaram obras um tanto ?datadas?, considero que eles cometeram equívocos, mas isso são inevitáveis de acontecer nas áreas de Ciências Sociais e Humanas, porque a Ciência não é exata. Incomodou-me o fato de que o autor demonizou esses sociólogos, sem tentar tratar minimamente de suas próprias contradições. Ora, pois, vejamos, eles foram homens de seu tempo e também à frente de seu tempo. Eles também foram fundadores do PT. Lula conviveu com esses intelectuais.

Outro ponto que muito me incomodou, aqui realmente não tive como deixar de notar, foi o quanto o autor poupa descaradamente o sociólogo alemão Jürgen Habermas, que é essencialmente identificado com o pensamento liberal, ou seja, o autor critica o pensamento da lógica do ?vira-lata?, mas acaba reproduzindo esse comportamento ao desqualificar nossos pensadores brasileiros que, mal ou bem, foram importantes para nós e, idealiza pensadores alemães.

Ainda com tantos pontos em discordância, e não vejo problema nisso, muito pelo contrário, considero enriquecedor para o meu próprio estudo, essa obra é muito importante para o debate atual. Entender que a Casse Média é o atual capataz da Elite, organizando, controlando, pregando valores e visões de vida com seu exacerbado moralismo nada crítico, mesmo quando se creem modernas e cosmopolitas, a sua marca distintiva é sim o atraso, o apego ao passado e ao ultrapassado.

E diante dessas condições, precisamos pensar e executar uma transformação radical sobre a realidade brasileira, como Souza muito bem colocou, se quisermos modificar as permanências da escravidão que deixaram marcas profundas na nossa sociedade e suas mazelas que ainda se fazem presentes na atualidade.

? Souza nos oferece robusta argumentação científica para a sociologia brasileira para repensar e reinterpretar o Brasil de hoje, permitindo uma análise de um novo paradigma para enxergar problemas e soluções para, sobretudo, enfrentarmos a questão da desigualdade social que datam da escravidão e ainda marcam a nossa sociedade, o que permite que a Elite do atraso, termo cunhado pelo autor de maneira brilhante para designar as classes dirigentes brasileiras ou suas frações dominantes, coloque em xeque o princípio da igualdade social como valor fundamental da democracia, para legitimar sua exploração contra a classe popular e com apoio da Classe Média, tão perto da ralé e tão distante da elite, com o objetivo de perpetuar a manutenção do seu poder e de seus privilégios.
Nilsonln 28/12/2022minha estante
Excelente e bem embasada sua resenha. Não lerei o livro por não se tratar de tema de meu interesse, mas achei interessante tua resenha e agradeço por compartilhar. Aproveito para te desejar um maravilhoso 2023 recheado de muitas coisas boas, sucesso e leituras maravilhosas!


Sandra.Rodrigues 28/12/2022minha estante
?????????? parabéns, muito interessante sua abordagem, continue nos presenteando com suas resenhas....Feliz 2023 !!!


mpettrus 28/12/2022minha estante
Obrigado pelo feedback, Nilson Luis.

Aproveito também para lhe desejar um excelente Ano de 2023 de muita saúde, realizações e, sobretudo, de leituras maravilhosas e incríveis para você compartilhar conosco aqui ?????

Feliz 2023!!!


mpettrus 28/12/2022minha estante
Oi, Sandra Rodrigues!!! Muito obrigado pelo feedback ??????

Também aproveito pra lhe desejar desde já um excelente Ano de 2023.

Muita saúde, prosperidade e leituras incríveis para você compartilhar aqui conosco!!!

????


Sandra.Rodrigues 31/12/2022minha estante
?????????




Hinderson 27/12/2022

Abandonei
Achei pedante propor-se como questionador dos grandes pilares da compreensão da sociedade brasileira.
Utiliza uma linguagem que se pretende a rebuscada, que pouco fala mas muito ressoa, com argumentação banal.
Acho os argumentos fracos, parece coisa que todo tiozão fica repetindo em buteco.
Cansativo. Abandonei
comentários(0)comente



Grasiene 26/12/2022

Esclarecedor
Livro traz a tona as diferenças classes sociais,as de uma maneira diferente do que a gente conhece, explicando o porquê dessas diferenças, mostrando desde a época da colonização o real interesse na divisão econômica e social.
comentários(0)comente



158 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR