Jude, o Obscuro

Jude, o Obscuro Thomas Hardy




Resenhas - Jude, o obscuro


116 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8


Fabi 03/11/2023

Fantástico
Entrou para a lista dos melhores livros que já li e também para a lista dos mais pesados e tristes. O título não engana, é obscuro. Triste por todas as oportunidades e potencialidades que são perdidas nessa história. Triste pelo desencanto em todos os sonhos e ambições de Judas. Acompanhar toda a sua vida e perceber que o título se encaixa perfeitamente, dói. E dói na alma. Um órfão pobre criado pela tia sem nenhum tipo de afeto e incentivo tem a ambição de estudar, se formar, ser respeitado profissionalmente e trabalhar com dignidade. Até um determinado momento, ele direciona sua vida para essas conquistas, mas sua condição social e pessoas que cruzam o seu caminho o desvirtuam do seu objetivo. Uma série de decisões tomadas ora para satisfazer a sociedade e ora para tentar tomar as rédeas da vida novamente (mesmo que contrariando essa sociedade) mudam o seu destino. O livro é tão bem escrito que nós sentimos durante a leitura uma gama de sentimentos, principalmente, no meu caso, angústia. A Sue, prima e companheira de Judas, eu só fui entender e ter alguma empatia nas páginas finais. Achei genial a figura do Professor Phillotson ter diversos significados na vida de Judas. Arabela despertou um ódio e uma incredulidade por suas atitudes durante todo o livro. A frase "amável" dita no final sobre Judas pela viúva Edlin me fez desabar. Chorei mais do que na parte do "Pequeno Pai do Tempo". E eu adorei sentir tudo isso. Gosto de leitura que desestabiliza mesmo, que faz sentir e refletir. Fico imaginando a sociedade da época quando esse livro foi lançado cheio de críticas à educação elitista, religião, convenções sociais, instituição do casamento, classes sociais ... Apesar de estar doendo até agora (e sei que vai doer por muito tempo), amei a experiência. Até hoje eu tive vontade de colocar um personagem no colo ou num potinho de vidro: o Charlie de Flores para Algernon. Agora são dois. Embora Judas não tenha a inocência de Charlie e também seja responsável por suas escolhas, ele merecia um colo. Se eu escrever mais darei spoilers e não gosto disso.
"Quem éramos nós para pensarmos que podíamos agir como pioneiros!".
comentários(0)comente



Pateta 01/11/2016

SOLIDÃO A DOIS
Sócrates teria dito: "casando ou não casando, você sempre se arrependerá". Verdade ou mentira, poucos romances foram tão fundo na questão quanto este. É um casa-separa-casa-separa e ninguém parece ficar feliz, dentro ou fora do matrimônio. Ironias à parte, o livro nos mostra como a Revolução Industrial na Inglaterra do século XIX, aliada a novas descobertas científicas, colocaram em crise valores religiosos e existenciais até então inquestionáveis.
comentários(0)comente



Tatiana 22/03/2023

Opéra
Terminei Judas e posso falar que é um livro profundo com personagens bem intrigantes. Uma verdadeira opéra e das mais tragicas!Ainda vou digerir ele por uns dias.
comentários(0)comente



Nanda Alves 11/01/2024

O amor leva a destruição
Estou em êxtase com a conclusão do enredo. Uau!
Judas é um dos personagens principais, sua vida sempre foi horrenda, cheia de *********. Seu sonho era se tornar doutor, viver o mundo da universidade, fez tudo oque estava ao seu alcance para realizar tal objetivo, passou noites em claras estudando, aprendendo um novo idioma, doou um longo período da sua vida aos estudos. Mas infelizmente a faculdade era restrita a uma certa classe social do qual não fazia parte e nunca pode fazer. Como não pode realizar o seu sonho passou a viver uma vida comum, apaixonou se perdidamente por sua prima Sue, ao qual a amou com blasfêmia. Tudo oque queria era viver!
Seu fim foi trágico, não obteve êxito nos estudos, não obteve sucesso no amor. Não obteve sucesso em nenhuma área da vida.
Suas últimas palavras nesse plano foram amaldiçoando o dia em que nasceu.
comentários(0)comente



Odair 17/02/2021

Jude
Interessante como os padrões impostos por uma sociedade pode afetar de forma tão incisiva a vida das pessoas em determinados momentos. O livro também nos mostra como algumas pessoas são tão egoístas, frias e manipuladoras para alcançar seus objetivos.
comentários(0)comente



Rodiney 01/06/2020

Tão obscuro, demasiadamente, obscuro.
Toda pessoa que adquiriu conhecimento por seu próprio sacrifício se identificará com Judas, pois todo seu conhecimento vem da leitura livre dos clássicos e não das salas de aula de Universidades. Isso não quer dizer que Judas não desejava ingressar em uma Universidade, ao contrário, esse era o seu maior desejo. No entanto, a classe social de Judas não produzia intelectuais, mas artífices. E essa sina o martirizará por toda sua breve vida.

Desculpem-me os admiradores da obra-prima de Hardy, mas Judas não ama Suzanna. Judas não amou sua tia-avó, nem Arabella, nem o professor Phillotson, nem os seus filhos, nem ninguém. A obscuridade de Judas é justamente o seu desamor. Quero dizer: sua incapacidade de amar. Judas só tem um único desejo: Christminster. Não, não é propriamente Christminster, mas suas escolas e universidades. Judas deseja ardentemente fazer parte daquela classe divinamente separada dos intelectuais. Mas o tempo ainda não estava preparado para pessoas como Judas e pairava sobre ele uma nuvem densa e escura, obscura mesma. Daí, Judas se revolta contra a cidade, os professores, as escolas, e pensa amar perdidamente Suzanna. Porque Suzanna zomba de toda essa sociedade, de como a sociedade está organizada. Ela zomba de todas as convenções e tem um desejo imenso por ser o que ela deseja ser, casar com quem ela deseja casar, na verdade, ela nem mesmo deseja casar, pois o amor é como a liberdade e não pode estar sujeito a convenções. E Judas por revolta e não por amor se afasta de suas crenças e se aproxima cada vez mais das ideias de sua prima-amante. Judas abandona todos seus ideais e interioriza as falas e ideias da mulher. (É importante destacar na obra de Hardy o papel protagonista das mulheres, papel este que começa a revelar sua libertação e até mesmo influência sobre o destino dos homens). Contudo, nosso herói obscuro experimentará mais uma desilusão, a saber: a capitulação de Suzanna. Depois da tragédia que caiu sobre seus filhos, Suzanna é dominada pela desesperança e toda sua força se torna fraqueza e capitula diante das convenções que tanto zombou no passado. Suzanna passa a se entender pecadora e amaldiçoada, coisa que assombra nosso obscuro Judas. Agora não é mais a mulher que influencia o homem, mas a obscuridade do homem domina a mulher. E ironicamente, essa tragédia que leva Suzanna à capitulação acontece justamente quando Judas tenta novamente recuperar seus ideais em Christminster, seu verdadeiro amor. E como se o próprio zeitgeist que está inserido se levantasse contra sua ousadia de se libertar de sua condição social, proporciona-lhe uma mazela insuportável. "Não, Judas, você não é um dos nossos, você pertence à obscuridade da História!".

Por fim, não lhe sobra mais nada. O que sucede depois é simplesmente nada, um vazio, o sem-história. Judas retorna à embusteira Arabella e pela segunda vez é enganado e preso perpetuamente no engano. Suzanna se anula e se perde nas convenções sociais. E a vida segue, indiferente, esperando as mudanças naturais do tempo. E ninguém, ninguém mais se lembra de Judas.
Bruna 02/06/2020minha estante
Talvez se analisarmos ainda mais afundo, Jude somente ama Christminster, a cidade em si. Acho que nem mesmo os livros foram capazes de suprir seus desejos com afinco, pois a partir do momento que ele queima-os, ele se separa profundamente daquele "amor". Ao meu ver, ele entende que como Phillotson, a maneira mais fácil de chegar à Christminster seria através dos livros, estudar, viver como aqueles intelectuais universitários e de certa forma ser aceito como tal. E depois das desventuras com Sue, as desavenças com o próprio Phillotson, a união desgraçada com Arabella e por fim a morte da tia Drusilla, trouxe o rompimento, a aceitação do ser miserável e obscuro que ele é. Portanto, ele precisava somente de Christminster, convencer Sue para voltar à seu leito eterno e singelo, que nem Jude poderia compreender.


Bruna 02/06/2020minha estante
Talvez se analisarmos ainda mais afundo, Jude somente ama Christminster, a cidade em si. Acho que nem mesmo os livros foram capazes de suprir seus desejos com afinco, pois a partir do momento que ele queima seus mestres, ele se separa profundamente daquele "amor". Ao meu ver, ele entende que como Phillotson, a maneira mais fácil de chegar à Christminster seria através dos livros, estudar, viver como aqueles intelectuais universitários e de certa forma ser aceito como tal. E depois das desventuras com Sue, as desavenças com o próprio Phillotson, a união desgraçada com Arabella e por fim a morte da tia Drusilla, trouxe o rompimento, a aceitação do ser miserável e obscuro que ele é. Portanto, ele precisava somente de Christminster, convencer Sue para voltar à seu leito eterno e singelo, que nem Jude poderia compreender.


Rodiney 02/06/2020minha estante
Legal




Ery 09/04/2020

Um grande clássico!
Não posso dizer ser um livro fácil de ler, talvez seja a edição, ou a linguagem rebuscada e arcaica, ou até mesmo os acontecimentos que se sucedem. Os sentimentos a respeito dos protagonistas são antagônicos a cada página.
A grande mensagem do autor, sua crítica às convenções sociais, é muito clara. O que certamente foi impactante para a sociedade da época. As consequências que se seguem pelas decisões tomadas ao longo do caminho dos personagens são inquietantes e desoladoras.
Em resumo, é um livro realmente obscuro, que não deve ser lido em um momento de tristeza ou angústia.
comentários(0)comente



Fernanda Taniz 10/08/2020

Espectral
Eu amei as personagens, foram bem construídas e realistas, diferente do que estavam escrevendo na época. Ele questiona religião, capital e matrimônio. Por alguns instantes me peguei sensível e triste, foi delicioso ler o livro, uma experiência única.
comentários(0)comente



tati_loverock 10/04/2016

Judas, o obscuro foi o segundo livro de Thomas Hardy que tive a oportunidade de ler. E foi uma história que me marcou profundamente, me fazendo amar e querer conhecer ainda mais outras obras do autor. Na história vemos Judas, um bom homem que almeja tornar-se alguém melhor e útil aos seus semelhantes. E no decorrer da história vamos vendo seus sonhos e esperanças sendo massacrados um a um. Hardy mostra como o ser humano pode ser uma criatura hipócrita, pois é melhor aparentar ser correto, do que agir corretamente. Vemos como a sociedade, a religião e as pessoas eram falhas (e ainda continuam sendo falhas). O final de Judas me deixou extremamente triste, porque sempre torço que o melhor aconteça e que tudo se resolva, mas em determinadas situações, as coisas só tem um derradeiro e trágico curso a seguir.
comentários(0)comente



mila_braz 23/10/2020

Atual
Poderia ser uma história contada ou mesmo vivida em nossos tempos, apesar de ser um título escrito no final do século XIX.
comentários(0)comente



Alessandro232 24/10/2020

Um clássico moderno que merece ser lido
TAG - Experiências literárias
"Jude, O Obscuro" é considerado clássico da chamada literatura vitoriana. No entanto, entre tantos autores, tais como as irmãs Brontë, George Eliott, Charles Dickens, Thomas Hardy é aquele que é menos conhecido entre os leitores brasileiros e tem suas obras menos reverenciadas pela crítica literária.
Por que? Essa é pergunta que o leitor faz quando lê "Judes, O Obscuro" seu último romance.
A resposta é que Hardy nunca foi bem aceito nos círculos literários, pela maneira ousada e transgressiva como tratava de temas polêmicos, tais como a exclusão social, e, principalmente as rígidas regras de moralidade relacionadas ao casamento.
Esses temas polêmicos e controversos são explorados com profundidade pelo autor em "Judas, O Obscuro", que á época de sua publicação foi considerado um livro indecente e, por isso, Hardy sofreu duros ataques, principalmente da Igreja Católica.
O protagonista do romance é Jude, um garoto pobre que sonha em ingressar na universidade para se tornar um erudito, contudo esse objeto é sempre postergado por uma série de situações, nas quais o autor lança um olhar pessimista sobre à sociedade.
Em sua escrita, Hardy é um pouco diferente de outros escritores da era vitoriana. Ele faz descrições de cenários não muito longas, quando comparado aos outros autores - embora, elas sejam bem realizadas, no aspecto arquitetônico e remetem a cidades da Inglaterra, principalmente Oxford, chamada no livro de Christminister, na qual ocorre grande parte da ação na obra.
Hardy prefere focar nas relações sociais entre os personagens que revelam-se bastante complexas. Todos os personagens do livro mesmo os secundários tem densidade psicológica e destacam-se mais por seus defeitos do que suas qualidades.
Vale destacar que em "Judas, o Obscuro" são duas personagens femininas fortes que se sobrassem formando um triângulo amoroso com o protagonista, e que representam aspectos da chamada "nova mulher" do fim do século XIX:
A ardilosa e ambiciosa Arabella que faz de tudo para "se dar bem" dentro do meio social em que está inserida e Sue Britheard, que tem ideias não convencionais sobre sobre o relacionamento entre homens e mulheres. Assim, como em outras obras, Hardy vai demonstrar que tanto as convicções de Jude como de Sue não se encaixam nos rígidos padrões da sociedade vitoriana e, ambos sofrem às consequências disso, o que confere a obra um aspecto bastante dramático em algumas passagens, principalmente próximo de sua parte final.
Embora escrito no final do século XIX, o romance de Hardy revela ser uma obra bastante moderna e ousada para sua época. A abordagem de questões relacionadas ao que pode ser compreendido como "pré feminismo" podem ser consideradas transgressoras para o final do século XIX E reverberam até os tempos atuais. Hardy também demonstra sua maestria como escritor deslocando o foco narrativo de um personagem para o outro, de modo a revelar suas emoções internas. Além disso, o livro está cheio de referências a vários autores e textos eruditos, de Filosofia e também da Bíblia que dialogam como os temas inseridos em seu enredo.
"Jude, O Obscuro" é sem dúvidas um grande clássico da literatura inglesa. Uma obra clássica, mas moderna em sua abordagem de aspectos de uma sociedade em processo de mudança, na qual transparece as qualidades do estilo peculiar de Hardy. Um livro que me proporcionou uma intensa e imersiva experiência literária, da qual eu não saí indiferente e que me fez refletir sobre diversas questões relacionadas às instituições sociais, principalmente o casamento. É um livro que vale muito a pena ler e agora pretendo ler outros do mesmo autor, principalmente "Tess" que, infelizmente, está esgotado.
Também vale destacar o capricho da edição. É em capa dura, com ótima e fluente tradução e tem como extra um texto do próprio autor sobre a repercussão negativa á época do lançamento da obra. A revista que acompanha um livro traz um texto muito interessante sobre as características principais da chamada "literatura vitoriana" que ampliam o entendimento do romance. Além de um texto de apoio, que faz uma leitura sobre os temas da obra de Hardy.
Leitura altamente recomendada.

comentários(0)comente



Dessa Policarpo 14/06/2021

Estilo de escrita e narrativa são impecáveis. História cativante. Confesso que em muitos momentos me irritei profundamente com Sue. Pobre Jude!
comentários(0)comente



Caroline Vital 28/11/2023

Lido em 2019
Gostei demais desse livro. Certeza que foi babado na Inglaterra vitoriana quando foi publicado. Bem obscuro mesmo.
comentários(0)comente



Paulinha 04/12/2020

Temporal
Foi realmente muito difícil ler esse livro com um olhar compreensível, dando ao fato dele se passar a mais ou menos 2 séculos atrás, a tentativa de compreender ele foi imensa, e acho que isso foi o melhor da leitura. Tentar ler com os olhos de quem compreendia a época, pareceu uma viagem no tempo, no qual eu estava em uma luta constante tentando esquecer a realidade atual, e entender a que se passa no livro.
É um romance triste, deprimente (fazendo jus ao seu nome), meio cansativo, porém bom. Coisas absurdas para a atualidade, mas que eram extremamente normais para o século em que se passou.

(Consideração final: a personagem Sue é muito chata)
comentários(0)comente



carolmureb 22/04/2020

Livro incrível! Sem ter a intenção, Hardy escreveu um "romance feminista" e destruiu a ideia de meritocracia. Simplesmente maravilhoso!
comentários(0)comente



116 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR