Jude, o Obscuro

Jude, o Obscuro Thomas Hardy




Resenhas - Jude, o obscuro


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Maitê 13/09/2021

Eu por um bom tempo achei até que esse séria um Thomas Hardy diferente, mais leve, talvez até um pouco esperançoso (bem de longe). Mas ai na terceira parte levei uma das maiores rasteiras da vida. Será que um dia será possível elaborar esse final?
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Rodiney 01/06/2020

Tão obscuro, demasiadamente, obscuro.
Toda pessoa que adquiriu conhecimento por seu próprio sacrifício se identificará com Judas, pois todo seu conhecimento vem da leitura livre dos clássicos e não das salas de aula de Universidades. Isso não quer dizer que Judas não desejava ingressar em uma Universidade, ao contrário, esse era o seu maior desejo. No entanto, a classe social de Judas não produzia intelectuais, mas artífices. E essa sina o martirizará por toda sua breve vida.

Desculpem-me os admiradores da obra-prima de Hardy, mas Judas não ama Suzanna. Judas não amou sua tia-avó, nem Arabella, nem o professor Phillotson, nem os seus filhos, nem ninguém. A obscuridade de Judas é justamente o seu desamor. Quero dizer: sua incapacidade de amar. Judas só tem um único desejo: Christminster. Não, não é propriamente Christminster, mas suas escolas e universidades. Judas deseja ardentemente fazer parte daquela classe divinamente separada dos intelectuais. Mas o tempo ainda não estava preparado para pessoas como Judas e pairava sobre ele uma nuvem densa e escura, obscura mesma. Daí, Judas se revolta contra a cidade, os professores, as escolas, e pensa amar perdidamente Suzanna. Porque Suzanna zomba de toda essa sociedade, de como a sociedade está organizada. Ela zomba de todas as convenções e tem um desejo imenso por ser o que ela deseja ser, casar com quem ela deseja casar, na verdade, ela nem mesmo deseja casar, pois o amor é como a liberdade e não pode estar sujeito a convenções. E Judas por revolta e não por amor se afasta de suas crenças e se aproxima cada vez mais das ideias de sua prima-amante. Judas abandona todos seus ideais e interioriza as falas e ideias da mulher. (É importante destacar na obra de Hardy o papel protagonista das mulheres, papel este que começa a revelar sua libertação e até mesmo influência sobre o destino dos homens). Contudo, nosso herói obscuro experimentará mais uma desilusão, a saber: a capitulação de Suzanna. Depois da tragédia que caiu sobre seus filhos, Suzanna é dominada pela desesperança e toda sua força se torna fraqueza e capitula diante das convenções que tanto zombou no passado. Suzanna passa a se entender pecadora e amaldiçoada, coisa que assombra nosso obscuro Judas. Agora não é mais a mulher que influencia o homem, mas a obscuridade do homem domina a mulher. E ironicamente, essa tragédia que leva Suzanna à capitulação acontece justamente quando Judas tenta novamente recuperar seus ideais em Christminster, seu verdadeiro amor. E como se o próprio zeitgeist que está inserido se levantasse contra sua ousadia de se libertar de sua condição social, proporciona-lhe uma mazela insuportável. "Não, Judas, você não é um dos nossos, você pertence à obscuridade da História!".

Por fim, não lhe sobra mais nada. O que sucede depois é simplesmente nada, um vazio, o sem-história. Judas retorna à embusteira Arabella e pela segunda vez é enganado e preso perpetuamente no engano. Suzanna se anula e se perde nas convenções sociais. E a vida segue, indiferente, esperando as mudanças naturais do tempo. E ninguém, ninguém mais se lembra de Judas.
Bruna 02/06/2020minha estante
Talvez se analisarmos ainda mais afundo, Jude somente ama Christminster, a cidade em si. Acho que nem mesmo os livros foram capazes de suprir seus desejos com afinco, pois a partir do momento que ele queima-os, ele se separa profundamente daquele "amor". Ao meu ver, ele entende que como Phillotson, a maneira mais fácil de chegar à Christminster seria através dos livros, estudar, viver como aqueles intelectuais universitários e de certa forma ser aceito como tal. E depois das desventuras com Sue, as desavenças com o próprio Phillotson, a união desgraçada com Arabella e por fim a morte da tia Drusilla, trouxe o rompimento, a aceitação do ser miserável e obscuro que ele é. Portanto, ele precisava somente de Christminster, convencer Sue para voltar à seu leito eterno e singelo, que nem Jude poderia compreender.


Bruna 02/06/2020minha estante
Talvez se analisarmos ainda mais afundo, Jude somente ama Christminster, a cidade em si. Acho que nem mesmo os livros foram capazes de suprir seus desejos com afinco, pois a partir do momento que ele queima seus mestres, ele se separa profundamente daquele "amor". Ao meu ver, ele entende que como Phillotson, a maneira mais fácil de chegar à Christminster seria através dos livros, estudar, viver como aqueles intelectuais universitários e de certa forma ser aceito como tal. E depois das desventuras com Sue, as desavenças com o próprio Phillotson, a união desgraçada com Arabella e por fim a morte da tia Drusilla, trouxe o rompimento, a aceitação do ser miserável e obscuro que ele é. Portanto, ele precisava somente de Christminster, convencer Sue para voltar à seu leito eterno e singelo, que nem Jude poderia compreender.


Rodiney 02/06/2020minha estante
Legal




carolmureb 22/04/2020

Livro incrível! Sem ter a intenção, Hardy escreveu um "romance feminista" e destruiu a ideia de meritocracia. Simplesmente maravilhoso!
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Cris 09/11/2023

Ler é a melhor coisa da vida
Não tenho palavras pra falar o quanto gostei desse livro. Se tornou um dos preferidos da vida. Que perfeição, e que triste, muito triste. É por causa de livros como esse que me sinto feliz e sortuda por gostar de ler. Eu amei tanto Judas e Sue, me marcaram para sempre.
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Ery 09/04/2020

Um grande clássico!
Não posso dizer ser um livro fácil de ler, talvez seja a edição, ou a linguagem rebuscada e arcaica, ou até mesmo os acontecimentos que se sucedem. Os sentimentos a respeito dos protagonistas são antagônicos a cada página.
A grande mensagem do autor, sua crítica às convenções sociais, é muito clara. O que certamente foi impactante para a sociedade da época. As consequências que se seguem pelas decisões tomadas ao longo do caminho dos personagens são inquietantes e desoladoras.
Em resumo, é um livro realmente obscuro, que não deve ser lido em um momento de tristeza ou angústia.
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Pri | @biblio.faga 12/02/2020

Inicialmente, quanto ao título, chamo atenção à brilhante opção em manter “Jude”, e não o traduzir para o nome “Judas”, como é tão costumeiro, pois, infelizmente o nome carrega em si uma carga pejorativa deverás pesada, fardo extra que o livro não necessita.

Por sua vez, o adjetivo “obscuro” revela-se um claro prenúncio do que aguarda ao leitor e pode ser interpretado de diversas maneiras, assumindo inúmeros significados ao longo do livro.

Thomas Hardy, escritor britânico, é conhecido por obras marcadas pelo vanguardismo, bem como pelo pessimismo e a desilusão, características também típicas do movimento literário em que se insere: o naturalismo.

Como bem colocado pela TAG, a vida e história de Jude Fawley é “capaz de sintetizar as amarguras de quem guarda esperanças de uma ascensão social e amorosa, mas é refreado pela realidade que o cerca”.

As algures de Jude, como por exemplo, sua tentativa de ingressar na universidade da cidade (fictícia) de Christminster e seu malfadado casamento/relacionamento com Sue Bridehead, sua prima, retratam bem uma Inglaterra Vitoriana: o elitismo acadêmico, a falta de mobilidade social, o peso opressor dos dogmas da Igreja Católica e, principalmente, o determinismo.

Thomas faz críticas duras e diretas ao matrimônio, aos costumes rígidos (e um tanto hipócritas da época) e à própria religião totalmente dissociada ao bem-estar, especialmente quando retrata a jornada do Professor Phillotson.

Devo ressalvar que, muito embora, veja diversas críticas à personagem Arabella, não a vejo como uma vilã, mas sim, como um exemplo clássico do produto do meio onde está inserida e de uma inventividade, não maldosa, mas voltada à pura sobrevivência. Na verdade, minhas críticas são dirigidas à personagem da Sue, rs.

“Jude” pode ser pesado e bastante triste, mas é um livro maravilhoso, crítico e ainda se mantem bastante atual em seus apontamentos, pois, embora fala-se com maior naturalidade em relacionamentos não convencionais e o divórcio, ainda se vive um mundo que cobra um modelo de felicidade pré-estabelecido e que, disfarçado de meritocracia, afasta muitos de uma realização acadêmica e profissional.
Recomendo muito!

site: https://www.instagram.com/biblio.faga/
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Ronan 07/10/2023

Que livro intenso!!!

Amei demais a leitura desse livro, a narrativa é extremamente envolvente, você segue acompanhando a vida desses personagens torcendo pra tudo dar certo, mas não é isso que vamos encontrar aqui, pra mim essa é uma história bem melancólica, as coisas não vão dar certo, nada vai ficar bem, em alguns momentos é desesperador.
Quero muito ler outras coisas do Thomas Hardy depois dessa leitura maravilhosa.
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Rayza.Figueiredo 31/01/2024

O livro mais triste que você lerá na sua vida
Aaah gente, que livro triste e cru; ficção da vida real ?
que pessoas tristes, de sonhos impossíveis e massacrados pela malfadada realidade de suas vidas miseráveis.

Judas era um órfão de pai e mãe, vindo de um casamento entre primos que deu errado, sob os quais surgiu um ?carma? de infelicidade matrimonial.
Foi criado pela tia, sem nenhum pingo de sentimento, apenas por obrigação de dar um teto e alimento. Não era, porém, amargurado; sempre teve um sonho de ir pra cidade grande estudar e se tornar um sábio, um erudito, e desde tenra idade começou a trabalhar pra juntar recursos para ir atras de seu sonho.
Nem preciso dizer q deu tudo errado pelo meio do caminho; alias, deu tudo errado desde sempre?
este livro não tem um início feliz, não tem meio feliz e muito menos um final feliz.
Hardy faz varias criticas à sociedade, mas a maior delas é sobre o matrimônio, o peso que ele obriga, principalmente, as mulheres a carregar. Os julgamentos que pessoas divorciadas enfrentam, e é um preconceito TÃO grande, a ponto de fazer uma família que está fora dos padrões sociais, ser completamente dizimada.

Não é um livro para ser lido rápido; é um livro lento e muito bem construído; o autor faz poucas divagações fora do contexto dos personagens principais, e tudo que ta ali é pra salientar o sofrimento ?

alerta ?? tema sensível de suicidio; se pode te trazer algum gatilho, sugiro que pule esta leitura.
Emilia.Reis 31/01/2024minha estante
deprimente, quero!


Rayza.Figueiredo 31/01/2024minha estante
hahahah leeeiiiaaa


Jordana Borges 31/01/2024minha estante
já quero ler, não posso ver uma tristeza que quero hahaha


Rayza.Figueiredo 31/01/2024minha estante
esse tem de sobra kkkkk




Nathalie.Murcia 24/05/2019

Tapa na cara da sociedade
Enviado pela Tag (curadoria Fernanda Montenegro), em maio de 2019. Um clássico britânico da era vitoriana. Nosso protagonista, Jude Fawley, é um menino pobre, órfão, mas extremamente sonhador e com ânsia de aprendizagem. Seu objetivo é ingressar em uma universidade em Christminster, Inglaterra, a exemplo do seu modelo de homem, o professor Phillotson. Autodidata, ele lê muito e aprende facilmente, mas à medida que seus conhecimentos aumentam, Jude sofre constantes golpes do destino, que o afastam de sua possibilidade de obter a erudição formal, reservada aos mais abastados. As amarras de uma sociedade estratificada e um malfadado casamento com Arabela distanciam ainda mais Jude de suas aspirações. Apesar dos obstáculos, ele permanece fiel aos seus princípios, mantendo sua retidão de caráter e bondade. A sorte de Jude parece cambiar para melhor quando ele se separa da primeira mulher, e se apaixona pela prima Sue, cujas afinidades intelectuais e morais são mais condizentes com as dele. Entretanto, as convenções ditadas pela sociedade à época atrapalham a felicidade de ambos e, novamente, a penúria, aliada a outros flagelos e tragédias pessoais, deixam sua marca inexorável no relacionamento do casal. O pessimismo é o cerne de toda a narrativa, além das críticas diretas aos institutos do matrimônio, religião e dos costumes de uma sociedade hipócrita. Uma leitura densa, mas altamente produtiva, e que nos faz refletir acerca das injustiças e mazelas que pairam na sociedade. "Menos mulheres do que você imagina gostam do casamento, só que elas embarcam pela dignidade que ele supostamente confere e pelas vantagens sociais que por vezes lhes dá". "É tão culpável se obrigar a amar para sempre quanto acreditar para sempre no mesmo credo e tão tolo quanto prometer gostar para sempre de uma dada comida ou bebida".
"Contudo, foi minha pobreza, e não minha determinação, que aceitou ser derrotada".
Mais resenhas no meu Instagram.

site: http://.instagram.com/nathaliemurcia/?hl=pt-br
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Tati Vizú 17/08/2020

Leitura clássica
Um calhamaço que leva certo tempo mas vale a leitura. Gostei muito dos detalhes presentes na narrativa e do desenvolvimento dos personagens.
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valentina 19/01/2024

Livro antigo, reflexões atuais
Maravilhoso, leitura extremamente envolvente, às vezes a escrita do autor é um pouco rebuscada demais e ele enrola para chegar no seu ponto, mas isso resulta em trechos muito impactantes. Apesar do enredo do livro contar uma história muito particular para a época em que foi escrito, muitas das reflexões feitas pelo autor e pelos personagens - sobre casamento, elitismo, academicismo, e a condição da mulher e do homem na sociedade - são bastante atuais, nos mostrando como a sociedade, com seus sistemas e pensamentos restritos, pode ser cruel com pessoas que desviam das normas mesmo que isso não cause nenhum mal a ninguém.

É um livro pessimista, mas a experiência me agradou muito, e é muito interessante ler o posfácio escrito oelo autor, em que ele conta as diversas reações que a publicação dessa história causou na época. Também recomendo a leitura de uma edição com notas do tradutor ou editor, pois algumas partes do livro foram censuradas na publicação original, e achei muito interessante saber quais exatamente.
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Samanta 31/05/2019

Um dos melhores livros do gênero!!
Jude, O Obscuro, livro enviado pela TAG Experiências Literárias no mês de Maio 2019, nos conta a história de Jude Fawley, um menino pobre e órfão, mas que tem grandes aspirações na vida. O seu grande sonho é ingressar em uma universidade em Christminster, Inglaterra. Porém esse sonho não será de fácil concretização. A vida de Jude é trágica, cheia de percalços e consequentemente de muitos fracassos. O pessimismo é um tema predominante no livro, onde os personagens tem a tendência de ver e julgar as coisas pelo lado mais desfavorável. O livro nos faz refletir sobre as injustiças e mazelas que predominam na sociedade, fazendo críticas diretas aos institutos do matrimônio, religião e dos costumes de uma sociedade hipócrita. Mesmo sendo um livro triste, com uma tragédia no decorrer da narrativa que devasta qualquer coração, não tira seu potencial de grande romance, um dos melhores livros do gênero. Quero ler mais livros desse autor!
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Carol 13/12/2020

Queria ter lido a resenha do livro antes de iniciar a leitura, pois acredito que conseguiria visualizar melhor as grandes questões que são debatidas ao longo da história e que demoram para fazer sentido em uma primeira análise. Ao fechar o livro, sinto que a leitura valeu a pena, mas foi arrastada durante boa parte do tempo.
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Eduardo 18/07/2020

Penso que todo livro que originalmente foi publicado em Folhetim se deve ter paciência ao ler. Outro formato, outro público alvo. Ainda mais um livro que tece críticas à sociedade vitoriana. Na verdade, esses romances clássicos são melhor lidos quando se contextualiza o livro em sua época. É um ótimo livro.
Jessé 18/07/2020minha estante
Eu tenho problemas com esses livros escritos em folhetim, quando eles são muito grandes, porque é certeza de encheção de linguiça do autor, já que na época eles ganhavam por capítulos né. Um exemplo foi aquele David Copperfield que todo mundo adora. Aquele livro se tivesse 500 páginas a menos não faria diferença nenhuma pro andamento da história.




L.a.u.r.e.n 05/04/2023

Uma leitura difícil
Eu levei aproximadamente uns 6 meses pra terminar esse livro (inclusive colocando outras leituras no meio). Ele tem uma história bem densa, mas o final me agradou bastante. Jude tem uma vida difícil do início ao fim. Foi uma leitura que me tirou da minha zona de conforto literária e por isso super indico!
É até difícil escrever uma resenha sobre ele, tamanho o tempo que levei pra terminar, mas existem passagens memoráveis nesse livro e que vou levar esses ensinamentos pra vida. E se eu contar, acabaria dando spoiler hahahaha.
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