Jude, o Obscuro

Jude, o Obscuro Thomas Hardy




Resenhas - Jude, o obscuro


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Lusia.Nicolino 09/01/2020

Jude é Judas, mas a quem ele traiu?
Que paralelo traçamos entre o que vivemos e os livros que lemos?
Comecei Jude muito empolgada, no meio entediei-me um pouco, mas fui arrebatada pelo final.
É preciso entender o tempo do autor para mergulhar em sua obra e não fazer análises rasas.
Mas, deixo o profundo para os especialistas. Eu, por ora, penso que não é porque estamos de passagem que não aproveitaremos a paisagem.
Jude Fawley é um jovem órfão que mora com a tia – depois de ter perdido pai e mãe em circunstâncias pinceladas durante a história – numa cidade pequena da Inglaterra. Cresce ajudando a tia na padaria, lendo obras clássicas e sonhando em ser professor ou clérigo.
Conhece amores e desamores. O que é certo, o que é errado? Em seu tempo, o que é pecado?
Narrado em terceira pessoa, por um narrador onisciente, com quem, às vezes, queremos brigar.
Jude é Judas, mas a quem ele traiu? Os sinônimos de “Obscuro” lhe caem como uma luva: que não é iluminado; pouco brilhante; que denota tristeza; sombrio, sem nobreza; humilde.
É uma história sofrida, mas é preciso ler Hardy para entender as dimensões dos clássicos.
Quote: "Ele mal aguentava ver árvores derrubadas ou podadas, porque lhe parecia que sentiam dor; e a poda tardia, quando a seiva havia subido e a árvore sangrava abundantemente, havia sido uma dor real em sua infância. Essa fraqueza de caráter, como pode ser descrita, sugeria que ele era o tipo de homem que nascera para sofrer de forma considerável antes que o fechamento da cortina de sua vida desnecessária significasse que tudo estava bem com ele outra vez."

site: https://www.facebook.com/lunicolinole
LivMessias 15/01/2020minha estante
Que ótima resenha, estou interessadíssima em ler!




RafaelM 21/07/2019

Jude, o obscuro.
..."mas o humano era nele mais poderoso que o divino".
Resenho repetindo outro trecho do autor: ..."a sociedade é cruel com aqueles que desafiam suas tradições."
Jude, viveu à frente de seu tempo. Sonhador, aguerrido, buscou meios de mudar sua situação usando o conhecimento como arma, mas se perdeu no decorrer do caminho, mudando seus desejos e prioridades. Perto de tantas vezes conseguir o que queria, deixou escapar pelos dedos e levou isso até seu último suspiro. Ótimo livro, com personagens interessantes. Vale a leitura.
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Tati Vizú 17/08/2020

Leitura clássica
Um calhamaço que leva certo tempo mas vale a leitura. Gostei muito dos detalhes presentes na narrativa e do desenvolvimento dos personagens.
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Nathalie.Murcia 24/05/2019

Tapa na cara da sociedade
Enviado pela Tag (curadoria Fernanda Montenegro), em maio de 2019. Um clássico britânico da era vitoriana. Nosso protagonista, Jude Fawley, é um menino pobre, órfão, mas extremamente sonhador e com ânsia de aprendizagem. Seu objetivo é ingressar em uma universidade em Christminster, Inglaterra, a exemplo do seu modelo de homem, o professor Phillotson. Autodidata, ele lê muito e aprende facilmente, mas à medida que seus conhecimentos aumentam, Jude sofre constantes golpes do destino, que o afastam de sua possibilidade de obter a erudição formal, reservada aos mais abastados. As amarras de uma sociedade estratificada e um malfadado casamento com Arabela distanciam ainda mais Jude de suas aspirações. Apesar dos obstáculos, ele permanece fiel aos seus princípios, mantendo sua retidão de caráter e bondade. A sorte de Jude parece cambiar para melhor quando ele se separa da primeira mulher, e se apaixona pela prima Sue, cujas afinidades intelectuais e morais são mais condizentes com as dele. Entretanto, as convenções ditadas pela sociedade à época atrapalham a felicidade de ambos e, novamente, a penúria, aliada a outros flagelos e tragédias pessoais, deixam sua marca inexorável no relacionamento do casal. O pessimismo é o cerne de toda a narrativa, além das críticas diretas aos institutos do matrimônio, religião e dos costumes de uma sociedade hipócrita. Uma leitura densa, mas altamente produtiva, e que nos faz refletir acerca das injustiças e mazelas que pairam na sociedade. "Menos mulheres do que você imagina gostam do casamento, só que elas embarcam pela dignidade que ele supostamente confere e pelas vantagens sociais que por vezes lhes dá". "É tão culpável se obrigar a amar para sempre quanto acreditar para sempre no mesmo credo e tão tolo quanto prometer gostar para sempre de uma dada comida ou bebida".
"Contudo, foi minha pobreza, e não minha determinação, que aceitou ser derrotada".
Mais resenhas no meu Instagram.

site: http://.instagram.com/nathaliemurcia/?hl=pt-br
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Samantha @degraudeletras 06/09/2019

HARDY, Thomas. Jude, o obscuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Jude, o obscuro, publicado inicialmente em 1895, foi escolhido pela Fernanda Montenegro para a Tag Curadoria no mês de maio de 2019. Quando li a sinopse de Jude, logo fiquei empolgada para mergulhar nessa história, pois me lembrou bastante os conflitos encontrados em “A flor da Inglaterra”, do George Orwell,e eu amo essa temática Vida acadêmica – Trabalho – Sociedade. A ideia da formação acadêmica como algo essencial para alcançar uma estabilidade financeira ou realização profissional é algo que detém certa complexidade que me fascina.

Jude é um órfão que foi criado de maneira rígida pela tia e nutria muita admiração pelo seu professor do colégio. Tal admiração chegou ao ponto de influenciá-lo a sonhar com o seu futuro, queria estudar na mesma faculdade que levou seu mestre a mudar de cidade.

O tempo passou e Jude manteve seus estudos autodidatas com as gramáticas de Latim e Grego que conseguia comprar de vendedores ambulantes, porém a realidade de sua condição social o impeliu a dedicar-se ao trabalho árduo, inicialmente ajudando a tia e depois como entalhador.

A necessidade financeira para sustentar a si e a Arabella, a filha do criador de porcos a qual ele namorou por um tempo e acabou casando sem um real interesse, o levou a uma vida medíocre,onde o cansaço e as obrigações muitas vezes minava o pouco tempo que ele teria aos seus amados livros. Aqui é interessante ressaltar como a criação de Arabella influenciou a maneira como ela lidou com o sonhador Jude e seus livros, por vezes fazendo troça e até ameaçando dar fim em seus exemplares, pois para ela aquela dedicação intelectual não valia de muita coisa.

Depois de algum tempo, Jude conhece Sue, uma jovem de alma livre que, além de prima e amiga, torna-se uma grande paixão. Percebe-se nesse livro que os relacionamentos são construídos com base na personalidade de cada um dos personagens, mas que sempre vão discutindo ou sendo modelados pelas convenções e imposições sociais. Certos embates com as tradições e a luta em libertar-se de algumas amarras são palpáveis, embora por vezes cruéis. Não é de se estranhar que a obra tenha sido bastante criticada na época, principalmente pela igreja. A relação quase aberta que Sue mantém com o professor quebra os padrões de uma época em que a mulher deveria fornecer servidão indiscutível ao seu marido (um amigo chega a questionar se ela o enfeitiçou com a ideologia do matriarcardo).

“[…] Segundo a cerimônia impressa ali, meu noivo me escolhe livremente, a seu gosto; mas eu não escolho. Alguém me entrega a ele, como uma jumenta ou uma cabra ou qualquer outro animal doméstico. Santificadas sejam vossas iluminadas opiniões a respeito das mulheres, ó Homens da Igreja! […]” P. 164

Mesmo com as aspirações libertárias dos personagens, os grilhões sociais falam mais alto, aprisionam e massacram o indivíduo que tenta caminhar com seus próprios pés. Isso aproxima bastante a história da realidade que vivemos até hoje (seja em relação as mulheres ou as dificuldades impostas à Jude para que ele siga o seu sonho de estudar).

Como falei inicialmente, gostei bastante da proposta de Thomas Hardy e confesso que se eu não tivesse esse apreço pelo tema, Jude teria sido uma leitura bem difícil e arrastada, pois a melancolia do cotidiano e o vai e vem da história acabou me cansando um pouco.

site: https://degraudeletras.wordpress.com/
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@rmendes29 11/08/2019

Brilhante
Um grande livro. Duro e triste porém, uma super leitura.
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valentina 19/01/2024

Livro antigo, reflexões atuais
Maravilhoso, leitura extremamente envolvente, às vezes a escrita do autor é um pouco rebuscada demais e ele enrola para chegar no seu ponto, mas isso resulta em trechos muito impactantes. Apesar do enredo do livro contar uma história muito particular para a época em que foi escrito, muitas das reflexões feitas pelo autor e pelos personagens - sobre casamento, elitismo, academicismo, e a condição da mulher e do homem na sociedade - são bastante atuais, nos mostrando como a sociedade, com seus sistemas e pensamentos restritos, pode ser cruel com pessoas que desviam das normas mesmo que isso não cause nenhum mal a ninguém.

É um livro pessimista, mas a experiência me agradou muito, e é muito interessante ler o posfácio escrito oelo autor, em que ele conta as diversas reações que a publicação dessa história causou na época. Também recomendo a leitura de uma edição com notas do tradutor ou editor, pois algumas partes do livro foram censuradas na publicação original, e achei muito interessante saber quais exatamente.
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Cilmara Lopes 20/07/2019

Um livro plenamente atemporal
Em pleno início do séc XIX, um livro põe em cheque conceitos como: religião, casamento, educação superior, mas a principal crítica é a moralidade da sociedade naquela época.
Publicado em folhetins com várias censuras, sendo por muitas vezes conhecido como "o livro mais indecente já escrito", hoje temos o privilégio de ler integralmente.
Acompanhamos a vida de Jude desde a infância até a velhice, tudo começa com um sonho de chegar a cidade Christminster e estudar nas grandiosas universidades e depois entrar para o sacerdócio.
Sua juventude gira em torno desse objetivo, arduamente concilia o trabalho pesado de venda de pães na charrete da sua tia com a leitura. Quando mais velho, trabalha entalhando e restaurando construções, mas vira a noite lendo diversos clássicos literários, entre eles a própria bíblia.
Nessa trajetória tantos infortúnios e surpresas acontecem, entre estes conhecer sua prima Sue, uma mulher bem a frente do seu tempo com uma visão mais crítica e ampla de tudo que a cerca, estudiosa e independente sente afeição por Jude quase que imediatamente, o que deveras, é bem recíproco.
No desenrolar dessa "amizade" vem todas as críticas e reflexões existenciais.
Enquanto leitor(a), é impossível não ser cativado(a) com uma narrativa tão visceral, que transcende qualquer molde daquele tempo.
Foi uma experiência incrível acompanhar essa novela, ou melhor, é a novela! É o tipo de leitura que realmente te faz refletir e querer discutir sobre, ainda estou processando muitas coisas.
Não é a toa que está entre os mais importantes escritores da literatura vitoriana juntamente com as irmãs Brontë, George Eliot e Charles Dickens.
Nem preciso dizer que recomendo.
E o trabalho da Tag ficou um primor, foi genial fazer o acabamento casar com a profissão do protagonista. Toda vez que eu abria pra ler no transporte público atraía diversos olhares. :D
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Moisés 15/07/2019

O fracasso que redime
Um romance que mostra a importância dos fracassos como exemplo de uma vida bem vivida. Pois afinal, de que vale viver sem a ousadia de seguir os sonhos e os sentimentos?
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Pandora 22/07/2019

Um livro sobre sonhos não realizados. Sobre como as hierarquias sociais somos a fatos corriqueiros da vida humana podem distanciar pessoas não privilegiadas de seus objetivos. Sobre como as vezes não basta você se esforçar e ser talentoso para alcançar seus objetivos.

Para mim "Jude, o Obscuro" foi um livro esmagador. Thomas Hardy não economizou tinta para expor a hipocrisia do mundo inglês do século XIX e a desigualdade de possibilidades de diferentes sujeitos sociais e a hipocrisia das instruções.

Hardy também não foi nada generoso com a instituição casamento e o papel alienante da igreja. Não por acaso esse foi um livro polêmico.

Amei e odiei Jude. Amei também a Sue e lamentei muito o destino que as tragédias deram a ela, o afogamento da genialidade dela doeu em mim.

Ao longo da leitura Hardy me lembrou muito as irmãs Bronte, espacialmente Emily Bronte e seu "Morro dos Ventos Uivantes", apesar de faltar a Hardy a força dramática da Emily em mim houve um diálogo entre as duas obras.

E sim, a edição da #TagLivros é lindíssima. Deu gosto andar com ela para cima e para baixo e contemplar ela na estante.
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Erica 22/07/2019

Uma época em que a meritocracia não visitava as classes baixas.
É notória a importância desse romance publicado na Inglaterra da Era Vitoriana, ao questionar as dificuldades de ascensão social, a influência da religião na moral coletiva e o instituto do casamento.
Destaco minha simpatia pela personagem Sue Bridehead, uma mulher à frente de seu tempo que se recusa enquanto pode a obedecer os padrões sociais da época. Com certeza influenciou muitas outras personagens feministas posteriores.
Jude é um homem puro e encantador, massacrado pelas convenções de uma época e barrado pelas intransponíveis camadas sociais.

" 'De que serve pensar em leis e determinações', ela explodiu, 'se elas representam tristeza quando você sabe que não está cometendo pecado algum?' "
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Debora 26/06/2019

Um clássico
Começo esta resenha dizendo que me surpreendi positivamente com a fluidez da leitura, haja vista o livro ter sido escrito no final do século XIX, no formato de fascículos.
Além disso, gostei muito da temática e sua discussão. O que o autor traz, no meu ponto de vista, são discussões morais sobre o saber e a educação e seu caráter elitista; o casamento e seu caráter fechado e inexorável (isso já mudou bastante, mas não tanto. A atitude de Mr. Philotson é impensável ainda hoje); e várias outras questões envolvidas na vida em sociedade.
Sei que alguns focam nas intrigas e vaivéns da novela, mas, ao se olhar além e mais profundamente, isso é apenas pano de fundo. Super recomendo a leitura.
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Camila 24/05/2019

Jude, o obscuro
Concebido na Inglaterra Vitoriana, a obra retrata um contexto em que ascender socialmente era praticamente impossível: seguir o destino dependendo da sorte, ou tentar mudar a direção da sua vida? O protagonista, Jude, opta pela segunda opção, e passa a sua juventude com o grande objetivo de chegar a Christminster, uma espécie de cidade universitária, saindo de seu povoado através de estudos autodidatas. Vale lembrar que Jude era sozinho, não tinha recursos, tampouco incentivo para seguir adiante. Porém, sua persistência faz com que estude, aprenda novas línguas e aumente sua vontade de ir para um local em que concentra grandes estudiosos.



Porém, a expectativa do leitor quanto ao sucesso de Jude vai sofrendo, logo cedo, uma série de entraves. O primeiro, praticamente biológico: o protagonista se apaixona e em seguida se casa por Arabela, mulher interessada em arrumar um marido, mas não em partilhar objetivos do marido. Rapidamente, o casamento enfraquece, dissolvendo-se com cada personagem seguindo seu rumo.

Jude segue para a cidade de seus sonhos, quando acontece o segundo empecilho: apaixona-se por sua prima Sue, mulher à frente do seu tempo, com que mantém por anos uma relação, mas sem nunca casar legalmente ou religiosamente. Aí, aparece uma das maiores polêmicas da obra: o seu caráter ?anti-casamento?, já que ele é visto como mero instrumento de formalização de algo que deveria ser natural, apenas regado pelo sentimento.

No decorrer do enredo, a dura realidade se faz presente. Jude é desprezado pela faculdade, seu relacionamento com Sue é cada vez mais mal interpretado pela sociedade que os cercam, sendo ele fadado aos trabalhos braçais para sobreviver. Essa é uma grande característica do Naturalismo: o ser humano como produto do meio em que vive, condicionado e regulado pelas escolhas ditas erradas, geradoras do seu insucesso.

Jude, o obscuro é uma leitura pesada, não no sentido de ter um enredo arrastado ? longe disso! As passagens do desenrolar da história são muitas vezes extremamente sofridas, ficando o leitor, junto com o protagonista e demais personagens, impotentes diante de suas sinas, culminando no terrível desfecho, que devasta qualquer coração.



Apesar de todo o clima carregado do livro, ele cumpre sua missão, fazendo com que a gente reflita, e muito. Com certeza, ele entrou na minha lista de livros preferidos, um divisor de águas.


Mais em: https://etuino.com/jude-o-obscuro/
Camila 24/05/2019minha estante
Ops, saíram alguns pontos de interrogação no texto. Desconsiderem!




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