Vitória 10/04/2023
Essa leitura foi totalmente influenciada pela Duda Menezes. Nunca tinha visto esse livro, não sabia nada sobre ele, mas só o fato da Duda ter colocado ele como um dos seus favoritos de sei lá qual ano foi o suficiente pra me fazer comprá-lo. Não funcionou pra mim, mas acho que isso tem mais a ver comigo do que com o livro em si, e vou explicar tudo mais pra frente.
A narração da história é totalmente diferente de qualquer coisa que eu já tenha lido, e por isso eu demorei umas 100 páginas pra me situar e começar a entender o que estava acontecendo. O livro é narrado em terceira pessoa, mas às vezes os persoangens tomam o lugar de narrador pra si, e isso acontece sem aviso algum pro leitor. Do mesmo jeito, a narrativa alterna entre passado e presente às vezes na mesma frase, e sem ordem alguma. Como são muitos personagens, e muitos plots importantes aqui, foi difícil pra mim separar quem era quem, o que tinha acontecido antes ou depois, e isso travou um pouco a leitura, pelo menos no início.
Além disso, como já disse, eu não sabia nada a respeito do livro até começar a lê-lo, então em um primeiro momento, não me pergunte o porquê, eu achei que o autor estava narrando acontecimentos em um país Latino-americano durante alguma das ditaduras do século passado. Até que eu entendesse que tudo isso acontecia na Espanha, e que o ETA se tratava de um movimento separatista, foram aí umas 100 páginas, e acho que esse foi o meu maior problema com essa história. O autor tenta construir uma narrativa em que não existem mocinhos e vilões, todos aqui são vítimas em algum grau, e essa forma de encarar tudo não serviu pra mim, talvez pelo fato de eu ter comparado tanto essa história com as ditaduras que aconteceram aqui. Não conheço a história da Espanha, não sei que movimento separatista é esse, nem o que diabos eles fizeram, então o meu julgamento não tem embasamento algum, só foi um ponto de vista que não me agradou tanto.
Deixando toda a questão política de lado, o livro consegue ser bom. Temos muitos personagens aqui, então a história de pelo menos alguns deles vai te encantar em certo momento. A Arantxa foi de longe aquela da qual eu mais gostei. Acho que a relação dela com os irmãos foi a que melhor conseguiu passar pra mim a mensagem que o autor queria dizer com essa obra, sem falar que ela é uma mulher incrível. Fanfiquei um romance entre ela e o Xabier? Óbvio, mas o meu lado fanfiqueira já sabia que isso não ia me ser entregue, então não fiquei tão decepcionada assim no final.
Confesso que esperava bem mais dessa história, mas acho que se eu conhecesse ao menos um pouco do contexto político da Espanha na época em que o livro se passa ele teria sido bem mais proveitoso pra mim. No final, foi só mediano. Não sei se tenho interesse em ler outras coisas do autor mais pra frente, porque o estilo de escrita dele, apesar de tão único, não me encantou. No fim das contas, acho que esse volume vai embora da minha casa logo logo.