Flora 02/03/2015Agora simSe Eragon preparou o terreno, Eldest preparou o resto.
Mil vezes mais maturo, bem escrito e bem construído que Eragon, o segundo livro parece ter sido escrito por um Paolini 30 anos mais velho. Com uma construção de personagem impecável, um plano de fundo completo e um enredo cativante, esse livro mostrou porque essa saga é tão bem criticada.
Com um começo um tanto monótono, o livro logo evolui para o treinamento de Eragon, o que muitos podem achar bem chato se estavam esperando ação e aventura para a continuação. Em vez de ir direto para a luta, como todos esperam, Eldest prepara tudo de forma mais psicológica que Eragon preparou.
Nele, vemos o total crescimento de Eragon como Cavaleiro e pessoa e somos apresentados a diversos personagens que são simplesmente ótimos, além de acompanharmos Roran em sua própria aventura paralela. Admito, admito, as partes de Roran às vezes me agradavam mais que a do Eragon, que eram majoritariamente seu treinamento na terra dos elfos.
Conhecemos melhor Nasuada, a nova líder dos Varden, Arya, a elfa que salvou o ovo de Saphira e o meu favorito, Oromis, o sábio que fica encarregado do treinamento de Eragon.
Oromis facilmente se tornou um dos meus personagens preferidos. Primeiro por ele ser incapacitado de lutar e apenas poder ser um mestre, mostrando a crueldade do mundo. Segundo porque ele simplesmente tem uma filosofia de vida sensacional, que junta elementos budistas com o ateísmo e torna tudo muito interessante de ler. Nós aprendemos um pouco de sua conduta junto com Eragon e é muito legal vê-lo crescer e aprender coisas que parecem óbvias para nós.
Enquanto Roran vai atrás de Katrina (sequestrada pelos Ra’zac), Galbatorix treina seu exército e Eragon treina, aprendemos mais sobre o mundo de Alagaësia, descobrindo suas origens e peculiaridades. É muito divertido entrar de vez no mundo da fantasia criado pelo autor e entender o porque das coisas acontecerem como acontecem.
Com um clima mais pesado, uma profundidade maior e uma narração mais madura, Eldest excede Eragon em qualidade e o enredo, apesar de monótono, não deixa a desejar pela psicologia pesada nele (que eu amo, mas muita gente odeia, né, vai entender).
Capa: 5
Enredo: 4
Narrativa: 4
Personagens: 5
Originalidade: 5
Nota: 4 / 5
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