Aione 12/11/2019A Padaria dos Finais Felizes é mais um romance de Jenny Colgan publicado na coleção Romances de Hoje, da Editora Arqueiro. Se até então os livros dessa coleção eram obras únicas — A Pequena Livraria dos Sonhos pertence a uma série de livros independentes entre si —, esse é o primeiro de uma trilogia, cujas sequências foram publicadas no Reino Unido em 2015 e 2016.
Depois de perder o namorado e o emprego, já que a empresa na qual ambos eram sócios faliu e colocou um fim no relacionamento, Polly Waterford resolveu se mudar para uma cidadezinha litorânea na Cornualha para se afastar da vida que tinha e pouco a pouco juntar os pedaços de sua vida — e coração — partidos. Dando vazão a sua paixão por fazer pães, o que começa como um hobbie logo vai modificando sua estadia e fazendo com que ela descubra novas maneiras de se viver.
Até certo ponto da leitura, a estrutura de A Padaria dos Finais Felizes é muito similar a de A Pequena Livraria dos Sonhos: uma jovem recomeçando a vida em uma cidade pequena, fazendo de seu hobbie uma profissão. E as semelhanças vão além, tendo também o desenvolvimento de um certo triângulo amoroso — com destinos de personagens quase iguais em ambos os livros — e uma das mensagens do enredo ser a de que não se pode julgar pessoas e situações de forma precipitada, já que cada uma carrega uma bagagem que pode ser desconhecida em primeiras impressões.
Apesar de autora fazer uso da mesma fórmula inicial para os dois livros, gostei mais da leitura de A Padaria dos Finais Felizes. A narrativa, também em terceira pessoa, talvez seja um pouco menos divertida do que no outro romance, mas ela me envolveu mais e, em consequência, foi mais fluida. Adorei o cenário da trama e as informações sobre a atividade pesqueira, bem como as personagens. Aliás, vale dizer que uma das minhas figuras favoritas do enredo foi o animal de estimação de Polly, cuja presença na trama tanto está ligada à reflexão sobre as coisas na vida que devemos abrir mão quanto, também, traz um ar maior de esperança para o enredo.
Algo que me surpreendeu foi como Jenny Colgan inseriu alguns acontecimentos trágicos na história, proporcionando passagens bastante delicadas na leitura. Não esperava por eles e acabei me emocionando; ainda assim, o livro como um todo é marcado pela leveza narrativa e não perde seu toque bem-humorado apesar dos momentos de maior melancolia.
Em linhas gerais, gostei mais de A Padaria dos Finais Felizes do que de A Pequena Livraria dos Sonhos e, ainda que o livro tenha final e possa ser lido de forma independente, finalizei a leitura ansiosa pela continuação, de maneira a poder voltar para a cidadezinha onde Polly mora e acompanhar os desdobramentos futuros de sua vida. É aquele típico livro em que é melhor não lê-lo se estiver com fome — as descrições dos pães feitos pela protagonista são de dar água na boca —, mas que é uma leitura ideal para um dia tranquilo que pede um romance leve, divertido e despretensioso, capaz de aquecer o coração em suas passagens mais sensíveis.
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