Tícia 27/08/2020
Taí um livro que comecei reclamando – sem nem ter lido – e agora tô alegremente pagando a fuxiqueira da língua comprida.
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A história foi do jeitinho que nóis qué: objetiva, sem enrolação, bem escrita, sem cena inútil ou qualquer troço que atravanca a narrativa.
A autora soube soltar informações pra compor o mistério e ao mesmo tempo te confundir. Deu pra desconfiar de geral boa parte do tempo, mas teve uma hora que desandei a cismar com um(a) bosta lá e acabei acertando.
Sim, meu maravilhoso cérebro e minha incrível modéstia fizeram todo o trabalho, sozinhos.
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O enredo não tem nada de inédito: cidadezinha do interior com um recalcado que achou de matar as rainhas do baile, ou seja, mulher bonita. Por eliminação, já comecei desconfiando dos que tomaram toco e das invejonildas.
Acha que fui clichê ou implicante na minha desconfiança? Lide com isso ou vai assistir Peppa.
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Daí, mesmo com esse histórico de merda + uma tia desaparecida nessa terra de Michael Myers, os gêmeos (esqueci o nome dos dois porque sou dessas) vão pra lá morar com a vó.
No meio disso tudo tem o mocinho, cujo passado familiar tá em consonância com a desgraceira toda.
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E, claro, junta esses adolescentes tudo com espírito de Hercule Poirot, e dá-lhe estranheza e bizarrice acontecendo e sucede um troço com um personagem e a coisa desanda e entra polícia e desconfia de um e de outro e tá lá eu, vendo o sol nascer, indo trabalhar com cara de Alice Cooper e cabeleira de Maria Bethânia.
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Claro que o mistério do livro não é algo intricado como Harlan Coben, meu careca favorito, mas a autora mandou muito bem.
Não vou falar mais nada porque, se eu continuar, é bem provável que eu vá soltar spoiler e, por consequência, seja tostada em praça pública aos brados de “queime a bruxa”.
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Super recomendado!
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