Mariana Dal Chico 21/09/20204.5 estrelas
“Se Deus me chamar não vou” de Mariana Salomão Carrara foi publicado pela @editoranizb e foi uma das leituras do @leiamulheresjundiai
Na época do lançamento desse livro ele estava frequentemente presente na minha timeline repleto de elogios de pessoas com quem me identifico literariamente e logo entrou para minha lista de desejados, comprei na Festa do livro da USP ano passado e estava esperando uma oportunidade para ler junto com o clube de leitura.
Logo na primeira página, o leitor se depara com a seguinte observação de Maria Carmem de 11 anos “Será que o vaga-lume pisca de dor? Se eu pudesse brilhar de dor eu seria um escândalo.” E esse é o tom que permeia toda a leitura.
O tema central é a solidão que machuca e existe, ainda que não seja completamente compreendida pela pré adolescente que está passando por um período grandes mudanças em sua vida.
Além da descoberta do próprio corpo, a dinâmica familiar está mudando com uma velocidade um tanto assustadora e a negligência dos seus pais — que sempre só tiveram olhos um para o outro — aumenta na mesma medida em que a sensação de que Leo parece ser o único a se preocupar com o bem-estar de Maria Carmem.
“Família é um vaso que quebra até por excesso de flores” (p.87)
É triste perceber que Maria Carmem tem medo de não ser tão amada quanto sua mãe, de não ser tão bonita, de seu corpo gordo não ser tão atraente e que o título do livro vem de mais uma tentativa de evitar a solidão, até na morte.
Leitura mais que recomendada, que me fez deixar a autora na lista de nomes para ficar de olho nas próximas publicações.
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