Daniella 01/02/2015
Bom, mas poderia ser melhor (MEU ponto de vista)
É um livro bacana. Poucos médicos pensam como Cury (quem dera todos os maus profissionais tivessem ao menos 3% de sua sensibilidade/empatia). É digno de reconhecimento, sem dúvidas.
Quanto à obra, sinceramente (pra mim) o começo do livro foi bem ruim: nada atrativo e bem piegas. Muitos clichês desnecessários, o que me fez detestar tais partes. Uma frase ou outra salvaram a continuidade da leitura inicial, o que também não quer dizer que a obra seja detestável por completo. Como disse anteriormente: ao leitor atento, muita coisa pode levá-lo a repensar (práticas, costumes, visão de mundo e mesmo a sua existência).
De todos os livros que li de Augusto Cury, creio que esse foi segundo mais convidativo se comparado aos demais. O primeiro que realmente aprovei foi "Filhos brilhantes, alunos fascinantes". No entanto, só não curto as "voltas" que Cury insiste em dar ao empregar adjetivos demais para descrever situações e especialmente reações. Em alguns casos até parece exagero e floreio (em excesso).
*** Minha impressão *** é que seus escritos têm se tornado, em suma, autoajuda e como não curto esse tipo de leitura, por sua vez acabo não curtindo muito a obra. Pra quem curte o gênero, é uma boa.
Como disse, é claro que há ressalvas e é IMPORTANTÍSSIMO repensarmos sobre aquilo que o autor aponta nesse livro de uma perspectiva que não se reduz apenas à "anatomia"/medicina da coisa. Por exemplo: a insensibilidade de muitos médicos quando professores de faculdade ao ensinar a seus alunos; a insensibilidade aprendida por tais e na maioria das vezes levada adiante para seus consultórios e atendimentos diversos; a maneira HUMANA de enxergar o sofrer psíquico do homem; suas "cadeias" e prisões emocionais; o adoecimento da sociedade presa à visão única e exclusiva do próprio umbigo, das aparências, do espetáculo (como diria Zygmunt Bauman), do repúdio à loucura, etc.
No mais, recomendo essa leitura para todo e qualquer estudante, ESPECIALMENTE da área da saúde (MÉDICOS, ENFERMEIROS, PSICÓLOGOS) que em sua primeira chamada à profissão, optaram pela """ajuda ao outro""", bem como à amenização do sofrer seja ele físico, psíquico e/ou emocional.
Que a empatia - capacidade de se colocar no lugar do outro - seja o carro chefe!