Resenhas - Admirável Mundo Novo

Mawkitas 14/12/2021

O livro retrata o alto preço que se paga pela segurança e pela felicidade, enquanto entidades que viriam acabar com a falta e a angústia humanas. É o sonho obsessivo levado às raias do absurdo: no admirável mundo novo todo desejo é reduzido a uma demanda, tudo está sob controle, todos são felizes e ninguém é livre.

Cris 19/05/2020

Clássico indispensável
Assim como 1984 e Farenheit 481, Admirável Mundo Novo é uma leitura essencial, que pode ser surpreende e/ou assustador, dependendo da realidade em que você vive.

Fernanda 21/08/2021

"Comunidade, identidade, estabilidade"
Para uma obra distópica publicada primeiramente em 1932, é bastante futurista. Castas, sala de condicionamento, repetir para aprender, repetições fazem uma verdade, engenharia genética, abusos de diversas formas, preconceitos, predestinação social, segregação, manipulação, zero sentimentalismo, "cada um pertence a todos". Esses são algumas das temáticas propostas na estória, tento uma das mais marcantes, de como um regime totalitário pode arruinar uma sociedade inteira e todas as gerações posteriores. Impossível não comparar a lavagem cerebral descrita no livro, com as de algumas descritas como "religiões", "adoração a um ser superior" (independente da denominação), de um "líder religioso" de hoje. Sempre com ameaça, punição ou afastamento. Livro bom para reflexões.

binhanca 13/06/2021

mulheres pneumáticas
mais um clássico que pessoas pedantes e pseudointelectuais adoram discutir a respeito, numa tentativa de exibirem suas compreensões não ortodoxas da história.
ou seja, gostei bastante.

Elyza.Rosa 06/05/2022

No livro eles aclamam por uma sociedade estável, mas até que ponto a estabilidade é boa? Será que é preciso a instabilidade para todos nós sermos felizes e ter o livre árbitro?
Para você ter uma sociedade estável precisa abrir mão de muitas coisas, até mesmo de sua liberdade, mas será que vale a pena?
O livro se rodeia em uma sociedade onde o "governo" proclama por uma sociedade estável, que para isso acontecer, a civilização abriu mão até do seu livre árbitro, tendo a soma (droga) livre para todos, para assim quando alguém estiver com problemas ou não estiver feliz, é só ingerir a soma para fugir de sua realidade e flutuar nas nuvens...Mas à pessoas contras, que não estão totalmente alienados...

Erilane.Rocha 28/01/2023

O livro é muiito interessante mesmo. Em poucas páginas eu já fiquei com a cabeça cheia de pensamentos e sempre querendo saber o que aconteceria depois, é tão bom quando uma história faz isso.

É uma sociedade criada para ser feliz e não sofrer com nada de ruim, pois não acontece nada ruim. De início parece ser o céu (eu até pensei que ele poderia ter feito uma analogia ao "céu" mesmo), mas até que ponto a felicidade infinita é benéfica para o ser humano???

Sem poder escolher como se viver, o que vestir, o que ler, o que assistir... isso se tornaria uma prisão e não existe possibilidade de ser feliz sem ter liberdade. Só que la todos os indivíduos eram condicionados a considerar aquele estilo de vida o melhor pra se viver, muito parecido com o que fazemos até hoje com a nossa sociedade. Alguém sempre tem uma opinião do que é bom e aceitável.

Mas nós não somos robôs e não deveríamos nos enquadrar para se encaixar nos padrões que os outros impõem só porque a maioria acha que é bom. Não somos iguais e a beleza está nisso também. A felicidade é diferente para cada um de nós.

No livro, "O Selvagem" entende que não está certo definir o que é felicidade para cada pessoa e não aceita ser manipulado pelo sistema, mas acabou pagando um preço um pouco caro pela sua liberdade.

Sarah 25/07/2020

Quando duas ordens sociais completamente opostas se encontram na intolerância
Mais do que uma distopia, um lugar ou estado imaginário em que se vive em condições de extrema opressão, desespero ou privação (comuns às duas realidades do livro), como é contado no livro, Admirável Mundo Novo conta a historia de alguns personagens comuns, os quais poderiam ser vividos por qualquer um de nós.
Bernard, que por ser julgado e incompreendido, pensou que poderia simplesmente ser aceito ao apresentar um prêmio. John, também injustiçado por uma vida inteira, achou que finalmente seria valorizado e reconhecido em igualdade. E Linda, por nunca se encaixar na nova realidade que lhe é imposta. Pobres personagens.

Os mundos civilizado e não-civilizado, como são chamados no livro, estão mais próximos do que o autor relatou. Em um, não existem os sentimentos de amor, liberdade ou distinções, em função da estabilidade social e econômica. No outro, o amor extremo é uma regra, mas a liberdade e as distinções não existem, em função de uma situação de pobreza extrema.

Estaríamos nós, vivendo simultaneamente nessas duas ordens sociais e somente cultuando seres diferentes? Ou talvez o autor tenha reconhecido este abismo refletido nas nossas classes sociais modernas. E enquanto você se vê tão próximo do mundo não-civilizado, tem gente vivendo a civilização neste exato momento.

felipe.demattos.94 19/01/2023

Seria medo?
Gosto muito de distopias, já li várias e algumas, como essa, mais de uma vez. Contudo distopias são exercícios de imaginação quase fantásticos, que extrapolam temas sensíveis para exemplificar as consequências dos descaminhos da sociedade.
O desconforto que sinto ao ler este livro é pelo fato dele estar próximo demais da realidade. Infelizmente a busca pelo prazer e fuga da dor nunca foi uma realidade tão mandatória quanto nos dias atuais. A total incapacidade de demostrar virtude e coragem faz da sociedade atual totalmente refém de seus vícios.
É tão triste perceber que o que nos separa do Admirável Mundo Novo é a inexistência do Soma, ainda.

Bonas 16/05/2022

Felicidade e angústia
O livro retrata uma sociedade condicionada a ser contente com sua vida, onde todas as necessidades humanas são plenamente satisfeitas artificialmente com tecnologia, assim extinguindo o sofrimento e criando uma sociedade perfeitamente estável. Porém, sem sofrimento, não se desenvolve nenhum tipo de sentimento e de atribuição de valor às coisas, e com isso, a arte, a religião, a beleza e o romântico, o "eu", morrem. As coisas perdem sua essência e seu sentido.

Durante o desenvolvimento da história, nos é posto refletir se vale a pena buscar uma felicidade infantil de contentamento e prazer sensorial (onde no nosso mundo levaria a diversas desilusões) ou buscar desenvolver nossa consciência, o que nos leva a um entendimento mais claro da realidade e de como vamos lidar com ela, porém trazendo sofrimento.

Eu senti falta da inclusão do fator violento e odioso da natureza humana, foi algo que foi deixado de lado e que poderia ser explorado também.

Taíla 07/07/2020

Pane no sistema, alguém me desconfigurou
“Pane no sistema, alguém me desconfigurou.” Desde que ouvi a música Admirável Chip Novo, da Pitty, sabia que tinha uma referência da obra Admirável Mundo Novo e sabia que esta tinha que entrar na minha lista de leituras e por muitos anos, ficou lá.

Demorei muito tempo para ter contato real com o livro, só em 2019 graças a uma promoção de loja virtual que fez com que a obra ficasse com um precinho muito do camarada. A edição que possuo é muito bonitona, daquelas que dá orgulho em ter na estante. A capa é bem sugestiva e extremamente relacionada ao tema da obra. Em um tempo onde todas as pessoas saem de uma linha de produção, o que acontece quando alguém sai da linha?

Em Admirável temos uma alegoria bem concreta nos apresentando um mundo onde todos somos iguais dentro das nossas bolhas e viemos já com a mentalidade bem treinadinha sobre como as coisas são, o que é certo e o que é errado e nem passa pela nossa cabeça questionar o estado atual das coisas. Afinal, sempre foi assim, não é mesmo?

A sexualidade exacerbada também é um ponto que o autor bate bastante e até aqui os termos dessa sociedade, que tem Ford como um deus, são utilizados para descrever as mulheres. Pneumática soa como um elogio para você?

Quando um cidadão, que está em uma determinada casta mas suas características físicas e emocionais não condizem tão bem assim com o ambiente em que ele vive, seus pensamentos começam a diferir dos demais, aí é que a coisa começa a ficar interessante. Na real promete ficar interessante, desculpem meus amigos, mas daí para diante eu e Huxley começamos a nos desentender.

Nem todo livro clássico é maravilhoso e nem todo clássico é completamente chato. E essa obra é uma crítica necessária e que continua extremamente atual, mesmo tendo sido escrita há tanto tempo, foi escrito em 1932. Mas, aí é que mora um grande mas, sei que temos que levar em conta o momento da época e o contexto em que ela foi escrita, seu estilo e tudo mais. Mas, voltando ao meu mas, eu fiquei todo o tempo de leitura esperando um clímax que nunca veio, na minha opinião. Quando eu achava que ia, não ia. Quando eu pensava, agora vai, não foi. Quando eu pensava, pronto vamos ter uma reviravolta aqui, não tínhamos.

Talvez era para ser assim mesmo, e eu, acostumada com outros tipos de narrativa, acabei criando expectativas em cima do que eu já havia lido em outras distopias e talvez esperando algo mais heroico que me tirasse da nossa realidade por alguns momentos. Mas não, o livro poderia sem bem real, o seu desenvolvimento é comum como todos nós e não tem um herói que vai liderar uma revolução. Aqui acontece o que acontece de verdade com quem contraria o sistema e até quem vai contra o sistema, continua dentro dele.

Dá uma agonia em perceber o quando estamos imersos em tudo isso e como é difícil, se não impossível, manter-se puro de tudo o que a nossa sociedade tem para oferecer. Para quem não se encaixa, não restam muita alternativa e, para quem questiona, menos ainda. E aí de você que ouse desafiar o sistema. Perigoso e pouco eficiente, por que abrir mão de tudo o que a sua zona de conforto proporciona para passar trabalho e ser odiado e visto como louco enquanto tenta mudar a realidade?

Desanima, não? O que me deixa feliz é ver que em nosso tempo sempre tem um louco, alguém que pensa fora da curva e nos leva a lutar pela mudança. Pode ser de pouquinho em pouquinho, passos de formiga ao longo de cada geração, mas prefiro acreditar que não vamos ser tomados pela apatia completa e sermos absorvidos pela linha de produção. Já vejo algumas bolhas trazendo e compartilhando o novo e é nelas que quero investir meu tempo em minha energia, em construir o novo e agregar. O mesmo, o igual, o de sempre, a gente vai deixando para lá.

Você queria um herói, Taíla? É isso que te deixou desconfortável nessa obra, não ter um Messias para seguir? Pois é, quer mudar a sua realidade? Faça você mesmo e lide com as consequências.

site: https://www.prateleirasemfim.com.br/posts/livros/resenha-sobre-o-livro-admiravel-mundo-novo

Andy.Vasconcellos 10/08/2020

Uma Obra prima
"Admirável Mundo Novo" é algo a ser digerido com calma. A escrita é formidável Várias vezes tive a impressão de que aquela sociedade poderia realmente existir. A falta de empatia das pessoas e o modo como elas repetem sucessivamente as ideias impostas a elas, me vez lembrar da sociedade em que vivemos. Pessoas que não buscam conhecimento e apenas repetem o que lhes foi passado sem questionar, buscando sua própria satisfação sem levar em conta o próximo.
Ótimo livro, ótimo autor. Sem mais!

Daiane539 27/12/2020

Não vou mentir pra vocês, essa leitura não foi tão fácil.
Harari chega a citar ela em um dos seus livros, onde ele diz: "A visão de futuro de Huxley é muito mais pertuparbora do que a de George Orwell em 1984."
Admirável mundo novo se passa em um cenário futurista onde com o avanço da ciência a concepção por via biológica se tornou desnecessária e até desprezada, os bebês agora são feitos em laboratórios; pai e mãe? Que blasfémia! Como pode falar ou cogitar isso?
As pessoas são divididas por castas: Beta, alfa (Nobres) Deltas, Gama (médio) ipsilon (proletariado). As características físicas de cada casta é manipulada na sua criação.
As classes altas são manipuladas pra se sentirem superiores e sortudos, a rejeitarem a classe baixa. E a classe baixa é estimulada a fazer o pior trabalho com prazer e alegria.
Nessa sociedade ninguém sente dor, tristeza, angústia ou solidão, sentimentos assim são inibidos com um medicamento chamado soma, que dissipa todo pensamento negativo e os deixam felizes. Todo relação de afetividade é desestimulada, nessa sociedade os valores são invertidos, o sexo é supervalorizado. Comportamento padrão é se relacionar com vários, criar laços é coisa de gente fora dos padrões e é até proibido. Afinal gente triste e solitária pensa, quem pensa pode questionar o sistema.
Como em outras distopias aqui a arte e os livros foram extintos, os livros que restam são com escritos do interesse do governo.
Não existe religião, eles adoram Ford (seu criador, sim, Ford o criador de carros).
Mas como eles aceitam isso assim? Desde sua criação são condicionados a ouvirem várias repetições do que o governo quer que eles tomem como verdade. Vi uma referência a manipulação da mídia. Hoje mais do que nunca fica nítido que a mídia pode fazer até mesmo uma mentira virar verdade de muitos, hello fake news!
E se por acaso alguém tomasse consciência de si e se revoltasse contra as normas, era exilado em uma ilha. Tem um trecho do livro que diz: "É uma sorte que aja tantas ilhas pelo mundo. Não sei o que faríamos sem elas. Seríamos obrigados a metê-los todos em uma Câmara de gás..." Fica nítido que essa distopia, assim como outros livros desse gênero, trata de crítica a governos totalitários. Falando em câmara de gás lembra-se logo do nazismo, mas esse livro foi escrito antes da segunda Guerra Mundial, porém antes de Hitler, Napoleão já havia usado gás venoso para acabar com rebeliões de escravos no século XIX.
Longe dessa civilização existe uma tribo de selvagens, são pessoas que continuam com hábitos antigos. John (um selvagem) é leitor, dai começam as citação de Shakespeare (achei até exageradas). Este vai viver na civilização, mas permanece fiel a suas ideologias mesmo com várias tentativas de seduzi-lo a se render aos novos costumes, creio que destaca a importância da leitura para o pensamento crítico.
O fim não foi algo que me surpreendeu! Mas uma coisa não posso negar, uma obra visionária, incrível! 🧐

raphaseixas89 26/11/2021

Junto com 1984, Admirável Mundo Novo é a obra mais importante do século XX! Ambas são questionadoras e subversivas, mas são inversas em suas propostas.

Admirável Mundo Novo passa muito mais a sensação de uma utopia, pessoas que buscam felicidade de formas simples, não questionar nada a sua volta e aceitar nada além do que sua felicidade, mesmo que para isso, ela precise ser controlada e criada em laboratório. Não há distopia nessa sociedade, quando a única coisa que se conhece é uma utopia.

Admirável Mundo Novo vai muito de encontro a posições ''nulas'', onde um ambiente te pede para reagir, mas pela facilidade em não se preocupar, é mais fácil relevar e aceitar. Tudo no livro é chocante para quem ler, mas é fácil ver que nessa sociedade, todas as formas de controle são boas, já que isso foi implantado geneticamente. A preocupante busca pela felicidade, onde não há espaço para tristeza e dúvidas, seguir pessoas que inspiram alegria sem questionar os meios.

''As rodas da máquina têm de girar constantemente, mas não podem fazê-lo se não houver quem cuide delas. É preciso que haja homens para cuidar delas, homens tão constantes como as rodas nos seus eixos, homens sãos de espírito, obedientes, satisfeitos em sua estabilidade."

Gabriela.Chaves 22/05/2020

Incrível como dei boas risadas com a narrativa sarcástica. E, momentos depois me pequei fechando o livro pra poder pensar um pouco sobre as poesias e acontecimentos.
Amei a discussão antropológica e científica proposta. O livro continua atual e envelheceu MUITO bem.

Karol com kah 23/03/2021

Não é só mais um clássico
Como uma narrativa diferente, como muito das distopias, o livro trata de um mundo futurístico que em muitos aspectos se assemelha ao mundo atual. Já em outros aspectos mais parece um alerta.

Mesmo sabendo antecipadamente o que aconteceria com o "herói" no final, ainda assim o final foi chocante e triste. Uma distopia que por mais cliché que seja dizer, é um livro essencial que todos deveriam ler.