Resenhas -

Kauan_Vitor 19/02/2022

Um bom livro, uma boa história
A obra Quincas Borba aproxima-se do inovador Memórias Póstumas de Brás Cubas, a obra machadiana que inaugurou o Realismo brasileiro. Embora não traga as mesmas mudanças estéticas e temáticas, também é possível observar o talento do autor ao trabalhar com a digressão, a ironia e a metalinguagem - porém, de maneira menos intensa. O personagem Ouincas Borba intensifica a aproximação das obras, uma vez que é apresentado como o amigo de infância do defunto autor Brás Cubas. Em Memórias, Quincas havia se tornado um mendigo que, depois, recebe uma herança e torna-se rico e criador de uma filosofia, o "Humanitas" ou Humanitismo, mote que também está presente em Quincas Borba.

O romance narra a ascensão social de Rubião que, após receber toda a herança do filósofo louco Quincas Borba, sai da pacata Barbacena e muda-se para a Corte do final do século XIX. Na viagem de trem rumo à capital, Rubião conhece o casal Sofia e Cristiano Palha, que percebem estar diante de um ingênuo - e agora rico - provinciano; impressão que também é compartilhada por todos os que estão ao seu redor.

As desventuras de Rubião e sua relação com os amigos parasitários dão a tônica da obra, que se desenrola no Rio de Janeiro. Além disso, o protagonista demonstra um sentimento amoroso em relação à bela Sofia, esposa de seu grande "amigo", o que o deixa cada vez mais confuso no que se refere ao bom convívio social e aos valores morais e éticos vigentes na época.

(Resenha contida no livro)

roblesz_ 27/08/2021

Às batatas, o vencedor?
Machado, ao retratar todos os seus personagens de maneira realista (com inúmeros defeitos, sendo egoístas e vaidosos), traz uma visão, quase que natural, de como é a dinâmica do mundo: raramente nos importamos de verdade com quem está ao nosso lado.

Ao invés de mostrar as pessoas de maneira maniqueísta (ou muito ruins ou muito boas), ele nos mostra que o mundo, na maioria das vezes, trata a falta de caridade com naturalidade, como se fosse mera autopreservação. Dessa forma, é útil refletirmos se não acabamos nos acostumando aos nossos "egoísmos de estimação", que admitimos e toleramos sem qualquer dificuldade.

Nenhum personagem aqui nesse livro é assassino, nem criminoso ou algo do tipo. Porém, ao ler o livro, tratamos-os quase como se fossem, já que Machado mostra, de maneira espetacular, como toda vaidade e ganância é hipócrita e digna de nojo. Apesar disso, na realidade, torna-se cada vez mais comum (se já não é há muito tempo) a crescente adoração ao "eu", que importa mais do que qualquer coisa. Assim como é muito fácil percebermos atitudes ruins na vida dos outros, é proporcionalmente difícil enxergamos isso em nossas próprias vidas.

Déh 11/06/2021

Quincas Borba
Demorei para conseguir me prender à história e aos personagens e também para terminar a leitura. Esse de fato foi um livro que me exigiu um pouco mais que os outros do Machado, mas mesmo assim foi uma boa leitura. A ironia presente nesse livro é sensacional, bem como é sempre ótimo saber um pouco mais sobre o passado do nosso país através das lentes de uma pessoa genial.

Luizaâ¡â 21/12/2023

Tem cara de novela das seis
Li por causa do vestibular e, pra ser sincera, gostei da história, dos personagens e do estilo da narrativa, mas foi uma leitura totalmente arrastada.
Não recomendaria o livro se você não está acostumado com um vocabulário mais antigo, porque, assim como eu, você vai sofrer um pouquinho.

Welber 27/11/2022

Clássico..
Nem sempre uma boa história tem final feliz, e ficou a pergunta de quem se trata o nome do livro, do defunto ou do cão, qualquer responta dada é verdadeira. Um final bem triste, começa com morte e termina com morte.

Fernanda :) 02/08/2022

Realismo puro
Quincas Borba foi a minha primeira leitura do Machado de Assis e fiquei muito surpresa por ter gostado tanto.

Geralmente quando tenho que ler livros acadêmicos pra fazer trabalhos eu me desinteresso muito fácil pela leitura, mas essa foi a primeira vez isso não ocorreu (na maior parte do tempo).

O livro retrata muito bem a fase literária do Realismo no Brasil. Machado de Assis consegue abordar diversos temas e críticas dentro do livro, na maior parte das vezes através das ironias, mas também revelado através da profundidade psicológica dos personagens (que é uma outra característica marcante do Realismo), nas entrelinhas, etc.

Não sei se foi porque antes de ler o livro eu vi algumas resenhas na internet só pra ter um parâmetro sobre o assunto principal da obra, mas não foi tão difícil compreender o que o narrador queria passar pro leitor, o que acaba dificultando um pouco é a questão do vocabulário de época, mas pelo contexto até dá pra entender (e nada como um bom dicionário pra ajudar).

Sobre a obra, por incrível que pareça, eu cheguei a refletir muito sobre mim mesma em algumas partes. Não existe vilão ou herói em Quincas Borba. Todos os personagens são retratados com suas falhas e sem toda aquela glamourização que até então se tinha no Romantismo.

O livro pra mim foi um misto de emoções. Eu senti raiva de alguns personagens, fiquei de saco cheio de alguns diálogos, achei algumas atitudes precipitadas, outras que julguei como erradas.. senti de tudo um pouco. E na minha interpretação, talvez o Realismo seja sobre isso, mostrar as facetas do ser humano: ganância, traição, loucura, interesses? de tudo um pouco.

Enfim, superou as minhas expectativas. Acho que vale a pena algum dia todos terem a oportunidade de ler para tirar suas próprias conclusões, com certeza pretendo ler mais obras do autor :)

Jessica.Castagnara 02/05/2022

Ao vencedor, as batatas!
Gostei do livro em si, me trouxe grandes reflexões sobre amizades por interesse, como o ser humano lida com a riqueza, o nosso ego, entre outras coisas.

Enfim, acabei me afeiçoando ao Rubião no início e no fim do livro só me restou pena por ele; a riqueza foi seu deus e seu diabo.
O fim é tão melancólico quanto o estado final de Rubião e de Quincas Borba.

Lucas 07/04/2023

Quincas Borba
Este livro é indiscutívelmente uma obra da literatura brasileira.
De uma linguagem extremamente difícil e complicada, o autor fez um ótimo retrato de sua época. Confesso que foi bem cansativo para mim o livro como um todo, mas vale a pena as reflexões que o traz: ambição da sociedade burguesa; fieldade e lealdade para com os outros; injustiças cometidas pela elite que em sua maioria são acobertadas; a necessidade de se encaixar em parâmetros socioeconômicoe e por fim "ao vencedor as batas".
O fim trágico e frio de Rubião e seu cachorro (que pra mim foi o melhor personagem rsrs) concluí a visão pessimista e crítica de Machado: o homem para satisfazer seus interesses, se mostra animal ao extremo podendo até o levar a loucura. Enquanto cão, solidário e fiel, esbanja afetividade e admiração, morrendo ironicamente logo após de seu dono.
Em resumo meu apreço fica só para o final da história, do qual os fatos são melhores desenvolvidos e atraí a leitura da trama.
Só uma observação: Sofia eu não gosto de você, um saco!!!

Rebekka O'Brien 10/04/2023

Logo que eu comecei a ler, muitas pessoas vieram me falar(só pra me entusiasmar mais), que era um livro chato, o mais chato do Machado.(a decepção)
Porém, logo que comecei percebi.....que tinham total razão, como era chato. Passou um tempo, quando finalmente entendi todo o sarcasmo do autor, que o livro começou a ser mais interessante e fazer mais sentido.

Luiza 04/10/2022

A ganância nos leva a conhecer a verdadeira face das pessoas
Quincas, um homem ingênuo que se acha esperto, teve momentos que sim eu fiquei com muita pena dele, porém é uma lição que por mais boas e simpáticas que as pessoas possam parecer elas sempre possuem um interesse, triste pensar assim mais é a verdade

Beabit 09/03/2023

Resenha ?Quincas Borba?
É a minha primeira vez lendo Machado de Assis,gostei bastante do livro,confesso que comprei para ler só por causa da prova,minha leitura foi um pouco lenta pq achei um pouco mais difícil,mas gostei bastante,de verdade mesmo,agora estou com vontade de ler as outras obras do Machado!Recomendo?

Fran2016 26/03/2024

Quincas Borba é um romance realista de Machado de Assis. Conta a história de Rubião, um professor de Barbacena que herda os bens de seu amigo Quincas Borba com a condição de cuidar do cão do falecido, que possui o mesmo nome do dono, ou seja, Quincas Borba.

lumelowb 02/03/2023

Humanitas
"Ao vencido, ódio ou compaixão. Ao vencedor, as batatas."

Gostei do livro! As ironias machadianas me encantam!

Matteus5 24/03/2024

Ética
O preço do convívio é a incerteza. Viver na incerteza é viver em contradição, então que se desconheça a angústia e viva sem medo.

Rubião era um mero professor de Barbacena, ao passo que seu amigo, Quincas Borba, caí enfermo e morre, este recebe toda a sua fortuna e bens. Agora rico, Rubião se muda para a corte imperial no Rio de Janeiro, buscando uma vida de conforto e luxo que a pequena província mineira não lhe proporcionaria. No caminho faz dois "amigos", Palha e Sofia, juntamente a outros que se juntariam a eles na corte.

A sinopse é simples, a elaboração também. Machado mostra por meio de seus personagens complexos e psicologicamente bem estruturados um lado diferente da burguesia, com golpes e inversões de valores morais fixados pelo romantismo. A impureza de Sofia, a contradição de Palha, o interesse de Camacho e dos demais convívas de Rubião dão um gosto de felicidade, passageira; pois com o transcorrer da obra se nota o intento de exploração.
Outra coisa que me chamou atenção foi a filosofia de Quincas Borba, Humanitas! Não aparenta ter um sentido bem definido, a princípio fiz uma comparação entre o "Ser e Parecer" de Parmênides; mas, não é só isso. Parece haver uma crítica social mais pungente, Darwinismo social talvez, quem sabe? Só sei que é uma peça de alto interesse, porém, na mesma medida, de alta complexidade.

No fim, sendo um livro Machadiano se esperava a grandeza, e é isso que o livro expõe.

Anne 28/08/2021

Ao vencedor, as batatas.
Que obra incrível! Nos traz reflexões além da narrativa, leitura maravilhosa!
Machado era, incrivelmente, genial!