Lolita

Lolita Vladimir Nabokov




Resenhas - Lolita


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Naylla.Carlins 27/06/2022

Esse livro é muito difícil de ler, não pela linguagem, mas pela história. Fiquei horrorizada muitas vezes, quase abandonei a leitura. Pode ser um clássico, mas eu acho que deveria ser extinto.
Meneva 27/06/2022minha estante
Socorro


Luana 04/07/2022minha estante
Hm, entendo seu lado. Realmente é um tema muito pesado. Mas ainda assim, o livro -apesar de romantizar a pedofilia- também aborda o tema de modo a retratar a mente de alguém que sente essa atração doentia por crianças. Serve de conscientização QUANDO SE TEM UMA LEITUEA CRÍTICA como a sua. Por isso o público-alvo de um romance pesado como esse tem que ser mais maduro para que a compreensão seja mais atenciosa e crítica




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telefone 17/07/2021

Ler esse livro é algo completamente complicado, não é fácil leitura, diversas partes dele são complicadas de digerir s precisam ser lidas com calma. Por termos um narrador não confiável tudo fica cada vez mais complicado e se for lido da forma errada, a lição desse livro fica completamente distorcida.
Luiza Cavalcante 17/07/2021minha estante
Tive exatamente a mesma sensação quando li.




Sol 62 20/10/2022

Lolita de Vladimir Nabokov, é um livro que eu tinha ?certa? resistência para ler. Mas, aproveitei uma leitura conjunta para me aventurar a ler Lolita.

Um livro que me trouxe sentimentos ambíguo:

1. Fiquei enojada com o desenvolvimento do tema - pedofilia. Por ser narrado pela perspectiva do pedófilo, muitas características do comportamento da criança e da sua mãe, parecem formas utilizadas pelo narrador para amenizar seus próprios atos. Embora o narrador, o tempo todo, mostre que tem conhecimento da perversidade de suas ações, as justifica o tempo todo. Enfim, é um texto sobre a crueldade de um pedófilo.

2. Fiquei encantada com Nabokov e sua escrita poética e estética. Um tema devastador, escrito sem palavras rasteiras, sem termos chulos, nada na escrita lembra, sequer chega perto, da linguagem pornográfica.
Diani Voulga 20/10/2022minha estante
Esse livro é uma mistura de prazer em ler algo tão bem escrito e asco por ler algo tão vil bem escrito. Relação complexa com este livro rs




Cristiane 20/09/2022

Lolita
Lolita devia fazer com que todos nós - pais, assistentes sociais, educadores - nos dedicassémos com vigilância e consciência ainda maiores a tarefa de criar uma geração melhor num mundo mais seguro.
Esta não é uma história de amor, é um romance desconcertante. Em alguns momentos enfadanhos, em outros asqueroso.
Porém o mundo não está mais seguro para nossas meninas. Infelizmente.
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Midi.Gomes 22/09/2023

Lô! Lola! Dolly! Dolores! Lolita!
Uma escrita rebuscada, muitas vezes poética e outras tantas até incompreensível, para mim.

Uma mente escrava de suas obsessões.
Lolita é o único pensamento de H.H. e senão fosse a habilidade de escrita impecável de Nabokov, a história não seria só incomoda, triste e meio tediosa. Seria insuportável!

Não entendo como transformaram essa história na ideia de "garotas jovens dando em cima de coroas", simplesmente não entendo. Mas esse é nosso mundo: cheios de pessoas de almas doentes e mentes obscuras.


"Eu seria um hipócrita se dissesse - e o leitor um tolo se acreditasse - que o choque de perder Lolita me havia curado da pedofilia.  Minha maldita natureza não podia mudar, por mais que mudasse meu amor por Lô."
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JAssica.Nunes 12/08/2021

Divisor de opiniões...
?Lolita, luz da minha vida, fogo da minha virilidade. Meu pecado, minha alma. Lo-li-ta: a ponta da língua faz uma viagem de três passos pelo céu da boca abaixo e, no terceiro, bate nos dentes. Lo. Li. Ta.?

Penso que, no que diz respeito à Literatura, a Arte como um todo, seria prepotência de nossa parte pensar que o artista tem obrigação de criar obras que problematizem diretamente questões sociais. Claro que a arte, enquanto um veículo transformador da sociedade, tem papel fundamental, mas não necessariamente existe essa obrigação.

Lolita é bastante polêmico e divide opiniões por trazer uma temática extremamente pesada... Antes de fazer a leitura, havia visto algumas críticas à obra e até mesmo ao autor. No entanto, a genialidade artística de Nabokov e a beleza de sua escrita são inegáveis, e isso é totalmente diferente de romantizar a pedofilia. O autor não precisava, de forma alguma, escrever em letras garrafais ?pedofilia é ruim?. O problema dessa romantização está no público leitor, que ou não entendeu nada ou tem desvio de caráter mesmo. Até porque, ainda que o livro seja narrado do ponto de vista manipulador e doente do Humbert Humbert, o mesmo nos dá pistas do quanto a criança abusada por ele sofria.

Gostei muito do livro! Quero muito ler outras obras do Nabokov. Confesso que precisei parar várias vezes para respirar, porque de fato é de embrulhar o estômago toda a nojeira do H.H., mas entendo perfeitamente o porquê de Lolita ser considerada uma obra-prima!
Anna 12/08/2021minha estante
Gosto do livro pois ele mostra a visão de um pedófilo,a forma como a doçura de uma criança aos olhos dele se torna algo sexualizado




Victoria.Marin 19/09/2022

Não é um romance!!!
A narrativa do livro é, do começo ao fim, poeticamente incrível! O autor possui uma escrita impecável e bela, muitas vezes deixando os leitores ?esquecerem? que o livro se trata de pedofilia e não de um romance.

O tempo ?em que a história é narrada se passa após a morte de todos os personagens, ou seja, só temos acesso, única e exclusivamente, ao ponte de vista de Humbert Humbert, digamos que nada confiável. Em muitos momentos, tive dúvida se aquilo realmente teria acontecido ou seria apenas uma visão conturbada do Humbert! (não é spoiler, está no início do livro).

Além disso, a história é uma conversa entre Humbert e os leitores, que seriam membros de um júri. Sim, ele está preso, mas a gente não sabe o motivo, qual a acusação, até o fim do livro.

Um livro incrível, que trata que um assunto importantíssimo a ser discutido pela sociedade. No entanto, é preciso se lembrar durante toda a leitura que NÃO É UM ROMANCE, mas sim um relacionamento forçado entre um adulto de 37 anos e uma criança de 12. SIM, o autor induz o leitor a romantizar. Mas ao mesmo tempo, o próprio Humbert, não se livra da culpa, assume seu erro e se reconhece como doente, reafirmando isso diversas vezes!

Não sei nem o que dizer sobre o ?fim? de Dolores (Lolita), sua situação em particular. Nem mesmo quanto ao fim de Humbert! Surpreendentes!

Leitura pesada, mas bela, no sentido literário! Vale cada minuto! Não esperava ter gostado tanto do livro, me surpreendeu!
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Larinye 04/04/2021

Não acreditem no Humbert!
Esse livro foi difícil de engolir por tantas razões que me fez desistir e voltar a ler. A história tem total foco em Humbert onde descreve seus momentos com Lolita e suas confissões descaradas de amor que ele dizia sentir por ela, mas que pra mim não passou de uma desculpa do seu crime nojento.

Não tem como você se simpatizar com sua atitudes, até porque nada ali foi com o consentimento da criança, só as atitudes cruéis de Humbert e seu amor doentio por Lolita.

Eu particularmente achei o livro muito chato em algumas parte que me fez até demorar um pouco na leitura por conta disso, isso sem contar que a história não me agradou tanto quando eu imagina. Fiquei um pouco desapontada com a leitura, mas foi importante acompanhar e ter essa visão que muitos dessas pessoas acreditam ser a forma correta ou não se sentem culpadas por seu crime.

Uma frase que eu achei interessante é a forma como ele se vê diante a situação:

"Não sou um psicopata sexual criminoso tomando liberdades indecentes com uma criança. O violentado foi Charlie Holmes; eu sou o terapeuta, o que faz a sua diferença"

Não acreditem no Humbert e nem nessa falsa ideia desse amor. Não existe amor em pedófila!!!
RicellaDT 24/05/2021minha estante
Mas a gente não pode acreditar nele mesmo não. É um narrador em primeira pessoa. Uma narrativa totalmente parcial. A gente só vê o que ele acha.




Sara.Goncalves 30/08/2023

Cinco estrelas pela leitura muito fluida e que me prendeu durante dias. no entanto, com certeza foi o livro mais sufocante e repugnante que já li. daqueles que te tira da zona de conforto, e te põe num precipício, com o coração apertado, morrendo de raiva do Humbert, morrendo de angústia e tristeza pela Dolores. ele literalmente revira seu estômago.
enfim, é bom pra quem gosta de se jogar em leituras polêmicas, arriscadas, pesadas.
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Mauricio Gonçalves 14/08/2020

Excelente livro
Faz com que o leitor enxergue o mundo através dos olhos do protagonista, é fácil e muito interessante entender como ele vê, julga e se relaciona com as pessoas. Suas crenças, preconceitos, paranoias e reações ao cotidiano são tão bem transmitidas, que o leitor passa a conhecer o protagonista como uma pessoa próxima, sabendo com bastante precisão qual será sua reação à próxima situação, mas sem tornar a leitura previsível e sim em muitas partes divertidas, exatamente pelo conhecimento profundo que passamos a ter do personagem. Não tão divertido, mas intrigante e interessante é o mundo doentio que ele vive , cria e maquina em sua mente tornando o cenário muitas vezes angustiantes ou insanos, mas como disse anteriormente, às vezes cômico. Há partes do livro que não prendem tanto o leitor, mas é se se entender que o livro é como o diário de uma pessoa comum, nem todos os dias são "heroicos", há os dias de ócio e reflexão, mas que fazem parte de um todo e trazem desenvolvimento à narrativa.
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Leonardo 31/08/2012

Lo-li-ta
Disponível em: http://catalisecritica.wordpress.com

"Lolita, light of my life, fire of my loins. My sin, my soul. Lo-lee-ta: the tip of the tongue taking a trip of three steps down the palate to tap, at three, on the teeth. Lo. Lee. Ta.

She was Lo, plain Lo, in the morning, standing four feet ten in one sock. She was Lola in slacks. She was Dolly at school. She was Dolores on the dotted line. But in my arms she was always Lolita."

Este certamente é um dos inícios de romance mais famosos da literatura, e está sempre presente nas listas desta espécie, como aqui e aqui.

Lolita conta a história de Humbert Humbert, um homem branco e viúvo e pedófilo. Ele é mais inteligente do que a maioria das pessoas, mais sensível, mais sagaz e exatamente por conta disso sabe o quanto é doente. Escrito no formato de memórias ele relata como conheceu Charlotte Haze, uma viúva com uma filha de doze anos, Dolores Haze, Lolita.

Ao ler um grande escritor, meu foco se divide, inevitavelmente. De um lado, a história, a narrativa; do outro, e talvez com preponderância, o estilo, o feitiço com as palavras que é domínio exclusivo daquele autor. Gosto de listas, e gosto especialmente de listas sobre livros. Naturalmente dou atenção a listas elaboradas por quem merece atenção. Examinando listas como a da Modern Library, da revista Time , Harvard) ou da World Library) é possível ver que Lolita sempre aparece em destaque. Isso foi despertando em mim um interesse em conhecer o romance e ver o que Nabokov tem de mágico, como ele conseguiu transformar a história de um pedófilo em um clássico da literatura mundial.

O começo do livro e a passagem em que Humbert Humbert avista Lolita pela primeira vez (ver em http://catalisecritica.wordpress.com) já são suficientes para identificar um pouco do estilo do russo. Autocrítica, ironia, acidez, uma imensa capacidade de observação e, especialmente, de colocar no papel o que vê, tornam a leitura de Lolita agradável e fluída.

Mas não é o estilo de Nakobov que mais chama a atenção. É Humbert Humbert, o terrível. Com muito bom humor e demonstrando um imenso desprezo pela sua própria pessoa, ele muda seu próprio nome, montando trocadilhos, de acordo com a situação. Humburger, The Humble Hunchback (o corcunda humilde), Humburger, Hummer, Hummerson, Humbert the Hoarse (o áspero), Humbert the Wounded Spider (a aranha ferida), Jean-Jacques Humbert, Hamburg, Humbird, Humbug, Humbert the Hound (o cão de caça), Humbert the Humble (o humilde), Herr Humbert e muitos, muitos outros.

Ele ama Lolita. Mais do que isso, é obcecado por ela, louco, dependente. Ele sabe muito bem o mal que faz à menina, as marcas que ficarão para o resto da vida dela, mas seu desejo é mais forte, sua doença cala sua consciência. Um belo exemplo disso está na passagem que narra o dia seguinte da primeira relação sexual dos dois. Humbert Humbert sabe o ato monstruoso que fez, mas não consegue evitar que o desejo volte mesmo vendo a fragilidade e a dor da sua presa (ver a passagem completa em http://catalisecritica.wordpress.com.

É uma história triste, e não poderia ser diferente. Trata de um tema sério, com consequências terríveis para todos os envolvidos, mas a narrativa é hipnotizante e você quer ir até o fim. E a parte final é bastante louca, ou pelo menos assim me pareceu. Não vou contar o que se passa, mas um terceiro personagem aparece como responsável por uma série de ações passadas, e muda o rumo da trama. Sei que o fato de eu ter lido em inglês, tornou a compreensão de determinados trechos mais difícil, mas quando Lolita está prestes a revelar a identidade deste terceiro personagem, por exemplo, Humbert Humbert antecipa: você, meu caro leitor, sabe quem ele é há muito tempo. Eu confesso: não tinha a menor pista de quem poderia ser. Mas pelo que já pude verificar, há Easter eggs no livro, especialmente um na introdução (ainda não consegui descobrir, mas sei que o farei na minha releitura). Apenas para reforçar o aspecto insano do final do livro, há um assassinato que é uma das cenas mais surreais que se possa imaginar. Nabokov mostra todo o seu potencial narrativo, misturando pastiche, certo clima noir, drogas, nonsense e nem sem mais o quê.

Ao final, a impressão de que Humbert Humbert é real é tão forte que não pude deixar de imaginá-lo como alter ego de Nabokov. A obsessão, as pequenas e grandes perversões, o olhar viciado, a narrativa confessional tão próxima e vibrante Cheguei a pensar: é a confissão de Nakobov. Aí leio uma nota no final do livro, escrita e assinada pelo próprio Nabokov, que desfaz esse encanto maléfico e me faz lembrar: ele é só um escritor de imenso talento, só isso.

Lolita tem uma lição de moral, quer passar uma mensagem? Dentre outras brilhantes observações, Nabokov diz o seguinte a respeito disso (tradução livre minha):

"Há almas gentis que afirmam que Lolita não faz sentido porque não lhes ensina nada. Eu não sou nem leitor nem escritor de ficção didática, e, a despeito da afirmativa de John Ray, Lolita não traz em si nenhuma moral. Para mim uma obra de ficção só existe na medida em que me permite o que eu vou chamar desajeitadamente de êxtase estético, que é a sensação de estar de alguma forma, em algum lugar, ligado a outros estados do ser, onde a arte (curiosidade, ternura, bondade, êxtase) é a norma."

Obra-prima inquestionável, mostra o poder que tem a literatura de criar mundos, de criar indivíduos, de criar tragédias.
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Anna.Beatriz 15/09/2021

Um experiência extremamente desconfortável
Nunca tinha visto algo assim. Quem diz que a história de lolita é sobre amor e paixão precisa urgentemente ser internado. O enredo é chocante, nojento, triste e muito real. É assustador saber que existe diversos Humberts por aí.
Não recomendo para pessoas sensíveis, em alguns momentos tive vontade de abandonar o livro de tão nojento e asqueroso o Humbert é.
Mesmo com toda essa toxidade, a forma com que autor escreve é muito boa, em algumas partes é fluída em outras dá uma preguiça de continuar.
Acho que autor soube muito bem como escrever sobre um assunto tão polêmico, sem romantizar qualquer parte. Tudo em lolita é muito cruel e verdadeiro.
rana.castillo 15/09/2021minha estante
Tá na minha tbr esse


Paty 26/09/2021minha estante
Exato ?




Edilene Freitas 03/09/2022

Não se trata de uma história de amor!
É importe dizer logo de início que Lolita não se trata de uma história de amor, mas sim da narrativa dos horrores que uma garota de apenas 12 anos viveu nas mãos de um pedófilo. Nobokov nos entrega um narrador, Humbert Humbert, nada confiável que tenta nos convencer e manipular a cada linha escrita. Não é possível acreditar em nada do que ele conta. H. H. mudou-se para os EUA e acabou alugando um quarto na casa de Charlotte, mãe de Dolores. Fascinado pela beleza da menina, que ele atribui ao fato de ela ser uma ninfeta, Humbert começa a tecer uma teia ao redor da mesma para poder abusar da garota. A narrativa é insigesta, porém necessária, tendo em vista a necessidade de discutirmos os abusos que várias meninas e mulheres sofrem, abusos esses tão normalizados pela sociedade.
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isabella 13/05/2021

um divisor de opiniões que me dividiu
e então, nessa de ler os clássicos, eu li "lolita". sua trama é bem conhecida: humbert humbert, um literato europeu de quase quarenta anos, se muda para os estados unidos e se apaixona perdidamente pela filha de doze anos da proprietária de seu novo lar, dolores "lolita" haze. a partir desse recorte, pode-se ver o porquê da obra ser polêmica - afinal, aborda o tema da pedofilia de forma escancarada. porém diziam que a genialidade do autor, o lirismo com qual a obra foi cunhada e a composição da narrativa, compensariam a abordagem desagradável desse tema tabu. mas, para mim? nem tanto. um livro divisor de opiniões que me dividiu.

humbert humbert, como narrador não confiável, tem o objetivo claro de manipular o leitor a acreditar que ele era apenas um romântico, seduzido e manipulado por uma ninfeta. esse, com certeza, é um dos fatores interessantes da obra: o quão a moral é testada, curvada e torcida a fim de sustentar a narrativa de “pobre humbert” e fazer o leitor empatizar com o personagem. desde herói trágico a vítima de amor, é intrigante ver as formas que humbert toma para se “justificar”. o livro em si é sua justificativa: uma documentação de todas as memórias ao mesmo tempo que é uma confissão morna.

mas apesar dessas tentativas de nosso querido H.H., antipatizei, assim como a maioria dos leitores, com ele desde o início, e isso tingiu a minha leitura da prosa. sim, a prosa, que é tão aclamada, dita lírica, bela, genial. pessoalmente, por mais que frases memoráveis agraciassem as páginas de vez em quando, toda e qualquer beleza respingava repugnância para mim. toda e qualquer beleza se tornou melodramática, e, com o detalhismo de Nabokov, maçante. parágrafos e parágrafos de metáforas, descrições prolixas, declarações piegas, que quase me fizeram desistir, especialmente na segunda parte.

ah, a segunda parte. nunca vi algo com tantas coisas acontecendo se passar tão lentamente. todo o ritmo da primeira divisão do livro foi perdido, só sendo recuperado no final. para ser sincera, às vezes queria só entrar no livro e chacoalhar humbert humbert para ele parar de enrolar. e tá tudo bem.

mas o final. o final em si - tudo sobre ele, até a última frase - me convenceu um pouquinho de que talvez o livro mereça o título de clássico. ali sim, vendo as páginas encurtarem e o desespero de H.H. aumentar, eu vi a poesia, a beleza, e o fator humanizante da obra. quase considerei aquilo um ato de verdadeiro “amor”, uma primeira e última ressalva no caráter distorcido de humbert humbert. quase.

"lolita" é um dos livros que te deixam pensando depois. "eu recomendaria para alguém?" ou "eu gostei do livro?" ou "por que gostam tanto disso?". ainda assim, ele te deixa pensando - e não é isso que os bons livros fazem?

> ! alerta de gatilhos: pedofilia; abuso sexual, psicológico e emocional; estupro estatuário; estupro, violência, grooming.
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