Gabriela 18/04/2022
Talvez você deva conversar com alguém
Ei você aí, eu estive refletindo sobre a nossa conversa, quando você me disse que sentia-se perdida, o máximo que pude lhe retribuir foi o acolhimento, mas as respostas eu não tinha e não as tenho, mas queria te dizer que estou na luta constante de encontrá-las. Estive lendo um livro e acredito que talvez você deva ler; “Talvez você deva conversar com alguém” escrito pela psicoterapeuta e escritora norte-americana Lori Gottlieb em 2016.
Não se assuste se em um primeiro momento, ao ler o título do livro, você pense que seja mais um de autoajuda que segue a fórmula perfeita de causa/consequência, questões/soluções, etc. Se o fizer, saiba que será surpreendida da melhor forma. Afinal, no decorrer da obra, nota-se que o título é somente uma tentativa de esclarecer o objetivo central do livro; a busca pelo autoconhecimento, sobretudo, com o auxílio da terapia. Mas não é somente isso!
Através da dinâmica dos personagens que perpassam a vida da escritora e psicóloga Lori, fica evidente que essa busca é constante, sem fórmulas e definitivamente não linear. A psicoterapeuta consegue desmistificar alguns estigmas em relação à terapia e faz isso a partir de narrações do seu cotidiano enquanto psicóloga que, além de lidar com os problemas dos seus pacientes, precisa lidar com a sua própria crise interna. Todos os personagens estão inseridos em uma rede complexa de conturbações e caos chamada “Vida”, e percorrem o caminho dilacerante que pode ser o movimento de se encontrar e se perder…
O livro nos mostra que é árduo o processo, que podemos encontrar distrações e outras conturbações no meio dele, mas é preciso que se continue. Para que possamos encontrar uma melhor forma de lidar com os próprios desejos e angústias, para que possamos compreender que todos nós temos uma casa assombrada com alguns fantasmas, mas que ainda assim possamos nos ressignificar e vivenciar a vida. Sendo a terapia o start ideal para nos deparar com esses fantasmas para que possamos aceitá-los como nossos próprios reflexos e lidemos repetitivas vezes com diversos impulsos de vida e morte, pois a vida é isso.
A autora transmite isso e muito mais através de sua diversidade de análises dos pacientes, uma leitura imersiva que, sem dúvidas, vai te tirar da sua zona de conforto (assim espero), igual uma terapia! Esse livro significou muito para mim, pois me abriu portas para novos horizontes! O caos e a angústia foram meu combustível nesse caso…
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