Resenhas - Solitária

Elaine 01/04/2023

"Um dia os criados deixam de ser mudos"
"sei que eu, no fundo, não era um quarto. Eu era uma solitária. Exatamente. Uma prisão, um lugar destinado a apartar do mundo e do restante dos viventes."

Que livro, senhores... Que livro!
Leiam e aproveitem as várias camadas de realidade cruel q ele nos apresenta.

Maria Rolim 01/04/2023

?Em boca fechada não entra mosquito, mas não cabem risos?
Solitária narra o cotidiano do Brasil, com cenas que infelizmente quase todos já presenciaram ou protagonizaram ou viveram. A leitura é extremamente acessível e fluída, traz de forma simples grandes feridas da nossa sociedade brasileira que até hoje se sustenta da servidão e se mantém através do silenciamento.

Me lembrei muito do Filme ? Que horas ela volta?? e traz a reflexão ainda quantas Vals, Eunices, Mabels e Jessicas existem e resistem nesse país.

Gostaria de um aprofundamento maior nas vivências dos outros personagens ( Jurandir, Cacau e João).

Obs: o filme não possui a interseção racismo, extremamente necessária, como o livro.

dudubelleboni 19/04/2023

Bom, mas meio lacrador
O livro é bem interessante pois é escrito de forma leve ao mesmo tempo que traz profundas reflexões sobre estruturas sociais do nosso país, ademais a última parte é bem ruim

Alex.Santos 21/04/2023

O livro narra a vida de duas mulheres negras , mãe e filha . Onde a filha Mabel tem que morar em um quartinho minúsculo junto com a mãe ou melhor em uma solitária com sua mãe Eunice .
O livro trata da dura realidade das domésticas que sofre com preconceitos , salários baixos, onde tem que deixar os filhos abandonados a própria sorte para cuidar dos filhos de patrões mesquinhos e preconceituosos um livro necessário de uma dura realidade.

PedroSF 25/04/2023

Relações sociais nem tão modernas assim
Ao acompanharmos os conflitos presenciados e vividos por mãe e filha, durante o longo período na qual são colocadas em uma relação de servidão na luxuosa cobertura que trabalham, nos é apresentado um resumo de grande parte das relações espaciais e sociais que acontecem em nosso país. A pequena trama consegue alavancar diversos sentimentos, como angústia, revolta e estado de morbidez para com os leitores, tendo em vista que, quando evidência as grandes feridas que parecem cada dia mais impossíveis de se fecharem, não há como seguir sem ser impactado com o cenário desolador. As personagens principais são elemento essencial, pois com suas personalidades escritas de maneira muito fluida, nos ajuda a entender um pouco mais desse mundo solitário que é a relação imposta à muitos no Brasil. Recomendo à todos que querem uma leitura simples mas com uma força necessária.

Nadia 02/05/2023

Livro com história bem atual, e aborda temas do cotidiano de forma simples.
Tem algumas passagens do livro que acredito tenham sido baseadas em fatos reais de grande repercussão na mídia.
Fico feliz em conhecer a escrita de mais uma autora nacional que já traz potência na voz!

Lobo 04/05/2023

Quartinho
Eliana traz no seu texto de forma muito humana, os diferentes conflitos de cor, geração e classe sociais, enquanto Mabel foi uma criança mini adulto, Camila cresceu e nunca deixou de ser criança.
Em Solitária vemos como a relação empregada doméstica e patrão era nociva, a família da cobertura não queria deixar a filha da empregada entra na faculdade de medicina, o general achava um absurdo as cotas.
Mas para mim esse livro traz algo além, ele simboliza também a resiliência.

Monroe 04/05/2023

Um Brasil contemporâneo
?Mãe, a senhora precisa se libertar destas pessoas. A senhora não deve nada pra elas. Não tenha medo de encarar esse povo que nunca limpou a própria privada.?

Vinder 04/05/2023

Um livro cheio de simbologia; a histórica e triste relação ?patroa/empregada? e todas as suas consequências negativas. Preconceito, racismo, elitismo? Brasil atual.

mrs. hamilton 05/05/2023

Incrivel
Esse livro é o melhor livro que eu já li em 2023 (junto com tudo é rio), e sem dúvida um dos melhores livros que já li na minha vida. dilacerante a história, a prosa, os personagens... mas sobretudo muito reais. a eliana deixa as coisas implicias de forma explicita, é surreal

art3misbarb 06/05/2023

Livro essencial
Que escrita! Que fluidez! Que manejo da narrativa! Solitária é um livro profundo e marcado pelos conflitos de classe e racial sem ser denso. Acompanhar a história de Eunice e Mabel, Cacau e João, Jurandir foi de uma sensibilidade incrível da autora. São histórias marcadas pela solidariedade dos trabalhadores do Golden Plate, muito marcados pela solidão nas solitárias que seguem a ?lógica de apartamento. De apartheid? Elo de uma corrente que fez dos condomínios de alto padrão uma tecnologia do cárcere ? pra não dizer de cativeiro ? e metáfora arquitetônica do Brasil?.

Lili 07/05/2023

Não li, devorei cada página, cada palavra e mesmo assim não consigo expressar o tanto de coisa que tô sentindo.
É um livro necessário e eu espero que um dia, as dona Lúcia desse Brasil o leiam e se sinta reviradas por dentro

Biblioteca Álvaro Guerra 08/05/2023

A trama começa com um crime. Um crime horrendo, mas que arrisca passar por mero lapso cotidiano. Com perspicácia e sensibilidade, Eliana Alves Cruz entrelaça histórias para resolver o imaginário do trabalho doméstico no Brasil, ainda tão vinculado ao passado escravocrata. Com prosa ágil, intensa e assertiva, a autora move o conjunto da narrativa em cadência acelerada, de modo a dizer que, sim, há pressa: o amanhã é para ontem.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786559212347

Beatriz.Alves 09/05/2023

Solitária
Solitária é a pessoa que ocupa o quarto apertado de empregada ou quem escraviza e não tem mais ninguém além de si?

Andressa Klemberg 12/05/2023

Favorito!
Eu amei cada segundo dessa leitura.
Um livro com muitos temas fortes, mas único em sua sensibilidade.
Indicado por Itamar Vieira Jr., Solitária conta a história daqueles que servem aos outros e muitas vezes não são vistos. De empregadas domésticas a entregadores, passando pela arquitetura segregacionista das grandes casas - tantas ainda se assemelhando às casas-grandes.
Uma rede de histórias permeia as vidas de Eunice e Mabel, mãe e filha que lutam todos os dias para se sustentar e, quem sabe, mudar de vida.
É um livro e tanto. Já sou fã de Eliana Alves Cruz!