Bárbara | @barbaraeoslivros 05/09/2020Impossível não amar!Eu tenho um carinho e admiração enormes por Ariano Suassuna.
Além de me sentir representada pelas suas obras, seu jeito de se expressar e sua brasilidade, eu me orgulho da forma como ele edificava o que é nosso (do nordeste), espalhando a cultura nordestina pelo mundo e mostrando o valor da nossa tradição popular.
Não preciso nem comentar o quanto amei ler essa peça magnífica de Ariano, né?!
Acredito que também não preciso falar a sinopse, pois com a ajuda da adaptação dos anos 2000, acho que a história e os personagens já são de conhecimento público! Então, como não ocuparei linhas falando do enredo, falarei sobre outros aspectos da obra.
Auto é uma composição teatral surgida na Espanha durante a Idade Média. Marcados pela linguagem simples e extensão curta, os autos têm elementos cômicos ou intenção moralizadora. Eis seu aspecto erudito.
Por outro lado, o Auto da Compadecida tem algumas passagens inspiradas em histórias populares nordestinas, em especial a literatura de cordel, que foram transcritas no início desse livro.
Encenado pela primeira vez em 1956 em Recife-PE, a peça foi premiada (pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais) e adaptada três vezes para o cinema, sendo a última a mais conhecida.
Em uma busca rápida e despretenciosa pelo Google, encontrei montagens em todo o Brasil (de Santa Catarina a Tocantins), sem falar das apresentações feitas em outros países, a exemplo de Alemanha, França e até Finlândia!
A peça faz uma crítica bem humorada à soberba, à avareza, ao orgulho e à ganância dos ricos; e uma análise da situação miserável em que viviam e vivem muitos sertanejos, que enfrentam a fome e a seca.
Ariano buscava recuperar a literatura de cordel e a tradição oral do sertanejo nordestino. Vale muito conhecer sua obra que conta com peças teatrais, romances e poesia!