Lemuel 09/03/2022
Um reencontro.
A leitura não me traz muitos conceitos novos, necessariamente falando, mas reforça muitos dos quais já conhecia e compactuava. Achei fascinante como Sagan explica a forma que pseudociencia implica e cria barreiras que impedem que a verdadeira ciência, aquela com metodologia e experimentação, seja propagada, e como a pseudociencia se torna mais atrativa por trabalhar diretamente alguns aspectos da psique humana ligados à emoções e sentimentos de pertencimento. Em boa parte do texto vemos exemplos de como a mente humana trabalha de forma a evitar o ato de pensar criticamente, e como somos desestimulados por diversas instituições a fazer o contrário. O senso comum é recheado de superstições e ligações culturais, como o conservadorismo, que são extremamente nocivas à ciência como um todo, pois a mesma busca trazer inovações e descobertas a luz de evidências, o que muitas vezes diverge com a base fundamentalista do conservadorismo.
Além de todo o conteúdo informativo e exemplos reais, o livro também trás a visão pessoal do Sagan, que expõe falhas morais e éticas de instituições importantes como o governo, incluindo o dos Estados Unidos, URSS e outras grandes potências que tiveram forte influência no meio científico ao longo do tempo. Também vale ressaltar que embora haja respeito pela instituição religiosa, ele destaca todo o mal causado por ela em todo o período de existência humana. A religião é subversiva, quem detém a palavra, detém o poder, e esse poder sempre foi utilizado de forma a manter o mundo assombrado pelos demônios.