Livrendo 23/07/2023
INDICO DEMAIS!!!
Harlan Coben consegue segurar seus plots e reviravoltas até as últimas sequências de Desaparecido para Sempre, compondo um de seus thrillers mais envolventes. E, claro, seguindo aquela receitinha básica que se mantém presente em todas as suas obras: há sempre um personagem em busca de alguém desaparecido, sequestrado, em fuga ou com segredos que podem mudar completamente rumos da vida.
“EXISTE UM ELO ENTRE O CONSOLO E A DOR AUTO INFLIGIDA, O DESEJO DE SE AGARRAR À DOR PORQUE O SOFRIMENTO É PREFERÍVEL AO ESQUECIMENTO.” (PÁG. 95)Desaparecido para Sempre é a clássica história de drama familiar. Uma tragédia se abate sobre a família Klein quando o filho mais velho, Ken, é acusado de assassinar brutalmente a vizinha Julie, paixão de seu irmão mais novo. Ares de dramalhão mexicano, né? Mas continua… A família de Ken, e principalmente o irmão mais novo, Will, acredita fielmente na sua inocência. Agora, onze anos depois, a história ganha novo fôlego quando pistas sugerem que Ken, desaparecido desde então, pode estar vivo e muito próximo. Aí dá-lhe surgir colegas de infância, namoradas desaparecendo, a irmã da vítima querendo ajudar a esclarecer o caso e muitos segredos e mortes.
É em cima desse resumão que fiz acima que Harlan Coben desenvolve uma história com inúmeros interesses em jogo, presença da máfia, novos assassinatos, personagens curiosos e aquela sensação de que não conhecemos ninguém verdadeiramente bem, por mais próximos que os personagens possam ser uns dos outros. Aliás, isso vai ficar evidente o tempo inteiro no livro. Todos escondem algo.
A obra traz uma carga muito grande de reflexões. Diferentemente de outros livros do autor já resenhados aqui (confira os links ao fim desse texto), Desaparecido para Sempre desenvolve muito uma temática social: os “personagens das ruas”, anônimos com suas tragédias pessoais que ganham ou fazem a vida na noite, nas ruas. Prostitutas, cafetões, traficantes, usuários de drogas, crianças abandonadas… A obra dedica boas páginas a falar sobre essas pessoas e refletir um pouco sobre as condições, ou a falta delas, que as empurrou para essa situação.
No mais, vamos encontrar o bom e velho estilo de Coben em que a ação ocorre em ritmo veloz, a polícia costuma ser mais inimiga do que colaboradora dos protagonistas e a história guarda muitos mistérios a mais do que aparentemente percebemos. Incluindo muita ambiguidade em alguns personagens que vão nos enganar direitinho quanto às suas intenções, culpas e inocências.
Desaparecido para Sempre é mais um thriller “leve” para boas horas de leitura. O típico suspense-passatempo que devoramos em um ou dois dias e que nos surpreende a cada novo capítulo ou revelação. Vale a leitura!
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