ritita 20/05/2019Deus, porque abandona estas pessoas?É um livro reportagem. Mas acho que nunca lerei nada mais torturante.
Shin Dong-hyuk nasceu e cresceu em um campo de trabalhos forçados na Coréia do Norte. Até 2012 foi o único prisioneiro a escapar.
Apesar da história ter similaridades com o livro Para poder viver, lido recentemente, a narrativa com detalhes sórdidos chega a ser doentia, por várias vezes parei a leitura para poder respirar. Desumano? Não. Desumanos foram os campos nazistas, os campos de trabalhos forçados norte coreanos são diabólicos, onde mesmo quem castiga, de alguma forma também é castigado - absolutamente ninguém escapa- pois vivem trancafiados em ermos gélidos do país. Um regime que, ao contrário dos campos nazistas, onde os prisioneiros protegiam-se, obriga-os, por lei, a delatarem-se, seja mãe, irmão, pai ou filho.
Um regime tão absolutamente totalitário, que o suicídio de algum deles era visto como tentativa de escape a seus domínios e a família pagava com sentenças diabolicamente perversas.
Enquanto Auschwitz durou 3 anos, o Campo 14 é um "experimento" ainda em curso no séc. XXI, ou seja AGORA!
Shin não foi mortalmente ferido no corpo - estas dores se curam, foi violentado na mente e na alma.
O que eu achei do livro? Que se uma bomba atômica caísse hoje na Coréia do Norte, acabaria com a vida de Kim Jong II e aliviaria seu povo de um sofrimento pior que a morte.
Agradeci a Deus por ter nascido num país de terceiro mundo, onde o pior dos sofrimentos, maioria das vezes, é apenas a fome. Agradeci por ter voz, comida no prato e o direito de ir e vir.