Resenhas - As Cavernas de Aço

Franco 17/11/2021

Ou, quando a ficção científica é divertida e conceitual
enredo:

um assassinato ocorre e o investigador Elijah Bailey é forçado a encontrar o culpado. E mais do que isso, é forçado a trabalhar tendo como parceiro um robô. Numa investigação que envolve política interplanetária e a própria visão de civilização humana, Bailey toca no âmago dessa sociedade futurista e algo distópica: qual o lugar dos robôs entre os seres humanos?

(possíveis) pontos positivos:

- um contexto macro bastante rico: superpopulação, novos arranjos culturais e políticos, desdobramentos da colonização espacial e as miudezas da vida diária decorrentes de avanços tecnológicos;
- trama policial clássica no estilo 'quem é o culpado?' e com todo o corre-corre de direito;
- episódios sucessivos abrindo diferentes hipóteses na cachola do leitor;
- um personagem robô que consegue ser carismático apesar da sua lógica calculista.

(possíveis) pontos negativos:

- usa de artifícios narrativos hoje bem conhecidos no gênero policial, como os monólogos explicativos e um plot twist que se quer o mais improvável possível;
- o olhar visionário do autor não conseguiu superar a barreira de gênero, pintando a mulher do futuro igual à mulher de meados do século XX;
- a história parece sacrificar conteúdo em troca de ação e aventura (estilão de filme hollywoodiano estrelado pelo Will Smith).

o que mais impressionou:

a pegada sociológica da ficção apresentada na trama, que foca muito mais nos desdobramentos sociais da tecnologia do que propriamente nas maravilhas / perversidades da tecnologia em si. O debate não é cabeçudo nem presunçoso, mas atinge aspectos conceituais bastante interessantes - notadamente, a ilustração de uma das preocupações mais constantes da relação humanos x máquinas, que é o risco destas virem a substituir aqueles.

Ariane 05/01/2022

Primeira leitura do ano
Eu amo Asimov. Amo sci-fi. Mas odeio romances policiais. Acho a maioria deles muito superficiais e não se aprofundam em seus personagens, se atendo apenas no crime a ser resolvido (salvo algumas excessões). Achei que com esse livro de Asimov iria me empolgar e finalmente gostar de um romance policial. Não deu. A escrita rápida e objetiva de Asimov, característica que amo em suas obras, estava presente. Mas a correria para solucionar o caso típica de romances policias também estava lá e, pra mim, uma coisa não relevou a outra. Para quem gosta desse tipo de gênero, acredito que seja uma boa indicação. Para quem não gosta, como eu, vai continuar não gostando kkkrying

Gabriel Brasil 14/01/2023

Primeiro do Asimov que eu leio e agora quero ler todos.
Sci-fi da melhor qualidade, investigação e combate à robofobia ?

Lara 04/12/2020

Impossível largar depois que começa a ler
Escrita é fluída, Asimov vai construindo a história de um jeito que você entra na cabeça de Elijah, então a gente vai sentindo as reviravoltas juntamente com o protagonista. Adorei as histórias e detalhes desse mundo, me fez emergir de fato nesse universo.
Nem esperava que eu fosse gostar taaanto assim, mas como já adoro diversos livros de ficção científica, não poderia ser diferente o sentimento de empolgação lendo As cavernas de aço.

luisguedes 15/09/2020

Um ótimo começo
O detetive Elijah Baley é convocado pra resolver um misterioso crime em Aurora, onde não existem suspeitos, evidências ou testemunhas. Sua única ajuda é de um robô humanoide R. Daneel Olivaw, que vira seu parceiro de caso.

A história é contada de forma bastante lenta, o que ajuda a revelar vários detalhes do planeta Terra futurista, mas que acaba se perdendo um pouco em "contemplações".

Mesmo assim o autor demonstra muita habilidade em alternar o ritmo de leitura trazendo um final bastante frenético com um ótimo plot twist e uma reflexão que prolonga as horas de leitura mesmo após o fim do livro :)

Aldeizia 19/02/2022

O início de uma era
Após escrever os contos que compõem "Eu Robô", as Carvernas de Aço vem a ser o primeiro romance de Asimov a tratar da temática robôs. Posso dizer que é um livro bem construído, uma leitura agradável, no entanto, por se tratar de um pontapé inicial, fica a dever se comparado as melhores obras do autor, como fundação por exemplo.

Leticia 27/02/2021

O detetive mais errado da historia hahahahah
Nunca senti tanta vergonha alheia quanto ao acompanhar o detetive Elijah. O preconceito contra os robôs me irrita bastante. Mas o livro é muito divertido e bem escrito, o pano de fundo que é a terra onde os humanos tem medo de espaços abertos e voltam a morar em "cavernas" é magnífico. Todos os detalhes do funcionamento dessa terra são muito cuidadosos e bem explicados. E fazem sentido! Eu amei. Vou continuar lendo a série.

Junior Lima 22/03/2021

Uma ficção científica dentro de um romance policial!
Quando fiquei sabendo da existência deste livro, me animei por seu um amante de romances policiais, e nunca tinha lido uma história de detetive ambientado num futuro distante. E me surpreendi que, apesar da premissa ser uma história de assassinato e detetive, é uma profunda ficção científica, outro estilo a qual admiro bastante!

Sem dar nenhum spoiler, uma das maiores discussões é o papel que os robôs têm na sociedade e como isso interfere diretamente a vida humana, como por exemplo, os robôs roubando empregos dos humanos. E se parar para pensar, essa é uma discussão extremamente atual, vendo que alguns maquinários estão realmente substituindo o trabalho do homem.

Outra discussão é como alguns seres de outros planetas são mal vistos pelos habitantes da Terra, sendo mal tratados e mal falados. E também não pude comparar com alguns cenários atuais, de habitantes de alguns países maltratando imigrantes por "invadirem suas casas e roubarem seus trabalhos!", passando do limite da xenofobia. E pasmem, esse livro foi publicado em 1953!

É uma escrita bem simples e fluida, o que me impressionou por ser produzida no início dos anos 50, e a trama policial também de tirar o fôlego, respondendo questões até a última página. O autor se perde um pouco em descrições longas e confusas em certos momentos do cenário futurista, mas é apenas uma lasca de erro em uma grande obra-prima!

Jacques.Bourlegat 22/02/2021

As cavernas de aço
Megas cidades imaginadas por Azimov nos anos 50, que hoje não são mais ficção científica, assemelham-se a um complexo sistema de cavernas de aço e concreto. Nesse futuro, os homens já conquistaram planetas, construíram robôs inteligentes e tentam lidar com todos esses elementos durante uma investigação de um crime. Uma parceria inusitada entre um policial humano e um robô nos faz refletir sobre tudo o que significa ser humano!

Eva 15/07/2022

Após um longo tempo de sofrimento...
Estava louca pra sair de uma ressaca literária tenebrosa de longa, e num surto de energia, resolvi começar esse por indicação do Victor Almeida. Então obrigada, Isaac Asimov, por tirar o ódio pela leitura do meu corpo!

"? É melhor seguir o próprio caminho para o inferno do que alcançar o céu pelo caminho dos outros, não é?"

Ambientado em uma Terra futurista, a jornada se inicia com o assassinato de um cara importante: um roboticista Sideral (vindo de outro planeta). O protagonista, Elijah, é o policial designado a solucionar o caso junto de um robô humanóide, nosso querido Daneel. A partir disso, vemos tudo se desenrolar. O livro tem bastante foco na apresentação desta versão tecnológica da Terra que nós, leitores, não conhecemos. São muitas informações novas, algumas difíceis de entender. Eu mesma não entendi várias delas, mas não foi uma coisa que atrapalhou minha experiência. Pelo contrário, foi tudo muito interessante. Os cenários, o protagonista, seu parceiro robô, apreciei cada momento com eles.

"O que é beleza, ou bondade, ou arte, ou amor, ou Deus? Estamos sempre à beira do incognoscível, sempre tentando compreender o que não conseguimos compreender." 

Mas como nem tudo são flores? tenho minhas críticas. As relações interpessoais do Elijah deixaram bastante a desejar. Ele tem uma esposa e um filho, mas o vínculo que existe entre eles não é tão bem desenvolvido, na minha opinião. Para exemplificar, senti mais química entre ele e o Daneel (UM ROBÔ) do que entre ele e sua família. Algumas ações do Elijah nos mostram que ele se importa com a Jessie e o Ben, mas para quem está lendo, eles não são relevantes (principalmente porque a Jessie é chata à beça, minha nossa). Se eles se machucassem ou morressem, o único incômodo que nos causaria seria de forma indireta, através da tristeza do próprio Lije. Não sei se eles irão aparecer nas sequências, mas se a resposta for sim, espero que isso seja melhorado.

Enfim, esse foi o primeiro livro que li do autor, e também a primeira vez que li uma ficção científica desse tipo, com robôs. Fui de forma despretensiosa, e saí desse livro muito empolgada. Me livrei da ressaca e ainda achei uma história incrível! Eu recomendo pra quem tem paciência para momentos de descrições e fluxos longos de pensamento. A resolução do caso e da história foram tão bons que qualquer pequeno incômodo valeu a pena. Animada para continuar a série.

Queli.Bastos 21/03/2020

Um policial, um robô e um assassinato
Eu um mundo futurista onde os robôs não são aceitos por uma grande maioria de humanos, Elijah se vê obrigado a trabalhar com um robô para descobrir o assassinato de uma figura importante. Com várias reviravoltas Assimov nos mostra mais uma vez uma escrita maravilhosa, eu ganhei o desfecho muito cedo, mas me surpreendi com o enredo e as explicações do motivo. Livro muito bom!

Mirella | @readingmirella 09/07/2020

melhor do que eu esperava,
estava com muito medo de pegar esse livro, pois além de ser scifi (e scifi sempre me faz sentir BURRA), ele também é um livro escrito a muitas décadas atrás, mas ele é super TRANQUILO??? amei a história, essa pegada mais policial (apesar de ser algo que eu não gosto também) me deixou bem animada e fiquei super investida no livro; achei o daneel um personagem INCRÍVEL também!!!! ansiosa com o próximo, acho que foi um ótimo primeiro contato com o autor.

alexandreadscn 27/07/2022

O primeiro da trilogia dos robôs e meu primeiro contato com Asimov.
Posso dizer que foi uma experiência muito boa, o livro não parece que tem 300 págs pq a leitura voa. O fato de vc não precisar ficar voltando pra compreender os termos técnicos ajuda na fluidez.

Henrique.Alves 02/08/2020

Asimov, Não decepciona nunca
Nesse thriller que une ficção científica e suspense policial conhecemos a improvável dupla Elijah Baley e Daneel. Unirao forças pra tentar desvendar um crime que põe em risco um equilíbrio que já é extremamente frágil.