O Homem Invisível

O Homem Invisível H. G. Wells




Resenhas - O Homem Invisível


759 encontrados | exibindo 226 a 241
16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 |


Lavs_nf 31/12/2022

Bommm
Gostei de conhecer a história do homem invisível. A narrativa foi bem diferente do que eu esperava, mas gostei mesmo assim. Achei meio repetitivo em algumas partes. Um clássico, bem rápido de ler, valeu a pena a leitura. :)
comentários(0)comente



Luiz 31/12/2022

Anatomia da Invisibilidade Política, e a destruição moral
Livro: O Homem Invisível
Autor: H. G. Wells

Conhecido como o pai da ficção científica, H. G. Wells possui uma vasta publicação de livros que tratam do tema, misturado a elementos como: política, socialismo, utopia, transumanismo, futurismo, evolução biológica e social da raça humana, governança global, e muitos outros temas, produziu livros famosos como:

A Guerra dos Mundos
A Máquina do Tempo
Alimento dos Deuses
O Dorminhoco
Uma Utopia Moderna
Deuses Humanos
Nova Ordem Mundial
Conspiração Aberta

Além de muitos outros livros. Citei os que já li e fiz resenha.

Muitos ao lerem seus livros não percebem a proposta de Wells, não compreendem as camadas mais profundas de suas histórias para além do enredo proposto, e com esse livro "O Homem Invisível", não seria diferente.

Wells era um socialista fabiano, acreditava que a revolução mundial socialista viria de forma lenta e gradual, não era marxista, mas possuía uma visão semelhante a de Gramsci e da Escola de Frankfurt, por tanto produziu livros que em algum sentido promoviam, no imaginário popular, a ideia de um mundo melhor baseado no socialismo e no progresso científico. As palavras "Nova Ordem Mundial" são frequentemente utilizadas em todas as obras que citei anteriormente, pois foi ele quem as popularizou, ainda que hoje falar desse tema seja "teoria da conspiração", mas relembro que o autor possui um livro destinado somente a este tema, bem como os métodos para alcança-lo em A Conspiração Aberta, e discussões filosóficas dessa empreitada em Uma Utopia Moderna e Deuses Humanos, sendo este último, uma versão mais "literária" de projeto de humanidade pro futuro. Sendo assim, Wells discute em seus livros, quase como em um exercício imaginativo e filosófico, ou até sugestivo, de o como o mundo, proposto e moldado pelas idéias Fabianas, deve ser, como dito, assuntos de degeneração da moral "tradicional" e da religião, evolucionismo, cientificismo, socialismo e governança global, são temas chaves de sua obra, enquanto que O Homem Invisível, destoa ligeiramente desse padrão.

No livro "O Homem Invisível", acompanhamos a chegada de um homem na cidade de Iping e que deixa a população curiosa e amedrontada, sua aparência é misteriosa pois veste sobretudo, luvas, chapéu, óculos escuros e possui ataduras por todo o corpo, ninguém sabe seu nome nem de onde veio, possui temperamento irascível e é deselegante com as pessoas a ponto de afastá-las. Ao hospedar-se numa estalagem levanta as mais diversas suspeitas sobre seu estado até finalmente revelar ser um Homem Invisível, sendo responsável por muitos eventos, inclusive roubo, começa-se, então, uma perseguição à ele, ao passo que descobrimos depois sua identidade e o que ocorreu para se tornar um homem invisível.

O livro em si, talvez seja o menos "politizado" de Wells, em comparação aos que já li, não possui exatamente uma trama nessa pegada, poderíamos pegar uma camada mais "superficial" ao comentar brevemente sobre as implicações éticas e morais de ser invisível, discutir o certo e o errado, ou até mesmo a questão científica e histórica de se pensar na realização de um experimento científico que permitiria tornar alguém invisível, mas podemos tentar aprofundar mais esses temas à luz dos temas favoritos de Wells, por exemplo a Governança Global, se pensar na existência real, de pessoas que por serem tão poderosas ou até mesmo "superiores" são como "Homens Invisíveis".

"Um homem invisível é um homem poderoso."
(Homem Invisível/ H. G. Wells, p.62)

"É muito mais fácil não acreditar num homem invisível [...]."
(H.G. Wells, p.63)

É sabido que dentro de um círculo de poder, quanto mais alto for o cargo, a hierarquia, de alguém, mais inacessível é aquela pessoa, seja o comandante de uma força armada em relação à um recruta, ou um magistrado do STF para um graduando em direito, um presidente para um eleitor, um astro da música para seu fã... o que muda é a capacidade que temos de obter informações sobre aquela pessoa, seja pela mídia, redes sociais e etc, mas se vivêssemos em um mundo onde isso não é mais permitido, ou não existe, essas pessoas seriam como Invisível para nós, ainda que sua presença possa ser sentida pelos mecanismos de poder, se já leu 1984 de George Orwell, vai compreender minimamente este ponto, lá não se sabe de quem ou de onde  vem as ordens, mas se sabe que são cumpridas, esses "ungidos" são intocáveis, invisíveis ao humano comum, e que assim como no livro, muita das vezes somos incapazes de reagir adequadamente a algo invisível que submete a nós.

"[...] Cometi um erro, Kemp, um erro monumental ao tentar realizar esse trabalho sozinho. Desperdicei energia, tempo, oportunidades. Sozinho... É incrível como um Homem pode fazer tão pouca coisa quando está sozinho! Um roubo aqui, uma agressão ali, e só. O que eu preciso, Kemp, é de alguém que me dê cobertura, um ajudante. E de um esconderijo, um lugar onde eu possa dormir, comer e descansar em paz, sem levantar suspeitas. Preciso de um aliado. Com um aliado, comida e repouso, milhares de coisas de tornam possíveis. Até agora segui uma linha de conduta imprecisa. Temos que considerar tudo o que a invisibilidade proporciona é tudo o que ela exclui. Porque, mesmo invisíveis, fazemos barulho. Adianta pouco para invadir casas. Se me pegam, é fácil me prender. Por outro lado, é difícil me pegar. Na verdade, a invisibilidade só é boa em dois casos: para se aproximar de alguém e para fugir. Portanto, é bastante útil para quem quer matar uma pessoa. Posso me aproximar de um homem, seja qual for sua arma, preparar meu ataque e abatê-lo como quiser. Esquivar-me como quiser. Fugir como quiser."
(Homem Invisível/ H.G Wells, p. 157-158)

O livro não só brinca com essa temática sutil, como também na capacidade que esse poder de invisibilidade torna o usuário insensível à questões éticas básicas, percebemos o como o personagem não só se modifica fisicamente como também moralmente, sua personalidade ainda que fosse problemática é potencializada com esse experimento de invisibilidade, e o perigo que a ciência, ao fornecer poder ainda que de forma impessoal, a seres humanos moralmente distorcidos, seja porque foi uma "essência" de mau que proporcionou a tal invenção científica ou, o contrário, a ciência que corrompeu o ser humano, são minimamente postas; a discussões sobre a natureza humana, se ela possui ou não uma essência, e se não possui, é moldada pelo ambiente, torna a reflexão mais complexa. A dissuasão de que às vezes o progresso científico pode em alguma medida, ao contrário do que geralmente pensamos, nos tornar pessoas piores ao invés de melhores, ou até mesmo a possibilidade da ciência feita por nós, acabar se voltando contra nós mesmos, quase como Frankenstein de Mary Shelley. Para o personagem, em alguns momentos bastava ficar invisível que isso significaria estar impune a qualquer coisa.

Há um breve comentário que inclusive compara a tecnologia como magia, seria a tecnologia atual um novo tipo de magia? Wells deixa esse gatilho para discussão. Por vezes coisas inacreditáveis acontecem, e mesmo testemunhando aquilo não conseguimos acredita e nos convencemos de que aquilo não passou de loucura, no livro vemos pessoas que mesmo vendo acontecimentos provocados na presença do Homem Invisível, acreditavam ser loucuras de suas mentes, e o quanto isso diz de nós seres humanos, o quanto estamos tão céticos e ignorantes a certas coisas, mas totalmente crentes em outras, a ponto de nos levar a cegueira, fazendo que se torne invisível para nós algo evidente.

"[...] É incrível. Três coisas assim, acontecendo dessa maneira, derrubando todas as minhas ideias preconcebidas, poderiam me deixar louco. Mas é tudo real! [...]"
(Kemp/H.G. Wells, p.107-108)

Esse poder de invisibilidade ainda que fosse instrumento para ambições distorcidas, também revelam o como torna a pessoa fraca, solitária e temerária em ser descoberta por seu desvio de conduta, ao passo que a invisibilidade lhe proporciona a impunidade, também lhe proporciona a solidão, o afastamento e a ignorância das pessoas, que para uma pessoa "complicada", pode se revelar bom ou ruim. Wells também brinca com a questão de que ainda que a invisibilidade lhe traga poder, e no livro existe por parte do personagem a vontade de implantar um Reino de Terror feito a sua vontade, a "Era do Homem Invisível", não há sentido em possuir tanto poder sem quem LHE VEJA sendo poderoso, para todo aquele que tem um poder de invisibilidade, existe o desejo de ser reconhecido como aquele que Manda. Isso em si é muito elucidativo.

"Quanto mais eu pensava, Kemp, mais me convencia do absurdo de ser um Homem Invisível [...]. Antes de fazer aquela experiência louca, eu sonhava com mil privilégios. Naquela tarde, tudo era decepção. Repassei mentalmente todas aquelas coisas que um homem pode desejar. Sem dúvida, a invisibilidade me possibilitava obtê-las, mas me impedia de desfrutá-las. A ambição, por exemplo. De que adianta ter orgulho de ocupar uma alta posição quando não se pode ser visto lá? De que serve o amor de uma mulher se ela acabará se transformando numa Dalila? Jamais me interessei por política, pelas patifarias da fama, pela filantropia ou pelo esporte. O que me restava fazer? E por isso tudo eu tinha me tornado aquele mistério enfaixado, uma caricatura de homem, coberto de ataduras!"
(Homem Invisível/H.G. Wells, p.153-154)

"[...] O jogo está apenas começando. Não me resta saída senão instaurar o Reino do Terror. Esta carta vem anunciar o primeiro dia do Terror. Diga ao chefe de polícia e a todo o resto que Port Burdock não está mais sob o comando da rainha. Esta sob o meu comando, o domínio do Terror! Hoje é o primeiro dia do ano uma nova era: a Era do Homem Invisível. Sou o Homem Invisível I."
(Homem Invisível/H.G Wells, p.170)

No fechamento do livro, a ideia de que o que separa muita das vezes "atos bons de ruins" basicamente se dá no intermédio do que o outro pode ou nao poder ver. Ainda que Wells não sobrecarregue o livro de temas globalistas e etc escancaradamente, ele trabalha com maestria sutil a questão da moralidade. Não é um livro fantástico, poderia ser melhor em diversos aspectos, mas tem temas bem interessantes de serem discutidos, assim como todos os livros que li dele, é uma obra fundamental do autor, em última instância. Cabe ressaltar que foram os contos de Wells que inspiraram Aldous Huxley e George Orwell, principalmente Huxley que compactuava com as mesmas ideias de Wells, fazendo parte do mesmo ciclo que Wells frequentava anos antes.
comentários(0)comente



Kaline.Kelli 31/12/2022

Veja bem..
Considerando a época quando foi escrito é um livro bom, a linguagem é fácil, como ele se tornou invisível é explicado, além de explicar os dois lados da história em que existe um homem no qual é invisível, as vantagens e desvantagens, tem um início meio e fim bem amarrados, uma leitura boa!
comentários(0)comente



Sr. Alvo 29/12/2022

Não tem a melhor história do mundo, o homem invisível é um personagem meio chato, porém, ainda da vontade de saber como ele ficou invisível e como tudo vai acabar.
comentários(0)comente



livrosepixels 29/12/2022

As (des)vantagens de ser invisível
Fazia muito tempo que eu queria ler este livro, já que gosto bastante das temáticas exploradas por H.G. Wells. Mas após ler o livro, percebi que minha expectativa ao redor desse livro estava um pouco grande de mais.

Talvez por estar esperando algo mais no estilo de O Homem sem Sombra ou O Homem Invisível (ambos filmes que exploram o tema de uma forma muito legal), o que encontrei na trama foi uma leitura bem arrastada e até um pouco duvidosa em algumas partes.

Mas, apesar de não me agradar tanto, pude notar como o livro nos faz refletir sobre vários temas, entre eles a invisibilidade social, o julgamento alheio (quando o personagem aparece enfaixado, muitos já acreditam que seja uma doença, ou um acidente, etc...) e, principalmente, como o "poder" nas mãos erradas pode trazer consequências ruins.

A trama já começa do meio, ou seja, já sabemos que o personagem em questão é o homem invisível. Mas não sabemos por qual motivo ele é. Isso só nos é revelado mais pro final, quando então Wells explora toda a ciência por trás daquele acontecimento, envolvendo a refração da luz, frequências, ondas e outros conceitos a mais.

Quando o personagem narra sua descoberta, vemos como ele ficou maravilhado com o poder em suas mãos, digo, em seu corpo, de poder entrar e sair onde quisesse, fazer o que bem entendia, sem ninguém suspeitar. Mas logo depois também percebemos como o próprio personagem encara essa descoberta como uma desgraça, já que, ficando literalmente invisível, seu corpo fica a mercê de vários problemas, como temperatura, radiação solar, entre outros.

Ainda que a história seja cansativa em algumas partes, no apanhado geral é uma boa forma de nos mostrar, através da alegoria da invisibilidade, que nem sempre o que desejamos é certo ou bom, e que muitas vezes temos de arcar com as consequências, mesmo que elas sejam trágicas.

site: instagram.com/estantexbooks
comentários(0)comente



Tábata 27/12/2022

Uma boa ideia, mas executada de modo extremamente raso. Enquanto a trama em si, apesar do estilo escrita mais lento de H. G. Wells (que não é meu favorito), tem diversas reviravoltas e plots interessantes, os personagens, especialmente o protagonista, são escritos de forma maniqueísta e vazia, estereótipos que transformam qualquer questão moral abordada na obra em uma lição de moral digna dos contos pré-escolares, sem qualquer dimensão ou sutileza.
comentários(0)comente



moacircaetano 24/12/2022

Bom livro, um clássico, não só da ficção cientifica.
Ritmo alucinante e descrições precisas, tanto dos detalhes cientificos quanto dos fatos e cenas.
comentários(0)comente



Marcos 23/12/2022

Sabe aquele livro que você começa com toda aquela expectativa do mundo e com o passar das páginas vai sumindo toda aquela expectativa? ?

Pois eh, isso aconteceu comigo lendo um clássico antigo, o Homem Invisível. ?
O homem invisível era um cientista ???que conseguiu formular uma substância que tinha a capacidade de fazer com que os orgãos, as veias os ossos e por fim toda a carcaça do corpo tornasse invisível. O primeiro uso do dessa porção foi aplicado em um gato da vizinha que começou a desaparecer, e o autor relatou todo esse processo de maneira bem interessante. Por meio do doutor, ele relata que um dos últimos órgãos do felino a sumir foram os olhos.

Depois de aplicar no gato, o doutor (como sempre os cientistas fazem) aplica em si e logo começa a desaparecer. Este é o fato antecedente a história.

O que eu esperava era um romance entre o homem invisível e uma mulher daquela sociedade, algo expressivo que pudesse nos mostrar que o amor não se vê e sim se sente (filosofei agora, vocês viram?) ?

Mas me decepcionei bastante por faltar essas pitadinhas básicas e me decepcionei ainda mais com o final (que não vou contar aqui), que foi o que mais me gerou raiva por causa das situações enfrentadas pelo personagem principal.

Na época em que li esse livro eu ainda não tinha estante de livros, por isso, não posso classificá-lo com nenhuma estrela pois li em PDF e tive esse desprazer de dizer a vocês que não gostei desse livro. (Mas leiam, não baseiem a opinião de vocês nas minhas, afinal cada um tem um gosto literário diferente, por isso... siga o seu coração kkk).
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Fernanda631 20/12/2022

O homem invisível
O Homem Invisível foi escrito por H.G. Wells e foi publicado em 1897.
Ora citado entre uma das tramas precursoras da ficção científica, ora apontado como uma das maiores influências para a fantasia do século XX, ora apontado como um clássico do horror e do mistério.
Independente de saber qual afirmação faz jus à obra de H.G. Wells, aceitemos todas como válidas. Afinal, o livro O Homem Invisível é de fato um clássico, um marco entre a ficção científica e eu estaria mentindo se não há horas de horror e é impossível negar que a trama é completamente arraigada no mistério. Essas afirmações só servem para nos mostrar o quão influente uma obra pode ser.
A obra mescla horror e mistério com uma boa dose de ação e até momentos de comédia. Além disso, é claro a boa e velha ficção científica também está presente.
O Homem Invisível já nos seduz de imediato por ser o primeiro livro a tratar a invisibilidade de modo científico, o que inspirou a produção de outras obras no mesmo gênero, porém nas mais variadas mídias: livros, HQ’s, cinema e mesmo séries de TV.
Griffin é um cientista que após anos de estudos consegue descobrir a fórmula da invisibilidade. Entretanto, ao realizar o procedimento em si mesmo não imaginava os horrores que se seguiriam a essa decisão.
A história inicia quando um homem misterioso chega à pacata Iping, assustando os moradores com seus hábitos esquisitos e maneiras rudes. Um estranho hóspede chama atenção não só da dona da hospedagem Coach and Horses, como da pequena cidade onde ela está instalada. Vestido dos pés a cabeça, sempre com um chapéu, luvas e bandagens a lhe cobrir o rosto, o homem pede apenas um quarto, chegando ao local carregado de malas e aparatos científicos e onde pede que não venha a ser incomodado.
No entanto, quando coisas anormais começam a acontecer, a curiosidade de saber quem é, de onde vem, e o que quer aquele sujeito só aumenta. O que os curiosos não poderiam imaginar é que todo o mistério se deve ao fato de ele ser um homem invisível. E a partir daí o combate do homem invisível — que está cada vez mais se comportando como um animal que como homem — contra Iping, se inicia.
Por ser invisível, Griffin se sente na posição de poder fazer quase tudo o que não poderia quando era visível, coisas ruins, diga-se de passagem. Griffin mostra-se um ser humano egoísta e suas experiências como invisível só ajudam a fomentar essa sua característica, o que leva o homem a ir aos poucos perdendo sua própria humanidade e dignidade.
Ao ver a quantidade de paginas surgiu um interesse em mim e certeza surgirá em você também em saber como uma história que aparentemente daria muito pano pra manga é contada em tão pouco “tempo”, e o segredo é simples: o autor vai direto ao ponto.
Logo no começo, nós e toda a cidade de Iping, fica sabendo que existe um homem invisível na cidade (embora muitos achem que isso não passe de fofoca) e que ele é meio doido. Não só por ter conseguido a proeza de se tornar invisível, mas porque usa de seu superpoder para fazer mal aos outros.
No decorrer do livro vemos um sujeito que um dia fora estudante de medicina e trocou as consultas pelos laboratórios de física e química, testando teorias, fazendo pesquisas e buscando combinações de substâncias que o deixassem transparente como o vento. Todo esse processo, de estudante a homem invisível, Griffin, seu verdadeiro nome, conta ao amigo Kemp, quando invade sua casa e praticamente o obriga a oferecer abrigo e comida.
Só que Griffin é um vilão que ainda precisa de muito mais crueldade e más ações para dar medo, ainda que muitos dos seus acessos de loucura tenham verdadeiramente prendido minha atenção. Seus planos diabólicos sequer são bem formulados, fruto de um personagem que não deixa bem claro porque queria ficar invisível, atendo-se aos motivos superficiais, como roubar o que quiser, fazer o que quiser, e adquirir uma vantagem enorme de fuga dos seus atos.
A história aborda também conceitos de liberdade e impunidade, visto que ao se tornar invisível, Griffin achava que poderia fazer o que quiser, mas não foi bem isso que aconteceu. Afinal, as necessidades mais básicas ainda estavam lá. Sem falar que se relacionar com seus iguais torna-se muito mais complexo, uma vez que as pessoas tendem a temer o que não compreender e acabam por agir com violência.
Isso sem falar do debate que percorre as entrelinhas sobre a função da ciência. Vale realmente a pena não medir esforços para o “progresso”? Qual o preço a se pagar pelos avanços científicos? Quais devem ser as reais inclinações dos cientistas em suas pesquisas? Tudo isso é levantado de maneira sutil pelo autor, mas sem nunca nos oferecer uma resposta.
Do lado científico é difícil dizer onde Wells acerta e onde erra em suas teorias, mas todo a estrutura teórica é firme o suficiente para sustentar a história. Mais uma vez o autor mostra que sua criatividade aliada ao seu lado cientista é o que faz dele um verdadeiro gênio a frente do seu tempo.
Para além do debate teórico o autor está preocupado em refletir acerca da natureza humana. Talvez esse seja o livro menos reflexivo do escritor, sendo mais focado na história do que em analogias filosóficas. Porém, nem por isso, se torna menos denso quando se trata de questionar a natureza humana, a relação do indivíduo com o coletivo e com a humanidade.
A narrativa de H.G Wells flui bem, notasse que o autor estava menos preocupado na forma com a qual escrevia e mais preocupado em mostrar ao leitor um lado de “ser invisível” que talvez muitos de nós jamais teria imaginado. Em alguns momentos o autor consegue nos prender em climas bem tensos, como a violência empregada pelo protagonista. A linguagem do autor é bem acessível.
Um outro ponto que me fez categorizar Um homem invisível como bom e não como ruim, é que para um livro publicado no fim do século XIX é sensacional tratar-se de um tema que na época deveria ser muito interessante. Se hoje ainda nos é inviável considerar a invisibilidade imagine em 1897.
Nenhum personagem, acho que nem mesmo Griffin (o homem invisível), era profundo o suficiente. Talvez fosse a intenção do autor, não sei, mas acho que daria uma profundidade maior à obra caso fosse o contrário.
Acho que o protagonista dessa obra não é o Homem Invisível nem mesmo os seus antagonistas e moradores de Iping. O protagonista daqui é a curiosidade humana e os benefícios que ela pode nos trazer, como também as catástrofes que ela pode nos causar.
H G Wells é um dos maiores nomes da ficção científica de todos os tempos; Afinal, seu livros são pioneiros em muitos conceitos que definiriam o gênero na literatura.
comentários(0)comente



Matheus Oliveira 19/12/2022

O Homem Invisível
Nesta obra de O Homem Invisível, o aclamado H. G. Weels nos traz um dos grandes clássicos da ficção científica. Diversas vezes adaptado para o cinema, onde em 2020 tivemos a sua mais recente abordagem.

O enredo se passa quando um homem misterioso chega na hospedaria Coach and Horses no vilarejo de Iping na Inglaterra, onde coisas estranhas começam a acontecer até que descobrem que na verdade ele é invisível. Com narrador que interage com o leitor e utiliza-se de técnica literária em que a narrativa começa no meio da história trazendo uma dinamicidade ou desenrolar da trama.

É um livro que traz uma abordagem não só sobre a concepção da invisibilidade, mas principalmente na questão moral de sua utilização e os efeitos que isso pode causar na nossa psique. Gostei de como o autor abordou não só dos benefícios, mas também os grandes malefícios e dificuldades dessa condição, e não gostei das várias informações desencontradas na história assim como algumas não conformidades cronológicas, além da demora para algo realmente acontecer na trama. Contém cenas com abordagem violenta.

É uma leitura reflexiva que leva a considerar a já tão abordada questão "O que você faria se ninguém pudesse te ver?", principalmente para a época em que foi escrita (final do século XIX), mas também tão atual que podemos elucidar com a suposta invisibilidade digital. Pensando nisso, a pergunta é: Quem você é por trás dessas "camadas de invisibilidade"? Espero sinceramente que a resposta possa ser "Eu mesmo"!

"Como se saber mais trouxesse algum tipo de satisfação a um homem!"
comentários(0)comente



Malu108 18/12/2022

Não recomendo
O livro é mt bonito, são poucas páginas e a letra tem um tamanho mt bom. Porém a história é muito chata e o final horrível.
Apesar da ideia da história ser boa, o jeito que ela é contada estraga tudo.
comentários(0)comente



DaniSampol 18/12/2022

Comecei a ler esperando uma coisa e terminei do jeito que eu comecei. ?

Não tenho nem vontade de comentar aqui, Sem falar que eu não curti muito a diagramação, cansou
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Ewerton 11/12/2022

O homem invisível
Gostei muito dessa leitura. Na verdade, confesso, vim por causa do filme "o homem invisível" lançado em 2020. Naturalmente que durante a leitura percebi que uma obra não tinha nada a ver com a outra, apesar de compartilharem o mesmo nome.

A história é muito interessante, meio fantasiosa, mas a ideia é fácil de ser comprada. Achei a sucessão de fatos bem construídas e a história progrediu rapidamente. Algumas cenas de ação são ligeiramente confusas de entender. Aliás, há algumas passagens difíceis de compreender o que está acontecendo, mas indo pelo contexto geral, dá pra ignorar e seguir a história. Pode ter sido uma falha de tradução ou adaptação, não sei.

O personagem principal é bem trabalhado. Podemos ver a sua mudança clara de personalidade sendo construída a partir de cada desafio que encontra até o ponto de se tornar alguém egoísta e ruim. O livro nos faz pensar várias coisas, mas principalmente, nos faz refletir se fôssemos nós em seu lugar, o que faríamos? Continuaríamos sendo pessoas com ética ou agiríamos igual a ele?

Alguns pontos negativos: a tradução está cheia de erros de gramática. Não são poucos. Parece até que o livro não passou por revisão. Tem algumas páginas que a fonte está diferente, em tamanho também. Nesse ponto, nada que prejudique a leitura, além da estética do livro ficar comprometida.

A capa e contracapa são muito bem produzidas nessa impressão (essa é a primeira vez que adiciono comentários sobre as capas).
comentários(0)comente



759 encontrados | exibindo 226 a 241
16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR