Marcello 29/03/2021
Quando escrevo uma resenha eu prefiro focar nos pontos negativos da leitura do que nos positivos, pois gosto de deixar bem claro para quem for ler que mesmo o livro sendo muito bom, não significa que ele seja perfeito, lindo, maravilhoso e sem defeitos. Ele está sujeito a erros, sim. E é por conta disso que tenho medo de ler os best-sellers atuais, porque eu vou querer meter o pau na resenha, mas os fãs afetados não vão aceitar alguém com uma opinião contrária a deles. Mas vamos focar neste livro em questão.
Em “O Que Me Faz Pular” eu me deparei com um relato intimista em forma de entrevista, de escrita bem simples e direta, e rápida; onde cada “capítulo” era uma pergunta e quem respondia era Naoki Higashida, um moço que aos seis anos tinha sido diagnosticado com “tendências autistas”.
“Por favor, não nos julgue apenas pela aparência. Não sei por que não conseguimos nos comunicar de forma adequada. Mas não é por não querermos falar — é porque não podemos, e sofremos por causa disso.”
“Você consegue imaginar como seria sua vida se você não pudesse falar?”
O meu maior problema com o livro foi eu ter a sensação de que a maioria das perguntas eram muito similares umas com as outras. O que causou aquela sensação de: eu já li isso antes (diversas vezes). O que aliviou essa sensação foram os pequenos contos escritos pelo próprio Naoki Higashida, num espaço entre 10 capítulos, mais ou menos, e que foram de longe as partes mais legais para mim.
“De modo geral, para um autista o fato de ser tocado significa que outra pessoa está exercendo controle sobre um corpo que nem mesmo seu dono é capaz de controlar direito. É como se perdêssemos o que somos. Pense nisso, é apavorante.”
E de agora em diante eu vou sempre deixar uma recomendação de uma música que ou eu escutei muito ao ler, ou por simplesmente ser similar ao tema do livro:
Sleeping At Last — Saturn (link para o YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=dzNvk80XY9s).