Filme Noturno

Filme Noturno Marisha Pessl




Resenhas - Filme Noturno


145 encontrados | exibindo 136 a 145
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 10


Pandora 05/03/2015

Um pouco antes de terminar o livro, achei que começaria minha resenha com "não sei dizer se gostei ou não". Mas agora sei: não gostei. Não achei eletrizante ou viciante, fascinante, nada nesse gênero. Senti tédio várias vezes naquelas entrevistas infinitas. Nunca vi tantas pessoas dispostas a se abrir totalmente a um jornalista investigativo! Acho que Marisha é muito inteligente e criativa, usa e abusa de referências em arte, música, literatura, história... inventa, realmente, uma teia enorme de possibilidades, mas durante toda a leitura o pouco de tensão que eu sentia acabava explodindo como uma bolha de sabão no momento seguinte. Tudo muito frustrante e cansativo. Talvez funcione na telona. Aliás, acho que funcionará bem, com o enxugamento do excesso de texto e o foco no mistério e na ação. Em livro, para mim, não rolou. Juro que queria ter a mesma impressão que tiveram os que resenharam aqui antes, queria que o livro tivesse me cativado. Ultimamente, quase todas as minhas leituras têm sido diferentes do esperado, o que é ótimo quando me surpreendem positivamente. Não foi assim com Filme Noturno.

Em tempo: a revisão é ruim, o livro tem falhas de gênero e concordância, coisas básicas. Isto empobrece demais.

Em tempo 2: se você não viu "Seven, os sete pecados capitais", não leia o 5º e o 6º parágrafo da página 546. A autora conta o final do filme!!!
Paula.Martuchelli 16/06/2015minha estante
Incrível, vim aqui para ver se alguém concordava comigo no meu ponto de vista sobre o livro e sua resenha fala exatamente o que achei: Leitura arrastada, muitas entrevistas ao ponto de, em determinado momento, eu confundir umas com as outras e não saber quem falou o que e incontáveis pistas que a cada momento em que aparecia uma nova eu pensava: "meu deus, fala logo o que houve!" Veja bem, eu adoro suspense e acho que nos instiga a continuar a leitura, porém, nesse caso, pra mim, não funcionou, pois foi me dando agonia conforme a autora prolongava mais e mais a história, parecendo que estava ela mesma girando em círculos sem saber onde queria chegar. Claro que ela merece méritos por ter criado esse personagem ( Cordova) e todo esse mundo obscuro que o circunda, mas não foi o suficiente para me prender. Resumo: A agonia superou a curiosidade pra saber o final e abandonei o livro.


Cleusa.Paula 29/07/2018minha estante
Não gostei tb! Leitura arrastada, eu tinha lido algumas resenhas aqui e acreditei que era bom. Só não abandonei porque queria saber o final. Perdi tempo. Que pena!




Julia G 05/03/2015

Filme Noturno
Muitas vezes, evito ler suspenses pelo simples fato que mergulho de tal forma no enredo, que deixo de separar os sentimentos de minha vida real daqueles despertados pelos livros. Filme Noturno, de Marisha Pessl, despertou minha curiosidade, mais que meu medo, e a cada página eu tinha mais certeza de ter feito a escolha certa ao ler esse livro.

Scott McGrath, jornalista que viu sua carreira desmoronar por uma tentativa frustrada de trazer à tona os segredos do cineasta Stanislas Cordova, vê-se novamente tentado pelos mistérios da família após descobrir que a filha do diretor, Ashley, foi encontrada morta.

“Porque eu sabia que minha derrocada não era nenhum acidente. Cordova, exibindo uma antevisão e uma inteligência que eu não pude antecipar, me superara. Eu estava no chão, nocauteado, luta encerrada, vencedor declarado – antes mesmo de ter colocado os pés no ringue.
[…]
Mas ali estava eu de novo.”

Em primeira pessoa, o leitor acompanha a investigação pelo ponto de vista de McGrath, em uma narrativa entremeada de "recortes" de jornal, e-mails, pesquisas de internet, e outros elementos que parecem dar mais vida e dinamicidade à história criada por Pessl. Todos os detalhes foram tão ricamente pensados e esculpidos que, em certo momento da narrativa, precisei pesquisar para ter certeza se Cordova realmente não existia.

Marisha Pessl brincou lindamente com elementos atuais, especialmente quanto à necessidade de promoção pessoal quase o tempo todo na internet. O fato de Cordova ser tão discreto, tão recluso, faz com que os leitores, e mesmo o protagonista, questionem todas as verdades que se apresentam - e, por vezes, até a existência de Cordova. Porque, por mais que hajam evidências irrefutáveis de que ele existe, ele parece inalcançável.

Junto a Scott, tenta-se encaixar as peças e montar um panorama dos acontecimentos, mas justo quando as coisas parecem fazer sentido, tudo muda novamente. É uma busca interminável, já que todas as respostas parecem verdadeiras, todas fazem sentido, mas eliminam-se mutuamente. Há a forte mistura de real e imaginário, mito e razão, a limitação cética e a conclusão sobrenatural. E é a busca por respostas que torna a leitura viciante, sufocante até.

“- […] A verdade sobre o que acontece conosco neste mundo está sempre mudando. Sempre. Nunca para. Algumas vezes nem mesmo depois da morte.”

Posso dizer sem sombra de dúvidas que Filme Noturno foi o melhor livro que li há meses. Traduz-se naquela leitura que se sabe ser ficção, mas que mexe com o inconsciente e te leva a querer mais. Pode parecer não fazer sentido algum, mas faz todo o sentido, e me envolveu a ponto de eu sonhar com os acontecimentos, com os cenários dos filmes de Cordova, fez-me querer mais dele enquanto lia e, ainda mais, quando terminei de ler.

Ainda que McGrath tenha tido suas respostas, eu não tive as minhas. Cordova continuou a ser aquele que escapa por entre os dedos quando finalmente se pensou que havia sido alcançado. Eu, particularmente, precisava mais dele, ter assistido a seus filmes, ter participado daquela conversa. O final em aberto me deu a possibilidade de escolher em que acreditar e, também, mostrou que a busca em si ensinaria muito mais que a solução.

Mesmo não tendo sido Cordova quem escreveu o livro, sua característica principal estava lá: levar o leitor até seu limite, seja este entre o real e o imaginário, entre o que é racional ou não. Não é exatamente assustador, apesar de ser. Mas mostra de uma forma bem inusitada outras maneiras de simplesmente enxergar.

site: http://conjuntodaobra.blogspot.com.br/2015/02/filme-noturno-marisha-pessl.html
comentários(0)comente



Amy 20/02/2015

Introdução

Em Filme Noturno, Scott Mcgrath, jornalista investigativo que anda passando por maus bocados na área pessoal e profissional. O motivo? Stanislas Cordova, um diretor de cinema famoso, recluso, misterioso e que em seus filmes mexe com o psicológico dos espectadores. Scott foi confrontado por esse cineasta e sua credibilidade foi questionada. Anos depois, Scott recebe a notícia que Ashley, filha de Cordova, cometeu suicídio, intrigado, passa a investigar o caso por pura curiosidade. Ele contará com a ajuda de Nora e Hopper.

Sobre Marisha Pessl

Foto -Marisha Pessl

Marisha Pessl (26 de outubro de 1977) é uma escritora americana mais conhecida por seu livro Tópicos Especiais em Física das Calamidades.

Pessl nasceu em Clarkston, Michigan. Seu pai, Klaus, um engenheiro austríaco da General Motors, e Anne, dona de casa americana, divorciaram-se quando ela tinha três anos. Mudou-se com a mãe e irmã para Asheville, Carolina do Norte. Pessl teve uma educação de bastante estímulo intelectual. Sua mãe a matriculou em aulas de equitação, pintura, jazz e Francês. Marisha formou-se em 1995 na escola privada Asheville School. Fez aulas na Northwestern University por dois anos antes de se transferir para o Bernard College, onde graduou-se Phi Beta Kappa com grau em Literatura Inglesa.

Após a graduação, ela trabalhou como consultora financeira em PricewaterhouseCoopers, escrevendo em seu tempo livre. Após dois anos frustrados de tentativa em romances, Pessl começou a escrever um terceiro em 2001 sobre o relacionamento entre uma filha e seu controlador e carismático pai. Pessl terminou o romance intitulado Tópicos Especiais em Física das Calamidades, em 2004, sendo publicado em 2006 com ótimas qualificações. Seu livro tornou-se um dos best-sellers do The New York Times e foi publicado em 3 línguas.

Narrativa

Fã de thriller como sou, fiquei fascinada pelo mundo descrito por Marisha. É tudo tão curioso e instigante. O livro é narrado por Scott, um cara que não tem nada de excepcional, mas que aos poucos, se mostra muito empático. Após ter sido processado por Cordova por suas declarações pesadas ao cineasta. Ele vai atrás de respostas e abre uma investigação paralela a da polícia. Nora foi a última pessoa que viu Ashley em vida. Hopper é um amigo antigo de Ashley, os três irão compor essa equipe de investigação. Além da curiosidade em saber se Ashley cometeu ou não o suicídio, a maneira como a autora propõe a narrativa é o que realmente intriga. Somos parte dessa investigação, recebendo recortes de jornais, bilhetes e fotos. Várias questões brotam à mente enquanto se lê a obra. Também é possível entender as referências utilizadas na trama. Vão de Alfred Hitchcock à Mikael Blomkvist.

Diagramação

Gostei muito do trabalho gráfico da Intrínseca na edição. A utilização de páginas pretas pros arquivos, foi uma grande sacada. A diagramação interna é impecável. A capa do livro é bonita, tem aquele efeito lindo de furta-cor.

Considerações Finais

Filme Noturno é um livro que assusta pela quantidade de páginas e afirmo, não se deixem enganar, essas páginas passam voando e eu acabei lendo ele em 2 dias. Bastou um final de semana para concluí-lo. É difícil encontrar defeitos quanto se encanta tanto pela narrativa. O trabalho de Marisha é tão bem feito que fica impossível. Sem dúvida, um dos melhores livros do ano.

site: http://il-macchiato.com/?p=13471
comentários(0)comente



Literatura Policial 09/02/2015

Resenha: Filme Noturno, Marisha Pessl
Histórias policiais costumam primar pela trama. O gênero, como todos os outros, é definido por uma série de características que situam o leitor em um terreno a ser percorrido. Esses aspectos não são absolutos e é grande o número de obras que os desafia e reconfigura. O básico, porém, está sempre lá: crime, detetive, criminoso, e, no caminho até o desfecho, temos a investigação e o desenrolar das pistas, também com sua carga de elementos próprios e clichês.

Filme noturno (Intrínseca, 622 páginas), segundo romance da norte-americana Marisha Pessl, não foge dessa receita básica. Tudo começa com a morte da jovem Ashley Cordova, no que aparenta ser um suicídio. As circunstâncias do ocorrido intrigam o premiado jornalista Scott McGrath, que inicia uma investigação paralela à da polícia. Ele contará com a ajuda de Nora, última pessoa a ver a garota com vida, e Hopper, um problemático rapaz que conheceu a morta na adolescência.

Leia a resenha completa no site literaturapolicial.com

site: http://literaturapolicial.com/2015/01/19/resenha-filme-noturno-marisha-pessl/
comentários(0)comente



Raffafust 31/01/2015

Filme Noturno é tão intenso que recomendo que seja lido em casa. Optei por lê-lo a noite quando chegava do trabalho por dois motivos básicos : 1- As 619 páginas eram bem pesadas de carregar no vai e vem do metrô; 2- o livro possui uma extensa gama de informações que precisam de cuidado e atenção ao lê-las.
Como um gigante quebra cabeça o livro tem como narrador o jornalista Scott MacGrath. Entre o que ele nos conta temos centenas de dados jornalísticos - leia-se matérias "printadas" de jornais - e trocas de informações que nos ajudem a com ele desvendar o que deseja. Atormentado pela sombra do famoso cineasta Stanislas Cordova , uma espécie de J. D Salinger da sétima arte no que diz respeito a reclusão e mistérios envolvendo sua vida pessoal , o jornalista perdeu tudo que tinha porque falou mal dele em um programa de tv. Para ser mais clara, o tal cineasta é conhecido por filmes fúnebres, que chocam o público e que são proibidos em inúmeros países, fazendo com que existam clubes de fãs que trocam suas fitas pirateadas para poder ter todos os 15 filmes do cara. Incomodado com os filmes dele e principalmente com as histórias que sabe sobre ele envolvendo crianças. o jornalista solta o verbo na entrevista e caba sendo processado , tendo que pagar uma grana preta ao cineasta e ainda de quebra perde seu trabalho!
Mas o que faz com o Scott vá atrás de mais verdades sobre o mundo do sinistro Cordova é a morte da filha dele, Ashley, de apenas 24 anos. Com um currículo de internações em clínicas psiquiátricas e relatos no mínimo esquisito de amigos próximos , o jornalista vai atrás do real motivo da moça ter se matado ou ter sido morta. Com isso ele conhece - e nós também - mais ainda do estranho mundo de Cordova, da relação bizarra que tem com as pessoas ao seu redor e de tudo que envolve quem ele realmente é. Muitos nem sabem descrevê-lo, já que ele sai pouquíssimo do lugar onde vive.
Com a ajuda de um rapaz que conhecia Ashley - e pelo jeito era paixonite aguda - e de uma moça um tanto quanto doidinha ele entra no mundo da família e quanto mais pistas aparecem mais o que tínhamos certeza de ser real parece mudar de uma hora para outra. A autora nos dá muitos detalhes , em certos momentos eu achei exagerado a quantidade de informação que tem no livro e muita coisa poderia ser menor, como por exemplo os depoimentos , trocas de informações e matérias de jornal que ela coloca no meio da história, são matérias grandes, entrevistas com muitos detalhes e sinceramente lá pela página 300 eu já estava cansada de tanta informação , mesmo assim fui firme e forte para saber o final, afinal, me interessava muito.
Filme Noturno tem muito do lado sombrio mas não chega a ser um livro de terror, por mais que envolva em certas partes até mesmo magia negra e que alguns personagens beirem a bizarrice.
Por tê-lo lido a noite , bem tarde mesmo, algumas fotos nele são tão reais, parece que os personagens nos olham quando estamos lendo que as vezes deixava a luz acesa após leitura, coisas que somente King e Rice conseguem comigo.
Conforme as peças se encaixam a gente pensa que saberemos de tudo...ledo engano... o final é daqueles " em aberto", e eu sinceramente só espero uma coisa : vire filme, na tela vai ser ainda mais sinistro!
Palmas para autora.

site: http://www.meninaquecompravalivros.com.br/2015/01/resenha-filme-noturno-intrinseca.html
comentários(0)comente



Jacqueline 30/01/2015

Um verdadeiro Coquetel Molotov de tensão, suspense e realidade se fundindo com ficção
Marisha Pessl é uma escritora americana, cujo primeiro romance intitulado Special Topics in Calamity Physics, foi um best-seller. Ganhou em 2006 o prêmio John Sargent Sr. de melhor romance de estreia e foi escolhido como um dos dez melhores livros daquele ano pelo The New York Times Book Review. Filme Noturno é seu segundo romance.

É impressionante como uma história pode mexer com nosso imaginário de um modo tão complexo. Quando solicitei Filme Noturno não conhecia muito sobre a história, e apenas a menção a palavra thriller serviu para despertar minha enorme curiosidade.
Bastaram apenas algumas páginas para me deixar paralisada no sofá. Filme Noturno não é apenas um thriller psicológico daqueles que a gente lê freneticamente sem conseguir parar. A história é um verdadeiro coquetel molotov de tensão, suspense, e realidade se fundindo com ficção.

"As pessoas tinham um raciocínio ilógico egoísta no que dizia respeito a interpretar o comportamento dos outros."

Nesse livro, Scott McGrath é um jornalista investigativo que viu sua carreira cair em desgraça após suas declarações inflamadas de ódio sobre o cineasta Stanislas Cordova, tendo sido processado logo após o episódio.
Anos depois, Scott vê Cordova em sua mira novamente. Ashley Cordova, filha do cineasta, é encontrada morta em um armazém abandonado. A polícia suspeita que se trata de um suicídio, porém, o jornalista acredita que exista algo por trás da misteriosa morte da jovem.
Movido pelo sentimento de vingança, e querendo desvendar as motivações secretas por trás dos horripilantes filmes noturnos de Stanislas, McGrath inicia uma investigação que poderá levá-lo tanto ao céu, como ao inferno. E em sua procura pela verdade, sua vida e a daqueles que amam pode estar correndo um sério risco.

"(...) Não o culpo por se recolher. Você tem visto o mundo ultimamente, McGrath? A crueldade, a falta de vínculos? Estamos vivendo mais, estabelecemos laços sociais com nossas telas, e nosso poço de sentimento fica mais raso. Logo não passaremos de uma piscina formada pela maré, um dedal de água e então uma microgota. Dizem que nos próximos vinte anos iremos nos fundir a chips de computador para curar o envelhecimento e nos tornar imortais. Quem quer passar a eternidade sendo uma máquina? Não espanta que Cordova se esconda."

Se me pedissem um adjetivo para classificar o livro, eu diria: insano.
Filme Noturno é narrado em primeira pessoa, por Scott McGrath, o que nos aproxima ainda mais do personagem e sua caça pela verdade por trás da morte de Ashley. Mas poderá a verdade satisfazê-lo?
A narrativa traz fotos, recortes de bilhetes, jornais, e imagens de sites, oferecendo uma visão real de seus personagens. O recurso foi sabiamente utilizado pela autora, já que não nos esforçamos para criar uma imagem crível do personagem misterioso e recluso que é o cineasta Cordova.

"Dentro de cada mentira elaborada, uma semente de verdade"

Eu passei três dias imersa e hipnotizada pelo quebra-cabeça de Pessl. Isso incluía comer com o livro do meu lado, assustando meu marido, que afirmava que eu estava enfeitiçada com a obra. Também não é vergonha falar que eu tive sonhos bastante vívidos com os cenários e personagens do livro. Literalmente a história me tirou o sono, e me deu arrepios.
A investigação sobre a morte de Ashley é apenas o estopim para uma história intrincada onde realidade se funde com ficção. Filmes se confundem aos pesadelos, e os pesadelos se tornam cada vez mais reais. A sanidade de todos é questionada, e quando você pensa que já sabe como tudo vai terminar, uma reviravolta abala todas as estruturas.
A autora tem uma habilidade extrema em criar histórias dentro de outras histórias, nos guiando por um enredado novelo de lã, onde é impossível descobrir a ponta inicial antes do desfecho.

Brilhantemente, Marisha constrói uma personalidade extremamente palpável sobre o famoso cineasta Cordova, através de entrevistas, e relatos de outros personagens sobre seus filmes. Cordova é um verdadeiro mistério, um personagem invisível que não faz nenhuma aparição. Contudo, ele é a figura chave do livro. Um personagem enigmático que exerce certo fascínio e devoção. Uma espécie de Hitchcock, um herói cult venerado por seus fãs. Ele é quase como um mito, um homem que ninguém nunca viu, apenas aqueles que trabalhavam em seus filmes. E misteriosamente ninguém gosta muito de falar sobre ele, ou sobre o período em que filmaram.
Detalhes sobre seus filmes são explorados na trama, e é tudo tão convincente, que eu realmente acreditei que Respirando com reis, ou À noite todos os pássaros são pretos poderia ser real e se tornar um sucesso de bilheteria.

O toque sobrenatural na metade do livro só acrescentou mais tensão e terror a narrativa. Feitiços, suspeita sobre maldições e figuras mitológicas como o Leviatã, conferem um ar obscuro e servem para apontar um caminho espantoso e lúgubre durante a investigação.
O cenário é igualmente macabro e melancólico, com destaque para a mansão The Peak, onde Cordova vivia, e produzia seus filmes. A mansão é quase uma figura real, imponente, e vívida.

"É preciso andar algum tempo no lado sombreado da rua para sentir o sol bater em seus ombros."

O meu problema com alguns thrillers e suspenses investigativos, é o fato de que nem sempre a investigação é persuasiva o bastante para me levar a acreditar no que eu estou lendo. Com Filme Noturno eu não tive essa impressão. Todas as descobertas vão acontecendo lentamente, sem artifícios mirabolantes, se desenrolando de forma completamente plausível.
Scott é uma figura bastante empática. Sua sede em descobrir o que realmente teria acontecido com Ashley, passa de necessidade de vingança por ter seu nome jogado na lama por culpa de Cordova, a inquietação genuína em desvendar o que estaria acontecendo por trás dos bastidores dos filmes macabros de Cordova. Na crença dele, Cordova não fazia distinção do real e imaginário. E durante toda narrativa, essa linha tênue que separa a realidade da ficção é questionada o tempo inteiro.
Para equilibrar momentos de pura tensão e ação, Scott era capaz de nos fazer rir com suas opiniões, e piadas. Nas mãos de outro autor essa suavizada no enredo poderia estragar completamente o ritmo e o suspense, mas não com Pessl.

"Enquanto escalava umas pedras, não consegui escapar de uma onda quebrando na praia e fiquei encharcado de água gelada até as canelas. Eu podia esquecer o chefe da máfia russa; ia parecer Tom Hanks no maldito O náufrago quando chegasse. E se chegasse."

Os personagens secundários (se é que eles merecem esse rótulo, já que suas histórias são peças essenciais do quebra-cabeça) são igualmente empáticos e atraentes, do tipo que deixa o leitor sedento por mais detalhes de suas vidas.
Filme Noturno é um daqueles livros que daria um filme digno de Oscar. Já posso imaginar os atores que fariam os papéis principais, e a trilha sonora macabra que daria vida ao suspense.
Até o momento, é a minha melhor leitura do ano.

Para ver fotos do livro e participar do sorteio, visite o site

site: www.mybooklit.com
Walter.Campos 23/09/2015minha estante
Concordo com a definião de que o livro é "insano", e gosto de ideias novas que fogem ao lugar comum. Estava gostando muito, mas o final me decepcionou, com tantas pontas soltas...mais do que isso, o livro termina sem dar aos seus personagens principais um destino.Inclusive o repórtter investigativo, depois de tudo que passou, tem apenas um leve farfalhar de folhas sugerindo que o futuro pode ser melhor.
Eu disse que o livro inova na trama, mas tá ficando clichê esse personagem principal: um homem maduro, que se deu mal no trabalho e na vida conjugal, alcoólatra e desprestigiado, quando não não desprezado pelos seus colegas e que não encontra a sua redenção. Acho que muita gente não vai gostar.....




Andressa 21/01/2015

O incrível mundo de Cordova
Estou numa fase - dessa minha vida de leitora - de ler thrillers. Gosto de investigar junto com os personagens, de ter dúvidas, receios, surpresas. Confesso que não sou muito chegada no terror, não gosto de sentir medo, mas acho incrível que um livro possa ser capaz de te fazer sentir quaisquer sensações.

Ouvi falar bem desse livro por booktubers gringos, então resolvi apostar nele. Tudo começa com a morte de Ashley Cordova, filha de um grande e misterioso diretor de cinema, Stanislas Cordova. O protagonista de Filme Noturno, Scott McGrath, um jornalista investigativo, teve uma complicação em sua carreira devido a uma matéria que fez sobre Cordova e a partir da descoberta da morte da jovem se sente impulsionado a voltar a investigar o diretor e quem sabe ter uma vingança pessoal. Ao iniciar essa jornada, Scott encontra dois jovens aliados, Hopper e Nora, que também tem a necessidade de sanar suas próprias dúvidas a respeito de Ashley e Cordova.

Umas das coisas mais legais do livro é a interatividade dele. Podemos ver os sites, recortes de revista/jornal, fotos e bilhetes junto com os personagens. Em contrapartida, achei a escrita bastante pobre. Inicialmente pensei que pudesse ser apenas a tradução brasileira, mas há essas mesmas queixas no Goodreads (que é tipo o skoob internacional), o que sugere fortemente que a narrativa da Marisha não é de alta qualidade, apenas ok. Apesar disso, a autora consegue criar uma trama intrincada, dúbia, que nos faz por em dúvida o que é crença e o que é real. Há muitos elementos interessantes sobre cinema e magia negra, dados verídicos e fictícios misturados, e a autora pareceu dominar bem esses assuntos, o que soma pontos a ela.

Outra coisa que me incomodou foi o personagem principal. Scott é prepotente, egoísta e extremamente amador como detetive. Deixa rastros o tempo todo, confia em qualquer um, coloca a filha de 5 anos em perigo por bobagens. Durante toda a leitura eu o vi como um homem enfrentando uma crise de meia-idade, tendo atitudes infantis e atestei que não é a toa ele não ter credibilidade alguma no mundo jornalístico.

Ah, também achei um pouco irreal a quantidade de informações detalhadas que os entrevistados por Scott tinham para falar sobre Ashley e Cordova. Não via motivo algum para que eles quisessem contar tudo o que sabiam para um desconhecido! No mundo real não deve funcionar assim.

Mesmo não gostando do personagem principal e achando a escrita não tão boa, por que eu gostei do livro?

Cordova. O suspense envolvendo o recluso diretor, sua mansão, seus filmes, amigos e familiares é tão angustiante, intenso e mirabolante que fui completamente absorvida por seu universo. Ele é tão incrível que tem uma legião de fãs tão malucos e misteriosos quanto, os Cordovitas. Cordova é um personagem cheio de facetas, ao mesmo tempo que, em primeiro momento, achamos ele um ser diabólico, logo descobrimos um pai amoroso. Ao virar mais algumas páginas já voltamos a achar que ele é assustador e faz coisas horríveis com criancinhas. E isso acontece o tempo todo. Há tantos mitos sobre ele que fica difícil sabermos o que é verdade. Colocamos tudo em dúvida. Seus filmes são reais? Ele é um lunático ou apenas um homem comum?

Concluindo, não posso negar que a autora se redime no final ao crucificar ela mesma o Scott, o fazendo confrontar seu próprio egoísmo. Isso me trouxe um certo alívio, pois constatei que não era a única que pensava isso.

O livro é ágil, narrado na primeira pessoa pelo protagonista, fluido e intriga de verdade, apesar dos contras que eu já citei, por isso acho que vale a pena para quem gosta de thrillers e quer algo um pouquinho diferente. Ao final, todos os personagens de certa forma alcançam o almejado e encontram respostas para suas perguntas, sendo elas boas ou não. A autora desmistifica o que é real e o que é magia negra, deixando no ar alguns detalhes, pois sempre haverão os céticos e sempre haverão os que acreditam no sobrenatural.

O último capítulo estragou um pouquinho o rumo dessa trama na minha cabeça. Eu estava super contente com a conclusão até então, inclusive surpresa, e aí surge outra possibilidade. Ou seja, há duas possibilidades de conclusão para o livro, depende do ponto de vista da pessoa que está lendo.

Filme Noturno também é sobre seguir em frente, sobre querer viver com todas as nossas forças, sobre os piores e melhores instintos humanos sendo explorados arduamente por um artista e diariamente por nós mesmos.
comentários(0)comente



Jéssica 13/01/2015

Leitura rápida, repleta de detalhes e emoções intensas.
O segundo livro de Marisha Pessl apresenta boa escrita e um roteiro dinâmico, desses que não se consegue parar de ler. Se em seu primeiro romance sobraram citações, neste os recortes de jornais e citações são indispensáveis. Os detalhes entre a ficção e a realidade encantam os olhos e tornam a leitura ainda mais empolgante.
A história passa-se em Nova York, sendo protagonizada por McGrath, um jornalista que teve sua credibilidade questionada ao confrontar o polêmico diretor de cinema Stanilas Cordova.
Diretor de filmes de terror tão perturbadores que chegaram a ser vetados por grandes produtoras, Cordova é um homem misterioso e recluso que nunca (ou quase nunca) aparece na mídia. Seus filmes passaram a ser exibidos de forma clandestina e arrastam uma multidão de fãs fissurados em seus roteiros sombrios e cheios de armadilhas psicológicas em que realidade e ficção se confundem causando transtorno aos que assistem.
Anos depois de seu problema com Cordova e com uma carreira em decadência, McGrath se encontra novamente atraído por Cordova ao ler a notícia do suicídio de sua filha Ashley. Uma garota de 24 anos tida como prodígio no piano desde os seis anos.
Movido por sua curiosidade, McGrath começa sua busca por pistas dos últimos passos de Ashley, tentando juntar peças de um quebra-cabeças repleto de incógnitas e peças que parecem não se encaixar. Durante sua busca, dois jovens se aliam a Mc Grath: Nora - funcionária de um restaurante onde Ashley fora vista foras antes de seu suicídio - e Hopper - um jovem rebelde, descompromissado e misterioso com quem Ashley fizera contato dias antes.
Juntos, os três embarcam em uma aventura envolvendo hospitais psicológicos, atores falidos, propriedades abandonadas e magia, levando-os por um labirinto em meio aos filmes de horror de Cordova, fazendo-os duvidar de sua própria realidade.
Na minha opinião é um livro que vale a pena ser lido e até mesmo relido, no caso dos mais curiosos que desejam extrair todas as teorias e dicas que possam rondar o enredo. Como apresenta uma riqueza enorme de informações, deve ser lido com atenção, principalmente nos detalhes.
comentários(0)comente



Giovanna 13/01/2015

Cinco estrelas (bem dadas)
O livro é incrível! Pela sinopse me enganei em pensar que não me agradaria ou que seria apenas mais uma ficção água-com-açúcar; no entanto, fui surpreendida por um enredo eletrizante e, definitivamente, viciante.

Com uma escrita de tirar o fôlego e descrições para fazer você "entrar no livro", as imagens, os recortes de jornais e outras ilustrações são a cereja do bolo. Fazendo com que todos os aficionados por thrillers e suspenses se deleitem em uma investigação que, de uma hora para outra, parece estar sob seu comando.

Recomendo !
comentários(0)comente



Cássia | @procureiemsonhos 08/01/2015

Um verdadeiro Filme Noturno.
Filme Noturno é um maravilhoso thriller, que prende a atenção do leitor do início ao fim. A escrita de Marisha Pessl é viciante, fazendo com que sua narrativa instigue a curiosidade de quem está lendo. O mundo que ela criou é incrível, ela foi capaz de pensar nos mínimos detalhes, e quando eu pensava que não poderia me surpreender, ela vinha e mudava o rumo das coisas, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

O livro é narrado por Scott McGrath, um jornalista investigativo que está no fundo do poço, tanto na vida profissional, quanto na pessoal. O culpado por nosso personagem estar nessa situação é ninguém mais, ninguém menos que Stanislas Cordova, um renomeado diretor de cinema, famoso por suas produções que mexem com o psicológico dos expectadores e por ser tão recluso e misterioso. Apesar de carregar consigo inúmeras marcas desde que fizera graves acusações (em rede nacional) ao diretor, Scott tenta levar uma vida normal e esquecer-se de alguma forma as informações que tinham lhe passado sobre Cordova.

Porém, após ser anunciado que Ashley Cordova (filha do diretor) havia falecido, Scott se vê novamente preso ao universo Cordova e quando percebe já está investigando (sem o consentimento das autoridades) o caso. As únicas informações concretas que Scott possui são: que Ashley fora encontrada em um barracão, sendo que a principal suspeita da causa da morte fora suicídio; e que ela possuía um casaco vermelho. Conforme se aprofunda nos detalhes da investigação, Scott acaba conhecendo dois personagens que estão dispostos a ajudá-lo, além de terem tido algum tipo de relação com Ashley enquanto estava viva. Nora e Hopper, apesar de serem um pouco misteriosos, acabam tornando-se indispensáveis para as investigações, e o jeito de cada um acaba instigando a imaginação de quem está lendo.

Durante as investigações, Hopper, Nora e Scott refazem os passos de Ashley em seus últimos dias de vida, interrogam conhecidos da família, atores que trabalharam com Cordova e qualquer pessoa que tivesse informações sobre o caso. Nesse momento, fantasia e realidade se unem e quem está lendo sofre de um terror psicológico de arrepiar. A tensão começa a ficar mais presente na obra, e a cada nova pista, coisas sobrenaturais acontecem. Temos, então, um misto de bruxaria, seres sobrenaturais e crenças que se misturam e confundem os personagens e quem está lendo.

O desenrolar da trama é esplendido e superou todas as minhas expectativas sobre a história. A maneira que a autora guia os personagens é incrível, e apesar do leque imenso de personagens, títulos de filmes, objetos chaves, tudo, absolutamente tudo foi finalizado de alguma forma dentro do enredo; Não existem pontas soltas, não existe nada 'sobrando'. O livro em si é um verdadeiro Filme Noturno.

A edição publicada pela Editora Intrínseca está impecável! Temos vários recortes de jornais, revistas, conteúdo restrito entre outras coisas que agregam todo valor à obra. Como disse anteriormente, tudo foi pensado nos mínimos detalhes, e de tão real que as informações pareciam, eu fiquei me perguntando se Cordova realmente existia. Confesso que o livro me rendeu umas duas noites de pesadelos, daqueles que você fica imaginando o que é real e o que é fantasia - e apesar de ser medrosa, adoro quando isso acontece.

Filme Noturno é o tipo de livro que todo fã de um bom mistério precisa ler. Me senti parte da história, fazia anotações nas páginas, pensava sobre cada pista encontrada, sobre cada detalhe que poderiam deixar passar nos interrogatórios, enfim, em tudo. E apesar de o final não ter sido de fato, o que eu esperava, achei que foi o ideal para a história. O livro está mais do que recomendado.

site: http://www.procurei-em-sonhos.com/2015/01/resenha-premiada-filme-noturno.html
Jéssica 13/01/2015minha estante
Muito boa a resenha! Confesso que também sonhei com o enredo do livro e fiquei algumas noites perturbada, mas foi uma leitura excepcional, Marisha Pessl realmente me levou para dentro de sua obra e saí com desejo de mais. Me deu vontade de rever Scott McGrath, Nora e Hopper em novas aventuras.


Beth 20/02/2015minha estante
Não dei avaliação. A autora é extremamente competente, mas é uma genialidade que levou a uma obra (para mim) insatisfatória. Lembrei de "A Bruxa de Blair", porque tive a mesma sensação de ser levada por um clima de crescente terror a uma conclusão vazia. Não houve catarse. É justamente o que a autora questiona: a natureza da realidade. É justamente assim que a autora queria seus leitores, e por esse motivo mereceria 5 estrelas. Mas acabei me considerando vítima, e não leitora. Pode um livro ser tão poderoso?


Raquel.Leites 28/04/2020minha estante
Esse livro foi o primeiro depois de uma ressaca literária daquelas e achei perfeito. Aterrorizante na medida, entra no nosso imaginário, nos vira a cabeça, nos faz ficarmos desconfiados. Achei demais!!


Cássia | @procureiemsonhos 09/05/2020minha estante
Raquel! Eu tbm achei demais!!


Bruna Araujo 31/12/2020minha estante
Onde encontraram o livro? É raríssimo de achar! E as poucas edições são usadas e caríssimas!


Cássia | @procureiemsonhos 04/05/2021minha estante
Bruna, na época eu recebi como cortesia da editora... infelizmente não sei onde você consegue achar por um preço acessível:(




145 encontrados | exibindo 136 a 145
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 10


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR