Resenhas - Vestido de Noiva

Giulendo 07/06/2021

Vestido de Noiva
É um livro rápido e com personagens envolventes. Acho que a trama com uma intriga tão... "fofoca!" faz com que seja uma leitura interessante e que desperta curiosidade.
Não ouso falar muito sobre, mas senti um pouco de falta de profundidade na personagem da Madame Clessi, quem achei muito intrigante.

Lukedo 29/04/2021

Essa peça é, como também dito por outras pessoas muito mais aptas que eu para opinar nessa área, inovadora. Se eu fosse resumi-la em uma única palavra, seria criatividade.
A forma como o palco é dividido e a história contada de forma não cronológica, abusando de recursos como flashbacks e trocas de cena, somando à um narrador não confiável, tornam a leitura dessa peça interessantíssima, porém também um pouco confusa.
Acredito que, com a ajuda daqueles que tiverem a valentia de aceitar o desafio de adaptar a peça para um palco real, assistir a peça provavelmente é uma experiência mais notória do que apenas ler seu roteiro.

Vic Moro 27/04/2021

Um marco para o teatro brasileiro!
Além de trazer uma proximidade com as tragédias gregas e permear um quê de erotismo, "Vestido de Noiva" é um grande marco para o teatro brasileiro do século XX - o qual ainda tomava forma.
Vale dizer que, felizmente, Nelson Rodrigues precisou de dinheiro, já que o teatrólogo era antes de tudo um jornalista. Com o sucesso que as suas obras começaram a fazer, embarcou de vez na carreira literária que até hoje nos encanta e seduz.
Bem, na peça em questão temos três planos: Realidade (acidente), Memória e a Alucinação. E, se me permitem dizer, esse último é o mais interessante de todos.
As conversas de Alaíde com a Madame Clessi são muito interessantes e nos levam a investigar o que realmente aconteceu antes de Alaíde morrer.
Afinal, quem é a mulher de véu? Alaíde matou o seu marido? Alaíde foi assassinada? E se foi, por quem?
E, mesmo após o fim do livro, ainda ficaremos com algumas pulgas atrás da orelha (de uma forma positiva).
Além disso, um aspecto que gostei muito, dessa obra realista, foi a irônia empregada na escrita do autor.
Recomendo essa leitura rápida, fluida e instigante!

Rocier 31/03/2021

Grande criador
Quando li que ele escreveu a peça em 6 dias fiquei admirada. Gostei do que li, apesar de muitas coisas hoje funcionarem bem diferente, analisando o contexto foi uma bomba para quem assistiu pela 1 vez visto o teatro ao qual estavam acostumados.
Não sei como melhor definir o livro. Entretanto,
Flávio Aguiar, quando fala sobre o autor lá fim, diz algo que bem o resumiu ?Em seu teatro Nelson Rodrigues temperou o exercício do realismo cru com a fantasia desabrida, num resultado sempre provocante. Valorizou ao mesmo tempo, o coloquial da linguagem e a liberdade da imaginação cênica?.
Enfim, as trocas de cenários, a passagem pelo inconsciente e tudo mais, foi muito bom.
Gostei muito da obra, vale a pena adentrar nesse universo.

Carol Pita 17/03/2021

Um marco é um marco!
Fato: vestido de noiva é o marco do inicio do teatro moderno no Brasil.
Opinião: vestido de noiva foi um marco na minha trajetória estudando teatro.

Li a primeira vez essa peça na faculdade, e ficam muito claros os motivos pelos quais ela foi considerada ponto de mudança. Em 1945, Nelson apresenta um palco repartido em 3, misturando alucinação, realidade e lembrança. Combina suspense e comédia e o resultado é uma obra prima. Eu sou suspeita porque gosto muito do Nelson, é provavelmente meu dramaturgo preferido, mas ler essa peça é sempre um afago no coração, e DÁ MUITA VONTADE de viver esses personagens em cena!

Matheus Lapa 04/03/2021

Tive um certo preconceito ao ler esse livro, pois alguns colegas já tinham me dito que o livro era chato e sem graça. Para minha surpresa, o livro destoa totalmente do que os meus amigos tinham dito. O enredo é interessante como leva a situação. Não sei se foi pela versão que li (PDF do Dominio Público), mas algumas partes pode parecer confuso por ser um livro teatral, de projeções de cenas. Por fim, avalio como positiva essa experiência de leitura e não criem expectativas, assim como eu fiz, de criarem preconceitos e julgar o livro pela capa?

Renato Lopes 22/02/2021

Tupiniquim
Nelson Rodrigues é considerado o renovador da dramaturgia; e não é por mero acaso, sua força de expressão de linguagem, intensidade e clima são sua marca registrada. E tudo isso pode ser encontrado nessa peça teatral.

João 21/02/2021

Por que Vestido de noiva é tão instigante?
Quem diria que eu me sujeitaria a ler uma peça teatral novamente! Minha única experiência com teatro até então era uma adaptação de Walcyr Carrasco para Romeu e Julieta, e agora resolvi me aventurar com Nelson Rodrigues.

Li esse livro para o vestibular, e foi uma das melhores experiências literárias que tive nos últimos tempos, figurando meu hall de leituras transformadoras junto com A vida mentirosa dos adultos, de Elena Ferrante, e A hora da estrela, de Clarice Lispector.

A história se passa em três planos que ocorrem simultaneamente: o plano da realidade, onde Alaíde é atropelada; o plano da alucinação, onde Alaíde tem delírios figurados por uma prostituta já falecida por quem a moça se afeiçoa; e o plano da memória, onde Alaíde reconstrói algumas partes cruciais de sua vida e revive embates familiares.

A obra de Nelson, contando com sua genialidade, divide-se nos poucos romances que produziu, nas peças psicológicas (como Vestido de Noiva) e as tragédias cariocas (como O beijo no asfalto, leitura que pretendo fazer ainda em 2021). Perdoe-me se esqueci de algum dado sobre a obra do escritor.

Virgindade, ciúme, incesto, adultério, morte e fraquezas humanas: estas são apenas algumas temáticas de Nelson Rodrigues. Encenada pela primeira vez em 1943, Vestido de Noiva é atemporal. Como disse Drummond: ?E como ficou chato ser moderno, Vestido de noiva será eterno?.

Amâncio Siqueira 29/11/2020

Nelson Falcão Rodrigues (Recife, 23 de agosto de 1912 — Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1980) é o maior teatrólogo brasileiro. Vestido de Noiva, peça em três atos, trouxe em 1943 a inovação de passar-se em três planos: realidade, memória e alucinação, para nós fazer acompanhar Alaíde em sua busca por decifrar o enigma de sua própria vida enquanto luta pela mesma depois de ser atropelada.
https://youtu.be/D5udO3rOH4c

Delano Delfino 05/09/2020

O que dizer né gente?!?! Nelson Rodrigues é Nelson Rodrigues. Nunca tive a chance de ver a peça, só ler o livro. Antes de tudo devo confessar que não tenho o hábito ou até mesmo gosto de ler peças de teatro. Vestido de noiva me surpreendeu e me deu vontade de ler toda a obra do autor. Super recomendo, livro curto que dá pra ler em uma sentada que vai te surpreender. Será que é por isso, que dizem que os melhores perfumes vem nos menores frascos?!?!

Sara 27/08/2020

Uma peça de teatro
Eu não gosto muito de livros em estilo peça de teatro, mas admito que esse me surpreendeu. Um livro que me fez rir bastante e acabei rapidinho, uma leitura curta e muito agradável.

Pavozzo 07/08/2020

Vestido de bordel...
Em uma trama na qual a personagem principal descobre que seu noivo e irmã conspiram contra ela e posteriormente ainda sofre um acidente, seria de se imaginar que temos aí a história de uma vítima dos infortúnios. No entanto, cenas do seu passado e do seu íntimo são encenadas lado ao lado, mostrando que, talvez, para alguns, a personagem mereça o destino que tem.

Embora me pareça que a peça tenta mostrar como o nosso foro íntimo é tão real quanto à própria realidade, a história pareceu-me um tanto quanto confusa.

Álvaro Lins elogiou muito esta peça quando encenada - estou atrás de seu artigo para tentar descobrir, através de um leitor muito mais experiente, o que ele viu no antro de Madame Clessi.

Josielle 18/05/2020

É uma leitura que tem de ficar prestando muita atenção, por diversas vezes fique confusa sobre os acontecimentos, sobretudo os do plano da alucinação, que é o que se sobressai na peça. Mesmo assim, eu não conseguia parar de ler, recomendo e quero revisitar a obra.

Fernando Campos Kanigoski 20/04/2020

Os três plano (do sonho; realidade; memória) se entrelaçam de forma dinâmica ao longo da história, que conta com uma cena final simplesmente fantástica!

Sara Muniz 19/04/2020

RESENHA - VESTIDO DE NOIVA
Vestido de Noiva é uma peça famosíssima de Nelson Rodrigues. Escrita em 1943 e dirigida pela primeira vez por Zimbinsky, a peça deu início ao modernismo no teatro brasileiro, por conta das suas inovações inigualáveis.

A peça começa com barulhos de uma batida e de vidro quebrando, pois Alaíde acabara de ser atropelada. Com o atropelamento, todas as informações na cabeça dela se embaralham e ela não sabe mais o que é realidade, memória e alucinação, então esses três planos se confundem.

Para quem lê a peça, é um pouco mais fácil entender o que está acontecendo, por mais que ainda seja uma loucura total na primeira leitura. Entretanto, para quem estava assistindo a peça, ficava muito confuso e, por isso, Nelson Rodrigues recebeu várias críticas.

Na peça, a luz ilumina os planos separadamente e a voz que fala no microfone está em todos os planos. No plano da realidade, está o casamento de Lúcia, Alaíde em coma e os repórteres. No plano da memória, está a tentativa dela de organizar as lembranças, é aquilo que pode ou não ter acontecido antes e depois do acidente. No plano da alucinação, mistura-se o que ela leu o diário de Madame Clessi (prostituta de luxo que morre em 1905). É o plano mais longo, há a libertação de todos os desejos (amiga da Clessi), mescla realidade com fantasia, se projeta livre de julgamentos, há a exploração intensa do inconsciente da personagem e o entendimento do que houve no real.

Por fim, Alaíde descobre que ela estava para se casar com Pedro, um homem que representa o esterótipo de bom partido. Porém, como antes Pedro era namorado de Lúcia, irmã da Alaíde, ela volta para se vingar por ter perdido o namorado. Pedro e Lúcia querem ficar juntos, então atropelam Alaíde.

Em Vestido de Noiva não há ação, tempo e espaço, não há linearidade nos acontecimentos e tudo acontece como uma completa confusão mental dentro da cabeça de Alaíde. Por isso, o ponto de vista é a cabeça da própria Alaíde.

Com esse trabalho, Nelson Rodrigues foi muito inovador para a época, pois seguia as tendências do teatro europeu, foi a primeira peça a ter um diretor, pela ousadia, não-linearidade, por não ter as 3 unidades do drama, por ter a memória, pelo ponto de vista inovador, por tratar da alma e do espírito dos personagens e pelo uso poético das rubricas.

Quando comecei a ler Vestido de Noiva, eu não estava entendo nada. Após as dez primeiras páginas, algumas coisas fazem sentido e outras não. Devo admitir que somente depois de ter a aula na faculdade sobre Vestido de Noiva, foi que eu entendi 100% e senti a necessidade de reler. Recomendo muito a peça, principalmente para quem gosta de textos com intenso fluxo psicológico.

PARA A RESENHA COMPLETA COM TRECHOS E IMAGENS DO LIVRO, ACESSE MEU BLOG:

site: http://interesses-sutis.blogspot.com/2018/12/resenha-vestido-de-noiva.html