Bárbara 30/09/2011A Mulher Do Viajante No Tempo - Audrey Niffenegger O livro é grande e extenso. Há passagens maravilhosas (uma delas eu colocarei no fim da resenha) e passagens totalmente desnecessárias: Clare é artista plástica e descreve demais tudo o que faz ou deixa de fazer com os papeis que cria (esquentar água, coar, acrescentar isso e aquilo, amassar). Fica até parecendo que ela tenta nos ensinar como fazer isso, isso e aquilo. Essas passagens me cansavam, mas as várias outras perfeitas compensavam.
A Mulher do Viajante no Tempo também é um livro de linguagem mais adulta (há termos chulos e baixos, principalmente ao falar sobre sexo), então não é um livro que eu deixaria minha irmã de 15 anos ler (lógico que várias pessoas de 15 anos leriam, mas lembrem-se que estou falando sobre minha irmã. Entenderam que sou coruja, né?).
A história é linda pelo fato de ser um amor, digamos, perfeito. Não tem como aquele amor não acontecer porque não se pode mudar o passado, nem o presente, nem o futuro – tudo segue uma linha. Henry conhece Clare quando ela é apenas uma criança que não entende quase nada da vida. Naquele momento ele conta para ela seu segredo e desaparece em sua frente. Henry volta a aparecer para Clare várias vezes durante toda a sua infância e adolescência, mas, quando Clare completa 18 anos, ela precisa ficar quase 2 sem vê-lo – ele conta para ela que eles se conhecerão no presente dele. Então Clare espera, espera, e encontra Henry quando nem imagina que aquilo poderia acontecer. Depois de Henry já ter explicado para ela tudo sobre o futuro dos dois, é a vez dela de explicar para ele que agora a vida dele é ao lado dela.
Acho que esperei muito do livro e me decepcionei pelo fato de haver muita descrição. O Henry é apaixonante, já o livro, nem tanto. A Mulher do Viajante no Tempo tinha tudo para ser um dos meus livros favoritos, mas acho que a Audrey pecou ao querer descrever demais tudo o que acontece em qualquer momento – não gosto muito de toda essa enrolação desnecessária. Infelizmente criei expectativas demais.
Agora quero ver o filme apenas para ver se ele consegue ser melhor, já que nos filmes os roteiristas sempre tiram demais da história.
“Eu acho fofinho que você ignore a lógica bizarra dos relacionamentos. Acredita em mim. Quando nos conhecemos, eu estava arrasado, e estou lentamente me recompondo porque vejo que você é uma boa pessoa, e eu gostaria de ser assim, também. E ando tentando fazer isso sem você notar, porque ainda não entendi que qualquer mentira é inútil entre nós. Mas há uma distância muito grande entre o eu com quem você está lidando em 1991 e o eu que está falando com você agora em 1996. Você tem que investir em mim; não posso chegar lá sozinho.”