Para Continuar

Para Continuar Felipe Colbert




Resenhas - Para continuar


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Lodir 14/10/2015

O mergulho oriental de Felipe Colbert no romance “Para Continuar”
Em seu novo romance, o autor brasileiro recria o reduto da maior comunidade japonesa do mundo para contar uma história de amor

Metrôs são lugares que facilitam a observação. Ao contrário de ônibus e aviões, os passageiros geralmente se sentam de frente um para o outro. Durante a viagem, é fácil prestar atenção em alguém, assim, como quem não quer nada, desviando o olhar sempre que ele se encontra com o do vizinho.

Quem é essa pessoa na minha frente? Para onde ela está indo? Qual será a música que está ouvindo no celular? Será que está gostando do livro?

É quase um ambiente poético. Definitivamente, metrôs podem ser um prato cheio para escritores em busca de inspiração para a composição de personagens. É possível notar alguém sem culpa, e até mesmo imaginar uma história com as poucas informações disponíveis.
Afinal, se ainda restam diversas estações até o nosso destino, por que não encontrar uma maneira interessante para passar o tempo?

É exatamente neste clima que se inicia “Para Continuar”, o mais recente livro de Felipe Colbert. Eu havia lido e escrito uma resenha para a sua estreia, “A Entrevista Ininterrupta”, em 2011. Recentemente, tive a oportunidade de conhecer o autor no estande da editora Novo Conceito durante a Bienal do Rio de Janeiro. Fui atrás do e-book logo depois, e tive o prazer de descobrir a evolução da escrita de um autor que já havia me fisgado com o seu suspense de estreia. Se antes a agilidade da trama prendia pela curiosidade, aqui Colbert apresenta uma história diferente, fisgando o leitor pela sensibilidade dos conflitos e por um romance que nasce de maneira sensível e honesta.

Já na primeira cena, no metrô, o protagonista, Leonardo, devaneia enquanto observa uma linda e singela garota de traços orientais, que segue viagem sozinha com seus fones de ouvido. Apesar do seu repentino e inexplicável interesse, Leonardo reluta em uma investida. Afinal, seria suspeito um rapaz desconhecido abordar uma menina sozinha no transporte público, certo? Ela poderia se sentir invadida. Ainda assim, ele consegue se aproximar e questionar sobre a música tocando em seu iPod. Ela empresta o fone, permite que a melodia oriental o encante por alguns segundos e depois se afasta rapidamente quando sua estação chega. Leonardo deixa a chance passar e segue em frente. Aquela garota, aquela possível nova amizade, escoa por entre seus dedos, tornando-se apenas mais uma oportunidade perdida, entre outras tantas.

Quem nunca perdeu a chance de conhecer alguém interessante e depois se arrependeu?
Acontece que, nas horas seguintes, Leonardo não consegue tirar da cabeça aquela garota que teve uma rápida passagem por sua vida. Quem sabe inconscientemente, ele volta a fazer a mesma viagem, em horário aproximado, e o inevitável acontece: a jovem de traços japoneses aparece novamente pelos corredores do metrô. Desta vez, Leonardo decide seguir a garota quando ela deixa a estação e perambula pelas ruas cinzentas de São Paulo. Ele, então, descobre que o abrigo dela nada mais é do que uma loja de luminárias orientais no bairro da Liberdade, uma região na capital metropolitana conhecida pela grande concentração de imigrantes e descendentes asiáticos. Insistente, o rapaz tenta uma nova abordagem. Ayako parece resistente e temerosa, então pede que ele se afaste e não volte nunca mais.

Uma das mais belas características do romance de Colbert é justamente esta: ambientar sua história em um lugar real e acessível aos seus leitores, tornando a trama ainda mais verdadeira. Sempre apreciei quando, mesmo em se tratando de ficção, eu consigo imaginar os personagens transitando por ruas e bairros reais, que eu conheça ou possa visitar posteriormente, procurando as referências descritas na obra e recriando os passos dos personagens. Em “Para Continuar”, as ruas pelas quais Leonardo e Ayako passam no bairro da Liberdade, o passeio pelo Parque Ibirapuera, o caminho até o Obelisco, e todos os outros cenários, são descritos com fidelidade, facilitando o imaginário e transportando o leitor para a metrópole com eficiência.

A obra, com a seleção do bairro específico e seus personagens, é um presente para os fãs da cultura oriental. Há referências a costumes e filosofias asiáticas espalhados por todos os capítulos, tornando-se um aperitivo para os seus curiosos e adoradores.
Entretanto, nem tudo é fácil neste relacionamento que nasce. Embora Leonardo hesite em revelar, ele tem uma doença rara no coração, diagnosticada há pouco tempo, que o força a utilizar um marca-passo e o impede de ter uma vida plena e comum. Ele não tem condições de fazer exercícios ou qualquer outra atividade que exija o mínimo de esforço físico. Sua rotina é limitada, e seus passos são observados de perto por seus pais superprotetores. Leonardo terminou um longo relacionamento recentemente e, junto com seu melhor amigo, a ex-namorada o trai duplamente. Nada anda bem na vida do garoto, e tudo o que ele precisa é de um novo horizonte e um bom pretexto para continuar lutando.
Ainda assim, ao contrário do que ele esperava, conhecer Ayako não garante a Leonardo momentos de tranquilidade. A menina e seu avô cuidam de Ho, um jovem chinês com problemas mentais, que revela ter ciúmes da garota e que não facilita a aproximação de Leonardo. Como se não bastasse, Ho é usado por Kong, seu único familiar próximo, para uma atividade criminosa envolvendo a pirataria chinesa nas redondezas. De todas as maneiras, ele tenta impedir que o jovem casal se aproxime, e sua inquietude acaba importunando Kong, que resolve agir a seu favor e se torna um vilão inesperado. Além disso, Leonardo ainda precisa lidar com mais um enigma ao lado de Ayako: a loja abriga uma coleção misteriosa de luminárias orientais, que, curiosamente, não estão expostas para os clientes, porém guardadas a sete chaves no depósito, cujo significado pode mudar o rumo da trama.

Há diversas barreiras entre os protagonistas de “Para Continuar”. Ainda assim, a trama é apenas uma das iscas do livro. A narrativa de Felipe Colbert impressiona pela agilidade e simplicidade. O autor não perde tempo com descrições excedidas, nem permite que a trama se torne lenta ao se aprofundar em um tema que poderia figurar um dramalhão. A grave doença, que poderia exageradamente ser usada de forma teatral, é retratada de maneira verossímil. Tudo é rápido e preciso.

As páginas de “Para Continuar” são viradas rapidamente, sem que o leitor note a rapidez com que as devora. A leitura durou menos de dois dias. Colbert consegue unir o melhor de dois gêneros, transitando moderadamente em uma linha que lembra os mestres da literatura sentimental, como se “A culpa é das estrelas” encontrasse Nicholas Sparks.
É um romance intrigante e prazeroso, que prende o leitor desde a cena inicial, no subsolo paulistano, até o imprevisível desfecho.
“Para Continuar”, se torna, assim, um romance destinado às pessoas que buscam uma história leve e perspicaz, cheia de conflitos e personagens impactantes. E deve ser prescrito, obviamente, para os leitores que procuram uma boa história de amor, daquelas que deixam o leitor deslumbrado, mesmo após virar a última página.
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Fernanda 12/10/2015

Oi Gente!
Há tempos sonhava em ler um dos livros do Felipe Colbert e quando o conheci no Mochila Literária que aconteceu em Goiânia em 2014, fiquei mais curiosa ainda, pois ele é uma ótima pessoa e isso me influencia muito na leitura.

Quando vi que a Novo Conceito iria lançar Para Continuar fiquei superansiosa para que os pedidos fossem logo entregues e eu pudesse ler o mais rápido possível. O livro chegou e eu não estava em uma maré boa para as leituras, mas li assim mesmo.

Para Continuar nos apresenta dois jovens Leonardo e Ayako. Ele tem problemas de saúde e vive sobre regras muitas vezes rígidas dos pais que temem perdê-lo a qualquer momento. Quando conhece Ayako, Leo começa a agir diferente e a fazer coisas que nunca fez antes, preocupando seus pais.

Ayako é uma japonesa linda, as descrições dela me fizeram imaginar uma boneca de porcelana delicada e perfeita. Ela vive apenas com o avô e com Ho, um garoto um pouco problemático, que Ayako nunca suspeitou que pudesse lhe trazer algum problema, todavia...

Ho é apaixonado por Ayako e quando ele percebe a presença de Leonardo fica muito agitado e acaba vendo coisas que não existem, mas para saberem o que é vocês precisaram ler a história.

No final, acontece uma tragédia camuflada por uma benfeitoria, sei que o destino nos prega peças e nos leva onde devemos estar, portanto... Confesso que não esperava pelo final que me foi apresentando, pois não tive grandes imaginações a respeito da história, uma surpresa, muito boa.

Colbert também nos apresenta em sua trama as lanternas japonesas, ou seja, uma espécie de magia e Ayako e seu avô eram os responsáveis por protegê-las, pois cada uma delas guarda a história de alguém e se acaso chegassem a ser destruída a família de alguém também poderia chegar ao fim.

Em suma, achei a obra bonita, porém, não foi o que esperava! Mas isso é normal né! Bom, recomendo para quem gosta de uma história simples, romântica e com um grande toque de superação. No mais, parabenizo a editora pela edição, pois ficou muito bonita!

site: http://www.amorliterariooriginal.blogspot.com.br
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