May Tashiro | @slcontagiante 11/04/2016Quero oreo pra ontem, pls!Vocês já devem ter visto pelo Instagram, Twitter e por outros blogs, e blogueiros, um livro, que tá na cara que é um romance, acompanhado da maldita bolacha, que é biscoito, oreo. Sintam-se servidos a apreciar uma pequena degustação com esta resenha, por favor. Acompanhado de Coca-Cola, é claro.
Sophie Jackson, escritora da trilogia Desejo proibido, fez um estouro online com uma fanfic, que não vem ao caso de quê. Essa fanfic, que deu origem à trilogia, teve mais de 4,5 milhões de visualizações, o que acabou levando à publicação de Desejo proibido. Sophie é uma escritora estreante, professora e fã de quadrinhos. Apesar de ter ganhado visibilidade de forma pouco tradicional, Sophie é uma excelente escritora.
O que eu estou querendo dizer é que não pensem que por ela ter publicado em uma plataforma X, onde eu sei que vocês sabem tem muito lixo, não a faz uma daquelas escritoras, que nem podemos chamar assim, medíocres, que são cheias de maneirismos, não sabem construir um enredo, trabalhar uma problemática e, enfim, não não não. Não estou dizendo que ela é inovadora (ela até peca um pouco nos clichês), mas que fiquei surpresa com a qualidade do livro e a forma como a estória flui.
Antes que eu comece a declamar poesia à autora, vamos seguir com o livro em si
Katherine Lane, Kat, é uma linda ruiva de olhos verdes e cheia de curvas, uma mulher deliciosa aos olhos, e um alimento para alma com seu intelecto e coração de ouro. A família dela tem grande influência política, seu pai era senador, e sua mãe é uma socialite. Formada em Língua Inglesa, ela sente o dever de fazer um tributo ao pai morto em um assalto ao dar aulas em uma penitenciária, coisa que surpreende e muito os seus familiares e amigos.
As pessoas à volta de Kat não estão tão felizes quanto ela por seu novo trabalho, mas mesmo assim ela sente uma satisfação imensa pelo que está fazendo, sente que está fazendo algo de valor. E está. Sua mãe, Eva, tem tanta aversão por isso que começa a esmagar a felicidade que o trabalho provê a Kat, além de que até a melhor amiga dela se junta à mãe para manipular a situação para um caminho menos perigoso e que é melhor. E Eva é mestra nessa coisa de preconceito fantasiado de preocupação, que afligirá muito Kat. Se as coisas já eram ruins, junte um presidiário em condicional na mistura dessa bomba relógio.
Wesley James Carter, Carter, prisioneiro 081056, cumprindo pena a 19 meses por porte de drogas ilícitas em Arthur Kill, tem uma lista criminal que ele carrega como a única coisa que o define. Desda adolescência, ele passou a frequentar centros juvenis, enriqueceu seu curriculum criminal e abandonou a escola. Carter tem problemas de controle de raiva, age como um predador, qualquer fraqueza deve ser aproveitada e usada contra o indivíduo. Ele é sarcástico, arrogante e inteligente. E bonito como o pecado.
Carter é o típico anti-herói, que se cobre de mecanismos de defesa.
Porém, ele é uma pessoa que te instiga a pensar. Carter é o herdeiro rico de uma empresa de comunicações, que sempre foi desprezado pela sua família e visto como um erro da sua mãe. Ele odeia a origem do próprio dinheiro, do que a sua herança representa e não quer ter nada a ver com ela, ao mesmo tempo em que não irá de modo algum ceder suas ações para o primo fdp e narcisista. O Carter é de deixar qualquer um insano. Ele é leal aos seus amigos até a medula, e foi por uma dessas amizades que ele está em Arthur Kill, fazendo o que ele chama de pagar sua libra de carne.
Quanto mais você vai descobrindo sobre o Carter, mais conjecturas você faz. Ele queria chamar atenção da família? Ele não percebe que a amizade com o Max é ruim? Quais os verdadeiros sentimentos debaixo das camadas da raiva e do tédio? Quem é o Carter?
Como eu disse no início, é óbvio que é um romance. Kat irá ministrar aulas para o Carter fora da prisão para ajudá-lo com a condicional. Mas não pense que tudo são flores. Apesar de sentir uma atração imensa por Carter, Kat não o suporta e, como nós, a cada camada a menos ela vai descobrindo um homem maravilhoso e fascinante. Além de que aqui vem o clichê principal eles têm uma ligação no passado. E, quando o Carter faz o link, as coisas tomam um rumo. Ele sente que finalmente encontrou o que ele sempre esteve procurando e achou que nunca encontraria, sua Pêssegos.
E, mais óbvio ainda, há um milhão de motivos para eles não ficarem juntos, mas é impossível não querer explorar a atração entre eles. Só que são tantas coisas que podem estourar que você se pergunta o que vai acontecer primeiro ou até se irá acontecer tudo só de uma vez, a expectativa dá um gosto a mais.
O que eu vou comentar agora pode ter alguns spoilers, mas nada que vá acabar com o prazer da leitura de ninguém.
Eu gostei muito do livro, principalmente por conseguir me identificar com os personagens. Ele toca profundamente no senso de como expressar as emoções, Carter não consegue fazer isso. Ele é como um ser em suspenso esperando aquilo que o despertaria, que o revelaria. E quando ele encontra, o que tem por baixo é lindo e sensível, ele chega a ser bem poético. Há algo de eterno no sentimento entre o casal, que não só te faz suspirar, mas pensar que não existe um sem o outro. Que as coisas podem ser realmente infinitas.
Sobre o final, eu chorei. Pelo desespero do Max, por quanto ele se mostra quebrado, além de reparo. Ele é a prova viva do que Carter sem Kat seria, uma casca viva, um fantasma de si mesmo. E apesar de eu ter torcido metade do livro para o Carter se afastar do Max, que o cara ia acabar arrastando-o de volta para as merdas e decisões erradas, eu não pude deixar de torcer por ele. E, para os que não sabem, o segundo livro é o desenrolar da estória do Max.
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