Netinho 05/07/2020
Aprender para recomeçar...
SINOPSE:
Às vezes, a vida nos prega situações inesperadas e avassaladoras. Que precisamos reunir forças de não sei da onde para voltar a ser feliz. Isabel sabe bem o que é isso. Após a morte do marido, Laurent, em um acidente de carro, o caminho da família Delancey toma uma direção infeliz. Com dois filhos, Kitty e Thierry, para criar sem nenhuma experiência além de variadas dívidas que o marido lhe deixou, Isabel explode suas frustrações em seu violino, dedicação e paixão tão forte que foi capaz de afastá-la totalmente da família por anos. Enquanto isso, no condado de Notfolk, a família McCarthy não vê a hora de Samuel Pottisworth ir para debaixo da terra e finalmente conquistar a Casa Espanhola - uma grande construção que, apesar de bonita, está acabada pelo desleixo do proprietário. Laura, a esposa, se submeteu a humilhações durante anos para conseguir a simpatia do velho para, quando conquistar a construção, convencer a família que escolheu à dedos de ouro o homem cujo se casou, Matt. Ele, um pedreiro respeitado e temido na região, queria a casa para vingar um passado ao qual os Pottisworth fizeram questão de estragar. O velho morre, mas adivinhou para quem a casa foi parar? Isabel, uma parente distante. Desesperada ao se dar conta das dívidas, ela se muda para o povoado a contragosto de ambos os filhos. Ao se deparar com Matt, que se oferece para arrumar a casa caída aos pedaços a um preço exorbitante, sua inocência não a faz imaginar que seu patrimônio e a vida de sua família corre perigo mais uma vez.
OPINIÃO:
"O Som do Amor" foi um livro publicado em 2008, porém chegou tardiamente no Brasil pela Intrínseca, em 2016. Sua história, visivelmente datada, consta uma escrita mais arrastada, diferentemente de outros livros da Jojo. É uma obra atípica, que demora muito para fisgar o leitor, mas quando fisga, nos apaixonamos completamente pelo universo. Isabel não é a melhor protagonista desenvolvida pela autora, mas é belíssimo ver sua evolução e dedicação às coisas mais básicas, que qualquer mãe presente saberia fazer, apenas para vivenciar a felicidade dos filhos. A morte do marido a fez se dar conta que ela deixou tudo para trás afim de se dedicar à música e que poderia ser difícil consertar. Aos poucos, ela e Byron, empregado de Matt, quebram os traumas de Kitty e, principalmente, Thierry, que não falava mais desde a morte do pai. Adorei o desenvolvimento dos antagonistas, principalmente Matt McCarthy. É impressionante ver sua obsessão doentia pela casa e por Isabel. Tão doentia que nos assustamos com determinadas atitudes mais pro final da obra. Entretanto, o desfecho deixou a desejar. Depois de um acontecimento abrubto, impressionante e que movimentou a história, o epílogo me decepcionou e se restringiu à clichês, com desfechos que considerei ruins para certos personagens somado ao fato de terem sido escritos rápido de mais. É uma obra atípica, soturna, que demora para engrenar, porém o leitor gosta de ver o dia a dia daquela família lutando para entrar no eixos e, de alguma forma, se interessa para descobrir até onde a ambição e a cobiça pode levar o ser humano.