spoiler visualizarLucy 21/08/2020
Sobre a primeira paixão
E sobre perda, luto, decepção, carência.
A Química que Há Entre Nós não é um romance. Pelo menos, não o enxerguei dessa maneira. Está mais para um drama sobre paixão adolescente. Com todo o drama e o exagero emanado dessa época da vida.
Henry é um garoto que se apaixona por Grace. Grace é uma garota quebrada e estranha. Ela é um mistério. E esse mistério o chama a atenção. A partir daí, Henry tentar penetrar a casca que é Grace, enquanto ela tenta se manter o mais impenetrável possível.
Desde o princípio, é evidente que essa história não iria vingar. Os dois são muito diferentes e, principalmente, estão em momentos diferentes da vida. Um está descobrindo como é se apaixonar. Já a outra, encara o luto que ela não tem a menor pretensão de superar. Tudo em sua vida gira em torno do seu namorado morto. Nunca houve espaço para Henry. Era deprimente ver Henry se diminuir ou se anular para aceitar a presença de alguém com quem ele nunca poderia competir contra. Alguém que estava sempre pairando sobre eles nas conversas, nos beijos, nos momentos íntimos.
Diferente do que Sadie afirmou, não creio que houve amor. Sequer vi a tal química. Havia paixão. Havia desespero. Havia carência. Havia uma necessidade de fazer Grace voltar a ser aquela garota da foto no perfil do Facebook. Uma garota feliz, livre e apaixonada. Mas tudo de maneira unilateral. Para haver amor, Henry deveria, pelo menos, conhecê-la. Mas como conhecer alguém que se recusa a se abrir?
Não foi, nem de longe, uma das minhas melhores leituras. Um livro curto como esse me custaria, no máximo, dois dias. Mas a leitura foi tortuosa, pois não me apeguei aos personagens, e estava cansada de ver o rapaz insistindo em algo que tinha prazo de validade no instante que começou. Porém, no final, foi uma experiência interessante. Foi real, foi deprimente, foi como as verdadeiras primeiras paixões se iniciam e se esvaem.
"Histórias com finais felizes são só histórias que não acabaram ainda."