spoiler visualizarEdu 06/12/2017
ENTRE EM PÂNICO
Antes de mais nada: Sim, deixei alguns spoilers passarem nessa review, leia por sua conta e risco.
Ah, Douglas Adams. Você era um gênio sádico...
Primeiramente, gostaria de deixar 3 coisas bem claras:
>Sim, esse é o livro mais polêmico da saga.
>O 'Até Mais, e Obrigado Pelos Peixes' é inferior, portanto, não, 'Praticamente Inofensiva' não é o "pior" livro da saga.
>E sim, é o livro mais dark da saga.
O livro não é perfeito, admito. Ele peca em seu ritmo. Assim como seu antecessor, 'Praticamente Inofensiva' acaba sendo um livro que serve como um "o que aconteceu com os personagens depois de toda aquela treta que teve nos 3 primeiros livros", não sendo, necessariamente, um livro ruim, só inferior mesmo.
As piadas ainda são bem inteligentes, a saga nunca falhou nisso, pra mim. Teve umas piadas que me fizeram realmente rir, entre elas, uma que vale destacar, bem no finalzinho do livro, quando o Ford liga pro serviço de quarto do hotel que ele se hospedou pra dizer que vai comprar o zoológico de Londres, meu deus, eu realmente achei essa parte hilária.
Só que... acaba não sendo a mesma coisa.
Eu realmente fiquei triste com o final do quarto livro, com a morte do Marvin, mas a ausência desse personagem tão querido não tornou livro ruim, assim como a ausência do Zaphod. Porém, o modo como o Douglas descartou a Fenchurch foi... ridículo. Eu achava que ela seria uma personagem bem bacana depois do final do quarto livro, mas... as coisas não foram bem assim.
Além disso, toda a atmosfera do livro acaba sendo bem... tensa, me fazendo ficar um pouco preocupado com o rumo que a história tomaria (e tomou, mas vou falar disso depois). E a principal coisa que me fez pensar isso foi a nova personagem da trama: Random.
De início, eu achei cômico o fato da Trillian e do Arthur terem tido um filho daquela maneira, mas com o passar do tempo e com a construção da Random (que, apesar de eu considerar chata pra cacete, devo admitir que tenho pena dela), eu acabei percebendo o quão tenso e terrível era aquilo. Chega a ser insano.
Deixando a história do Arthur um pouco de lado, devo dizer que a história do Ford antes do, excelente, reencontro, foi bem chamativa e mostrou o quão cômico o personagem ficou - já que no terceiro livro ele ficou muito antipático e praticamente não apareceu direito no quarto. É sério, eu realmente creio que o Douglas conseguiu resgatar o Ford nesse livro.
Em compensação, a história da Tricia (ou a Trillian que não foi embora com Zaphod), mesmo sendo poucos capítulos, foi bem desinteressante, além da própria Trillian ser uma personagem completamente desinteressante, fazendo com que não seja nada demais até o final do livro.
Falando no final: Cacete, que final...
Eu fiquei chocado com o desfecho da história, tentando aceitar aquilo por um bom tempo. Tive que reler o final pra ver se não perdi alguma coisa e realmente não tinha perdido.
AQUILO ACONTECEU.
Ressaltando, eu já estava bastante triste com o final do 'Até Mais, e Obrigado Pelos Peixes', e perdi um pouco da vibe da comédia no último livro, mesmo que eu tenha rido de algumas piadas, eu estava abalado.
AÍ O ADAMS VEM E ME FAZ UMA COISA DAQUELAS.
Sim, é cômico o fato do Arthur ter morrido justo no momento seguinte de ter acidentalmente "matado" Agrajag em Stravo Mueller Beta, já que ele dizia que ele ia ficar bem até aquilo acontecer, além do Ford morrer gargalhando por esse motivo. Mas... cara, foi demais pra mim.
É aquele desfecho que te faz pensar "Cara, era pra isso ser uma série de comédia". Uma sensação parecida com a de uma criança que, enfim, viu o capítulo final de Família Dinossauro e ficou traumatizada.
Com um final que, para alguns foi cômico e para outros, como eu, uma tragédia sem igual, O Guia do Mochileiro das Galáxias traz um final filosófico e que provavelmente não vai sair da minha cabeça por um bom tempo.
Se o final foi bom ou ruim, cabe ao leitor. Para mim, foi bom, mas doloroso de ver...