Mariana 19/03/2024
Emaranhado -se
Eu prometi que daria uma chance a esse segundo livro, de que eu seria menos belicosa, incitante e cética?a chance eu dei?
Seguimos para o desfecho do livro anterior, em que o Clube do Corvo, gangue do Kaz Brekker, continua na saga de proteger o menino Kuwei Yul- Bo, único que sabe a fórmula da Jurda Parem, a nova droga letal, que além de potencializar os poderes dos Grishas, torna quem sobrevive a experiência, viciado e transmuta seu poder. Os corvos está com um dos seus sob o poder do arqui- inimigo Jan Van Eck, que por sua vez também tem um dos seus sob o poder do Corvo. Duelo bem armado e inteligente, mas um pouco previsível, ao menos do lado Eck.
A trama se desenrola lentamente, mas como eles atraem embaraços até dos ossos dos mortos? Nunca sabe-se, se alguém ruiu a lealdade e entregou ?involuntariamente? os planos ou a localização dos esconderijos; eles estão em constante estado de alerta, constantemente contundidos e guerreando até nos sonhos. Lembrando-se ininterruptamente o lema da equipe: SEM LUTO, SEM FUNERAIS.
A mente inexequível de Brekker, produz tantas armadilhas, que nem os próprios membros se prestam mais a entender, só executam as ordens, ainda que sob protestos. Deste modo, o resgate de (...), a proteção de Yul-Bo, a vingança contra Pekka Rolins, a armadilha para Jean Van Eck e todos os outros ocorridos atordoantes que acontecem, estão interligados pelos fios dos neurônios loiros de Brekker. Não
esquecendo das presenças mais que especiais da saga Sombra e Ossos, os Ravkanos: Genya, Zoya, Nikolai. Emaranhando Ravka, Kerch, Fjerfa e mais quem queria entrar na iminente guerra, moral, cívica e religiosa.
Ao fim da saga, gerou-se uma expectativa em torno de Eck e Inej que não foi cumprida, assim como Pekka Rolings. Por várias vezes eu não sabia para quem o Kaz trabalhava, ou se ele mesmo era o dono do Corvo?Poderia ter realmente explorado Jesper como grisha. Ao menos Kaz, Inej, Nina, Mathias, Wylan, tiveram um desfecho?
O ritmo de leitura é moroso, o livro é extremamente prolixo, hiperbólico, extenuante, mas é um livro e ao menos vocabulário e alguma dose de loucura acrescentou.
Agora algo que eu realmente gostei, foi a crítica acesa da autora ao trabalho escravo, ela acentuou isso de uma forma clara! E mais uma coisa, posso estar errada, mas há uma alusão religiosa entre Fjerda X Ravka, Judeus X Mulçumanos? a autora nascida em Jerusalém?uma pontuação reflexiva sobre os povos e seus direitos de seguirem o que desejarem, mas entendendo o limite alheio.