Ponciá Vicêncio

Ponciá Vicêncio Conceição Evaristo




Resenhas -


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Schaiene.Assis 01/02/2023

Tormou-se meu livro favorito. Foi uma leitura muito forte e chocante, mas muito importante mim. Em vários momentos vi a história da minha mãe descrita pela Evaristo.
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MahCordeiro*.* 30/01/2023

Sobre passado e presente
A história de Ponciá descreve os caminhos, as andanças, as marcas dos sonhos e os desencantos da protagonista. Uma trajetória narrada desde a infância até a idade adulta analisando os afetos e desafetos, discute inclusive a questão identitária do avô e estabelece um diálogo entre o passado e o presente, entre a lembrança e a vivência, entre o real e o imaginário. Uma história que acumula partidas e vazios até culminar numa grande ausência. Apartando-se de si mesma.
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willian.coelho. 29/01/2023

Verossímil, amargo e enxuto.
“Ponciá Vicêncio” (2003) é um pequeno romance de formação com enfoque social (principalmente referente ao racismo e à precarização das relações da população negra) da autora brasileira Conceição Evaristo (seu primeiro trabalho publicado). A trama, inicialmente, acompanha Ponciá - menina nascida numa comunidade cujas terras foram cedidas aos negros após a abolição da escravatura (1988) -, contudo, à medida que se desenvolve, subdivide-se, incorporando também como personagens principais o irmão e a mãe da jovem. O texto, sempre em terceira pessoa, migra entre os protagonistas, que se separam em busca de uma vida próspera na cidade, porém acabam mais marginalizados no ambiente urbano do que no rural, onde ao menos não se alocavam como forasteiros, mantendo seus costumes.
Envolvendo o eixo principal do enredo, há vários elementos consoantes: violência contra mulher; debilitação das relações de trabalho dos analfabetos, restringindo-se a serviços gerais, prostituição e análogos; realce entre a suntuosidade das grandes catedrais cristãs e a miséria dos infortunados que as circundam; ausência de reintegração social dos ex-escravizados; favelização; etc. Luandi, irmão de Ponciá, deseja ser policial para exprimir ordem, impor truculência; à la “...o sonho do oprimido é ser o opressor”, famosa sentença de Paulo Freire. Para que tudo isso funcione, é crucial que as personagens possuam múltiplas facetas, ao mesmo tempo que sejam eficientemente humanizadas (o que a escritora faz até com as figuras vilanescas); caso contrário, numa obra como esta, com a verossimilhança comprometida, o impacto seria nulo. Embora não haja muito desenvolvimento de personagens fora da problemática específica (o que é comum ao gênero de formação), é impressionante como a Conceição conseguiu pôr tanto em um espaço tão diminuto, é uma história sem tempo para floreios.
Também enxuto é o estilo empregado: períodos absolutos curtos ou até curtíssimos, que poderiam gerar facilmente relações de coordenação. Quanto ao emprego das palavras, é simples, todavia se sustenta, não é precário. O tom não choca, ao menos não aqueles que caminham pelos grandes centros urbanos do país ou vivem fora do santuário burguês, que é um privilégio de uma minguada fatia populacional. Talvez essa sensação seja diferente na França ou EUA, países desenvolvidos, já que a obra foi traduzida para inglês e francês. Por fim, cabe salientar que os trechos finais são um pouco atípicos para uma narrativa desse teor: espera-se um desfecho trágico.
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Renata P. 28/01/2023

Uma das minhas escritoras brasileiras favoritas. Daquelas que a gente fica mal por ter demorado tanto para conhecer. Conceição Evaristo domina, como poucas uma escrita potente, direta, quase seca, mas de uma sensibilidade imensa.
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Silvia87 27/01/2023

Tristeza e lágrimas
É um livro angustiante, talvez seja essa a melhor palavra para descrever a história. Apesar disso, a maestria da narração também torna o livro belíssimo, o que é um paradoxo que só a boa literatura consegue expressar. Conceição Evaristo criou uma história realmente magistral sem precisar recorrer a lacrações desnecessárias, sem forçar a barra. Pelo contrário, a obra nos faz olhar NATURALMENTE para um grupo à parte da sociedade e DESEJAR, VOLUNTARIAMENTE, fazer algo para mudar essa realidade.
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Gabi Castrum 26/01/2023

Eu li em 8h
Eu não consigo dizer se gostei desse livro ou não, as misturas de emoções que eu senti foram inexplicáveis. MAS posso te dar a certeza que é uma leitura necessária!!
Comecei lendo um pouquinho após o almoço e terminei antes do jantar coberta de lágrimas e risos. Foi um livro que li para fazer o vestibular da UFRGS, mas sem dúvidas vai ser uma leitura que vou carregar para a vida inteira.
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Ágata 21/01/2023

Ler Conceição Evaristo sempre suscita em mim sentimentos contraditórios: ao mesmo tempo que seu estilo de escrita me prende, flui e me envolve inteiramente, ou seja, me delicio com suas palavras, muitas vezes fico com a sensação de garganta apertada, olhos marejados (mar nos olhos...) e sou tomada por um sentimento de tristeza, asco e frustração. Com a história de Ponciá não foi diferente. Mesmo sendo em prosa, os elementos denunciadores e tão fortes que encontramos em suas poesias estão lá, bem como a descrição delicada e singela de um amor e esperança que resiste (teima em continuar existindo e surgindo) apesar de. Não só de Ponciá, mas de Luandi, seu irmão, de Maria, sua mãe, e de todos que tecem o tênue fio da vida da menina-moça-mulher sobre a qual Conceição cria e relê a realidade ainda tão atual de muitas/os brasileiras/as. Conceição nos lembra, com Ponciá e com o Vô Vicêncio, que a vida é este constante rir-chorar, alegria e dor. O que aperta mesmo o peito é a constatação, com a leitura do texto e da realidade que se impõe a nós, de que a vida de alguns é mais dor, dor e dor do que risos.

Um dos elementos que também chamou minha atenção enquanto lia foi o contraste entre a vida “encantada” do povoado, do interior, e a ilusão de uma vida melhor na cidade, por sua vez, “desencantada”. Que potência a personagem de Nêngua Kainda e quantos significados ela carrega consigo! A imponente sabedoria da já velha Nêngua Kainda e seu esmorecimento ao longo da história simbolizam, ao meu ver, essa passagem do encantado, de um mundo em que não se é necessário saber ler, pois os saberes são outros, são os do contato com a natureza, com os ciclos sazonais, com o sentir o rio e o barro nas mãos, com os cantos, com o coletivo, para o mundo desencantado e frio da cidade, do cada um por si, do “time is money”, do capitalismo selvagem, racista, classista, enlouquecedor. Ainda assim, este encantado que se encarna na vivência dos moradores do povoado resiste a muito custo com a suposta liberdade dos negros não mais escravizados. Denúncia muito acertada da Conceição, tema que se apresenta em outras obras da autora. É este cenário absurdo de desigualdade social e econômica, do qual o capitalismo não sobreviveria sem, e por isso fomenta, sustenta e é estruturado sobre ele, que leva as pessoas ao ensandecimento, como o caso de Ponciá (vazia por dentro...), herança de Vô Vicêncio e de todos os relatos absurdos que Ponciá recolhe de jornais e guarda por um tempo. A loucura tem raça, classe e gênero. A fome mata.

Deixo como indicação duas peças, releituras da história de Medeia, pra quem se interessar, que tratam de alguns desses temas apresentados no livro:
Medeia Mina Jeje: https://youtu.be/ZvscmdNR4Bw
Medeia Negra: https://youtu.be/ZbaAHwYdY2w

Sem mais. Leiam Conceição.
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Yas179 19/01/2023

Fluido como o rio onde Ponciá pegava o barro
Esse livro ganhou, pra mim, o título de melhor leitura obrigatória já colocada no vestibular da UFRGS. Além de ter 100 e poucas páginas e ter uma história fluida, essa obra é sensacional de várias maneiras. Realmente espero que Conceição Evaristo saiba que é uma gênia.
A obra trata de conflitos e complexidades tão reais que chega a ser palpável, aprofundando em como o sistema social influencia e em como as pessoas pretas foram e são vítimas desse sistema de privilégio branco. Tudo é emocionante e triste, pois se tratam de tópicos muito sensíveis, especialmente para o povo preto.

Ponciá Vicêncio se tornou um dos meus favoritos e, a protagonista ocupa, agora, um local especial no meu coração.
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Tefinha 17/01/2023

Ponciá Vicêncio
Primeiro livro do ano e já foi incrível. Já tentei ler um outro livro da Conceição Evaristo,mas eu não tava num bom momento pra ler ele,então eu descobri esse e me apaixonei pela história e escrita da autora,ela escreve uma narrativa de maneira poética,mas não incompreensível,também pauta muitos assuntos importantes,seus textos são recheados de críticas sociais. Com certeza aprendi coisas nessa obra que me marcarão para sempre. Favoritado :)
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belly 15/01/2023

que livro perfeito, a escrita da Conceição Evaristo é tocante e, junto com o enredo, me prenderam na história do início ao fim. juntando o início, o meio e o fim de um jeito muito poético e transmitindo as tristezas, dores e vazios dos personagens com complexidade. é emocionante
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Kalyana.Pereira 15/01/2023

Evaristo é Espetacular
Esse livro aborda tantas questões, todas elas me atravessaram intensamente... foi uma leitura de risos e choros, em muitos momentos me identifiquei com Ponciá, ah, chorei tanto, que personagem preciosa. Que livro espetacular, me causou crises mas faz parte, não é fácil ler sobre o que se vive e fere.
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Marianna.Guse 13/01/2023

Essa não é uma leitura fácil.
Eu estava vendo o documentário dos Racionais Mc?s e eles falam o tempo todo que eles querem incomodar pessoas brancas. Pra mim, Ponciá Vicêncio também provoca esse incômodo. Mas acho que tem que ser assim mesmo, pra que as pessoas leem as palavras e entendam como elas se aplicam até hoje. É uma leitura completamente necessária, todos deveriam ler pelo menos um trecho dessa história.
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Marcelle Reis 12/01/2023

É possível fugir do destino para nós traçado?
Desde pequena, Ponciá é comparada ao avô, que sofreu de ausências no fim da vida. Mas o que será que causara esse estado em seu avô? Como não se ausentar de uma existência tão sofrida, miserável, injusta e sem quaisquer perspectivas?
Todos diziam que o avô tinha deixando uma herança para ela, mas nunca soube muito bem do que se tratava.
Ponciá era uma artista distinta, tinha uma relação ancestral e especial com o barro, assim como a mãe, produzia peças únicas. Ao perder o pai, a quem muito admirava, decide sair das terras em que vivia, mas não lhe pertencia, e partiu para a cidade em busca de uma existência distinta daquela, deixando a mãe e o irmão, que não saíram de seu pensamento. Foi trabalhar em casa de família, sonhando em ter seu próprio barraco, um lugar para existir, sem nunca esquecer daqueles que deixara. Acaba se casando, e a partir daí, as ausências com as quais sempre lidara, passam a ser mais frequentes, assim como a saudade da família que lhe restara. Qual seria então sua herança?
Leitura fluída, cativante e triste, mas que retrata a vida de tantas e tantos.
Meu primeiro contato com uma literatura negro-brasileira, através da qual pude identificar a história de meu pai, avós e demais ancestrais e reconhecer suas histórias.
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Caêmaa 10/01/2023

Elos de ternura
Ponciá Vicêncio é um livro de palavras bonitas. Uma prosa com toques de poesia.
Um livro que conta a história de uma família, brasileira, negra, que carrega na alma um passado escravocrata.
Um livro sobre o vazio. O nada. As relações com o passado e as possibilidades de liberdade.
Terno e sensível.
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marina510 09/01/2023

"era preciso autorizar o texto da própria vida, assim como era preciso ajudar a construir a história dos seus. e que era preciso continuar decifrando nos vestígios do tempo os sentidos de tudo que ficará para trás. e perceber que que por baixo da assinatura do próprio punho, outras letras e marcas havia. a vida era um tempo misturado só antes-agora-depois-e-do-depois-ainda. a vida era a mistura de todos e de tudo. dos que foram, dos que estavam sendo e dos que viriam a ser."
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