Ponciá Vicêncio

Ponciá Vicêncio Conceição Evaristo




Resenhas -


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Jéssica 02/03/2022

Ponciá Evaristo, Conceição Vicêncio
Este foi uma verdadeira surpresa! Daqueles que se acaba a leitura com uma vontade de reler imediatamente, pois o livro parece que sempre vai ter algo a acrescentar.

Com uma narrativa muito sensível, Conceição Evaristo vai se metamorfoseando em Ponciá Vicêncio, resgatando a história do povo negro e os mistérios de uma ancestralidade cíclica. As personagens constantemente demonstram essa vontade de retorno ao lar, aos seus, ao mais profundo do âmago.

Sinto que não consigo descrever o mais simples do livro, é algo que alcançamos ao ter o contato direto com o físico-espiritual, com o passado presentificado. Como um corpo pulsante, a obra permanece viva, escancarando um tempo que ainda lida com suas sequelas, e esperançando uma história-vida que nutre a mais impenetrável das almas.
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Maria17758 22/11/2021

Conceição Evaristo, a maior que temos!
Nunca vou parar de me impressionar com o poder da Conceição Evaristo de, em livros tão curtos, dizer tanto. Esse livro não tem 120 páginas mas aborda tantas questões e problemáticas (coronelismo, injustiças sociais, pobreza, descaso da igreja com relação aos mais necessitados, entre MUITOS outros) e entra tão fundo na psique dos personagens que, após acabar ele, parecem ter se passado 500 páginas. E o interessante é que tudo isso é deixado subentendido, para o leitor captar e entender a realidade apresentada e vivida por muitos ainda hoje. Ler Ponciá Vicêncio é um acontecimento, assim como ler qualquer coisa que a Conceição escreve.
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Kivia Raquel 08/07/2022

A dor e a delícia de ler Conceição Evaristo
Quem já leu algum texto de Conceição Evaristo sabe que suas obras são deliciosamente cruéis. Com Ponciá não é diferente. 

A obra, um romance de formação, conta a história da menina Ponciá até sua fase adulta. Ela, neta de ex-escravos, moradora de quilombo, é filha de uma artesã do barro e herda da mãe o dom para o trabalho manual. Certo dia, já adulta, ela parte para a cidade em busca de melhores condições de vida para ela e sua família e se depara com a dureza da vida do pobre.

Esse enredo, que parece simples e batido, é entremeado de muitas camadas a serem descobertas. O leitor vai se deparar com situações de violência em diferentes aspectos, loucura, resistência e esperança, tudo isso com a maestria que é marca registrada das escrevivências de Evaristo. 


Recomendo fortemente!
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raquel 09/05/2023

As palavras
Como as palavras mais curtas podem ser as mais grandes?, esse foi tão bem escrito, onde tudo se encaixa como se fosse um quebra cabeça onde acompanho aos poucos a montagem, pude sentir todas angústias, perdas, memórias, felicidades e dores. Vai muito alem de uma personagem buscando sua identidade é uma mulher passando por mutilações da vida e ausências, a narrativa é tão bem feita tão cheia mas nao transborda.
Encontros, desencontros, medos, angústias, dores, perdas, probreza extrema, desamparo e justiças sociais, tudo em um livro só.. tudo em
uma narrativa. Livro incrivel
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João Pedro 01/03/2022

Uma descoberta incrível
Foi leitura obrigatória da escola e eu AMEI conhecei a história de ponciá, não seria uma leitura que eu faria por conta própria e eu adorei conhecer o esse livro. Uma leitura fácil e profunda, que aborda temas importante de uma forma única
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26/03/2022

Resgate
A dor é tão intensa que enlouquece. O silêncio embrutece, mas o laço é tão profundo, que acolhe a dor, a loucura, e restabelece a possibilidade de amar e ser. História do povo preto, de injustiças, perversões institucionalizadas, vidas brutalizadas, sonhos roubados. Retrato dessa indecente sociedade.
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Carol 08/10/2023

"Os dias passavam, estava cansada, fraca para viver mas coragem para morrer também não tinha ainda."

Que história! Enquanto lia ia observando diversas questões sociais sendo apresentadas ali na escrita de Conceição, o próprio sobrenome da protagonista já é uma denúncia a "herança" da escravidão, e para além dessa são colocados assuntos super atuais infelizmente. Fiquei feliz pelo final, apesar de alguns fatos ... em alguns momentos também lembrei das obras do Itamar, o rio, a terra, o descaso da igreja, família enfim diversos assuntos.
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ribeiro93 28/11/2021

bem pesado
nao sei se entendi o final mas o conceito geral da obra é compreensível, achei que seria melhor do a visão da ponciá mas ter o ponto de vista dos outros personagens não foi ruim
a história assim é bem pesada e provável q contenha muitos gatilhos
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Literatura e Expressão 07/03/2023

Ponciá Vicêncio [2003]
Fazer uma resenha curta para esse livro de apenas 118 páginas é uma tarefa difícil. A escrita de Conceição Evaristo tem a mania de criar no leitor um certo gatilho que o transporta imediatamente para dentro de suas linhas poéticas que são tão bem desenvolvidas. Assim como outras obras da autora, este livro aqui não deixa de surpreender por sua densidade e, ao mesmo tempo, leveza.

Em Ponciá Vicêncio acompanhamos a história de uma protagonista que “gostava de ser ela própria”, quando criança. E na sua inocência tinha medo da “cobra celeste” que bebia a água do rio onde ela buscava barro, pois se passasse de baixo do arco desta cobra se transformaria em menino. As memórias, contadas por um narrador onisciente, se mesclam entre o passado e o presente, passando por toda a vida de Ponciá em seus devaneios e investigações internas.

A lembranças de Ponciá transferem ao leitor uma sensação de unicidade do real e o imaginário, revelando uma trama psicológica e emocional de forma complexa. Desde o sobrenome da família até as “suas” terras, eram herança da escravidão negra. Conceição Evaristo aborda, de forma sutil e bem explicita, a exploração rural em um trabalho de semiescravidão que viviam os conterrâneos de Ponciá.

A herança discutida no romance, que seria do avô escravo de Ponciá, que ficou louco, trata-se de uma herança identitária, o que estabelece um diálogo entre o passado e o presente. Além disto a obra aborda diversas perdas que a protagonista sofre durante a vida, acumulando um misto de vazios e partidas até ela se tornar uma grande ausência de tudo. Ao final, já não temos a mesma Ponciá que tinha medo do arco-íris no início e sim um ser que apenas perdeu e se perdeu dentro do limiar entre o passado e o presente.

Difentemente dos contos de Olhos D’água, este romance não tem um final tão trágico, no entanto finalizei rememorando as “lágrimas-risos” que a escrita de Conceição Evaristo me proporcionou.


site: https://www.instagram.com/literaturaexpressao/
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Sof 18/05/2021

esse livro eu li tão rápido que nem tempo deu de marcar que eu tinha começado a ler hehehe.
Mas enfim, o livro é bom demais, é curtinho e não é uma leitura difícil, então eu amei. O livro não tem tantos fechamentos, tem bastante coisa que vai flutuar da tua imaginação e ficar por ali mesmo, mas o bom é fazer um debate sobre ele, porque vi muitaaa gente com um outro olhar sobre esse livro.
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FAtima311 20/11/2023

Leitura de vida
Reli Ponciá juntamente com um clube de leitura. E mais uma vez me encantei com a escrivivência de Conceição Evaristo! Seu lirismo não é livre das denúncias, mas tem uma sonoridade que dói e afaga. Sempre uma releitura para hoje e uma leitura para vida!
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rayannezrx 02/08/2023

Passado-presente-e-o-que-há-de-vir
No posfácio é dito o seguinte ?É um romance que li de um só fôlego porque, além de me prender a atenção, me tomou pelos sentidos para percorrer com Ponciá os labirintos e as vias tortuosas da memória.?

E foi isso que me ocorreu.

A sutileza, a ternura, de como os
personagens são explorados no decorrer da leitura e o emaranhado de memórias que nos entrelaçam para dentro da história, nos instiga a MAIS E MAIS. Foi como Nêngua Kainda: a voz, diluindo no tempo, soava, quase, como um sonho, em sussurrooo. E, assim como Maria Vicêncio, ainda pude decifrar o que a velha Nêngua Kainda estava dizendo.
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Monique355 22/02/2024

Uma leitura muito peculiar. Me identifiquei demais com a fala da própria autora no prefácio quando ela diz que o amor que sente por Ponciá não foi a primeira vista, o meu também não foi. Me conectei de fato com a história a partir da segunda metade, acho que precisei de tempo para compreender que não era um livro necessariamente pra entender de uma história, e sim pra sentir. A partir disso, senti várias coisas que ainda não consegui identificar bem e nem sei se conseguirei. Para mim, a história de Ponciá é sobre se perder e se encontrar, sobre construir algo nosso a partir das várias heranças que nos foram dadas, sobre descobrir um lugar de pertencimento e, se possível for, se ancorar de algum modo ali. Ponciá me ensinou que só é possível amar um lugar (metafórico ou não) a partir do conhecimento de outros lugares e que isso pede uma jornada, não é mesmo do dia pra noite. Recomendo muito a leitura!
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natália rocha 28/05/2020

O livro conta a história de Ponciá, uma mulher negra neta de escravos alforriados, que decide sair da roça à procura de uma vida melhor na cidade;

Por ser um romance de formação, o enredo começa na infância da personagem e a acompanha até a vida adulta, mostrando seu trajeto pelo mundo e sua relação com ele;

Paralelo à história de Ponciá, também é contada a história da sua família: pai, mãe, irmão e avô; (as partes que contam a história do irmão foram as minhas favoritas)

É um livro pequeno – pouco mais de cem paginas – mas muito denso. A temática central é o racismo, a escravidão disfarçada (apenas para aqueles que decidem não ver);
Tem uma passagem que eu gostei muito, achei ácida, falando sobre a abolição da escravidão no Brasil:

‘’O tempo passava e ali estavam os antigos escravos, agora libertos pela ‘Lei Áurea’, os seus filhos, nascidos do ‘Ventre Livre’ e os seus netos, que nunca seriam escravos. Sonhando todos sob os efeitos de uma liberdade assinada por uma princesa, fada-madrinha, que do antigo chicote fez uma varinha de condão. Todos, ainda, sob o jugo de um poder que, como Deus, se fazia eterno’’.

E a autora fala muito dessa escravidão abolida só no papel, tanto na roça onde Ponciá nasceu, naquele esquema conhecido de ‘’parabéns, você está livre! Pega essa terrinha aqui em troca do teu trabalho, até o fim da vida, p/ mim’’, quanto na cidade com os empregos que os personagens – todos negros – conseguem;

Enfim, é um livro muito importante – escrito por uma mulher negra e doutora em literatura – pra quem vai fazer vestibular ou não; nos faz pensar bastante sobre o quão recente foi a escravidão no Brasil e no quanto os reflexos e as heranças disso ainda estão presentes no nosso meio.
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Cringe Literário 31/12/2021

O que realmente herdamos???
PONCIÁ VICÊNCIO: CONCEIÇÃO EVARISTO
?????+??
?? Muitos gatilhos

Um romance sobre solidão e não sobre solitude...
Um romance sobre a solidão e desencontros...
Um romance sobre a solidão, violência...
Um romance sobre solidão, amor, dor e memórias...
Um romance sobre solidão, sobre a submissão...
Um romance sobre a solidão, esperança e transcendência...
Um romance sobre a solidão, sobre o luto...

HERANÇA. Bens matérias são voláteis, de finitude, a ancestralidade não.

Um testamento tem partilha judicial, a herança ancestral compartilha origens e as projeções de vidas.

Ponciá vicêncio, ficou dez anos dentro de uma gaveta antes de ser lançado, foi o primeiro romance escrito por Conceição, 1º edição/2003.

Tem Capítulos curtos, narração 3ª p., flasbacks de passado e presente, e com fluxo de consciência e emoções dos personagens.

Segregação racial, desigualdades sociais, uma leitura tocante e rápida, com interpretação densa que dói.

Ponciá Vicêncio é uma moça negra filha de descente de escravos e junto com sua família (mãe, pai, irmão e antes disso avó e avô) moram e vivem nas terras dos antigos senhores.

Ponciá tem uma vida pontuada pela pobreza extrema e além disso uma vida marcada com acontecimentos espirituais e psicológicos, ela tem uma herança de seu avô, mas que herança é essa?

Motivada por ter vida digna, Ponciá após a morte do pai, vai para a cidade, tendo passado anos de dificuldade, ela decide buscar a família.
Porém, o irmão saiu da casa para cidade e após um período a própria mãe também vai a cidade buscar pelos filhos.
São muitos cenários que se passam, desencontros e infortúnios...

Ambientado no realismo, me convenceu de que estava andando com os pés na terra, senti o cheiro do barro fresco ao ser moldado, dentre muitas outras sensações de amargor.
Um estigma de miséria, falta de perspectiva de melhor vida, sofrimento familiar que se repetia por gerações.

Hipersexualização de mulheres negras que não usam do casamento de ascensão social, estigmatizadas "PUTAS".

Me emocionei tanto, chorei, um nó na garganta e como poderia ser diferente?

São muitos livros dentro de um único, poderia virar filme, novela, série...
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