Ponciá Vicêncio

Ponciá Vicêncio Conceição Evaristo




Resenhas -


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Aline 16/04/2021

Poesia
Difícil descrever esse livro, enquanto lia só conseguia sentir que era uma poesia em todos os aspectos.
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Mayy Matias 13/06/2021

Muito bom
O livro é ótimo. Fala sobre uma moça chamada Ponciá que traz consigo a herança dos povos afro-descendentes e que ainda lutavam por sua liberdade.
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Leninha 08/06/2022

Narrativa perfeita com enredo não tão perfeito
A escrita de Evaristo é revolucionária e poética mas seu enredo gira em torno de algo que acaba por tornar-se cansativo, principalmente quando temos novas perspectivas da metade pro final. Senti durante a finalização da obra, que faltava alguém avisar para autora "Ponciá é genial, mas o resto não".
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Tainá 08/06/2020

Conceição Evaristo é Conceição Evaristo, né?
Meu segundo contato com a escrita da autora e ainda mais impactada. A forma como ela escreve é bonita demais. E os temas que perpassam toda a história são tão bem colocados. Um livro que é uma história extremamente sensível e melancólica sobre uma mulher forte (e não no sentido clichê que esse termo ganhou nós últimos tempos) que escancara as questões sociais que impactam a vida das pessoas negras.
@eleeoslivros 08/06/2020minha estante
ja leu olhos d'água?




Dira 24/03/2021

Leiam autoras negras ?
[Tudo tem o seu tempo certo. Não vê a semente? A gente semeia e é preciso esquecer a vida guardada debaixo da terra, até que um dia, no momento exato, independente do querer de quem espalhou a semente, ela arrebenta a terra desabrochando o viver]. Pag 91
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Stella F.. 16/10/2023

Uma herança misteriosa!
Ponciá Vicêncio
Conceição Evaristo - 2017 / 120 páginas - Pallas

“Em meu enlevo por parentes, há uma parenta da qual eu gosto particularmente. Essa é Ponciá Vicêncio. Entretanto, nem sempre gostei dela. Não foi amor à primeira vista. [..] Resolvi então ler a história da moça. Ler o que eu havia escrito. Veio-me à lembrança o doloroso processo de criação que enfrentei para contar a história de Ponciá. Às vezes, não poucas, o choro da personagem se confundia com o meu, no ato da escrita. Por isso, quando uma leitora ou um leitor vem me dizer do engasgo que sente, ao ler determinadas passagens do livro, apenas respondo que o engasgo é nosso.” (Falando de Ponciá Vicêncio, posição 56)

Ponciá nos é apresentada lembrando de sua infância, e ficamos logo sabendo de seu medo de arco-íris. Há uma lenda que diz que menina que passasse por baixo dele, viraria menino. Somos apresentados à sua família, pai, mãe e irmão. A mãe era bastante supersticiosa e o pai era mais aberto. Havia um mistério em torno de Ponciá e seu avô. O avô Vicêncio não tinha uma das mãos e vivia escondendo o braço para trás. E logo menina de colo sabe de uma herança que o avô deixou para ela. A menina custou a andar, parecia que não queria, mas um dia resolveu descer do colo e já saiu andando como se estivesse treinada, e com os trejeitos imitando o avô: braços escondindos nas costas e mão fechada como se fosse cotó. O pai de Ponciá sabia as letras, aprendeu na casa dos brancos, mas não sabia juntar as palavras. Ele era filho de escravos, e todos tinham o nome do dono: Vicêncio. Ponciá detestava o próprio nome. Desde criança gostaria de ter outro. Ia para a beira do rio gritar seu nome, e sentia que ele não fazia parte dela, não lhe pertencia. Sem um nome que a fizesse sentir nominada, ela permanecia vazia, se sentia um nada, não existia. Mas, mesmo assim, ajudava a mãe nos trabalhos manuais, a pegar o barro no rio e ajudar a mãe a fazer esculturas, panelas e potes. Ponciá era boa no trabalho com argila. Ponciá aprendeu a ler.

No presente, Ponciá está sempre alheia, lembrando do passado, com seu olhar vazio. Ela um dia decidiu sair de casa para tentar melhorar de vida, após a morte do pai, e não conseguiu, vive na pobreza e sente falta da mãe e irmão que largou para trás.

Conforme vamos avançando na leitura os demais personagens que antes era irmão e mãe e homem, vão sendo nomeados e sabemos que o irmão está pertinho dela e nunca se encontraram. Esse irmão trabalha em uma delegacia, e temos o personagem do soldado Nestor que o ensina a escrever e ele, assim como Ponciá retorna à sua terra para tentar saber de seus parentes, e encontra com a rezadeira, e ela diz que ele não será soldado e ri dele. Ele então retorna para a cidade, mas deixa um bilhete para essa mulher entregar à mãe ou irmã se elas retornarem pedindo notícias. A mãe também está no movimento de ir embora em busca dos filhos, sente um vazio sem eles. Mas a curandeira diz que ainda não é a hora e entrega o bilhete com o endereço do filho. Nesse meio tempo o irmão passeando com o colega da delegacia entra em uma exposição e vê trabalhos em barro e os identifica como sendo dos parentes, e lá está o nome da mãe, Maria Vicêncio, que pela primeira vez é nomeada na narrativa. Alguém a nomeou já que não sabe ler nem escrever. O filho, Luandi, também só é nomeado a partir de quando começa a ler e escrever. A mãe vai ao encontro do filho, e chegando na estação, o soldado Nestor a reconhece, lhe parece familiar, então ele sabe que esses encontros não são por acaso, aconteceu justo em um dia que estava de serviço na estação. Mãe e filho se reencontram e para ficarem felizes, só falta a irmã. O irmão está triste porque perdeu sua amada Beliza, uma prostituta que ele amava muito, apesar do amigo Nestor, achar que ele não devia se apegar a essa mulher.

Ponciá começa a ter comichões nas mãos e ausências cada vez maiores, e um dia resolve que precisa estar perto do rio, e o marido, seu homem, a segue. Chegando à estação de trem, há um soldado negro, o irmão, que está fazendo o seu primeiro trabalho, agora como soldado e não mais varredor da delegacia. E lá ele vê de longe alguém que se parece com ele, e com o avô e identifica sua irmã. Chama a mãe e o encontro é emocionante E ao final a herança do avô vai se cumprir. Ponciá está cada vez mais parecida com ele, e vai através do seu trabalho juntar passado e presente, história suas e dos ancestrais, realidade e fantasia.

“Descobria também que não bastava saber ler e assinar o nome. Da leitura era preciso tirar outra sabedoria. Era preciso autorizar o texto da própria vida, assim como era preciso ajudar a construir a história dos seus. E que era preciso continuar decifrando nos vestígios do tempo os sentidos de tudo que ficara para trás. E perceber que por baixo da assinatura do próprio punho, outras letras e marcas havia. [..] A vida era a mistura de todos e de tudo. Dos que foram, dos que estavam sendo e dos que viriam a ser.” (posição 1149)

Um livro excelente, instigante e muito bonito que fala de família, dos afetos, do tempo, do passado e futuro, fala da exploração desde tempos vindouros dos negros, escravos e da apropriação de terras pelos brancos. E o peso do nome Vicêncio usado pela família por várias gerações, demarcando para sempre o jugo dos brancos, mas não a subserviência, mas apenas a sobrevivência.

O posfácio de Maria José Somerlate Barbosa é muito explicativo da escrita e das escolhas da autora, e nos fala das características da narrativa e da autora que escreve como se fosse poesia e de maneira delicada sem passar panos quentes em questões tão prementes e atuais. Recomendo!



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Rodrigo 10/06/2022

Tocante
Que escrita linda nos apresenta Conceição Evaristo. Ponciá Vicêncio é uma personagem que tive vontade de acolher, caminhar junto, ouvir e ver seus silêncios.
Simplesmente, tocante!
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tiadodudu 09/01/2024

A dor do vazio
Escrita delicada e dilacerante como um corte feito por uma folha de papel, na primeira olhada parece algo simples e pequeno mas causa uma ardência que incomoda por um tempo.
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Larissa1218 02/11/2022

Ponciá Vicêncio é uma história curta, mas muito tocante sobre família, luta, a escravidão que se perpetuou mesmo após a Lei Áurea, e bastante sobre memórias.
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may 22/06/2021

Poucas páginas que dizem muito
Já é o quarto livro que leio de Conceição e nunca canso das escrevivências, das palavras que ela funde, criando novos significados sem perder os antigos, da poesia na prosa e da escrita tão significativa e poderosa.

Esse livro - tão semelhante aos outros da autora, mas ao mesmo tempo tão diferente - conta a história de Ponciá Vicêncio que, atravessada pelas histórias de outros personagens que passaram por sua trajetória, decide deixar sua vida na roça para seguir seus sonhos na cidade.

Os fatos presentes se misturam com as memórias tal como na mente de Ponciá e o leitor a acompanha em seus devaneios, assim como sente o mesmo choque quando ela acorda deles.

Com poucas páginas, a leitura é bem fluida e pode ser feita em apenas um dia. Uma leitura sobre personagens que muitas vezes passam despercebidos pela literatura, mas que dizem muito sobre a realidade em que vivemos e sobre nós mesmos.
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Biblioteca Álvaro Guerra 11/05/2022

Ponciá Vicêncio é um romance brasileiro de Conceição Evaristo publicado em 2003, pela primeira vez, mas já passou por várias edições.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788534705318
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#Anafox 10/03/2023

Bibliosmia - mar 23
Eh de uma escrita poética, belíssima! Várias vezes tive a impressão de estar passando pelos vizinhos de Belonisia e Bibiana, de Torto Arado. Entretanto, ao final, fiquei com a sensação que a Conceição desistiu de escrever, pelo tanto de coisa que ficou no ar: a Herança do avô (era a "loucura"?), O marido seguindo Ponciá pelo caminho, o que se fez do soldado Nestor, porque Ponciá tinha esse nome? Enfim, é como se faltassem as páginas finais. No mais, a gente passa a fazer parte da vida dela, da mãe e do irmão.
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Carol 28/08/2022

o som do tabu quebrando
Simplesmente perfeito. Esse livro é um dos melhores que eu já li. É muito bom para aprender sobre a visão de mundo de uma mulher negra e pobre. Algo que me deixou intrigada foi que esse livro não tem falas, somente narração. Mas, por incrível que pareça, não fez falta. A autora lidou muitíssimo bem e ainda assim construiu cada personagem com maestria. Li para tarefas da escola, mas teria lido mesmo sem essa necessidade. Outro ponto muito bem trabalhado pela autora foi que o livro em momento algum fala sobre onde de passa o livro e muito menos a época. Isso não é necessariamente algo ruim, já que podemos interpretar que a história de Ponciá não é única, ela se repete por séculos e em várias regiões diferentes.
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Pedro Matias 06/10/2020

Uma mistura de influências
Ponciá Vicêncio, misturando a tradição oral e a voz do mito, conta a história da personagem que dá nome ao romance e de sua família. A partir do desenvolvimento da personagem, vemos a questão da tradição e de temas que permeiam a identidade das pessoas negras, especialmente das mulheres, ser desenvolvida nessa história em que o fantástico se mistura com a realidade. É um livro que garante a Conceição Evaristo lugar inegável entre as grandes narradoras em Língua Portuguesa.
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Nick.Camps 07/10/2023

Leitura obrigatória pro Enem
A história conta sobre Poncia Vicenzo, alternando entre seu presente e seu passado. Pode parecer uma história sobre uma família que é descendente de ex escravos e seu cotidiano depois disso, mas é muito mais profundo, talvez até espiritual.
Existem vários pontos fortes que te faz pensar no significado de cada reflexão.
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