Resenhas -

Ana :) 26/05/2017

Sobre a relação entre mulheres? Amizade feminina?
Tem me incomodado a fala de que a série Napolitana trata "com realismo e crueza a relação de amizade entre mulheres". Claro que existem situações que são familiares, mas Lila e Lenu são personagens um tanto específicas, num contexto mais específico ainda. Se alguém desejou minha morte (mais de uma vez), que eu me machucasse, me desse mal (de verdade) só pra ela poder ter cinco minutos de alegria, então essa pessoa não pode ser chamada de amiga minha. E nem eu posso dizer o mesmo caso me sinta mal toda vez que estou perto dela. A inveja, o ressentimento, a amargura que as personagens (sobretudo Lenu) sentem uma pela outra, nesse segundo livro, realmente ganham ares romanceados, pertencem àquele mundo que Ferrante criou, mesmo que nesse mundo abundem reflexos da nossa realidade.
Longe de dizer que não gostei do livro - mal consegui largá-lo - ou que questiono sua qualidade, mas me incomoda que tantos leitores estejam levando o slogan da obra ao pé da letra. Sobretudo porque isso reduz as protagonistas a "vilã" e "mocinha", sendo que são é sobreviventes (com mais ou menos recursos) num contexto precário e violento.
Sobre a relação entre mulheres? Amizade feminina? Não. Sobre mulheres que sentem, que sonham, que pensam, que ferem, choram, desistem, se reinventam. Enfim, que são gente.

Patresio.Camilo 13/06/2020

Mais intenso, mais adulto
Se você chegou até aqui, provavelmente já leu o primeiro livro.
Mas caso não tenha lido, volte e leia, pois está perdendo uma grande leitura (até tenho uma resenha sobre o volume 1).
O segundo livro começa exatamente onde terminou o primeiro. O fatídico casamento de Lila.
Não vou entrar muito nos detalhes, pois não conseguirei sem dar spoilers.
Mas acho muito interessante a forma que a personagem de Lenu vai tomando forma. Mostra-se importante e penso que será nos demais volumes.
Particularmente gostei muito da forma como a Lenu vai conduzindo seus atos.
Sinceramente tomei uma antipatia da Lila nos trechos em que ela trata sua mãe Nunzia como uma empregada, quando chegar a este ponto, espero que entendam a minha raiva.

Novamente tem de se elogiar a Ferrante pela forma primorosa que conduz a narrativa, com detalhes mas sem ser cansativa. E consegue inserir personagens secundários de forma cirúrgica e pontual.

Para constar, me pergunto se este livro não seria meio que autobiográfico, para aumentar ainda o mistério sobre a querida Elena Ferrante, já que a narradora também é uma Elena.

E merece elogio a edição da Biblioteca Azul, que muito bem acabada, material de qualidade, que ajuda bem na leitura.

Sinceramente, espero que gostem.

Gabriela3872 30/09/2022

Me segurando pra não engatar o terceiro de uma vez, pois estou obcecada na escrita dessa mulher, e ainda assim acho exatamente difícil comentar sobre esse livro, já que eu ainda nem entendi direito tudo o que ele me fez sentir.

Cris.Aguiar 03/09/2022

Ela me prende
Os livros da Ferranti são realmente devoráveis!

Esse é o maior deles e li mais rápido que o primeiro, porque a escrita dela nos instiga a descobrir o que logo na página seguinte e seguinte e seguinte, sem perder de vista o foco nas personagens (tanto as principais quanto as coadjuvantes).

O único "e se" desse volume, é que algumas partes achei desnecessárias e cansativas, acabei fazendo uma leitura dinâmica ... mas... nem isso estragou a experiência. Bora para o próximo volume!!!

RECOMENDO

Mhayra.Rhara 28/03/2021

mais do que uma escrita envolvente, é uma escrita que desnorteia, e me sinto amiga de longa data de cada personagem desse livro.

compartilho de todas as dores, entendo todas as paixões, e defendo todas as decisões narradas. elena ferrante não escreve, ela borda um tecido com as palavras e com os sentimentos do leitor.

não é o melhor livro que eu já li, mas eu nunca li algo assim. ansiosa DEMAIS pra o próximo.

duda maia 07/03/2023

Penso que a beleza é uma ilusão
Mais uma vez demorei a me prender, mas depois que ele te conquista é muito difícil largar. o especial dessa autora é a escrita, que é uma coisa sem pausa, constante, que fica te segurando a não parar de ler nunca.
muito interessante poder ver o amadurecimento das protagonistas e o paralelo constante que agora se tornou a vida das duas.
como sempre, o livro termina com uma bomba pra te deixar noites sem dormir até começar o próximo.

Mabi21 25/07/2021

Muito bom.
Nunca escrevi sobre História do Novo Sobrenome. É um bom livro. Mas é cansativo. A narrativa têm o mesmo ritmo de A Amiga Genial. Exceto que, cada vez mais, me sinto prestes a arrancar a cabeça de Lila fora. Arrastar o rosto dela no asfalto. Continuo me identificando com Lenu. Sua habilidade de estudar e estudar e nunca sentir que sabe, de fato, alguma coisa. Gosto dela. Esse, mais que o livro anterior, me machucou de leve conforme o decorrer dos acontecimentos.

site: https://www.instagram.com/surtosdeumaleitora/

Cris 08/05/2021

Que final!
Eu fiquei completamente chocada e passada com todo o livro, com as reviravoltas dele. E o final? Surpreendentemente! Já quero o terceiro!

Ana 23/09/2021

Depois de amiga genial, eu confesso que não estava esperando muito da série napolitano. Mas esse livro foi tão empolgante, com reviravoltas, histórias dentro de histórias e tantos personagens envolventes que não tem como não amar. Se Amiga Genial é um livro lento que só se torna bom quando chegamos praticamente no final, história do novo sobrenome é fenomenal do início ao fim.

Duda 04/04/2018

Comecei animada pra saber o que iria acontecer mas aí recebi um soco no estômago. Demorei muito pra conseguir passar das primeiras páginas, tava achando pesado e até chato em alguns momentos...mas então, de repente, tudo flui. A escrita da Ferrante é impecável, é gostoso de ler, é bonito e inteligente. Gosto cada vez mais da Lila, de sua personalidade forte, e no final do livro comecei a entender mais a Lenu, a não me estressar taaanto com a baixa-estima dela... e ainda não abandonei totalmente a ideia de que lá no fundo, mesmo que nunca seja dito, Lenu é apaixonada por Lila.

Ps: odeio Stefano mais que TUDO. Homem nojento!!!!

Snowxmann 14/10/2022

Desabafo
Que pessoa horrorosa é a Lenu. Sério, dolores Umbridge é boazinha perto dela, essa garota faria Hannibal ter pesadelos.
Nunca vi uma personagem tão 🤬 #$%!& .
Acho que a grande diferença entre Lila e Lenu é que a Lila sofre por coisas verdadeiras enquanto a Lenu cria coisas para poder sofrer também.
Não estou aqui para fazer resenha do livro, só quero reclamar dessa garota.
Completamente egoísta, invejosa, centrada apenas em si mesma, mas não faz absolutamente nada por si, só faz as coisas para tentar se igualar aos outros, ou para pelo menos competir.
Não fica feliz com nada de bom que aconteça com a Lila, tão pouco tem empatia pelos problemas da "amiga", até os sofrimentos que Lila passa são motivos de inveja para Lenu.
Que garota detesteval.

Nanda 26/03/2021

Cada vez melhor
O segundo livro da história de Lila e Lenu foi, assim como o primeiro, muito envolvente. A escrita da autora não deixa a desejar em sequer um momento do livro.
Nesse acompanhamos o fim da adolescência e início da vida adulta das meninas, cada qual com sua realidade. Fiquei ainda mais imersa no mundo dessas duas, odiando e amando as duas quase que a mesma medida. Um misto de felicidade pelo destino de uma e angústia pelo caminho da outra.
Descobrir a história do novo sobrenome foi ótima e chegar no finalzinho e dar outro sentido ao título do livro foi melhor ainda. Sinto que ainda tem muita coisa boa vindo por aí.

Bia 02/09/2021

elena ferrante é: humana.
"dizia a mim mesma todos os dias: sou o que sou e não posso senão me aceitar.."

no primeiro livro da tetralogia tive dificuldades de me conectar com a história, achava um tanto quanto "sem graça", até o momento que entendi qual era a magia dessa tetralogia. não é plot twist, não é uma história inovadora, é tudo sobre a escrita.

você simplesmente não quer parar de ler. esse segundo livro para mim foi mais impactante que o primeiro e na mesma medida me despertou mais sentimentos - e que sentimentos. a elena te carrega na história de uma forma que é possível odiar um personagem em um página, e na seguinte sentir compaixão por ele (menos stefano, esse pode ir direito pro inferno).

o envolvimento com o que é contado é tão grande ao ponto de me perder na "ficção" e acabar por me considerar uma terceira parte da relação lila-lenu. e que relação é essa, gente? que amizade é essa? como nos pega em um conflito interno entre o quanto machucamos uns aos outros durante a vida. a inferioridade em contrapartida ao egoísmo -ambos compreensíveis ao tomar conhecimento do desenrolar da história.

o que a elena ferrante faz com as palavras pode ser comparado à magia. que inteligência para escrever sobre as tristezas, a violência, a repulsa, nojo, maternidade, o desamparo, a desigualdade, e principalmente sobre do que somos feitos. para mim, tudo se concentra em um ponto central: ela escreve sobre a vida como ninguém pq a faz em sua forma nua e crua, sem rodeios e sem mais delongas.

que maestria. estou completamente rendida.

Fer 15/01/2023

perfeito!!!
lindo, triste e extremamente real!! com certeza virou um dos meus livros preferidos. (mas nossa, eu não suporto o nino, ele é igualzinho ao pai dele)

Michele 14/08/2017

Um soco no estômago
Se eu tivesse que resumir a escrita de Elena Ferrante em uma palavra, com certeza escolheria a palavra VISCERAL.
Após ler o segundo livro desta série napolitada, posso dizer que fiquei com um buraco no estômago, tal como se tivesse levado um soco bem forte daqueles que te deixam sem ar.
É um livro violento e que ecoa por dias, semanas e principalmente em nós mulheres que passamos por muitas das agonias sofridas por Lenu e Lila.
Me reconheci diversas vezes na insegurança de Lenu e também em muitas das decisões desesperadas de Lila.
Por mais que não admire nenhuma das protagonistas, sinto que acompanhar esta jornada tem me feito refletir muito sobre as escolhas que tomo em minha vida como ser humano e principalmente como mulher.
E que a literatura possa ser sempre assim, um machado que quebra o mar congelado dentro de nós.