Leonardo 04/07/2011
História boa, linguagem cansativa, edição sofrível
Disponível em: http://catalisecritica.wordpress.com
Quem gosta de House – e eu gosto muito – deve ficar minimamente curioso com o livro que tem a foto do médico tomando uma pequena parte da capa desse livro e toda a contracapa. E ainda diz: “o bestseller do ator da série House” ou algo parecido.
Eu fiquei curioso, sem dúvida, e após convencer meu irmão a escolher esse livro para ganhar de presente do outro irmão, acabei levando para mais uma viagem e terminei ontem a leitura. Eu gosto das tiradas ácidas de House, sem dúvida. Mas ler um livro todo assim cansa. Muito. O livro foi escrito por Hugh Laurie antes da série, em 1998, mas House está lá. É possível muito bem identificar o tipo de humor, algumas citações mais ou menos sofisticadas, mas, principalmente, a ironia. Só que no seriado, por mais que House dê o nome à série e seja o personagem principal, ele fica calado algumas vezes, outros personagens falam, enfim, dá tempo para você descansar das piadas e até começar a sentir falta delas.
No livro, não. Thomas Lang é o narrador e há momentos de overdose de ironia, de acidez. Cansa e cansa e cansa. A história é até legal. Não é um livro profundo, mas uma história meio Bourne, meio James Bond, com um personagem inteligente e cínico, mas que se torna meio idealista (?) e que acaba não me convencendo.
Assim como aquele livro O menino do pijama listrado tem todas as características de ter sido escrito para virar filme, esse O Vendedor de Armas parace ter sido escrito para que o personagem principal, Thomas Lang, seja Jason Statham, Sarah Woolf seja alguém como Zooey Deschanel e Lonnie seja Emily Blunt. Eu assistiria com um certo entusiasmo ao filme, talvez o mesmo com que eu veria Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes…
P.S.: Só um acréscimo, que havia esquecido: a edição dessa editora Planeta é horrível. Vários erros ortográficos e de concordância, de regência e de tradução. Apenas para citar alguns exemplos que minha péssima memória me permitiram lembrar, a palavra “DECENTE” é duas vezes (não uma, mas DUAS) grafada “DESCENTE”; usa-se a palavra “ACENTO” referindo-se ao banco do carro; seguindo a cartilha do MEC, pelo menos duas vezes utilizou-se a construção “A gente viu isso, depois fomos a tal lugar”; utilização de ele no lugar de ela, falta de preposições ou artigos, e umas duas vezes pelo menos aquela tradução que foi feita literalmente e que não cola, fica sem sentido…