Vivi Csordas 22/03/2022As formas de amar
*4.5
"Esse instante fez de ambos não presente e passado, não animal e humana, mas homem e mulher."
Eu já tinha assistido ao filme logo no ano em que ele estreou. Lembro que achei bem bacana, mas não incrível. Mesmo assim, fiquei curiosa em saber como essa história era contada no formato de romance. E foi a melhor coisa que eu fiz.
Eu mergulhei fundo nesse livro. Achei a história muito gostosa e os personagens fascinantes. Todas as tramas são interessantes de acompanhar. Você torce pelos personagens, sofre com alguns deles e fica com raiva de outros.
Achei muito bem construída a forma como a história se interliga, e como todos os personagens se conectam sutilmente e naturalmente.
A amizade entre a Elisa e o Giles é muito bonita, e gostei de alguns destaques e temas abordados que não foram tratados no filme. Posso usar como exemplo o maior realce dado para a Lainie, mulher do Richard, e o foco em alguns dilemas do próprio antagonista.
Depois de terminar, eu tive que assistir ao filme novamente. Enxerguei maior brilho nele nessa segunda vez e me emocionei bastante. O livro tem mais detalhes sim, mas achei que eles se completam muito bem.
Apenas tiveram certas partes do livro, escritas em um formato diferente, que achei um pouco esquisitas. Foram muito súbitas e não ficaram claras pra mim.
A Forma da Água discute assuntos sérios de forma charmosa. Fala sobre preconceitos, intolêrancia e identidade. O principal romance, bizarro e impossível em uma primeira impressão, se torna muito fluido e natural. Uma fábula sobre se encontrar, e sobre todas as formas de amor.
"O que aconteceu com ela? Elisa acredita saber a resposta, apesar da ironia sombria: o que aconteceu com ela foi amor."