Adri 28/10/2020Explicando meu ódioGeralmente eu não faço resenha negativa porque prefiro deixar as leituras que não funcionaram pra mim pra lá e seguir em frente, mas com esse livro eu tive a sensação de que seria legal explicar um pouco do que me fez não gostar da experiência que eu tive. Vou tentar ser objetiva!
Bom, uma das coisas que mais me irritou nesse livro foi o fato de que eu amei a premissa, mas senti que ela foi desperdiçada na execução. Os personagens me estressaram desde o início e a Nanette, em especial, é um pé no saco. O livro não justifica a maioria das ações dela e, mesmo quando ela começa a frequentar a terapia, não temos nem pista de um diagnóstico. Aparentemente, tudo que ela faz é motivado pela sensação "terrível" que ela tem de ser melhor que as outras pessoas. Principalmente as que têm a mesma idade que ela.
Eu já esperava por problemas nesse livro pelo fato de ser escrito no ponto de vista de uma menina adolescente e o Matthew Quick ser um homem já bem mais velho, mas não sabia que ia ficar tão incomodada. O tempo inteiro a personagem principal se lamenta por ser mais profunda do que seus colegas de classe e que as outras meninas do time de futebol que (obviamente?) só querem saber de garotos, maquiagem e álcool.
Eu me sensibilizei sim em alguns momentos da história, mas o tempo inteiro ela tomava atitudes tão exageradas e sem pensar em mais ninguém além dela, que eu simplesmente não consegui engolir.
Acho que essa é uma história que poderia ter sido contada de muitos jeitos melhores, de preferência sem parecer que o único motivo do colapso mental da menina era ela ser uma adolescente insatisfeita com sua vida de classe média e que gosta de livros e filosofia.
Enfim, acho que já passamos da fase de acreditar que só existem dois tipos de pessoas: as que vão pra festas e as que ficam em casa lendo. ? Dá pra ser as duas e infinitas outras ao mesmo tempo. Chega desse discurso, né?