O fim de Eddy

O fim de Eddy Édouard Louis




Resenhas - O fim de Eddy


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Yago.CamurAa 07/05/2020

o livro retrata bem o que é viver no interior e se descobrir gay. acho que nunca li algo tão honesto e profundo sobre essa vivência. EXCELENTE LIVRO!
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Paulo 13/08/2023

Absolutamente visceral e agressivamente autorevelador.

Como com outros livros que acabei lendo, descobri esse e o autor, talvez fosse outro dos dois títulos dele então disponíveis, ao pegá-lo em meio a tantos outros para guardar na livraria onde trabalho. A capa era interessante, e depois de pesquisar sobre o autor, sua biografia e seu contexto literário, seu renome já cedo, imediatamente coloquei o autor e os dois títulos na minha lista mental, cujos nomes todos acabei esquecendo. Resumindo a história e o passar de alguns meses, consegui redescobrir e localizar os livros, e num atendimento eu disse a uma cliente, respondendo uma pergunta específica dela, que esse livro (o outro dele já não tinha mais) era um que eu queria que a editora não podia me dar, mostrei e ela ficou com o livro nas mãos. No meu almoço, literalmente logo após terminar esse atendimento, uma colega veio me procurar na cozinha e disse, me entregando um livro, "uma cliente comprou um livro pra você", era "O Fim de Eddy", que logo estaria esgotado na editora...

Fui surpreendido pelo livro, fiquei muito mais intrigado e faminto por ele do que eu esperava. "O Fim de Eddy" é aparentemente uma autobiografia numa lírica de romance (o primeiro de Édouard Louis), possivelmente autoficção, não há afirmação categórica sobre isso, que relata a vida num vilarejo num interior da França na segunda metade dos anos 90 e início dos anos 2000, que aliás é mais ou menos como se chama a segunda parte do livro. Édouard - Eddy - relata como foi ser nesse espaço geográfico e nessas épocas (pouco distantes dos debates infindáveis e inescapáveis que passariam a eclodir desde a [nossa] década passada) um menino gay, desde criança totalmente fora da heteronormatividade brutalmente imposta e exigida, e também como era ser muito pobre, e ainda que ele não fosse explícito também sobre as diferenças de classes elas são dolorosamente nítidas, na verdade quase impossíveis de serem ignoradas pelo próprio relator, os homens abandonavam os estudos para trabalhar na fábrica, onde arruinavam sua coluna (o próprio pai gritando de dor), e as mulheres que queriam trabalhar podiam o fazer como caixas de supermercado, entre outras profissões não ocupadas por homens, e assim tinham problemas graves e crônicos nas mãos; além do racismo e xenofobia que também ferviam naquele lugar/tempo.

Édouard se expõe visceralmente, se revela de forma quase agressiva e assim revela suas humilhações, suas dores, as violências que sofreu, a violência que, praticamente por questão de sobrevivência, teve que praticar contra si mesmo. Sua sinceridade sobre algumas perspectivas e pensamentos que tinha nessa linha do tempo chegam a ser até quase irreverentes, hoje potencialmente problemáticos, a forma como via seu pai, como um homem grotesco, deve ser chocante para as pessoas mais convencionais, embora ele fosse mesmo um homem grotesco e extremamente bruto como os homens "do vilajero" aprendiam que era o único jeito de um homem ser.

Uma coisa muito interessante é que logo de início, sem mencionar a psicologia, sem explicitar esse entendimento da forma como colocarei agora, é como Édouard evidencia uma quase trivialidade através dos seus relatos e através de fatos, e também de sua própria percepção sagaz e a essa altura inevitavelmente afiada e sua maneira pungente mas não tão explícita de descrever, a quase trivialidade da natureza inócua, imprevisível e não opcional das "variantes da sexualidade humana", como coloca a psicologia. Louis é só mais um que evidencia isso ao relatar que desde criança teve "os trejeitos", a atração por homens, a falta de atração por mulheres e que queria e tentou muito, de várias formas e por muito tempo, ser uma coisa e não outra. A trivialidade: é da natureza do seu crescimento e é imutável sua sexualidade. Dessa mesma maneira ele também mostra a cópia de comportamentos que são os filhos ao longo das gerações.

A tradução literal do título original seria algo como "Acabar com Eddy Bellegueule", talvez um pouco mais sugestivo e impressionante que a escolha da tradução brasileira.
É interessante também como Édouard e ou editora escolhem a forma do texto: as falas dos outros personagens são inseridas em itálico no meio de sua narração.
Alguns detalhes narrativos ou descritivos parecem contraditórios ou mal conectados, talvez apenas como uma escolha narrativa, mas por outro lado Édouard transita em idas e vindas num tempo narrativo que parece curto sem perder a coesão, ele puxa ganchos nas histórias e vai desenvolvendo habilmente cada uma delas, retornando ao relato anterior ou não, e se ele deixa uma informação impactante incompleta no fim de alguma parte parece que é propositalmente para nos deixar curiosos e intrigados, esperando uma retomada do relato, ele flui o texto dessa forma instigante como numa ficção muito bem amarrada.
O texto (ou sua vida, que assim o foi) é tão visceral que mesmo numa mudança de vida positiva - a própria mudança carregada de densidade - ao fim desse relato ele não termina com um "finalmente..." ou com uma definitiva expectativa de subversão de sua vida, mas com palavras mais uma vez lhe ditas, como um fato reiterado e uma previsão de que, junto com as palavras de todos seus anos, elas jamais lhe abandonarão.

Tem de ser muito insensível, ou sei lá o quê, cruel, ou alheio ao gênero não ficcional do livro, para não se afligir desde o começo com as palavras de Édouard. Não exagero ao dizer que esse livro me serviu de inspiração para alguns dias duros enquanto eu o lia e para algumas atitudes relativamente banais que eu tive que tomar querendo "ser um durão" e que tomei pensando "se o Eddy passou por...", quase adotando um "o que o Édouard faria?".
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Klelber 26/08/2020

Pesado...
Quem é LGBT vai ser identificar com muitas histórias desse livro.
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mauriloamml 01/11/2020

O livro apresenta uma França bem diferente da que estamos acostumados a acompanhar. Nada de cidades cosmopolitas com desfiles, alta gastronomia... Acompanhamos a vida de um garoto do interior do país em uma cidadezinha pobre e tacanha. É bem tocante seguir os passos de Eddy (descoberta da sua sexualidade) nesse ambiente machista e homofóbico.
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Kaprãn 18/04/2022

Violência
Acho que demorei uns dois dias para poder escrever aqui, esse livro me arrebatou de um jeito que fiquei sem palavras. É impressionante ver que independente do lugar, idade, situação econômica, os corpos LGBTQIA+ são vítimas das mais diversas violências não importando a idade. Acho que esse livro mexeu tanto comigo pq assim como o Eddy, mesmo vivendo em outro país, como outras vivências, também sofri violências parecidas e não necessariamente só violência física, mas talvez a autoviolência seja a mais devastadora. Como o próprio autor diz: Não é só por ser homossexual, mas é por parecer ser!
Isso me lembra quando fui me "assumir" pra família, não foi fácil, mas o que importava pra eles era que eu deveria ser discreto, as pessoas não poderiam saber, eu não poderia dar esse desgosto. A violência tb aparece quando eu sempre me senti obrigado a gostar de futebol e eu odeio futebol, mas menino macho tem que gostar. Enfim, poderia passar uma vida contado os causos de violência assim como o Eddy e que infelizmente não vai acabar quando entrar na faculdade.
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ajuhbs 09/05/2021

Uma história triste
Gostei muito da forma como o autor narra os acontecimentos da sua infância, sem se prender muito a uma linha do tempo. Os relatos vão e voltam no tempo, mais preocupados em formar a personalidade e as características que constroem o personagem. A história é triste e muitas vezes pesada, me causou uma pouco de angustia imaginar que tantas pessoas ainda hoje em dia passam por situações parecidas. A relação familiar complicada onde existe amor e ao mesmo tempo desprezo é uma caricatura de tantas relações familiares, mesmo que em contextos diferentes, e consegui enxergar em alguns momentos situações que já vivenciei ou vi acontecer com quem eu gosto. Senti falta de saber o que aconteceu com Eddy, seu fim é muito claro, mas seu novo começo é incerto. Um livro que vale ser lido.
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suellen 28/03/2024

Um dos melhores livros que já li esse ano, uma verdadeira história nua e crua, que relato, triste porém essencial.
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mpin 04/09/2018

A masculinidade nua e crua
Romance autobiográfico de estreia de Édouard Louis, entrega uma prosa coesa e fulminante que entrega, como poucos, a crueza e os ares primitivos da agressividade masculina em suas contradições e requintes de crueldade. Eddy passa por um duro rito de passagem enquanto descobre a própria sexualidade, e tropeça constantemente nos arranjos sociais e relações de gênero da pequena vila operária onde foi criado. Niilista, violento, ríspido, a masculinidade é um trem desgovernado que esmaga a tudo e todos pelo caminho, e a sequência temporal irregular da narrativa ajuda a acentuar esta atmosfera. Com um estilo que mescla diálogos com as falas dos personagens, Louis reproduz a oralidade de seus personagens e a limitada e simplória visão de mundo que possuem, buscando conciliar a dura realidade com precários códigos simbólicos, vistos pelos próprios personagens como imutáveis e proféticos. Sonhar é futilidade que a vida não permite, no mundo de Eddy. Que faz de tudo para fugir, buscar aceitação. Mas será que esta se mede geograficamente, como ele pensa? Valendo-se do bullying constante que o personagem principal sofre durante a puberdade, Louis entrega um retrato incômodo e vigoroso de um mundo em que o estigma está incrustados em todos nós, seja lá qual a diferença particular em nós que a sociedade rejeite. Uma mistura de Grandes esperanças com Brokeback mountain, salvas as devidas proporções. Atual e provocante. Recomendado.

site: http://michelborgesesc.blogspot.com/2018/09/o-fim-de-eddy.html
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Henrique1096 23/11/2021

O fim de Eddy
Queria ter gostado do livro tanto quanto o resto do pessoal também gostou. No fim foi uma leitura rápida, mas não necessariamente fluída, e que só pareceu engajar mesmo no fim. Não é um livro ruim, mas acho que saturou muito rápido. Mas não deixa de ser uma história real e pesada (pesada até demais) e um reflexo bem fiel do que é crescer sendo uma criança viada, como alguém comentou nas resenhas aqui também. Curioso pra ler o outro livro do autor.
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Pâmela 24/11/2021

Necessário...
Um relato sobre a homofobia. Difícil, triste, estarrecedor e violento. Com certeza uma leitura que nos faz refletir sobre o mundo preconceituoso e conservador em que vivemos.
Como pode haver tanto ódio? Esse livro nos faz questionar os limites da maldade humana para com o outro. Não interessa se é na família, na escola ou na vizinhança, nesse livro a maldade prevalece até Eddy ter idade suficiente para escapar.
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Wisley 08/12/2021

Esse é um livro baseado em uma história real de como era ser LGBT+ na França antigamente, um livro triste, que mostra a realidade e experiências das pessoas daquela época, onde a maioria tinham que se privar de serem quem são.

"Hoje vou ser um Durão"
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San 04/07/2018

Problemas com a tradução.
Estava ansiosa para ler esse livro, o título é chamativo, a capa também, o tema é bem atual, mas no desenrolar do livro fui me decepcionando.
Acredito que a tradução tenha colaborado e comprometido o real sentido do livro.
O julgamento de Eddy com relação aos pais, a pobreza, e a sua própria condição, ao me ver, num época recente, não se justifica. Em alguns trechos me faz parecer até um filho ingrato, e de vítima passa a ser um chato. Acho que não era exatamente o que autor queria passar, e por isso acredito que a tradução seja a culpada. Várias passagens do livro se invertem, anos e idades não batem, enfim, esperava muito mais.
afonso 09/03/2019minha estante
Tb achei o texto desse livro um tanto esquisito




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