Valéria Cristina 06/10/2022
Clássico Gótico
Drácula, escrito pelo irlandês Bram Stocker, é uma leitura que nos deixa empolgados do início ao fim. Os protagonistas, de diversas personalidades e origens, correm contra o tempo, pelas ruas de Londres e pelas estradas da Transilvânia, para impedir que o mal de alastre.
Com cenas que se concluem rapidamente, a história tem ritmo acerado e isso entusiasmo o leitor que a acompanha. O tema retrata claramente a luta do bem contra o mal em marcado maniqueísmo. Os protagonistas posicionam-se, sem meios termos, ao lado da luz ou das sombras.
O Conde Drácula é o protótipo do mal: cruel, sanguinário, incontrolável. Os demais, são as boas pessoas intrépidas, destemidas, fiéis e dispostas a lutar até a morte contra essa ameaça das trevas. Tudo é descrito com um forte apelo emocional, de forma quase dramática.
Dois pontos me chamam a atenção: primeiro, Stocker usa e abusa de posições e falas machistas em relação à sua protagonista Mina Harker para, no final, mostrá-la como a maior responsável pelo sucesso da demanda.
Segundo, a frase de Friedrich Nietzsche “quando você olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você” é absolutamente aplicável nessa narração. Os homens que se dispõem a combater o Conde têm sólida formação ética e moral e, a partir de determinado ponto da história, os vemos invadindo propriedades, subornando pessoas, mentindo. Todos os meios justificam o fim colimado.
Abraham "Bram" Stoker (Dublin, 8 de Novembro de 1847 – Londres, 20 de abril de 1912) foi um romancista, poeta e contista irlandês, mundialmente conhecido por seu romance gótico Drácula (1897),a principal obra no desenvolvimento do mito literário moderno do vampiro.