Pri | @biblio.faga 25/10/2019
“Vocês sabiam que somos todos apenas excrescências provisórias no tempo?” (p. 234)
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"O dia em que Selma sonhou com um ocapi", enviado pela TAG Inéditos no mês de outubro de 2019, é um livro de uma narrativa sensível, diferente (e até arriscaria dizer um pouco peculiar); de ritmo lento e quase despretensioso, o que pode não agradar alguns, especialmente àqueles desacostumados com o realismo fantástico.
No entanto, não se engane com relação ao poder do livro, a história pode soar simples, comum ou banal, mas as reflexões são inúmeras e poderosas (como, por exemplo, a finitude da vida ante a morte (iminente ou não), recomeços, amores, segredos, crenças/superstições e verdades, dentre outras).
Em verdade, o desenrolar da trama atua como um plano de fundo para o desenvolvimento dos personagens, que são diversos, marcantes e ricos em bioluminescência.
Dividido em três partes, o livro mostra a evolução da personagem narradora Luise e sua relação com sua avó, Selma, e os habitantes da cidade de Westerwald (Alemanha).
Alguns podem considerar o final anticlimático e apressado, porém, ouso discordar. Gosto de finais abertos e dotados de inúmeras possibilidades e significados.
Recomendo!
Quotes:
“...porque achei que a pessoa certa é aquela que nos poupa de ver alguma coisa quando o mundo toma seu rumo” (p. 53)
“Se for um ser humano, já está salvo pela metade. Isso é mais do que se pode afirmar sobre qualquer um de nós” (p. 167)
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