ritita 14/10/2022Maravilhoso, real, apesar de tristeJá tendo lido ótimos livros da autora - Água de Barrela e O crime do cais do Valongo, não hesitei em começar, mas sabem como sou, começa com muita edição e largo pra lá. Não foi o caso, nenhuma edição, olhinhos grudados durante a madrugada até o Kindle cair da mão.
Eliana não economiza ao falar dos preconceitos contra as "escravas do lar", principalmente negras, metaforicamente chamadas de "domésticas". Mulheres que deixam seus filhos e famílias para cuidar dos filhos e famílias que não as suas por salários minguados, mal pagos e chorados, muitas vezes ditas como "quase da família". Que família cara pálida? Quase?
A narrativa é concisa, sem floreios e bate forte na alta classe média de qualquer tempo. Sim, o livro chega até aos dias de pandemia de Covid.
Para mim, que os pais sempre tiveram "domésticas" até ficarem pobres, mas sempre as trataram com todo respeito e dignidade, algumas situações pareceram-me exageradas, mas totalmente concebíveis, como a mídia sempre estampa.
Que todas as pessoas que necessitam trabalhar na casa de outras famílias sejam dignas de respeito. São profissionais e ponto.
Como é bom ler livro bom e muito bem escrito.