Blog MDL 13/09/2013
Lola é o tipo de garota que foge à regra, principalmente quando o assunto é moda. Diferente das demais pessoas ela acredita que as roupas servem para mostrar sua personalidade e seu humor, e é através delas que ela mostra ao mundo todas as suas nuances. Seguindo contrário ao que todos da sua escola imaginam, mesmo com seu jeito irreverente ela conseguiu um namorado que além de muito gato, toca e canta em uma banda de rock que condiz exatamente com a sua personalidade. Mas sua vida suave, cujo maior problema é encarar os cafés da manhã de domingo com os seus pais junto com seu namorado, está prestes a desmoronar, pois contra todas as possibilidades, as pessoas que ela mais desejava não ver sob nenhuma hipótese estão de volta à cidade e agora ela precisa tomar uma difícil decisão a respeito dos gêmeos Bell, principalmente com relação à Cricket, o garoto da casa ao lado que ainda mexe de forma profunda com os seus sentimentos.
Uma das principais qualidades de Perkins é nos conduzir por uma história clichê de modo suave, engraçado e interessante. Não sei se há muitas formas de estragar uma história “pré” formulada, mas sei que há várias maneiras de dar vivacidade tanto a uma história quanto aos personagens dela. E no seu segundo livro, essa maravilhosa autora nos apresenta Lola, uma garota completamente desajustada (no sentindo do padrão socialmente aceitável de se vestir) e que além de apaixonada por rock, parece estar conseguindo superar muito bem a decepção vivida com Cricket, o seu vizinho que a decepcionou de várias formas antes de partir. Contudo, quando ela menos espera Cricket e Calliope voltam para cidade e todo o sentimento de mágoa que ela tão duramente manteve adormecido volta com força total para atormentá-la.
Todavia, contrariando o que ela imaginava, Cricket volta decidido a esclarecer tudo que aconteceu, bem como, determinado a tê-la de volta em sua vida mesmo que para isso tenha que manter a raia sua irmã Calliope, que apesar de ser linda e ter uma carreira invejável como patinadora, tem ciúmes do seu irmão e inveja dos adolescentes que ao contrário dela, puderam ter uma vida normal. E é assim, entre personagens formidáveis que vamos vendo a jornada de Lola que consiste basicamente em superar os próprios medos e tomar decisões baseadas no que ela sente verdadeiramente e não no que ela acha que sente.
Assim como em Anna e o Beijo Francês, eu me identifiquei com os personagens, mas confesso que o primeiro livro ainda é o meu predileto e foi por isso, que eu mal pude acreditar quando a autora forneceu não só um, mas vários vislumbres do que aconteceu com Anna e St. Clair nesse tempo em que eles ingressaram na universidade. De verdade, foi uma delícia “rever” aquele casal apaixonante de novo. E foi observando eles que eu cheguei a uma conclusão bem interessante do segundo livro de Perkins: apesar do livro ser narrado por Lola, o leitor reconhece com maior facilidade os sentimentos de Cricket do que o da própria narradora. Fato que foi fantástico de várias formas e por isso minhas últimas palavras não podiam ser outras que não: Leiam! Leiam! Leiam!
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