Edu 20/10/2020
O amanhã ao Homo Deus pertence (?)
Continuação da obra “Sapiens”, se propõe necessariamente a avaliar a evolução do homem para um patamar superior das espécies - o Homo Deus. Segundo o autor, o que nos motiva é a busca pela felicidade e imortalidade.
A excitação dessa leitura fica por conta do que envolve atingir esse nível, pois, põe na mesa paradigmas que levam o próprio ser humano a caminhar na linha tênue entre criar um “super-humano”, capaz de sobreviver a doenças e aumentar a expectativa de vida, e a sua autodestruição, aniquilada pelo tecno-humano.
Nesse ponto, você pode sentir a leitura um pouco cansativa, pois é utilizado muitos exemplos para demonstrar as implicações e consequências do que virá a ser o mundo se esse estágio for alcançado. No entanto, ao mesmo tempo, é incrivelmente provocativo, pois os exemplos são ilustrados com pensamentos filosóficos, outros envolvendo crenças religiosas, um terceiro a biologia e, por fim, o cruzamento de todo o conceito com a era dos dados e a tecnologia.
Sobre esse o último, Yuval dedica vários capítulos para explicar a chegada do que chama a nova religião do tempos, o “Dataísmo”. Mostra a influência que os algoritmos vão exercer (já estão exercendo) em nossas vidas. Aqui, a correlação é tão profunda, que um questionamento é frequentemente posto a tona: Será que os organismos são apenas algoritmos, e a vida apenas processamento de dados?
Indico uma atenção ao capítulo “Uma probabilidade de 87%” - Que passagem fantástica. Atual e profética, sem ser fantasiosa.
Por fim, um conselho: leia com bastante calma e, ao final, vale se questionar como esse livro chegou até você. Você o escolheu na prateleira ou um algoritmo fez isso por você?