Giulipédia 20/11/2020
Ai, coitados dos meus pobres nervos...!!!
Um novo inquilino chega para alugar Netherfield Park. O jovem Sr. Bingley é simpático, muito bonito e não esqueçamos, um cavalheiro de posses, perfeito candidato para se fazer um bom casamento. Também junto do Sr. Bingley, o jovem Sr. Darcy, grande amigo desse senhor, se junta a hospitalidade do homem. Porém esse Sr. Darcy, também considerado um ótimo candidato para casamento, sendo bonito, educado, ainda mais rico que seu amigo Bingley, apresenta um grave empecilho. Longe de ser simpático como o bom amigo, é de natureza mais taciturna e de grande orgulho, por esses motivos, suas atitudes frias e reservadas não são bem vistas aos olhos das pessoas do povoado de Hertfordshire que o descrevem como homem extremamente arrogante e condescendente.
E com isso as pessoas tem muito o que comentar sobre esses dois senhores de jeitos tão distintos, mas ainda sim bons amigos. É exatamente o que pensa Srta. Eliza Bennet ao conhecer a ambos, já sua mãe, Sra. Bennet, só consegue enxergar duas boas proposta de casamento, já que esta senhora, mãe tão preocupada, tem cinco belas filhas na idade de se casar, coitados dos pobres nervos da Sra. Bennet...
Como a grande maioria das pessoas que acabam conhecendo Jane Austen, também acabei conhecendo-a através desse livro, de longe a melhor obra dela, pelo menos eu digo por mim, pois Orgulho e Preconceito trás tantas nuances da personalidade humana que é impossível não se maravilhar!
Acho que o mais interessante ali, é observar situações que envolvem a primeira impressão que se tem do outro, e encima dessa primeira impressão é que se cria um determinado julgamento, posteriormente se comprovando falso ou verdadeiro.
Então tratamos de colocar a primeira frase em questão.
Meu orgulho me torna preconceituoso. Sim? Não? Ou o mais comumente usado, depende da situação?
E é que vemos na primeiras interações dos personagens. Muitos ali se deixam levar pela primeira impressão e constroem toda uma imagem, toda uma ideia, encima daquela impressão, seja ela boa ou ruim, seja válida ou injustificada. Tem-se essa necessidade de rotular na hora se tal pessoa é aprazível ou não, mesmo dizendo constantemente para esperar, para ver as ações de tal pessoa, já há uma inclinação, inconsciente, pra um lado da balança ao julgar alguém como companheiro ou não.
Em muitos dos casos nota-se que essa imagem permanece injustificada, o personagem em questão não merece a tal rendição ou condenação da qual foi atribuída, mas em outros casos, há uma correção dessa opinião. A questão é, por que algumas pessoas são capazes de notar esse erro e outras não? E o que as leva a insistir no erro, ou procurar concerta-lo?
Aqui nossa querida autora, Jane Austen, trás muitas respostas diferentes para as questões acima, usando apenas a personalidade humana para respondê-las. Através da minha própria reflexão, vejo que todos somos um pouco orgulhosos e um pouco preconceituosos, e por isso mesmo temos que exercer a empatia e a humildade para contrabalançar e equilibrar todas essas emoções juntas. Porque errar, todos erram e a todo instante, porém com empatia conseguimos olhar para o outro lado e com humildade, reconhecemos que erramos, e que podemos concertar o erro e melhorar o que é necessário.
E esse, meus caros, é o nosso grande desafio, porque é difícil e extremamente desconfortável, porém necessário fazê-lo. Se a balança pende pra qualquer que seja os lados, perdemos. Se pender para somente empatia cega e humildade somos enganados, só que olha que coisa, se pender para o orgulho e o preconceito também somos enganados! De formas diferentes, com certeza, mas engano é engano!
Não digo que estou certa ou errada, porque eu mesma não sei, convido-os a ler essa maravilhosa obra e que tirem vocês próprios suas próprias conclusões, reflitam sobre o que é orgulho e preconceito. Minhas conclusões estão bem visíveis acima!
Mais uma vez venho enaltecer nossa brilhante autora por nos trazer reflexões sobre as interações humanas através de divertidas situações do cotidiano da época vitoriana, recomendo a leitura a todos!!